Demigods in Hogwarts escrita por SeriesFanatic


Capítulo 13
Aracne




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– O que é a ilha de Alcatraz que meu tio mencionou? – ele perguntou tirando a tampa da caneta e fazendo o objeto virar uma espada de bronze celestial.

– Sério mesmo que você não sabe?! – ela se espantou.

Percy deu de ombros, como se não visse nenhum problema em não saber o que fosse a tal ilha.

– Eu sei que tem uma ilha com esse mesmo nome em São Francisco. Era uma prisão da época da guerra e depois virou ponto turístico ou algo parecido.

– Sim, há o museu da ilha de Alcatraz nos Estados Unidos, que realmente foi uma base militar que depois se transformou em prisão de segurança máxima e por fim virou um ponto turístico. Mas há a ilha de Alcatraz do Mundo Bruxo. Àquela lá na Califórnia é uma imitação barata da do nosso mundo, o criador da prisão era um nascido trouxa e pensou em homenagear a prisão bruxa criado a base militar de Alcatraz. – ela disse empolgada pela oportunidade de falar fatos históricos.

– Tá legal... tem uma prisão chamada Alcatraz no mundo bruxo e eu só vim descobrir isso aos doze anos... – ele resmungou.

– Não é só uma prisão Percy. É HÁ prisão. Só existe uma prisão no Mundo Bruxo. É uma fortaleza localizada ao norte da Inglaterra. Todos os criminosos do nosso mundo são mandados para lá. Não sei bem o que acontece em Alcatraz, mas meu pai uma vez me disse que todo mundo que vai para lá perde a vontade de viver. – ela disse sem estar mais entusiasmada.

Eles continuaram andando pela floresta, seguindo as aranhas. Annabeth usava botas de couro marrom, calça jeans e uma blusa laranja de manga comprida transparente com uma blusa amarela de alcinha por debaixo. A jaqueta marrom estava fechada até o pescoço por causa do frio, o boné dos Yankees estava preso na cinta da calça, juntamente com uma adaga de bronze celestial. Percy usava calça jeans, All Star preto, uma camiseta laranja de manga comprida e um casaco jeans.

– Quem te deu essa adaga? Eu nunca a vi antes. – ele franziu a testa.

– Ah. – ela corou. – Luke quem me deu. Ele disse que adagas são armas para guerreiros extremamente inteligentes.

– Por que tártaros Luke te daria uma adaga? – ele exclamou com ciúmes

– Para me proteger do tal monstro né Cabeça de Alga! Magia nem sempre é a melhor solução. – ela se zangou.

Eles continuaram seguindo em silêncio as aranhas, terminaram chegando a uma clareira imensa cheia de teias e aranhas do tamanho de gatos. Annabeth colocou o boné na cabeça, mas estava com tanto medo que ficou agarrada ao braço de Percy. No lado oposto a eles estava a “rainha” das aranhas, deveria ter uns dois metros e ela era horrenda, ainda mais de noite. Da cintura para cima tinha corpo de mulher, presas ao lado da boca e olhos vermelhos sangue. Da cintura para baixo tinha um corpo peludo marrom de uma aranha. Seja lá o que fosse aquela criatura, ela dava MUITO medo mesmo.

– Olá. – Percy tentou sorrir.

– Vejam minhas crianças... jantar! – disse a mulher aranha.

– Não somos o jantar! – ele gritou assustado. – Somos amigos do Quíron.

As aranhas começaram a descer de suas teias e a irem em direção ao casal. Annabeth se segurava para não gritar e apertava cada vez mais a manga do casaco de Percy.

– Amigos de Quíron, eu sou Aracne. Rainha das aranhas. – ela disse parecendo estar bem ansiosa para não ser amigável. – O engraçado é que Quíron nunca mandou nenhum ser vivo me visitar.

– Percy... – Annabeth sussurrou em pânico.

– Ele está em perigo. O Bunker Secreto foi encontrado e aberto novamente e colocaram a culpa no Quíron. – ele tentou não entrar em pânico.

Percy não tinha medo de aranhas, mas ao ver Aracne, suas pernas começaram a tremer. Não tinha medo das demais aranhas na clareira em suas imensas e belíssimas teias, mas da mulher aranha...

– Quíron nunca abriu ou encontrou o Bunker Secreto. – Aracne disse parecendo estar com água na boca.

– Então... você não é o monstro que está atacando os nascidos trouxas? – ele tentou parecer corajoso, tinha que ser forte por Annabeth.

– Não. Não gosto de bruxos, puros ou não. Não gosto de humanos também. Odeio aquele castelo idiota. O monstro que vocês procuram nasceu na escola. Eu era uma mulher que foi transformada nesse híbrido nojento. – ela disse ríspida. – Eu era humana, Perseu Jackson. A mais bela do mundo. Mas algumas mulheres me invejavam e uma delas, uma grande feiticeira, me transformou nisso por causa de minha beleza.

– Quem? Afrodite?

– Afrodite? – ela pareceu rir. – Não. Sou muito mais velha do que essa atual geração das 9 famílias. Quem me transformou nesse monstro foi uma feiticeira muito poderosa chamada Rowena Corvinal. E desde então eu busco vingança pelo que me foi feito. Meus filhinhos sempre acham um jeito de aterrorizar os descendentes daquela maldita.

Annabeth apertou tanto o braço de Percy que enfiou as unhas na pele dele.

– Se você não é o monstro, então... quem matou a menina na última vez que o Bunker foi aberto?

Percy havia contado todo o sonho para Annabeth, ela sabia da garota morta e de toda a “visão/sonho” que ele teve. Com exceção da tapeçaria.

– Uma criatura antiga que mete medo até mesmo em um ser maléfico como eu. – Aracne pareceu assustada.

– Mas você já viu essa criatura?

– Não. Depois que fui transforma nessa aberração, eu fiquei trancada em uma caixa por éons, ferida e com fome, a beira da morte. Rowena sabia como torturar fisicamente o inimigo mesmo sem usar magia. Quíron me encontrou e cuidou de mim durante meses. Nunca vi parte nenhuma daquela escola e quando o acusaram de assassinato, eu fugi e me escondi aqui. Ele sempre veio me visitar. Um bom amigo, para ser sincera. Continuou cuidando de meus ferimentos depois que foi solto de Alcatraz.

– Percy... – Annabeth sussurrou outra vez, dessa vez o pânico em sua voz era agonizante, como se ela estivesse sendo torturada.

Ele olhou para onde ela deveria estar e ao invés de ver o nada, ele viu a amiga. Uma aranha subia pela teia levando o boné dela nas patas.

– Uma descendente de Rowena. – as presas de Aracne sorriram. – Mas que maravilha. E hoje nem é meu aniversário.

Percy destampou Contracorrente outra vez e impediu que os filhos de Aracne devorassem Annabeth com movimentos fracos de luta. A menina estava paralisada de medo. Aracne avançou e ele se colocou na frente da loira, era pata contra lâmina e ela não parecia que ia desistir nunca. Soltou uma teia contra ele e o imobilizou.

– ANNABETH, FUJA! – ele gritou tentando alcançar a varinha.

Mas ela continuava paralisada olhando para os olhos vermelhos sangrentos da criatura. O boné dela estava a centímetros do rosto de Percy, mas várias aranhas estavam indo em direção a ele para comer o jantar. Era o fim. Ele sabia disso. Annabeth seria devorada por uma mulher aranha psicopática, em breve algum nascido trouxa seria morto e Hogwarts seria fechada. Percy fechou os olhos e visualizou o rosto dos pais, preparado para morrer.

– AH! – um grito de guerra ecoou pela floresta.

O chão começou a tremer, ele abriu os olhos e viu a última coisa que esperava ver. Um ciclope. Com cabelos castanhos curtos, o olho de mesma cor, ele usava calça jeans, tênis tamanho 50 e uma camiseta de flanela laranja. O ciclope e seu bastão espantaram as aranhas e fizeram com que Aracne corresse para bem longe dali. Annabeth caiu no chão com as pernas trêmulas e o rosto tão branco quanto à neve que caia de leve.

– Menino precisa de ajuda? – o ciclope perguntou.

– Sim, por favor. – Percy respondeu se contorcendo por causa da teia.

Com um simples movimento de mãos, o ciclope arrancou a teia e o colocou de pé. Percy tentou sorrir como agradecimento, mas a verdade era que ele estava com vontade de vomitar.

– Annabeth? – Percy chamou.

O menino ciclope foi até ela, a pegou no colo e deu um sorriso grande.

– Menina loira bonita. Annabeth também é um nome bonito.

– É sim. – Percy disse pegando o boné dela. – E você, quem é?

– Meu nome é Tyson. – ele disse orgulhoso. – Ouvi a aranha má te chamar de Perseu Jackson. Você é filho de Poseidon por acaso?

– Sou sim. – ele disse fraco. – Como você conhece meu pai?

– Sou sobrinho dele, oras. – Tyson sorriu. – Meu pai é Netuno. Irmão de Poseidon.

Se antes Percy estava exausto e assustado pelo que aconteceu, agora ele estava confuso e sem reação. Não precisou dizer mais nada, Tyson ajudou os dois a chegarem até Hogwarts. Chamava Percy de primo o tempo inteiro, mas o bruxo não estava com condições psicológicas para nada. Entrou pela janela do dormitório masculino e desabou no sono assim que tirou o tênis. Não sabia como Tyson, o ciclope, ia colocar Annabeth na torre da Corvinal, mas estava exausto demais para pensar. A única coisa que seu cérebro conseguiu raciocinar era que Quíron sempre foi inocente. Na manhã seguinte, ele puxou Thalia para uma conversa no canto do salão principal. Tântalos, o zelador mala sem alça, ficou olhando torto para os primos.

– Você já ouviu falar de algum tio nosso chamado Netuno? – ele perguntou.

– Bem, que eu saiba, nosso avô amava pular a cerca assim como o meu pai. – ela disse distraída.

– Thalia, meu segundo nome é Netuno. Não tem como isso ser coincidência. – ele exclamou.

Ela ainda estava abalada pelo que aconteceu com Jason, mas tentou pensar.

– Se não me engano, Cronos tinha seis filhos. Héstia, a mais velha, Deméter, Hades, os gêmeos Netuno e Poseidon. E o caçula, Zeus.

– Meu pai tem um irmão gêmeo e ninguém nunca me contou? – ele se irritou.

– Não tinha pra que te contar. Netuno nasceu encéfalo, Percy. Ele já nasceu morto. Ninguém da família gosta de comentar isso. Eu só sei por que uma noite papai estava bêbado e mencionou essa parte. – ela colocou a mão no ombro dele.

Percy suspirou. Não ia dizer para Thalia que eles tinham um primo ciclope filho de um tio que nasceu morto. Muito menos contaria como conheceu o primo. Ele agradeceu a informação e voltou à mesa da Lufa-Lufa. Mais tarde na biblioteca, Annabeth o abordou. Ela estava tão feliz que nem parecia que teve uma crise de pânico na noite anterior. Puxou ele para uma mesa sem ninguém e o mostrou um livro de capa marrom que parecia ser mais antigo que a escola.

– Descobri. – ela disse radiante.

– Como um ciclope pode nascer de alguém que morreu quando bebê?! – ele disse sarcástico, não acordou de bom humor.

– Não Cabeça de Alga. E os ciclopes são o resultado do cruzamento de qualquer bruxo com uma ninfa. Demos isso no primeiro semestre em Herbologia ano passado. – ela revirou os olhos. – Eu descobrir qual é o monstro que guarda o Bunker Secreto.

Os olhos dele se arregalaram.

– É um Píton. – ela mostrou a figura da página em latim.

– O que tártaros é um Píton? – ele coçou a cabeça.

– É uma serpente gigantesca que nasceu de um dilúvio. Ela tem relação com a água e o sol por causa dos deuses. O deus do sol a matou e sua morte foi dedicada a terra e posteriormente a água. – ela explicou.

– Tá e como é que uma cobra morta petrificou alguns alunos e matou uma menina há quase trinta e cinco anos?

– Boatos dizem que o Píton original teve um único filho antes de ser morta. Esse filho foi chocado por uma rã, surgindo assim o primeiro basilisco. Basilisco e Píton são cobras, o símbolo da Sonserina. É um animal que pode viver anos sem comer, quem olhar em seus olhos é morto. As aranhas temem esse monstro. – ela disse animada.

– O que te faz ter tanta certeza de que é o basilisco filho da temível Píton e não um outro qualquer? Porque pelo que eu me lembre, qualquer ovo de galinha chocado por uma rã nasce um basilisco.

– Eu não sei Percy. Sendo filho ou não de famosa serpente Píton, o fato é que é uma serpente capaz de matar somente com o olhar.

Ele suspirou e jogou o tronco para frente, usando o livro de travesseiro.

– Isso não explica como eu posso falar com cobras. Ou porque eu ouvi cascos.

– Como é que é?

– Você mesmo disse que eu era um ofidioglota, Annabeth. Nem finja surpresa. – ele suspirou.

– Não essa isso. Que história é essa de ouvir cascos?

– Nas vezes que alguém foi atacado, eu ouvi cascos ecoarem.

– E você não me disse isso antes por que...? – ela disse irritada.

Percy deu de ombros e Annabeth o bateu com um livro.

– Seu lesado! Agora eu sei o que aconteceu! – exclamou.

– Então me explica, porque eu tô perdidinho.

– Eu mandei uma carta para Grover nas férias dizendo que havia esquecido um livro na escola e pedi para ele pegar. Depois disso ninguém mais teve notícias dele. E se... e se Grove encontrou o basilisco e foi atrás dele? Sabe, para matá-lo! Sabe como ele é em relação a conseguir provar sua bravura para o Conselho dos Anciões dos Cascos Fendidos.

– Conselho do que fedido?

– Conselho dos Anciões dos Cascos Fendidos, Cabeça de Alga! – exclamou. – Pelos deuses Percy! Você é impossível!

Grover já havia comentado sobre esse Conselho. Era tipo a escola dos sátiros e ele precisava provar sua coragem para se formar e sair mundo a fora atrás do lendário deus Pã.

– Continua.

– Ok. – ela bufou. – E se Grover encontrou o basilisco e foi atrás dele? Isso explicaria o barulho dos cascos. Toda vez que o monstro atacava você ouvia ele correndo.

– Isso não explica porque ele estaria usando um vestido de noiva e muito menos os meus sonhos com ele.

– Hum...

Percy estava começando a ficar empolgado por tudo estar se resolvendo. Claro que era um bando de "se", mas era bom saber que tinha como achar lógica.

– Não acho que você seja um ofidioglota. – ela disse depois de uns minutos.

Di Immortales Annabeth, decida-se! – ele exclamou ganhando olhares dos alunos ali presentes.

– Sátiros são capazes de criar correntes empáticas com qualquer ser vivo. Acho que Grover, enquanto estava fugindo do basilisco, te encontrou pelo cheiro ou algo parecido e criou uma conexão empática para pedir ajuda. Por isso os sonhos. Por isso que você foi capaz de ouvir não só o basilisco, mas também aquela cobra ridícula que Clarisse fez aparecer. Sátiros falam com animais. O basilisco, de certa forma, é um animal. Uma cobra. Você só os ouviu por causa da conexão com Grover.

– Por mais assustador que isso seja... faz sentido. Eu nunca havia conseguido falar com cobras antes. Cavalos e pégasos sim, mas não cobras.

Os dois suspiraram. Apesar de ambos estarem felizes por finalmente tudo começar a fazer sentido, ainda assim era um perigo imenso.

– Annabeth. Se as pessoas morrem ao olhar para essa coisa, então como é que ninguém morreu ainda?

– Por que ninguém olhou diretamente para ele. – ela disse depois de uns minutos. – O hoobie do Lee Fletcher salvou a vida dele. Ele estava tirando foto da paisagem quando foi atacado. A carga foi para a máquina. Você disse que Péricles estava na frente de Frank, petrificado também. Frank viu o basilisco, mas Péricles estava na frente dele, provavelmente falando mais uma de suas piadas sem graças e como Frank é bonzinho com todo mundo, não se incomodou de ouvir as piadas dele. Quando o basilisco apareceu, a carga toda foi para Péricles, mas ele já está morto, não pode morrer outra vez. Jason estava com o espelho de Piper, ele apenas viu o reflexo do basilisco.

– Mas e a pomba da Piper e da Silena?

– A água. Havia água no chão naquela noite. A pomba viu o reflexo do basilisco.

– Tá, mas... como é que ninguém viu uma cobra dessa antes? Alguém já teria notado.

– Você sempre ouviu os cascos do Grover, mas nunca o viu. O que tem na escola inteira e que nunca é visto?

– Os produtos de cabelo do Plutão?

– Não Cabeça de Alga! O encanamento. Grover está preso no encanamento da escola. O Bunker deve estar interligado com os canos, já que no seu sonho ele tá numa espécie de esgoto.

– Tudo se encaixa. – ele exclamou.

– Percy, lembra que da menina que morreu. Que você viu no sonho e que Aracne também mencionou. – ela disse com sua famosa cara de “engrenagens trabalhando”.

– Sim, o tal de Olympus disse que os nomes dos pais dela são Ártemis e Orion.

– Percy, Ártemis é a irmã mais velha de Apolo. Orion, o marido dela, cometeu suicídio após a morte da filha deles.

– Eu conheço Ártemis e Apolo desde que nasci. Ela no máximo tem trinta anos.

– Eu sei, a pele dela é bem conservada. Apolo tem quase 60 anos, Percy. Assim como a irmã gêmea dele, Ártemis. Não sei como esses dois conseguem aparentar ter 30 anos, mas eles são bem mais velhos do que aparentam.

– E o que isso tem haver com a menina que morreu?

– O nome da filha de Ártemis e Orion era Diana. Ela foi assassinada tem quase trinta e cinco anos. Se viva, ela teria a idade do seu pai.

– Pera, Diana... como a Murta-Que-Geme Diana? Que só aparece em noite de lua cheia para chorar e resmungar?

– Sim, essa mesmo. Se bem que eu não acho que ela só apareça nas noites de lua cheia.

– Por quê?

– É lua minguante e Reyna comentou que viu a Murta tem dois dias. Ela estava chorando no banheiro.

Eles decidiram que iam falar a tia de Annabeth, a professora Minerva, mas foram pegos de surpresa no meio do caminho. Perto do banheiro do segundo andar, os professores estavam reunidos conversando e pareciam muito aflitos. Ambos se esconderam atrás de uma pilastra para ouvir a conversa.

– O que fazemos agora Minerva? – Ceres Gardiner disse assustada. Eles nunca haviam visto a professora de herbologia daquela forma.

– Mandem todos os alunos para o salão principal. Digam as harpias para arrumarem as malas de todos, é hora dos alunos irem para casa. – a professora disse infeliz.

– Desculpem o atraso. – Febo Yew disse aparecendo. – Eu estava cochilando. O que foi que eu perdi?

– Uma aluna foi levada pelo monstro para o Bunker. – o doutor Yew falou sem dar muita atenção ao pai.

– Isso é trágico. Pobrezinha. – Febo fingiu tristeza.

– Bem, finalmente chegou sua vez, Yew. – Plutão o provocou.

– Como assim? – o sorriso dele desmanchou.

– Você não disse ontem mesmo que sempre soube onde o Bunker ficava?! – Plutão levantou uma sobrancelha.

– Por que vocês não deixam meu pai cuidar disso?! – Michael provocou. – Afinal, as habilidades deles lhe renderam muita fama. Não é, papai?

Os professores olharam para Febo com as sobrancelhas levantadas e provavelmente segurando o riso. Ele olhou com raiva para o filho, Michael se limitou a um leve sorriso sínico.

– Muito bem... então eu irei preparar minhas coisas para... hum... derrotar esse monstro de uma vez por todas. – ele fingiu entusiasmo.

Febo saiu desfilando com seus trajes amarelos em direção à sala de Defesa Contra as Artes das Trevas. Os professores se entreolharam preocupados. O zelador Tântalo e seu macacão laranja pareciam os únicos não preocupados.

– Quem o monstro levou Minerva? – Circe, a professora de feitiços, perguntou.

– Piper McLean. – ela suspirou.

Os professores prosseguiram rumo ao salão principal. Na parede, escrito em sangue e numa péssima combinação de grego antigo e latim, tinha a frase: "O esqueleto será não será o único a permanecer no Bunker para toda a eternidade".

– Piper... – Annabeth sussurrou.

– Coitada da Silena.

– Precisamos fazer alguma coisa! – exclamou.

– Como o que?

– Vamos até o Febo. Ele pode ser um imprestável, mas ao menos tentará fazer algo.

– Né querendo ser chato ou coisa parecida... mas acho que vamos precisar de mais do que duas varinhas, uma caneta/espada e seu boné da invisibilidade.

– Tem razão. Precisamos de Tyson.

– Tá doida?

– Não. A única forma de achar e salvar Grover e Piper é com alguém que pode sentir o cheiro de um sátiro. Tyson pode nos guiar pelo encanamento. Vamos!

Annabeth puxou Percy até a cozinha e eles roubaram manteiga de amendoim. Tyson havia ficado com ela na sala comunal da Corvinal até que o ataque de pânico passasse e ele não parava de tagarelar sobre manteiga de amendoim. Dito e feito. Tyson apareceu em questões de segundo e os três partiram para sala de Febo Yew. O encontraram fazendo as malas, mas o ciclope o segurou com força e eles foram até o banheiro feminino no segundo andar. Para um ciclope, Tyson era extremamente dócil e pedia desculpas sempre que apertava os braços de Febo.

– Diana. – Percy chamou.

– O QUE VOCÊ QUER?! – grunhiu. – Ah, oi Percy.

Mesmo com o banheiro escuro, pode-se ver que as bochechas de Annabeth ficaram vermelhas de raiva. Tyson usava a mesma roupa da noite anterior, que pareciam se adaptar bem ao menino de 1.90m. O professor usava trajes amarelos e os meninos usavam o fardamento.

– A garota transparente é bonita. – Tyson sorriu.

– Diana... como... como você morreu? – Annabeth perguntou tentando ser o mais sensível possível.

– Foi terrível. Aconteceu bem aqui nesse boxe. – ela apontou para baixo de onde flutuava. – Eu me escondi aqui porque umas meninas da Sonserina estavam caçoando da minha trança. E eu ouvi um barulho, abri a porta para mandá-las irem embora e... morri.

– Só isso? – Percy perguntou e levou uma cotovelada de Annabeth.

– Alguma coisa a mais, Diana? – Annabeth perguntou, censurando Percy com o olhar.

– Lembro de ter visto dois olhos bem grandes cor verde bem ali. – apontou. – Perto da pia.

– Tyson, mantém ele segurado. – Percy instruiu.

– Certo primo. – Tyson assentiu.

Percy e Annabeth procuraram por todo o conjunto de pias e terminaram encontrando uma pequena cobra desenhada em uma das torneiras.

– É aqui. – disse Annabeth.

– Ótimo e como vamos fazer para abrir? – Percy perguntou.

Os dois tentaram todo tipo de feitiço que sabiam para abrir a porta, mas nada funcionou.

– Percy se concentra. Pensa no Grover e na Piper. Pensa em cobras ou qualquer coisa do gênero. Relaxa... deixa a conexão telepática falar por si só. Talvez assim você possa falar língua de cobra e... – Annabeth instruiu, mas foi interrompida por Tyson.

Ele disse algo em uma língua estranha. As pias se separaram e abaixaram, o tampo subiu e ficou flutuando. Um enorme buraco apareceu.

– Como você fez isso? – Percy perguntou.

– Ciclopes podem reproduzir voz humana. – Tyson deu de ombros.

Percy e Annabeth se entreolharam espantados. Ela sabia disso, só não sabia como Tyson sabia as palavras exatas.

– Tyson, como exatamente, você sabia que essas palavras abriam a entrada para o Bunker? – Annabeth perguntou.

– Eu gosto de andar pelo terreno da escola. As luzes, elas são tão bonitas. – o olho castanho dele se iluminou. – De uns tempos para cá eu aprendi a como entrar na escola, sabe, para pegar pasta de amendoim. Quíron me pegou uma vez e prometeu que cuidaria se mim se eu parasse de roubar. Antes disso, eu estava procurando a cozinha e me deparei com esse banheiro.

– E? – disse Percy.

– E eu lembro de que uma menina disse essas palavras depois de tocar na cobra desenhada na pia. Se abriu igual a como está agora. – ele deu de ombros.

– Que menina Tyson? – Annabeth perguntou.

– Eu não sei, não cheguei a ver o rosto dela. – Tyson ficou triste por não ter sido de grande ajuda.

– Não reconheci a voz. E você? – Percy disse.

– Também não. Diana, você sabe quem é essa menina? – Annabeth perguntou.

– Acha que eu presto atenção as pessoas que entram aqui?! – ela resmungou.

Percy e Annabeth se entreolharam novamente.

– Acha que Piper tem alguma coisa haver com isso? – ele perguntou.

– Pode ser. A família dela tem sido da Sonserina há séculos. – Annabeth respondeu com raiva de si mesma por ter descartado Piper só por ela ser boazinha.

– Bem, vamos. Descobriremos se foi a Piper ou não depois que sobrevivermos a isso. Tyson, larga ele. – Percy disse e Tyson soltou o professor com cara de fuinha.

– Muito obrigado meninos, agora... – ele tentou correr para fora do banheiro, mas o ciclope o segurou pela camisa.

– Você vai primeiro. – Annabeth apontou a varinha para ele.

– Não precisa usar da violência, senhorita Chase. – Febo disse com medo.

– Pule. – Percy apontou a varinha.

Febo virou-se para o buraco e engoliu em seco. Percy perdeu a paciência e deu um chute nas costas dele, que caiu gritando.

– Uau. – Tyson se assustou.

– Muito cruel? – Percy perguntou a Annabeth.

– Isso foi... muito Espartano da sua parte. – ela respondeu.

– Desculpa. – ele abaixou a cabeça.

– Eu gostei. – ela falou com a bochecha corada.

Os dois se entreolharam e deram as mãos.

– Juntos? – ele perguntou assustado.

– Juntos. – ela forçou um sorriso de confiança.

Eles pularam rumo ao desconhecido, sendo seguidos por Tyson.


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Notas finais do capítulo

Mudei alguns pequenos detalhes da mitologia grega (como o fato de Píton ter um filho).