Linha Tênue escrita por TAYAH


Capítulo 5
Maldita seja - Regina


Notas iniciais do capítulo

Depois de mil anos com o Nyah fora do ar, estou eu aqui de volta com mais um capítulo.
Bem, espero de coração que todos se emocionem tanto quanto eu quando escrevi esse cap. Eu realmente entrei nessa história de cabeça. E quero ver todos vocês amando como eu estou!

Obs: Depois dessa semana sem o Nyah, eu resolvi postar também em meu tumblr, que está no meu perfil.

Capítulo baseado no episódio 3x05

Boa leitura a todos!



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Aquele último dia tinha sido bem difícil. Mas eu só consegui pensar em tudo quando me deitei, após uma conversa amigável com Emma.

Depois de tantos anos eu reencontrei Tinkerbell, alguém que jamais imaginei rever na vida, ainda mais naquelas circunstancias.

Não sei o que teria me acontecido se Emma não tivesse aparecido. Não sei o que teria acontecido se meu coração não tivesse de fato das mãos daquela Fada. Eu não fazia nem ideia do como aquilo acabaria se meu coração não tivesse reagido daquela forma... Daquela forma tão peculiar e estranha... Não foi como apenas senti-lo batendo forte, isso era algo comum, mas ver... vê-lo brilhando e palpitando com a presença da salvadora, foi de me fazer tremer... tremer de medo... medo do que aquilo significava.

Eu sempre soube que Emma Swan seria a responsável de todos os finais felizes, mas nunca nem cogitei que eu poderia estar metida no meio de todos. Sempre achei que fossem todos, menos eu. Mas aquilo que vi... ver meu coração perder a escuridão com sua presença, foi a prova de que sim, ela era realmente a Salvadora. Mas como isso me afetaria? Como é que Emma iria realmente trazer o meu final feliz? Aquilo sim estava me tirando do sério.

Henry era meu final feliz, isso era um fato. Mas talvez só Emma pudesse dar a felicidade para ele, então isso a tornaria por tabela o meu final feliz também... Aquele era o pensamento mais logico que eu consegui alcançar naquele momento. Nada mais que se passava em minha mente era plausível para Swan ser também a minha Salvadora. Então preferi parar de pensar naquilo e continuar achando que meu coração só reagiu daquela forma por causa de Henry, antes que eu começasse a pensar besteiras e realmente tivesse certeza da minha loucura.

Por mais que eu quisesse não pensar mais no meu coração ou em Emma, era como se eu estivesse em um labirinto... Que maldição! Eu não queria morrer, e agradecia muito por Swan ter me salvo, mas se talvez ela não tivesse ido até lá, minha cabeça não estaria dando tantas voltas no mesmo ponto.

Eu estava naquela ilha para salvar meu filho, não para curar meu coração negro ou descobrir que aquilo tinha cura. E o pior de tudo, era que a cada minuto que se passava eu me sentia mais nua emocionalmente perto de Emma. Era como se cada vez mais, ela pudesse entrar dentro da minha cabeça e lavar toda aquela podridão dentro de mim.

Idiota, idiota, idiota! Onde eu estava com a cabeça quando resolvi ir atrás da Emma e lhe oferecer um chocolate? Onde eu estava com a cabeça quando me abri daquela maneira com ela? Já não bastava ela ter me visto exposta com a Tinker? Mas não... Eu tinha que ser legal, tinha que tentar cultivar aquela paz... Emma Swan, filha da mulher que desgraçou minha vida, responsável pelo meu filho está aqui, porque se ela não tivesse quebrado a maldição nada daquilo estaria acontecendo... Ela era culpada por tirar tudo que eu havia conquistado...

Ri da minha tentativa falha de voltar a odeia-la. Por mais que eu forçasse aqueles pensamentos negativos em relação a ela, eu já não conseguia sentir raiva, já não conseguia querê-la longe... Porque tudo que eu mais desejava depois de ter meu filho de volta, era que Emma me aceitasse, era poder conviver em paz com ela... talvez até... uma relação... amigável, com direito a conversas no sábado à tarde enquanto Henry tomava um sorvete.

Fiquei mais tempo pensando em tudo aquilo do que eu queria, dormir depois de muitas horas, ou minutos já que o tempo naquele lugar era irritantemente sem noção. 

Quem me acordou foi Hook, dizendo que ia buscar alguma coisa com David e que era para eu ir ajudar Snow e Emma com não sei o que das vinhas.

Levantei bufando de raiva, odeio ser acordada, ainda mais por alguém tão insignificante como aquele pirata metido a galanteador. Quem ele achava que era para me mandar fazer alguma coisa, que petulância.

Levantei meio desnorteada, eu não havia dormido nada e aquela cama não era era horrível. Logo avistei as duas amarrando umas vinhas umas nas outras, o que exatamente elas estavam fazendo? Eu precisava de um café, forte, bem forte. Fiz meu café surgir em minha mão, olhei para elas mais uma vez e revirei os olhos com raiva de mim, mas eu fiz... fiz um para cada uma delas também.

— Hey. – Chamei a atenção delas e estendi os cafés. – O que estão fazendo? – Emma pegou um dos copinhos, dando um sorriso de canto como agradecimento e bebeu logo em seguida. Mary Margaret não pegou o dela, apenas ficou me olhando curiosa.

— Se não quer beber é problema seu. - Recolhi minha mão.

— Só não confio em nada que venha de você.

— Então fique sem... – Sorri com ironia e bebi o meu com a melhor cara possível, lhe mostrando o quanto estava saboroso.

— Me da! – Emma pegou da minha mão e estendendo a Snow. – Pode tomar, está do jeito que você gosta. – Ela sorriu confiante para mãe. – Com canela...

— Podem me dizer o que estão fazendo? – Perguntei pela segunda vez.

— Precisamos falar com Henry. – Emma disse após um gole de seu café. – Ele não pode perdes as esperanças, ele tem que saber que estamos aqui, e que vamos resgata-lo! Precisamos mandar um recado.

— E como vinhas vão nos ajudar com isso?

— Vamos fazer uma armadilha para capturarmos algum menino perdido. – Foi Snow quem respondeu.

— Você querendo capturar alguém? – Achei graça. – Logo você? A mais pura e boa Snow White? – Nada melhor que provoca-la para meu humor melhorar.

— Não vou arrancar o coração dele, nem lhe fazer nada de ruim, Regina... – Tentou me atingir eu apenas ri.

— Não tem problema, eu mesma faço isso querida. 

— Nem ouse chegar perto dele ok?! 

— Podemos resolver isso depois? – Emma disse sem paciência. – Ainda nem terminamos de fazer a armadilha e vocês já estão brigando... Vamos terminar logo com isso.

Eu não disse nada, apenas sorri para Emma lhe mostrando o quanto eu estava me divertindo em irritar sua mãe, que por sua vez revirou os olhos e bufou. Não sei o que eu gostava mais, de irritar Mary Margaret ou Emma Swan.

Em pouco tempo terminamos com a armadilha, colocamos em um lugar estratégico e esperamos cada uma em um lado, escondidas a espera de um menino perdido. Não demorou até que um deles surgiu. Com agilidade Snow atirou uma flecha fazendo a armadilha cair em cima do garoto. Corremos até ele que nos recebeu amargamente.

É claro que ele não iria nos ajudar, é claro que ele não faria nada que a gente pedisse, mas eu deixei Emma tentar do jeito que sua mãe desejava, até um chocolate eu ofereci amigavelmente para ele, que o jogou longe começando a dizer coisas horríveis, de que era tarde demais e que Henry já era um menino perdido.

Foi naquele instante em que Emma parou de argumentar e reagiu. Foi para cima dele, o segurando pelo colarinho da blusa, o encostando a árvore quase o estrangulando, enquanto ele continuava a dizer, que Henry era o pior que todos daquela ilha, de como ele já era um menino perdido e que não havia nada que pudéssemos fazer.

Confesso que eu adorava quando Emma era daquele jeito, quando ela deixava seus instintos falarem mais alto. Quando ela saia da barra da mamãezinha e fazia o que devia ser feito. Nada mais excitante do que vê-la querendo estrangular aquele demoniozinho. Eu conseguia sentir a adrenalina passar por todo o meu corpo, eu queria ver Emma perder ainda mais o controle. Mas Mary Margaret a puxou assustada, cortando toda a diversão do momento.

Era então a minha vez de entrar em cena, eu mesma iria arrancar o coração daquele garoto e fazer com que ele nos obedecesse. Antes mesmo de dar um passo Snow entrou a minha frente.

— O que pensa que vai fazer? – Snow estava nervosa mas tentou ser firme. 

— Fazer o que já tinha que ter feito desde o inicio. – Falei em tom alto e raivoso para Snow. – Vou arrancar o coração dele, só assim ele vai fazer o que mandarmos! – Eu já estava impaciente, mas expliquei para ela.

— Não é assim que vamos resolver isso! Emma e eu vamos arrumar um jeito de chegarmos até Henry! – Ela também estava com raiva e eu ri da inocência dela. O meu jeito era o único jeito, disso eu tinha certeza.

— Sério? – Eu perguntei com um sorriso debochado para Mary, mas rapidamente me virei para Emma falando diretamente com ela. – O que você quer fazer, Emma? – Ela estava nitidamente desesperada. Olhou para Snow por milésimos de segundos voltando seu olhar para o meu em seguida.

— Acho que precisamos falar com nosso filho. – Emma estava ofegante como se vomitasse aquelas palavras em mim. Eu sorri de satisfação, era aquilo que eu queria ouvir.

— Não! – Mary ficou desesperada. – Não podemos fazer isso, é brutal! – Emma foi empurrando ela para o lado.

— Não podemos, mas ela pode! – Emma a segurava, enquanto Snow continuava a dizer que não.

— Emma, não... não! – Mary se debatia nos braços da filha. Aquilo sem duvidas havia sido uma grande decepção para ela. Mas pouco me importava, eu amei ter Emma ao meu lado naquela situação.

— Faça Regina. – Emma deu a última palavra ainda segurando sua mãe, que agora chorava como se eu tivesse realmente matando o garoto, mas que idiota, eu não ia machucar ele. – Me desculpe... – Eu ouvi Emma dizer a Snow no mesmo instante em que arranquei o coração do menino perdido.

Agora ele era meu, agora aquele menino perdido me pertencia. Com seu coração batendo em minha mão ele faria o que eu mandasse. Mesmo eu já tendo feito aquilo um milhão de vezes, aquela foi diferente, eu me senti estranha, porque eu não estava sozinha, Emma havia me deixado fazer aquilo. E o seu consentimento, mesmo que fosse por um bem maior, fez com que eu me sentisse distintamente aceita.

Enquanto eu desamarrava o garoto, Emma se recuperava e Snow despejava suas bondades e verdades em cima da filha. Por alguns segundos me senti insegura achando que Swan a escutaria e mudaria de ideia. Mas não mudou deixando-me terminar o que eu tinha começado.

Em vez de enviarmos uma mensagem a Henry como elas haviam planejado, enviamos um dos lados do meu espelhinho, assim poderíamos vê-lo e falar diretamente com ele. Era bem melhor do que enviar um recadinho, do qual meu filho talvez nem mesmo acreditasse.

Esperamos onde estávamos, enquanto eu ia comandando o menino perdido pelo seu coração. Logo ele chegou ao acampamento e entregou o espelho ao Henry.

Aquele momento em que vi meu filho pelo espelho, em que o vimos e falamos com ele foi único e especial. Foi mais rápido do que eu queria, mas foi o suficiente para me aquecer o coração. Eu estava com tanta saudade, eu queria tanto poder abraça-lo, que quase abracei Emma quando ele sumiu do espelho, mas eu me controlei. Não podia ser impulsiva a ponto de abraçar a outra mãe do meu filho do nada. Me afastei ainda sorrindo, me sentindo feliz por tão pouco, por apenas saber que ele estava bem e vivo.

Voltamos para o acampamento. No caminho Mary Margaret fez o que sabia fazer de melhor na vida. Ser uma chata irritante, ainda falando do acontecido de Emma ter me deixado arrancar o coração do demoniozinho. Snow estava falando tanta baboseira que meus ouvidos estavam sangrando. Até defendi Emma para que ela parasse de falar, mas meus ouvidos só tiveram paz quando chegamos ao acampamento junto com Charming e Hook.

Não sei bem qual era o motivo da melação, mas Snow e David começaram a se beijar como se não tivesse mais ninguém presente. E eu não precisava ver aquilo, então resolvi da uma volta, ir até o lago, ficar sozinha sem todo aquele encantamento me rodeando.

Não fiquei nem dez minutos olhando a água. Aquele lugar irritantemente fazia-me lembrar de Emma. Não que lembrar dela fosse algo tão estranho, já que desde que ela havia entrado em minha vida, era só nela que eu pensava. Seja querendo mata-la ou manda-la para bem longe, Emma Swan nunca saia da minha cabeça.

O que realmente me irritou naquele lugar foi lembrar-me de como me senti, de como que lutei comigo mesma para não espia-la quando saia do banho. De como eu me senti confusa por não entender o porquê daquela curiosidade insana.

Sai de lá quase correndo. Eu só queria entender, mas quanto mais eu tentava, mais eu me assustava. O que estava acontecendo comigo? Eu odeio toda a família Charming, e eles também me odeiam. Mas porque Emma é diferente? Porque ela não me trata como todos os outros? Porque ela consegue me desvendar e saber o que sinto apenas com olhares?

“Maldita seja Emma Swan”... Eu murmurei comigo mesma antes de ouvi alguma coisa atrás de algumas árvores e moitas. Aproximei-me como um felino, eu não queria ser notada. E ao ver quem eram meu coração disparou levando uma coisa completamente distinta para todas as partes do meu corpo... O que eles estavam fazendo ali?

— Você realmente salvou a vida dele? – Emma perguntou para Hook que estava mais próximo dela do que deveria.

— Sim... – Ele disse com aquele sorriso nojento, como se fosse o homem mais desejado de todo o mundo. – Está surpresa?

— Bem... É que você e David não são exatamente... como você diz... companheiros... – Ela disse com um sorriso de canto que fez meu coração doer. Porque ela esta sorrindo para ele?

— Não significa que eu deixaria ele morrer aqui. – Ele ainda sorria como um cafajeste, aquilo me dava vontade de vomitar. Como Emma conseguia conversar com ele? Ele era tão imbecil.

— Obrigada. - Emma respondeu séria, mas meu coração ainda estava... não sei ao certo, doendo? E uma raiva passava por todo o meu corpo.

— Não era esse tipo de agradecimento que eu estava esperando. – Ele disse dando meio passo em sua direção.

Ele estava flertando com ela, ele estava mesmo querendo alguma coisa com ela. E Emma não estava fazendo nada para impedir. O ar começou a me faltar, alguma coisa estava me deixando cega. Uma bola de fogo surgiu em minha mão sem ao menos eu pensar em fazê-la. Eu queria arrancar o coração daquele pirata e esmaga-lo com todo o prazer do mundo. Do mesmo jeito que eu havia feito quando descobri que Graham tinha a beijado, só que dessa vez queria vê-lo morrer diante dos meus olhos. Ele não tinha o direito de flertar com Emma e ela não podia está dando aquela liberdade para ele.

— Mas é para isso que o obrigada serve. – Emma sorriu mais uma vez, fazendo meu coração se encher de dor. Porque eu estava com tanta raiva, porque meu coração estava doendo tanto?

— É só isso que a vida do seu pai vale para você? – Ele deu mais um meio passo em direção a ela. Eu estava quase gritando, quase indo lá e acabando com aquela palhaçada, mas meu corpo parecia não me pertencer, eu estava estática.

— Por favor... – Ela disse ainda com aquele sorriso de canto. Ela também estava flertando com ele? Senti meu rosto quente, eram lagrimas descendo sem ao menos eu perceber. Porque eu estava chorando? – O que exatamente você quer Hook?

Foi naquele instante em que o pirata asqueroso puxou Emma pela cintura e a beijou com toda a sua vontade. Eu virei as costas, era demais para mim. Eu não conseguiria suportar nem mais um segundo olhando aquela cena. Eu corri pela mata completamente cega pelas lagrimas. Uma dor absurda em meu coração. Uma dor tão insuportável que eu estava quase o arrancado para ver se melhorava. Um tipo de adrenalina completamente estranha passando por todo o meu corpo. Eu não queria mais sentir aquilo, era tão doloroso.

Não era exatamente igual, mas a única vez que senti uma dor tão grande como aquela, foi quando Daniel morreu.

Quando Daniel morreu. Daniel...

Eu parei de correr no mesmo instante em que aquele pensamento veio até minha cabeça. Fiquei paralisada pela segunda vez em menos de cinco minutos. Eu havia acabado de comparar o que senti ao ver Emma beijando Hook, com o que senti quando perdi Daniel.

“Não... Não... Não pode ser...” Eu murmurei completamente desesperada. Minha respiração desregulada, e meu sangue fervendo pelo meu corpo. “Por favor, não pode ser.” Eu disse para mim baixinho entre lagrimas.

Respirei fundo e tomei uma decisão eu tinha que me afastar de Emma, eu tinha que me separar deles. Eu não podia e nem aguentaria ficar nem mais um minuto perto dela depois daquilo.

Limpei minhas lagrimas e caminhei rapidamente mais um pouco até o acampamento. Mary e David estavam sentados em um tronco conversando felizes. Quis arrancar os olhos deles por estarem me olhando. “Nunca me viram na vida?” eu pensei, mas não era momento de brigar e sim de sair dali.

Com apenas um movimento magico de minhas mãos, todas as minhas coisas se juntaram em uma bolsa. A peguei com pressa o que chamou ainda mais atenção daqueles dois idiotas. Olhei para eles com toda a raiva do mundo o que fez Snow se levantar e me olhar tentando me analisar. Senti que ela ia dizer alguma coisa, mas eu não deixei, virei as costas e sai andando, praticamente correndo.

Sai andando sem rumo. Minha cabeça parecia que ia explodir. Todo meu corpo estava doendo, como se mil cavalos tivessem passado por cima de mim. Eu estava tão confusa, tão assustada que por mais que eu quisesse nunca mais ver Emma em minha vida, meu outro eu pedia desesperadamente pelo colo dela. Como se tudo isso de ruim que eu estava sentindo só pudesse ser curado por ela... a mesma pessoa que estava me causando àquelas sensações tão insuportáveis.

Que porcaria de vida, porque tudo tinha que ser tão complicado? Tão difícil e doloroso. Porque eu não pude ter uma vida normal? Porque Emma tinha que ser Emma? Porque ela tinha que ser a salvadora? Porque ela tinha que ser filha da Snow? Porque ela tinha que ser mãe do meu filho? Porque ela tinha que deixar aquele imbecil beija-la? Porque ela não se afastou? Porque?

“Eu te odeio” eu disse em voz alta, querendo me convencer que odiava Emma Swam. Naquele momento eu ouvi alguma coisa rapidamente se aproximar de mim. Maldita hora para encontrar alguém no meio da mata.

— Regina? – Era Emma quem se aproximava. – Regina? – Sua respiração estava alterada, mostrando que ela havia corrido até aqui. Mas eu não me virei segui em frente, eu não queria olhar para ela. – Espera! – Ela disse ao me alcançar. – Onde você está indo? – Segurou em meu braço, fazendo-me olhar para ela. – O que aconteceu? Onde você está indo? – Eu sabia que ela podia ver toda a raiva e dor que estavam em meus olhos. Do mesmo jeito que eu conseguia ver a preocupação nos seus.

— Me solte, Swan. – Eu disse seca puxando meu braço bruscamente, dei as costas para ela voltei a caminhar. Mas ela não iria desistir, disso eu tinha certeza.

— Espera! – Veio atrás de mim, eu apenas apertei o passo. – Qual o seu problema Regina? – Ela gritou parando de andar, fazendo-me também parar. Respire fundo, mas não consegui me controlar.

— Qual o meu problema, Swan? – Eu gritei virando-me e indo para cima dela a fazendo dar passos para trás. Seus olhos estavam assustados. – Você ainda tem coragem de me perguntar qual o meu problema? – Meu coração pulava de raiva dentro do meu peito e minha respiração estava nitidamente altera. – Enquanto eu estou aqui nessa maldita ilha com vocês procurando por meu filho... Você desperdiça meu tempo com seu romancezinho da vez... Eu não vou mais jogar meu tempo fora, é a vida do meu filho que está em jogo!

— Romance? – Ela perguntou confusa como se eu tivesse falado em outra língua. Além de idiota era sonsa também? – Do que você está falando?

— Do que eu estou falando, Swan? – Eu gritei me aproximando ainda mais, ela já estava encostada em uma árvore, mais um passo eu conseguiria segurar em seu pescoço. – Estou falando do seu momento de amor. – Eu disse com ironia. Seus olhos estavam confusos e até um pouco assustados. – Do seu lindo beijo com aquele pirata imbecil. – Eu não consegui controlar, uma lagrima de formou no canto de um dos meus olhos. Sua expressão mudou, de confusa passou para algo parecido com arrependimento – Eu não estou aqui de férias como você, Swan... Eu quero meu filho de volta e se você não esta disposta a me ajudar, quero que você saia do meu caminho. – Eu usei as palavras dela.

— E-eu não beijei ele! – Ela falou baixou quase envergonhada. Eu apenas ri debochadamente.

— Eu vi, Swan! – Gritei novamente fazendo-a me olhar ainda mais assustada. – Eu não estou aqui para isso, enquanto você está ai em busca de novos amores eu só quero meu filho de volta! – Dei as costas para ela dando alguns passos me afastando, tentando me recuperar de alguma maneira.

— Olha aqui! – Foi ela que gritou dessa vez. – Eu não sei o que você viu, mas isso também não te interessa! O que eu faço ou deixo de fazer não é problema seu!

— É problema meu sim! – Eu disse aos gritos me virando bruscamente para ela, invadindo ainda mais que antes o seu espaço pessoal. Seu rosto estava a cerca de centímetros do meu. – É meu problema a partir do momento em que isso pode interferir na busca pelo meu filho. – Seus olhos assustados tentavam desesperadamente me entender.

Ela não disse nada. Ficamos nos olhando por segundos que pareceram horas. Sua expressão era séria, mas seus olhos me diziam mil coisas, ela queria me entender, ela queria entrar em minha mente. Mas eu não iria permitir, não mais. Seu olhar fixo nos meus se desviaram rapidamente para meus lábios no mesmo instante em que eu olhei os dela, que estavam franzidos como se as palavras estivessem presas em sua boca.

Eu me afastei, aquele contato visual durou mais tempo do que deveria, eu poderia perder ainda mais a cabeça se continuasse tão próxima a ela.

Fiquei de costas tentando realmente voltar ao controle sobre mim. Pude ouvir Emma respirar fundo umas duas ou três vezes. Ela também estava tentando se acalmar, era nítido o quanto também havia sido difícil para ela a nossa discussão.

— Olha... – Ela estava mais calma. – Eu não sei exatamente o que você viu... Mas eu não o beijei... quero dizer, ele me beijou... Mas eu o empurrei... Não que você tenha alguma coisa a ver com isso... Mas quero deixar claro que minha única intenção nessa porcaria de ilha é resgatar nosso filho. – Ela disse nosso e aquilo doeu de uma menina estranha dentro de mim...uma maneira gostosa... Ela já havia dito mais cedo. Mas naquele momento soou de uma maneira complemente diferente. – Então seja lá o que você estava pensando em fazer... Não faça, temos que ficar juntas, essa é a nossa melhor chance de tê-lo de volta.

Eu ouvi tudo que ela disse de costas, fiquei mais alguns segundos daquele mesmo jeito, até conseguir me virar e encarar seus olhos outra vez. Que diferente de antes pareciam me pedir desculpas e tentavam me passa confiança. Eu ainda estava com raiva, com muita raiva, mas consegui controlá-la.

— Eu não tenho mais tanta certeza. 

— Por favor, vamos voltar para lá, descansar um pouco e continuar com a busca. Sem você, essa equipe não será a mesma, você é uma das partes principais do jogo. – Sua respiração ainda estava alterada, mas ela matinha a calma.

— E quem é a outra? Hook? – Eu disse como se tivesse veneno na voz.

— Não... – Ela revirou os olhos e faz uma pequena pausa. – Mas acho que chegou a hora de você me ensinar alguns truques de magia. – Então era ela a outra parte. Eu sorri por dentro, mas me mantive séria. – Vamos voltar? Por favor? – Ela fez aquela carinha que Henry sempre fazia quando queria muito alguma coisa.

— Está bem. – Eu disse a contragosto o que a fez sorrir de canto. Meu coração se acalmou com aquele simples sorriso. Maldita seja Emma!


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Notas finais do capítulo

Me digam por favor, o que acharam? Preciso saber o que vocês pensam sobre tudo isso!
Está tudo indo na direção certa? Ou acham que estou fazendo besteira?