Linha Tênue escrita por TAYAH


Capítulo 3
Uma história complicada - Regina


Notas iniciais do capítulo

Desculpem pelos nomes dos capítulos, não sou muito boa com isso. Mas o que realmente importa é o real conteúdo.
Espero que gostem desse capítulo, como eu gostei de escreve-lo.
E se tiver alguma coisa que não esteja agradando, por favor me falem. Não deixem de comentar, isso é realmente importante.

Capítulo baseado no episódio 3x03
(O próximo capítulo também será baseado no 3x03, digo parte dele)



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Depois que o mapa foi revelado, Emma me deixou sozinha para celebrar com a família feliz e seu namoradinho idiota. Mas ela não me deixou simplesmente, ela me quebrou antes disso. Me disse coisas que fez meu coração doer, que me fez lembrar de quem eu realmente era. De quem eu teria sido se não fosse por aquela sem sal.

E lá estava eu, sentada naquela pedra, completamente esquecida. Aposto que se eu sumisse ninguém sentiria minha falta. Nem mesmo Henry repararia que eu não estava lá quando toda a família encantada o resgatasse. Eu poderia ser mesmo tudo aquilo que Emma havia dito, mas acho que mesmo se eu me redimisse eu nunca seria vista como uma... amiga. Até mesmo Swan que conseguia me decifrar, nem mesmo ela conseguiria ter algum sentimento a mais do que tolerância por mim. Eu nunca seria aceita de verdade, para eles eu sempre ia ser uma obrigação por causa de Henry... E por mais que aquela magia para faze Emma dormir tenha me mostrado sentimentos bem estranhos, eu não acreditava que podia haver uma paz fraternal entre todos daquela família que eu fazia parte.

Uma vez Rainha má, sempre Rainha má. Não importava o que fizesse, isso nunca ia mudar, eu sempre seria a vilã.

Fechei os olhos com força deixando as lagrimas partirem, não ser amada e está sozinha sem duvidas é a maior maldição de todas. Swan se sentia sozinha, mas ela ainda tinha seus pais e meu filho a via como uma heroína. Queria poder dar tanto orgulho a ele como ela dava... Eu sabia que Henry me amava, mas tenho certeza que o amor que ele sentia por mim nem se compara com o que ele sentia pela sua verdadeira mãe, a Salvadora.

Limpei minhas lagrimas e me recompus, momentos de fraqueza são comuns, ainda mais em situações como aquela, o que não podia era deixar aquilo tomar conta de mim. Respirei fundo e resolvi colocar uma pedra em cima de tudo aquilo, não tinha como apagar o passado, nem fazer todos me amarem. A única coisa que eu ainda podia fazer para ser feliz... era ver meu filho feliz.

No acampamento todos ainda falando do mapa, felizes por terem conseguido. Snow e David com o pergaminho em mãos tentando decifrar alguma coisa, enquanto Hook rodeando Emma como um urubu, aquilo era demais para mim, eu não precisava passar por aquilo. Toda aquela alegria era de dar ânsia.

Deitei-me em minha cama, fechei os olhos e tentei dormir.

Acordei não sei quantas horas depois, isso de não ter noção de tempo em Neverland era horrível. Olhei ao redor e o casal arco-íris estava sentado em sua cama, estavam abraçadinhos e felizes. Hook afiava seu gancho e bebia seu rum ao mesmo tempo... Ele era mesmo um inútil! Já Emma não estava por perto... Ou eu não dormi nada, ou eu dormi muito. Me levantei sentindo a cabeça rodar, eu precisava de um banho, água sem duvidas iria me ajudar.

— Ainda bem que acordou, Regina. – Snow disse de onde estava. – Logo vamos partir.

— Quanto tempo eu dormi? – Eu realmente queria saber.

— O bastante, assim como todos nós. – Mesmo sem sorrir sua voz era sorridente.

— Eu vou... – Eu ia me explicar para ela, mas desisti, ela não tinha nada haver com o que eu fazia ou deixava de fazer. - Só me esperem, não vou demorar... – Falei sem nenhuma paciência dei as costas, entrei na mata e fui em direção ao lago que havia próximo.

Eu precisava daquele banho nem que fosse só um mergulho, eu tinha que descarregar tudo aquilo de algum jeito. Eu seria rápida, nada mais que alguns minutos.

Chegue na beira do lago já tirando meu blazer e minhas botas... Mas quando comecei a tirar minha blusa ouvi um barulho, de imediato fiz uma bola de fogo em minhas mãos. Algo se mexeu na água, eu já estava preparada para atirar, quando Emma saiu de trás de uma pedra.

— Por Deus! – Emma se tampou e foi para trás da pedra. Meu coração foi na boca pelo susto. Porque ela tinha que esta ali para estragar meu banho? – O que você esta fazendo aqui? – Praticamente gritou.

— Vim espiar você no banho é claro! – Revirando os olhos. Mas que pergunta idiota a dela! - O que mais eu teria vindo fazer aqui, Swan? – Coloquei as mãos em minha cintura impaciente.

— Não sei... – Ela ainda estava atrás da pedra. – Mary Margaret não te disse que eu estava aqui?

— E você acha que eu perguntei por você? – Era só o que me faltava ficar perguntando onde a Srta. Swan estava.

— Tanto faz, Regina, eu já estou saindo. – Ela colocou a cabeça para fora da pedra para me olhar. – Você quer olhar para lá, por favor. – Ela que parecia esta irritada agora, eu sorri de canto achando engraçado.

— Quer uma toalha, Swan? – Perguntei com meu melhor sorriso irônico, sem me virar como ela havia pedido, aquilo era cômico.

— Claro que quero Regina, se puder também, eu gostaria de um café com canela, por favor! – Ironizou.

— É para já, Srta. Swan. – Eu estava me divertindo com aquilo, nada mais prazeroso do que ver a cara de raiva dela. Com magia eu fiz uma toalha e um café com canela como ela pediu, segurando um em cada mão. – Aqui está. – Eu queria rir, mas me contive com meu sorrisinho.

Eu vi que ela revirou os olhos com raiva de tudo, mas também pude ver que havia adorado que eu tinha feito, não mais que eu. Mas que havia se divertido com aquela brincadeirinha ela também tinha.

— Coloca ali para mim... – Apontou para uma pedra, onde vi que estavam também suas roupas. – O café você pode ficar segurando. – Me desafiou. – E vire-se que eu vou sair.

Sem dizer nada, ainda achando engraçado eu fiz o que ela mandou, exatamente tudo, com magia é claro, não me movi de onde estava, fiz a tolha aparecer onde ela queria enquanto segurava o café.

Confesso que alguma coisa dentro de mim, como se eu tivesse possuída, queria que eu espiasse Emma se vestindo, mas eu consegui ser forte e derrotei aquele demônio dentro do meu ser... Aquela terra era realmente maldita, ou eu estava ficando maluca. Quando finalmente ela se aproximou de mim, eu me virei e lhe entreguei o café.

— Espero que ainda esteja quente. – Ela disse séria levantando uma sobrancelha, mas seus olhos sorriam, ela estava brincando. Ainda sem dizer nada eu passei a mão pelo café e o fiz ficar quente outra vez. – Eu não vou beber isso... – me devolveu desconfiada. - Deve está envenenado.

— Não seja idiota. – Eu peguei de sua mão e dei um gole, ela me olhava engraçado, como se quisesse entender o que eu estava fazendo. – Viu, eu não morri. – Devolvi para ela que ficou me olhando ainda mais desconfiada.

— Você está de bom humor? – Perguntou com um sorrisinho torto.

— Não, muito pelo contrario, você estragou minha ideia de banho. – Falei tentando ser a mais séria possível, mas ela sorriu de canto e semicerrou os olhos, como se percebesse que eu estava mentindo. Eu até poderia ter ficado irritada de imediato, mas passou assim que comecei a implicar com ela.

— Ainda pode tomar seu banho. – Ela fez uma espécie de reverencia para o lago com uma das mãos.

— Não quero mais. – Agi como Henry quando fazia pirraça.

— Então fique suja! – Ela revirou os olhos impaciente.

— Não mesmo! – Eu fiz magia me contornado com fumaça roxa, fazendo-me ficar linda, limpa, perfumada e maquiada, meu banho de lago era apenas para relaxar, não para me limpar. – Bem melhor... – Sorri vitoriosa. 

Emma bufou como se eu tivesse roubado em um jogo. Tomou um gole do café e fez a mesma cara que Henry sempre fazia, aquela carinha de hum, que gostoso. Eu ri por dentro, mas fingi impaciência. Ela não precisava saber que eu achava aquilo engraçadinho... Eu achava? Eu precisava ficar longe dela isso sim. Emma Swam estava tirando minha concentração mais do que deveria, e levando com ela a minha sanidade também. Eu tinha que entender qual era o meu problema.

— Já que você estragou meu banho. Vamos logo voltar para aqueles idiotas, temos que encontrar meu filho. – Emma bufou no mesmo instante em que dei as costas  – E de nada pela toalha e seu café. – andei mais rápido não queria ficar de conversinha.

Chegamos logo ao acampamento, de imediato o imbecil maior foi na direção da Emma, logo o casal alegria se juntou a eles. Porque aquele pirata irritante tinha sempre que chegar tão perto dela, parecia um cachorro no cio... Fiquei mais afastada, mas ainda sim ouvindo a conversa. Hook falava em encontrar uma fada, uma fada que ele havia conhecido em sua estadia naquela terra maldita. Eu nem imaginava de quem ele estava falando até que Emma, com a cara mais confusa do mundo perguntou se era a Tinkerbell... De cara toda uma historia se passou em minha mente, todo um passado explodiu em minha cabeça. Não era possível ser a mesma fada. E como assim Emma conhecia Tinkerbell?

Todos concordaram em ir atrás dela para pedir ajuda... todos menos eu. Mas quem ligava para minha opinião? Apenas os segui até certa parte do caminho, uma coisa não entrava na minha cabeça, eles estavam indo atrás da Tinkerbell pela magia dela, pela porcaria daquele pó de fada. Mas eu também tinha magia, qual era o problema com a minha magia? Foi então que a melhor ideia do mundo veio em minha cabeça. Se era a magia que eles queriam e só a minha não servia, eles não precisavam da Tinker, eu e Emma poderíamos fazer isso, como fizemos para salvar a cidade... Juntas, sem duvidas somos muito mais poderosas do que aquela fadinha... E aquele pó encantando dela nunca serviu para nada mesmo.

— Emma... – Eu a chamei em tom baixo me aproximando dela. – Emma...? – Eu peguei em seu braço a fazendo virar para mim. – Acho que não precisamos dela. – meu tom ainda baixo, não queria que ninguém nos ouvisse. – Existe outra maneira...

— Existe é? Qual? – Séria e sarcástica ao mesmo tempo, levantou as sobrancelhas impaciente.

— Magica! – Eu disse mais animada do que deveria, existia uma empolgação espontânea quando minha em relação a Emma.

— Não, nada das suas magias. As duas últimas não deram nada certo! – Certa de sua decisão ela voltou a caminhar. 

— Mas eu não estou falando da minha magia, e sim da nossa magia! –  Fui falando atrás dela, tentando a convencer. 

— Não! – Se virou para mim. – Eu não estou interessada nisso... – Sua expressão era de impaciência, mas seus olhos estavam apavorados com a ideia. – Uma coisa que aprendi, Regina, é que toda magia vem com um preço.

— Mas às vezes... – Eu tinha que convence-la a concordar, precisava faze-la perder aquele medo. – Às vezes não usá-la também pode vir com um preço... E eu aposto que eu e você juntas, somos muito mais fortes que a Tinker e qualquer outro... E ainda podemos derrotar aquele garoto metido a vilão. – Disse com desdém me referindo ao Pan.

— E se você estiver errada? E se não formos? – Me desafiou ainda com medo. – Estamos falando da vida de Henry!

— Eu sei, por isso acho que nossa melhor chance é juntas e não com aquela fada. – Falei com mais raiva do que deveria, eu sabia que Tinkerbell nunca iria me ajudar.

— Não Regina, eu não gosto desse seu plano, acho que a melhor chance que temos no momento é sim com ela. – Emma me analisava, eu podia sentir que tentava decifrar o que tinha por trás da minha seriedade.

— E esse plano é o melhor por quê? – debochei - Só porque foi seu namorado que deu a ideia? – Saiu com mais raiva do que devia, raiva de Hook e raiva dela. Qual era o problema com as minhas ideias? Henry era meu filho, responsabilidade minha e não daquele idiota galanteador, que estava muito mais preocupado com fisgar a Emma e com seu rum do que com a vida de Henry.

— Meu namorado? – Me olhou sem entender – Hook? Qual o seu problema, Regina? – Eu respirei fundo e tentei voltar meu eu.

— Desculpa… - O que estava acontecendo comigo? – Eu só quero meu filho, estou preocupada com ele.

— Não... Não é só isso... – Ela me olhava daquele jeito como se soubesse o que eu estava pensando. – E também não é só o Hook... – Seus olhos eram invasivos, pareciam que viam dentro da minha alma, aquilo era bem incomodo. – O que você fez com ela? – Como ela conseguia me ler daquela maneira?

— O que? – Eu me fiz de desentendida. - Porque acha que fiz alguma coisa?

— Você conhece ela... Eu vi a cara que você fez quando eu disse o nome dela... A conhece da Floresta Encantada não é? – Até quando acho que ela não está reparando em mim ela estava – Então... O que foi que fez com ela? Matou o irmão? Não já sei, arrancou o coração da mãe dela! – Me acusou irritada.

— Ela não é um anjinho ok!? E ache o que você quiser... – Revirei os olhos impaciente pelas acusações... Até quando eu não fazia nada eu levava a culpa. Não que eu não tivesse feito alguma coisa, mas acho que não fiz nada demais, não daquela vez... – Está bem... – Eu disse tentando manter a calma. – Digamos que a gente tenha tido uma historia complicada...

— Eu sabia. 

— Ok... Você não precisa saber dos detalhes... Mas se ela me ver... – Eu fiz uma pausa lembrando das coisas que aconteceram entre eu e Tinker. – Se ela me ver, não vai querer nos ajudar e se você acha mesmo que ela que vai ser útil, o melhor é que eu não esteja com vocês, para não estragar a Operação Henry...

— Operação Henry? – Seus olhos sorriram.

— É... – Meu coração doeu naquele momento, eu queria tanto meu filho de volta, e chamar aquele resgate de Operação Henry era o mais próximo que eu tinha dele. – É como eu tenho chamado em minha cabeça... Por que...

— Porque é como ele chamaria... – Eu senti a saudade dele em sua voz.

— Ele teria arrumado alguma coisa melhor... – Eu sorri de canto. – Mas isso foi o melhor que pude fazer... – Henry era tão parecido com ela... As caras que ela fazia às vezes dói em mim, porque sempre o via ali... Pensando bem, Emma era o que tinha de mais próximo de Henry, tê-la ao meu lado é como ter parte dele aqui comigo o tempo todo. Eu podia ver também que eu estava atrapalhando a Operação Henry, porque eles eram uma equipe, e eu apenas um encosto para Emma e os outros idiotas.

— Certo, então quando a gente acha-la nós voltamos para você...

— Não, não se preocupem com isso, acho melhor vocês seguirem sem mim. – Eu deveria ter feito aquilo desde o primeiro momento. – Só ache o Henry... – Eu só queria meu filho salvo e feliz.

— Do que você está falando, Regina? Foi tão grave assim o que você fez para Tinkerbell? O que você fez com ela?

— O que sempre faço com as pessoas. – Eu não consegui olhar para ela.

— Não importa, não vou deixar você, vou voltar para te buscar. – Falou com firmeza na voz e segurança nos olhos. E antes que eu pudesse dizer alguma coisa ela deu as costas e se foi.

“Não vou deixar você” “Não vou deixar você” “Não vou deixar você”... Aquela frase ecoou em minha mente de uma maneira surreal. O efeito que ela me fez foi como se tivesse dando um abraçado apertado em meu filho. Eu me senti segura com aquilo, confortável, como se ela realmente se preocupasse comigo. Por mais louco que fosse minha relação com Emma, suas últimas palavras fizeram com que eu não me sentisse mais tão sozinha.

Por mais que Emma estivesse me mostrando seu companheirismo, por mais que ela pudesse me ver como eu realmente era, por mais que ela talvez até gostasse um pouco de mim. Eu não acreditava que ela podia realmente ser próxima à mim. Talvez aquilo fosse o máximo que eu teria dela, talvez o máximo que ela pudesse me dar... Nada mais do que colegas e mães do mesmo filho...

— Uma história complicada? – Eu levei um susto, é claro que eu levei, minha mente estava longe dali, que nem a ouvi se aproximando. Era Tinkerbell saindo dos arbustos. – É assim que você descreve? – Ela estava com raiva e sua aparência péssima.

— Você está horrível. –  O que aconteceu com aquela doce fadinha?

— Está tentando me provocar? – Raiva era tudo que ela era, pura raiva.

— Venha me pegar, Tinkerbell! – Eu a desafiei.

— Você se acha muito esperta não é? – Me desafiou de volta – Mas dessa vez, Regina, eu que vou ganhar! – Ela chegou perto o bastante de mim e soprou algo em meu rosto, imediatamente eu adormeci.


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Notas finais do capítulo

E aê, o que acharam?
Por favor, não deixem de me dizer o que estão achando!