Mac POV

Me inclino e observo Stella lavar a louça, estávamos conversando há duas horas, falando sobre coisas bobas, a conversa parece sempre fluir entre nós, sem puxar o assunto, até mesmo o silêncio entre nós era confortável, algo comum.

Tão diferente de Peyton, eu gostava da forma com que ela parecia ver as coisas, eu costumava ficar a ouvindo falar sem me cansar, mas ultimamente eu começara a achar fútil e mesquinha, ou que ela se importava apenas com sigo mesma, no que ela queria, no que ela ganharia.

Não parecia a mesma Peyton que eu conheci, diferente.

–Terra chamando Mac Taylor- Stella diz sorrindo, sorrio também. E impossível não notar o quanto ela está linda ali, com o cabelo desgrenhado preso em uma espécie de nó caótico, mais lindo. Sacudo a cabeça-Então? O que tanto pensa?

–Nada- Minto, ela revira os olhos, não acredita em mim.

–Mac, eu quase podia ver as engrenagens girado no seu cérebro- Ela fala me encarando fingindo estar irritada, sorrio da sua pose.

–Eu estava pensando em algumas coisas- Digo, ela se senta no chão ao meu lado.

–Eu queria te perguntar uma coisa- Ela fala me encarando, sua expressão séria não deixa espaços pra duvidas, seja o que for é importante- E eu preciso que você seja sincero.

–Eu sempre sou sincero com você- Falo confuso, ela assente.

–Mas é importante pra mim sua respostar. Então apenas me prometa.

–Eu vou ser.

–Você ama Peyton?- Ela pergunta, sorrio levemente e olho surpreso. Essa era a pergunta? Essa era a pergunta tão importante?

–Por que?

–Apenas responda- Ela fala, suspiro e assinto- Responda direito.

–Eu a amo- Digo, e de alguma forma a frase soa tão perfeita. Sabe? Perfeitamente encaixada, como se não fosse pra estar ali. Como um roteiro escrito, ou algo que se diz por dizer. É a resposta certa, é a resposta pra ser dada nesse momento, mas algo no fundo me diz que eu não quero dizer isso.

Stella fica em silêncio, e sorri, seu sorriso parece forçado. Fico tentado a perguntar se está tudo bem, mas não faço, ela levanta e volta pra pia. Sinto meu celular vibrar e o olho.

Onde está? Pensei que iriamos jantar juntos hoje. Peyton

–Algum problema?- Stella pergunta me encarando, a encaro de volta. Havia algum problema? Oh sim definitivamente havia, o que estava acontecendo entre nós dois?! Por que eu passei a comparar todas as minhas ex namoradas com minha melhor amiga?! Ou talvez por que eu realmente esteja confuso sobre Peyton.

Isso é completamente insano! Eu sempre amei Peyton, a primeira vez que eu a vi eu realmente pensei que fosse a mulher certa pra mim, a mulher que poderia me trazer de volta.

Mas alguma coisa mudou, eu não sei quando, ou onde, eu só sei que há algo diferente.

–Eu tenho que ir.

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Stella POV

–Todo mundo é uma doceria. Ele tem sido doces ou travessuras. Quando se trata de amor de verdade com ele, não há ninguém em casa.– Canto enquanto faço uma xicara de café, pra meu azar eu estava no turno da noite hoje, o que significa beber café como se minha vida dependesse disso, por sorte o laboratório estava vazio, ou com toda a certeza Danny iria fazer piada disso, sorrio e fecho a porta do armário com o quadril- Ele é uma cobra de coração frio, baby olhe em seus olhos– Canto e jogo o cabelo pro lado, pego minha xicara e me viro, pra dar de cara com Mac me encarando sorrindo escorado no batente da porta.- Oh meu Deus- Sussurro, isso o faz rir mais.

–Continue, não pare por minha causa- Ele brinca, reviro os olhos e me sento na mesa.- É sério.

–Pra que, pra você rir de mim?- Pergunto, ele sorri e parece se segurar.

–Não é verdade.

–Você está rindo.

–Não de você, de sua reação- Ele explica, reviro os olhos, qual a diferença?- Você canta bem- Fala, e começa a fazer uma xicara de café pra si mesmo- O que me faz pensar aonde aprendeu a cantar, e dançar. Por que sem brincadeira, você tem uma ótima voz- Ele elogia e se vira se sentando em seguida na mesa ao meu lado, tomo outro gole.

–Fiz dança.

–Isso eu sei, você nos deu uma pequena performance- Ele lembra, assinto, a muito tempo, havíamos achado uma garota com lesões no pé e no dedo, eles não havia entendido, mas imediatamente percebi que ela era dançarina, eu mesma me lembrava das inúmeras vezes que torci o tornozelo ou mesmo quase quebrei o pé dançando.

–Eu fiz dança e musica no ensino médio. E levei até a faculdade, na verdade, eu fiz teste pra AADNY- Digo, ele me encara surpreso. AADNI, era uma das mais nomeadas escolas de musica de todo os Estados Unidos, a Academia de artes de New York.

–Oh! Isso é ótimo, eu nunca pensei que tivesse levado a carreira de dançar tão a sério- Ele fala me encarando sorrindo, encolho os ombros- E passou?

–Sim- Digo, vejo a surpresa em seu rosto, sorrio.

–Eu não entendo.

–Como passei?- Pergunto brincando, ele sorri e sacode a cabeça negando.

–Como acabou entrando pra policia.

–Eu adorava dançar, era uma espécie de escape sabe?- Falo pensando em tudo o que me levou 15 anos atrás a largar tudo e entrar na carreira de policial- De tudo, do orfanato, da coisa toda de órfã. E provar a mim mesma que eu não precisava de nada, nem de ninguém cuidando, eu era meio revoltada- Brinco, ele sorri e passa o braço por meu ombro, sorrio e apoio minha cabeça em seu peito- Eu frequentei a primeira semana, e o que era um escape se tornou uma pressão, eu não conseguia suportar os treinamentos tão intenso, não conseguia suportar ter que dedicar cada segundo meu a dançar, sentia que iria enlouquecer. E então cancelei minha matricula, me lembro que Lorgan me chamou de louca, e disse que eu estava bebendo ou me drogando, nós nunca brigávamos, mas aquela foi a nossa primeira briga real. Gritamos um com o outro, e quando eu saí do alojamento podia mata-lo se tivesse algo- Falo eu me lembrava claramente.

Lorgan sempre me apoiava em tudo, e foi uma completa surpresa a forma com que ele reagiu quando eu disse que abandonaria a carreira de dançarina.

–Ele fez...?- Mac perguntou, eu sabia que ele estava insinuando se ele havia me agredido, Lorgan não era Frankie. Eu sabia que não importasse o quão as coisas ficassem tensa entre nós ele nunca levantaria a mão pra mim.

–Não. Ele nunca faria isso. Então na manhã seguinte cancelei minha matricula, e eu sempre tivesse esse sonho sabe? Ser policial, eu sempre costumava brincar de policia e ladrão, sempre gostei disso. Mas era uma carreira muito perigosa, e eu só conseguia pensar em dançar, então nunca dei muita importância. Uma semana depois abriu inscrições para a academia de policia, e eu pensei por que não?- Falo, ele sorri e me encara. Nossos rostos estavam tão próximos, que um simples movimento faria nossos lábios se encostarem, desvio o olhar pra parede por alguns segundos, tentando tirar esse pensamento da cabeça- E você? O tão temido marine Mac Taylor- Brinco me virando pra ele, tentando de alguma forma acabar com o clima estranho que havia se instalado, Mac sorri e abaixa a cabeça envergonhado. Pra um homem tão forte e acostumado com o comando como ele, ainda me surpreendia a forma com que ele não gostava que se falasse da sua carreira militar, ou de todos os seus méritos.

–Eu recebi a proposta de emprego quando meu pai estava prestes morrer, embora ele estivesse relativamente bem. Eu sabia, de alguma forma eu sabia que ele ia acabar morrendo, e nada daquilo parecia justo- Mac murmura, naquele momento ele parecia mais velho do que o normal, como num extinto acaricio seu rosto, Mac se vira pra mim, engulo em seco pela atitude precipitada, isso era tão típico de mim, não pensar.- E eu apenas queria fugir daquilo. Meu pai sempre foi forte, e me doía muito vê-lo daquela forma, morrendo aos poucos, e aquela não era a imagem que eu queria guardar dele. Então aceitei de bom grado o emprego- Ele explica, assinto e desço da mesa, o café estava frio e ainda havia uma boa quantidade dentro da caneca, apenas joguei o resto na pia e a lavei, eu não queria me virar.

Isso estava ficando fora de controle, por que estava tão difícil mantermos o que sempre fomos? Por que simplesmente não podíamos voltar a ser os mesmo de antes daquele beijo? Por que não conseguíamos mais fazer coisas simples que sempre fazíamos sem que isso acabasse de uma forma ou de outra levando ao clima de romance.

–Eu acho melhor voltar pra minha sala- Murmuro me virando, mas Mac está mais próximo do que eu realmente pensava, eu não o ouvira, ele estava a quase dois palmos de distancia e eu nem mesmo o ouvira se mexer- Mac...- Sussurro, mas antes que eu racione seus lábios estão nos meus.

Me seguro em seus ombros em uma tentativa de manter o equilíbrio, fecho os olhos e apenas me deixo ser levada pela sensação maravilhosa de se beijo, e novamente está ali, aquele calor e arrepio por todo o meu corpo tendo inicio nos lábios.

Sinto as mãos de Mac se enroscarem em meu cabelo e puxarem levemente minha cabeça pra trás, sinto um gemido sair da minha boca e abro a boca em uma tentativa desesperada de aprofundar o beijo.

–Hey Stella você sabe....- Ouço a voz de alguém e meu corpo congela imediatamente na mesma posição, sinto Mac congelar ao meu lado também, mas diferente de mim ele se vira.

–Adam- Ele diz sua voz saindo autoritária e levemente mecânica.- Algum problema?

–É...- Saio de trás de Mac, Adam está nos encarando como se tivesse acabado de levar um soco- O chefe... Sinclair ele quer falar com você- Ele fala apontando pra Mac, Mac se vira pra mim e me lança um olhar rápido antes de sair porta a fora, Adam me encara por uns segundos e vira as costas.

–Adam- Digo antes que ele de um passo a frente, ele se vira, vejo que seus olhos estão assustados, não sei se comigo ou com Mac, me seguro pra não sorrir e tento por a maior autoridade que posso na próxima frase- Isso não sai daqui, ou...

–Eu perco meu emprego, o que é irônico já que foi você que o salvou. Mas eu não vou fazer isso, embora esteja morrendo de vontade de ir contar ao pessoal, isso é maravilhoso!- Ele começa a falar compulsivamente e preciso me esforçar pra entender cada palavra- Todos nós sempre quiséssemos que ficassem juntos, ninguém gosta da Peyton, e não entendo simplesmente como ela e Mac podem estar juntos, eles....

–Adam!- Grito chamando sua atenção, ele imediatamente fecha a boca- Saia daqui e vá trabalhar, e se amanha eu souber de qualquer coisa...

–Eu sou um homem morto- Ele sussurra, sorrio e assinto.

–Com toda a certeza.