Linha Tênue escrita por TAYAH


Capítulo 17
Maldita flecha - Regina


Notas iniciais do capítulo

Demorei mais do que o normal para escrever esse capítulo, mas finalmente saiu. Confesso que enquanto eu escrevia eu achei que ficaria meio ruim... Mas depois que li eu realmente gostei.

Por favor, qualquer duvida, qualquer uma que seja, me perguntem ok? Se alguma coisa ficou confusa ou sei la... estranha... me falem...

E obrigada a todos mais uma vez! Vocês são lindooooos!

Boa leitura!



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Foi como finalmente acordar de um pesadelo. Eu estava livre...

No instante em que os lábios de Emma tocaram o canto dos meus, eu entendi o verdadeiro significado do meu destino. Eu vi com clareza e nitidez que a liberdade que eu sempre busquei por toda a minha vida, estava ali. Eu pude ver o quão forte era um amor verdadeiro, e quantas barreiras ele era capaz de ultrapassar para se tornar real.

A pessoa que culpei por toda uma vida por destruir minha felicidade, era também responsável por trazer o real significado para ela. Snow havia me tirado Daniel, mas sem ela eu não teria Emma e Henry. Nada... nada era mero acaso. Eles eram... minha família, meus amores, meu tão esperado final feliz.

Ao abrir os olhos eu tive ainda mais certeza de tudo. O amor verdadeiro era capaz de fazer tudo. Era simplesmente a magia mais poderosa de todas.

— Emma... – Eu disse baixinho sentindo uma paz que nunca havia sentido na vida. O que fez Emma voltar seus olhos para os meus. Aqueles verdes tão perfeitos, que me olhavam com alivio e felicidade. Por um momento eu senti que só nós duas existíamos em todos os Reinos.

— Mãe... – A voz tremula de Henry que me fez despertar, me lembrando do que realmente havia acontecido. – Você... você a acordou. – Ele disse diretamente para Emma, enquanto eu me sentava sentindo minha cabeça rodar. Mil informações começaram a surgir ao mesmo tempo. Mas mesmo assim ainda me sentia em estado de êxtase por ter sido acordada daquela maneira tão única.

— Emma... – Snow disse o nome dela com alivio, fazendo-a olhar para a mãe completamente confusa. – Você conseguiu. – Snow disse com um sorriso entre lagrimas. Emma realmente tinha conseguido. Ela tinha acabado de fazer todos voltarem a ter esperança. – Você nos encontrou. – Snow completou fazendo meu coração se sentir ainda mais feliz.

Todas aquelas coisas que sempre me incomodaram nos Charmings, todo aquele amor, todas aquelas cenas que me davam nojo, toda aquela coisa de “eu vou te encontrar”... Tinha acabado de bater na minha porta. E eu estava completamente encantada com aquilo... Emma tinha me encontrado, tinha me salvado... e salvo a todos também.

— Não... calma... – Emma disse nitidamente confusa, eu senti vontade de abraça-la. – O que está acontecendo? – Ela perguntou diretamente para Henry, que estava com seus olhos felizes. Meu dois amores, ali, tão perto de mim. – Vocês... vocês... – Ela estava realmente perdida no que ela havia acabado de fazer. Sempre achei engraçado o jeito que ela ficava em relação a coisas magicas.

— Você fez o que tinha que ser feito... – Eu disse com calma, com um sorriso confiante. - Salvadora... – Eu completei, sem deixar de ser irônica, pelo menos um pouco. – Nos salvou de novo... – Eu disse sentindo orgulho daquilo. Era como se Emma já fosse minha, ou talvez sempre tenha sido.

— Mas... como? – Ela realmente ainda não havia entendido o que tinha acabado de acontecer, não conseguia ver, que foi seu beijo de amor verdadeiro que fez tudo voltar ao normal. Que nos trouxe de volta a vida.

— Com ou sem memórias, ainda são bruxas! – A voz desconhecida de um homem veio de trás de mim. Não tive tempo nem mesmo de olhar para ele, uma flecha atingiu o peito de Emma, transformando toda a minha felicidade em desespero.

— Emma, não! – Eu gritei olhando para Emma que caiu desacordada. Uma mancha de sangue logo surgiu naquela blusa cor de pele. Eu fiquei apavorada sem o que fazer.

Mil pensamentos se passaram em minha cabeça naquele segundo. Toda a minha vida se mostrou em apenas um flash. Deixando-me completamente desesperada naquele momento. Como se tudo que batalhei para conseguir tivesse sido tirado bruscamente de mim, junto com meu coração.

Eu não podia perder Emma, não podia e não ia. Eu tinha que pensar, ser rápida o bastante para que ela ficasse bem.

Me virei para o homem que estava a alguns metros de mim. O olhei de cima a baixo para marcar aquele rosto, queria nunca mais esquece-lo. Porque se alguma coisa acontecesse com Emma, ele pagaria por aquilo.

Quando meus olhos passaram por seus braços e eu vi aquela maldita tatuagem... Eu fiquei chocada em estar vendo aquele homem pela segunda vez em minha vida. E por um momento me arrependi de não tê-lo matado na primeira.

O homem da tatuagem de leão apontava seu arco e flecha em minha direção. Eu era o próximo alvo, era eu quem ele queria atingir.

Eu estava fraca, mas com todo o meu desespero, raiva e concentração eu o acertei com uma bola de fogo que o fez ser jogando para longe. De imediato varias pessoas que eu nunca havia visto da vida e que sem duvidas não faziam parte da armada dos Charmings, se posicionaram para nos atingir.

— Henry, segura na minha mão. – Eu disse com pressa dando a mão para ele. Rapidamente eu me estiquei pegando também na de Emma.

Foi tudo questão se segundos... A flechada, Emma desacordada, eu atingindo aquele homem maldito...

Fechei os olhos com força me concentrando ao máximo. Eu estava realmente fraca e nos levar diretamente para meu castelo exigia um pouco mais do que meu corpo estava permitindo naquele momento. Mas mesmo desmaiada, eu consegui sentir a energia fluir de Emma, por suas mãos. Foi ela quem me deu forças para eu conseguir envolver nós três com magia e nós levar diretamente para meus aposentos.

Respirei um pouco aliviada quando olhei ao redor e nós realmente estávamos em meu quarto. Pelo menos ali, minha família estava segura.

— Sidney! – Eu gritei por ele de imediato. Emma, Henry e eu ainda no chão dos meus aposentos, do mesmo jeito que estávamos naquele campo aberto.

Henry estava em choque, calado, olhando para a mãe com seus olhos arregalados. Eu estava tão assustada e perdida com aquela flecha no peito de Emma, que mal dei atenção para meu filho. Mas mesmo com toda a saudade do mundo que eu estava dele, era ela que estava sendo prioridade naquele momento... ela que estava desacordada e ensanguentada a nossa frente.

— Sidney! – Eu gritei o fazendo surgir em meu espelho, antes mesmo dele começar a falar eu dei as ordens. – Chame Tinker! Agora! – Ordenei. 

— Sim senhora. – Sidney se limitou a dizer antes de desaparecer.

Henry ainda estava imóvel, de joelhos, em frente a Emma, como se esperasse que ela fosse abrir os olhos a qualquer instante e dizer que estava tudo certo.

Aquela carinha dele me dava ainda mais desespero. Ele não tinha que estar passando por aquilo, ele não precisava ver a mãe naquele estado. Eu tinha que agir, tinha que tirar aquilo do peito de Emma, e tinha que falar com Henry, mas eu estava tão desnorteada que não conseguia pensar muito bem.

Eu olhei ao redor antes de ficar de joelhos em frente a Emma. Henry tirou os olhos dela por alguns segundos me olhando como se perguntasse o que eu iria fazer, mas eu nada disse, minha voz havia sumido.

Com cuidado e dificuldade a peguei em meu colo, levantei-me com ela me sentindo tonta, mas me mantive firme e forte. Emma era pesada, mas nada daquilo importava realmente. A levei um pouco desajeitada e com pressa para minha cama, deitando-a cuidadosamente sobre meus lençóis ainda desarrumados.

Henry me acompanhou com os olhos o tempo todo, ainda de joelhos no mesmo local. Meu filho estava realmente em choque com aquilo. E eu tinha que fazer alguma coisa.

Naquele mesmo instante Tinker abriu as portas com pressa, entrando em meu quarto completamente assustada.

— Tinker, por favor... – Eu disse com pressa, sentindo minha voz falhar completamente. – Leve Henry daqui, fique com ele. – Meu coração batia forte, e meus medos estavam quase me tomando por completa.

— Não! – Henry disse assustado olhando diretamente para mim. – Eu quero ficar mãe, me deixa ajudar! – Ele ainda permanecia no mesmo lugar.

— Mas você... não quer minha ajuda? – Tinker disse olhando diretamente para Emma em minha cama. Seus olhos ficaram ainda mais assustados.

— Só tire o Henry daqui! – Eu disse em tom alto, mais grosseira do que deveria. Eu estava nervosa demais com a situação. Tinker por sua vez foi até próxima ao meu filho se abaixando ao lado dele.

— Vem comigo Henry... – Ela disse com calma.

— Não... eu quero ajudar minha mãe! – Ele disse se levantando e vindo até mim, que estava de pé ao lado da cama. – Me deixa ajudar mãe... o-ou só me deixa ficar aqui. – O desespero da voz dele me fez querer afastar meus medos, eu tinha que ser forte, forte por eles dois, por Emma e Henry. - Eu não vou atrapalhar... – Os olhos dele estavam vermelhos, ele estava segurando o choro. – Por favor... – Ele suplicou com aqueles olhos marejados que fizeram os meus se encherem ainda mais de lagrimas.

— Henry, querido... – Eu o puxei pela mão, fazendo-o ficar mais próximo a mim. – Eu preciso ficar sozinha para curá-la... – Eu segurei em seu queixo tentando passar confiança para ele. - Preciso de toda a concentração do mundo... – Eu olhei rapidamente para Emma, logo voltando a olha-lo. - Confia em mim, ok? Eu vou trazê-la de volta para gente. – Eu beijei sua testa olhando para Tinker em seguida, que entendeu o meu recado silencioso.

— Vem Henry... – Tinker o chamou. – Vamos deixar sua mãe fazer o que tem que ser feito. – Ela estendeu a mão o chamando. - Vamos ficar aqui fora esperando ok, Regina? – Ela disse olhando para mim com os olhos assustados. Eu apenas afirmei com a cabeça sentando-me ao lado de Emma.

A porta bateu e eu me segurei para não cair em prantos, não naquele momento, eu não podia simplesmente deixar o pavor tomar conta de mim, eu tinha que ser forte e juntar minhas forças para salva-la... Mas foi inevitável não deixar algumas lagrimas rolarem, juntos com alguns suspiros, em uma tentativa quase nula, de tentar manter minha mente calma.

Olhei para seu rosto adormecido me segurando para não chorar descontroladamente. Minha garganta chegava a arder de tanta força que eu estava fazendo para prender o choro e me manter calma. Até o ar eu estava prendendo vez ou outra para me concentrar apenas no que tinha que ser feito.

Levei uma de minhas mãos até seu rosto a acariciando com o polegar. Sua bochecha estava quente e sua pele tinha a mesma textura que a de Henry.

— Vai ficar tudo bem Emma, eu prometo. – Eu sorri entre minhas lagrimas silenciosos, como se ela realmente pudesse me ouvir.

Desci meus olhos até o local da flecha, que se localizava bem no meio do seu peito. A blusa que era cor de pele se encontrava quase toda vermelha. Ela havia perdido muito sangue e aquilo era realmente preocupante.

Com cuidado eu abri sua blusa, deixando a mostra o local do ferimento. Com toda a cautela do mundo, coloquei uma de minhas mãos sobre seu peito em volta do ferimento, fazendo uma leve pressão, para já tirar parte de sua dor com minha magia. Com a outra mão eu segurei na flecha, contei mentalmente até três e a retirei também com magia, jogando-a para o lado. Com o resto de forças que me restavam passei a mão sobre o ferimento fazendo-o fechar e cicatrizar, tanto por fora como por dentro.

Respirei aliviada de ter tido forças para fazer aquilo e me senti mais calma por saber que havia sido a tempo. Esperei que ela acordasse em seguida, mas Emma não deu nenhum sinal, não fez nenhum movimento se quer. Ela continuava parada, imóvel, apenas com seu peito subindo e descendo pela respiração.

Viva ela estava, mas ainda permanecia desacordada, como se o que eu não tivesse feito absolutamente nada.

— Vamos lá Emma... – Eu peguei em sua mão, sentindo meu desespero voltar com tudo. – Por favor, querida... – Uma lagrima desceu rapidamente em meu rosto. – Você já pode acordar... – Eu beijei sua mão, sentindo mais lagrimas descerem por ver que ela não esboçava nenhuma reação. – Emma...? – Eu dei uma sacudidela em seu corpo e nada aconteceu. – Emma, por favor... – Minha voz começou a falhar. O desespero estava começando a tomar conta. – Eu não posso perder você... vamos lá... – Eu levei meu ouvido rapidamente até seu coração, para ter certeza que ele estava realmente batendo, e estava. – Porque você não acorda, Emma? – Eu apoiei minha mão vazia em sua bochecha novamente, parando meu rosto a centímetros do dela, deixando o choro vir com tudo. – Por favor... – Eu supliquei. – Acorda... – Eu olhei para sua boca avermelhada naturalmente, aqueles lábios que acordaram nosso filho de uma maldição do sono, aqueles mesmos lábios que me despertaram minutos antes, aqueles mesma boca que foi capaz de fazer todos se lembrarem que quem realmente eram.

Fechei os olhos desejando que Emma acordasse, que tudo ficasse finalmente bem. Toquei meus lábios nos dela e selei sua boca sentindo minhas lagrimas escaparem sem pudor. Aqueles lábios tão mágicos fizeram cocegas nos meus, sua energia, sua magia era realmente grande e única. Aquela sensação que durou segundos, fez com que eu só tivesse ainda mais certeza de tudo que eu havia descoberto. Emma era minha maior prova de amor verdadeiro.

Me separei daquele simples beijo com calma, abrindo meus olhos lentamente. Fixei meu olhar em sua face, que permanecia do mesmo jeito que antes, sem nenhuma reação, dormindo em um sono profundo.

Deixei meu pranto vir, deixei todo meu medo e desespero tomar conta de mim. Apoiei minha cabeça sobre seu peito e chorei com aquela mistura de sentimentos, com toda aquela dor que parecia querer destruir cada pedacinho do meu ser. Abracei aquele corpo quente debaixo do meu, e fiquei ali chorando desesperadamente por um tempo, que não faço ideia se foram minutos, horas ou dias...

Quando meu choro se tornou menos excessivo, eu abri os olhos dando de cara com a flecha jogada ao lado de Emma. Me sentei quase em um pulo, já pegando-a com pressa. Analisei a flecha antes de cheira-la. Era de madeira como todas as outras, mas seu cheiro... havia alguma coisa naquela maldita flecha.

— Tinker?! – Eu gritei por ela de onde estava. – Tinkerbell? – Gritei novamente, no mesmo instante em que ela abriu a porta assustada com Henry logo atrás.

— O que aconteceu? – Tinker perguntou com seus olhos cheios de medo.

— Minha mãe? – Ele se referiu a Emma - Ela está bem? – Henry perguntou em seguida, tomando a frente. – Mãe, seu rosto, o que aconteceu? – Os olhos dele estavam assustados.

Passei a mão em meu rosto vendo em seguida que ele estava cheio de sangue e o limpei com magia. Eu fiquei tão desnorteada com Emma desacordada, que nem percebi que seu peito ainda estava ensanguentado, mesmo com seu ferimento fechado o sangue perdido ainda estava ali.

— Eu... eu estou bem Henry. – Eu não ia conseguir sorrir, então nem ao menos tentei. Eles vieram em minha direção. – Tinker... – Eu levantei a flecha para ela. – Me diga, está envenenada, não está? – Ela logo chegou perto o bastante para poder pega-la.

Ficamos em silêncio enquanto Tinker analisava a maldita flecha. Aquele curto tempo pareceu uma eternidade para mim. Chegava a doer meu coração a cada batida que ele dava.

Henry sentou-se a beira da cama, olhando fixamente para Emma, já eu não larguei a mão dela em nenhum momento.

— Regina... – Tinker disse apreensiva. – Eu não quero... não quero dizer o que é, antes de ter certeza. – Seus olhos mostravam o quanto aquilo parecia grave.

— Diga logo. – Eu disse em tom alto sentindo ainda mais medo que antes. - Não sei se temos muito tempo... – Eu disse olhando para Emma e voltando para Tinker.

— Está envenenada sim, mas o veneno... acho... acho que é um veneno enfeitiçado. – Ela disse com receio, fazendo meu coração sofrer ainda mais. – Mas antes de saber exatamente o que é, preciso falar com a Fada Azul, só ela pode nos ajudar. – Ela disse passando os olhos em Henry, Emma e parando em mim novamente.

— Então o que está esperando Tinkerbell? Voe! – Movimentei minha mão como se a espantasse. – Vai atrás dela, traga ela aqui. – Ela sacudiu os ombros, deixando suas asas à mostra. - Faça o que for preciso. – Eu ainda tinha lagrimas descendo e minha voz falhava vez ou outra.

— Eu vou... – Ela ficou pequena rapidamente já voando sobre nós. – Vou trazê-la o mais rápido que puder. – E voar pela sacada nos deixando sozinhos.

Ficamos em silêncio por um tempo. Ambos olhando para Emma, que mesmo inconsciente, era incrivelmente bela uma mulher forte com ar de criança algumas vezes.

Com magia e sem tocá-la de fato, eu passei a mão sobre seu corpo, da cabeça aos pés, a limpando e trocando suas roupas para algo mais confortável. Daquele jeito ela parecia realmente que estava apenas dormindo. E não envenenada e desfalecida a nossa frente.

— Mãe... – Ele disse baixinho se virando para mim, fazendo-me virar para ele também. – Você... - Ele hesitou como se pensasse no que ia dizer enquanto seus olhos me analisavam. – Você gosta dela... – Não era uma pergunta nem uma afirmação. – E... e eu acredito em você... sei que vai conseguir salva-la.. – Meus olhos voltaram a se encher de lagrimas. Meu pequeno príncipe estava me dando forças. – Uma coisa que aprendi... é que o amor sempre vence... E não vai ser diferente com você mãe... Não vai ser diferente com a gente... – Seu sorriso meigo junto a uma lagrima no canto do olho.

— Ele tem razão, querida. – Eu me assustei com aquela voz, mas fiquei feliz ao mesmo tempo... feliz por ouvir de quem era e por não ter que entrar em um assusto um tanto delicado com Henry.

Tanto eu quanto Henry nos viramos para a voz conhecida. Era Rumpelstiltskin sentado em meu divã e com aquele sorriso unicamente dele. Confesso que vê-lo outra vez fez meu coração se encher e esperança, e também um pouco de alegria. Eu realmente fiquei feliz em saber que ele estava vivo e bem.

— Senhor Gold? – Henry disse em um misto de surpresa e felicidade.

— Mas... mas.... – Eu tentei perguntar como que ele estava vivo, mas nada saiu. Na verdade eu queria fazer mil perguntas.

— Sim queridos. – Ele levantou e caminhou até próximo a nós. Algo nele estava diferente.

— Mas como? – Eu perguntei curiosa o que o fez sorrir de canto, mas logo voltando a seriedade.

— Fiquei preso na maldição. – Rumple disse sério, do mesmo jeito que o “Gold” costumava dizer. - Vagando entre reinos... observado vocês. – Ele apontou para nós três na cama. - Observando outras pessoas. – Ele disse apreensivo e com receio nos olhos apontando para o nada. – Mas com um beijo de amor verdadeiro... – Ele disse com um tom irônico. - A maldição foi quebrada completamente... Me libertando e me trazendo diretamente para cá... Mas isso não é o mais importante agora, não é querida? – Seus olhos correram até Emma em seguida, fazendo meu coração disparar.

— Você pode salva-la? – Eu disse ansiosa colocando minha mão sobre Emma, voltando para o verdadeiro foco.

— O que aconteceu com ela? – Ele perguntou ainda a olhando.

— Foi atingida por uma flecha envenenada. – Eu disse me segurando para não voltar a chorar. – Mas Tinker disse que poderia ser um veneno enfeitiçado.

— Estranho... – Rumple se limitou em dizer.

— Porque não faz uma de suas poções mágicas para salva-la? – Henry perguntou para o avô.

— Talvez eu possa, mas antes tenho que saber qual a procedência do veneno enfeitiçado. – Ele ainda olhava para Emma, como se a analisasse. – Onde está a flecha?

— Está aqui! – Tinker disse ao entrar pela sacada ficando de tamanho normal, junto com a Fada Azul ao seu lado. – Os Charmings estão vindo para cá, encontrei com a Azul já próxima ao castelo. – Tinker tagarelou ao se aproximar de nós. – Você não tinha morrido?! – Tinker perguntou ao Rumple um pouco confusa.

— Estou com cara de morto, querida? – Ele perguntou com deboche ao pegar a flecha de sua mão. – O que temos aqui? – Ele perguntou a Azul ao analisar a flecha.

— Tenho más notícias... – Azul disse apreensiva parada próxima a cama. Fazendo meu desespero querer voltar a tomar conta de mim.

— Tem mesmo... – Rumple disse ao me olhar do mesmo jeito que ela ao abaixar a flecha.

— Falem logo o que é! – Henry estava nervoso com os olhos cheios de medo. Já eu permaneci em silêncio. Eu realmente estava apavorada com as más noticias, tão assustada que a respiração estava me faltando.

— É um veneno enfeitiçado. – Começou a Fada Azul com cautela, eu permaneci do jeito que estava, segurando em uma das mãos de Emma, e me segurando ao máximo para não cair em prantos na frente de todos. – Um veneno feito com sangue de Unicórnio Alado... – Ela dizia tristonha, e pouco assustada também. – É uma mistura muito antiga, que era usado por nós fadas apenas em último caso. – Todos prestavam atenção no que ela dizia. – Mas as coisas começaram a sair do controle quando a Fada Negra se aliou as trevas e começou a mostrar a eles como se fazia o veneno sem cura. – Meu coração se apertava cada vez mais. Eu não podia perder Emma.

— Aquela tal fada que você exilou? – Henry perguntou.

— Exatamente Henry – Azul disse para meu filho, mas voltou a me olhar em seguida. - Foi por isso que eu a exilei... – Ela fez uma pequena pausa. - E logo em seguida, junto com as outras fadas, nós enfeitiçamos todos os Unicórnios Alados, deixando-os com aparência de cavalo. Para que não os usassem mais para o mal. Desde então eu nunca mais ouvir falar da Fada Negra, ela desapareceu depois de um tempo e tudo voltou ao normal. Nunca mais tivemos incidentes com esse veneno enfeitiçado... Até agora...

— Não... – Eu disse apenas assimilando a parte do “veneno sem cura” – Me diz... que existe... uma cura... – Eu disse pausadamente tentando respirar... tentando me manter firme. Minha cabeça estava latejando, mas nem se comparava a dor que estava em meu coração.

— Existe. – Azul falou de uma maneira estranha, mas mesmo assim me deu esperança.

— Então diga logo qual é fada! Emma está morrendo... – Me alterei, mas era apenas o desespero, nada pessoal.

— Uma poção terá que ser feita... – Azul disse rígida, como se tivesse medo. - Uma poção com uma pena de um Unicórnio Alado fêmea, junto com uma pena de Unicórnio Alado macho... e mais algumas coisas.

— Mais algumas coisas? – Eu perguntei com medo do que eram aquelas coisas.

— Apenas coisas acessíveis... O problema é... – Meu coração disparou novamente. – É quase impossível achar um Unicórnio Alado... imaginem dois...

— Mas você é uma fada, você pode encontra-los. – Henry disse como se tivesse a solução de todos os problemas.

— Esse também é um problema... – Ela disse para Henry. – Nem mesmo nós podemos mais acha-los... Mas em todo decimo quinto por do sol de cada mês, aquele que tem o coração de um verdadeiro crédulo pode reconhecê-los.

— Eu? – Henry se assustou. Já eu me senti aliviada em saber que existia uma solução.


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Notas finais do capítulo

Tenho algumas recadinhos...

1. Henry vai narrar o próximo capítulo e espero de coração que vocês não se importem com isso, e até gostem...
2. Eu vou viajar na sexta e só volto na terça, então devo demorar um pouco mais para postar o próximo. Mas não vou abandonar ok? Só vou demorar um pouco mais, não me deixem!
3. Por favor me digam de verdade o que acharam, e qualquer duvida eu estou aqui :*
4. Vocês são lindos, beijos!



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