Stella POV

–Eu quero convida-las pra um jantar na minha casa- Lindsay diz se escorando na mesa sorrindo e empolgada, Jess e eu nos entreolhamos confusas com tanta animação.- É o aniversário de casamento.

–Serio?! Parabéns!- Jess a felicita, Lindsay sorri mais e pisca.

–3 anos

–O que é muito tempo considerando que ela está casada com Danny Messer, por que se ela não o matou até agora, acho que não matara- Brinco, Jess ri, mas Lindsay me encara tentando parecer irritada, mas vejo que está fazendo força pra não rir também.

–Poderia fazer o favor de parar de falar mal do meu marido na minha frente?

–Desculpe- Digo erguendo as mãos, ato que me arrependo em seguida, pois Don pega o biscoito que eu ia comer, o encaro, mas ele finge não ver e senta ao lado de Jess.- Mas você não disse a data.

–Sexta- Lindsay fala beijando levemente Danny que chegara junto com Don e em seguida pega meu pacote e começa a comer.

–Sexta?- Pergunto. Eu tinha marcado com Lorgan de irmos a uma pizzaria, ele era simplesmente viciado em pizzas.

–É. - Ela diz entregando o pacote a Danny, bufo levemente, eu tinha certeza que não veria mais um biscoito daquele pacote.- Por que?

–Por que?- Repito sua pergunta, eu não queria que a equipe tivesse ideias precipitadas e achassem que Lorgan e eu estávamos juntos, nos conhecíamos desde crianças e sempre fomos amigos, nada além disso.

–Foi o que eu disse.- Lindsay fala me encarando longamente- Por que?

–Por que eu tenho um compromisso- Falo, não estou mentindo, apenas sendo evasiva. E qual o problema em ser evasiva? Ela sorri.

–Isso não tem nada haver com o bonitão capa de revista que foi com você a festa do prefeito?- Ela pergunta interessada, sorrio, embora tenho certeza que pareço nervosa.

–Bonitão capa de revista?- Danny pergunta pra mim, suspiro e o encaro irritada.

–É um amigo.

–Nós éramos amigos- Ele diz apontando pra Lindsay que assente.

–Não- Contradigo imediatamente, eles não haviam sido amigos- Vocês se odiavam.

–Apenas amor reprimido- Don fala, nós rimos- Mas eu quero saber o nome completo desse “bonitão”.

–Você não vai investigar a vida dele- Falo levemente irritada. Qual o problema deles?!

–O que mais ouviu Lindsay?- Don pergunta me ignorando, pego o ultimo biscoito do pacote que Danny colocou em cima da mesa e taco em Don, Jess se afasta sorrindo e assiste o namorado ser alvejado.

–Que os dois passaram a noite dançam e sorrindo.

–Quem passou a noite sorrindo e dançando?- Mac diz chegando com Peyton atrás, cena que parecia extremamente comum nos últimos dias.

–St...

–Ninguém- Digo encarando Lindsay- Eu já vou, Sid já deve me dar o resultado da autopsia.- Falo levantando.

–Não precisa sair só por que eu cheguei- Peyton diz, me viro e a encaro debochada.

–Acredite em mim, eu não sairia de um lugar só por que estou incomodada com sua presença. Você não é tão importante assim- Digo saindo em seguida, deixando a maioria com a boca aberta.

XXXXXX

–Você não precisava ter dito aquilo- Mac fala, estávamos a trinta minutos analisando evidencias em silencio no laboratório, o ignoro- Ela não falou nada demais.

–Eu não fiz nada- Retruco e ergo o pequeno pano branco a luz a procura de alguma coisa importante.

–Nada?- Mac pergunta incrédulo e coloca evidencia de lado me encarando, infelizmente estávamos de frente um pro outro, o que me obrigava a encara-lo também.- Você a atacou.

–Ela me atacou também!

–Não- Ele afirma irritado- Ela não fez. Apenas falou um comentário e você praticamente voou nela.

–Eu voei nela?- Pergunto colocando a evidencia de lado e o encarando- Eu apenas fiz um comentário. E de repente eu estou a atacando!

–Sim! Você atacou.

–Eu não fiz nada disso!- Falo irritada, minha voz subindo de volume- Por que ela é a vitima agora?! Ela não tinha nada que se meter!

–Ela fez apenas um comentário!- Ele repete irritado no mesmo tom que eu o encaro.

–Claro! Por que eu sou a culpada!- Falo debochada, ouço o som da maquina indicando que a analise dos componentes estava completa, ando até ela e pego a analise.- Ác. Cítrico. Temos que investigar isso.

–E vamos- Ele diz, assinto e estendo analise, Mac a pega e suspira- Stella eu sei que você e Peyton tem uma relação difícil, mas não quero que isso interfira em nosso trabalho. Você é uma detetive.

–Eu sei o que eu sou. Não se preocupe- Digo debochada, Mac suspira e sacode a cabeça.

–Eu não sei o que fazer! Eu já pedi desculpas! O que quer que eu faça?

–Eu só quero uma coisa!- Digo, e eu sei que naquele que tudo que não foi dito ao redor dos anos, tudo que nos fez brigar, está de volta, por que eu não consigo me segurar- Eu só quero que pare de mentir pra mim- Sussurro, sinto meus olhos se enxerem de lagrimas- Por que desde que Peyton chegou, eu me sinto como se estivesse perdendo você.

–Não está perdendo! Nós somos amigos.

–Não- Discordo, ele parece desesperado, forço um sorriso que sai mais como uma careta- Amigos, não mentem um pro outro.

–Eu realmente sinto muito- Ele diz me encarando, e tento ignorar o fato de que seus olhos parecem realmente estar falando a verdade. Mas isso não muda muita coisa, por que apesar de tudo eu ainda estou irritada com ele.- Mas do que você pode imaginar.

–Hey vocês viram Danny?- Sheldon pergunta entrando no laboratório, dou alguns passos pra trás, eu não havia percebido o quanto estávamos perto um do outro- Eu estou atrapalhando...?

–Não- Digo virando as costas e indo em direção a porta, Sheldon se afasta pra me dar passagem, sinto seus olhos me analisarem- Eu não vi Danny.

XXXXXX

Já fazia uma hora desde que eu tinha chegado em casa. Aperto o botão o que faz com que o canal muda e deixe de exibir uma das minhas series favoritas Friends, aperto novamente, e agora a TV exibe o jornal.

Desenhos.... Mais Series.... Filme.... Documentário...

Bufo e desligo a TV desistindo de “assistir”, ouço o interfone tocar, apenas continuo no mesmo lugar e ele toca novamente, levanto a contra gosto e atendo.

–Stella Bonasera- Falo me escorando na bancada da cozinha.

Srta. Bonasera tem um homem querendo falar com a senhorita.

–Um homem?- Pergunto confusa a Steve o porteiro, eu não esperava qualquer visita.

Sim. Espere um momento por favor. Ouço ele perguntar algo e alguém responder, a voz está distante e não reconheço, mas sei que conheço. Taylor.

–Como?- Pergunto incrédula, eu provavelmente deveria ter ouvido mal.

O nome dele é Mac Taylor.

–Eu sei que o nome é Mac Taylor- Falo mal humorada.

Então por que perguntou novamente?

Fico em silêncio, alguns segundos, coloco o telefone na bancada, mas não desligo. Ando devagar até a janela e abro uma fresta, grande o suficiente pra que eu possa ver, mas pequena o suficiente pra não ser vista de longe.

E está ali, seu SUV preto reluzente, fecho a cortina e volto a bancada e pego o telefone decidida.

–Diga a ele que não posso atende-lo- Minto, e espero que isso seja o suficiente pra convencer Mac, de que talvez eu esteja mal, ou qualquer coisa. Apenas que ele vá embora e não volte.

Ele disse que espera. Steve diz, bufo e me seguro pra não xingar Mac, aperto o fio do telefone, é como se a simples presença dele, mesmo que esteja a uma longa de distancia, tenha uma capacidade de me deixar nervosa.

–Pois diga a ele que não vou lhe deixar subir.

Ele disse que não vai sair daqui enquanto não conversar com a senhorita.

–Pois ele que morra congelado ai!- Explodo irritada e bato o telefone, desligando na cara de Steve. Quem ele pensa que é?!

Volto até a sala sento no sofá e religo a TV.

Ele não pode passar a noite ali?

Ou poderia? Mac não faria isso? Apenas pra falar comigo?

Sacudo a cabeça, é claro que não! Por que ele se daria ao trabalho? Afinal ele e Peyton não estavam tão bem? Então por que ele viria aqui?

Desligo a TV e vou em direção ao quarto, eu preciso de um banho, relaxar e esquecer Mac, ele com toda a certeza iria pra casa dentro de alguns minutos quando percebesse que eu não estou nenhum pouco preocupada com ele.

Com esse pensamento pego minha toalha e camisola e vou pro banho, demoro 40 minutos no banho, em compensação saio de lá completamente relaxa, quando volto pra sala, paro em frente a janela. Fico alguns minutos a encarando, e finalmente a curiosidade vence, e olho.

A caminhonete ainda está ali, sinto um sorriso se formar em meu rosto, e sacudo a cabeça. Eu deveria ir dormir e larga-lo ali, não ficar feliz com isso!

–Merda! Você ainda vai se arrepender disso!- Digo a mim mesma enquanto pego abro o armário e pego um longo roupão e coloco por cima da camisola, fecho ele e saio em direção a porta.

Passo o caminho todo até a portaria me repreendendo por essa atitude precipitada, Steve sorri ao me ver, como se já esperasse me ver ali.

–No carro- Diz antes que eu mesma faça a pergunto, sorrio envergonhada.

Ando até o carro devagar, não quero que ele note minha presença antes que eu o veja. Mac está com a cabeça deitada no escoro do banco, os olhos fechados. Dou a volta até o banco do carona, e dou duas batidas, ele se vira surpreso, ouço a porta ser destravada a abro e entro.

–O que você quer?- Pergunto, minha voz sai levemente tremida, ele apenas sorri- Por que está aqui Mac?

–Eu não sei- Ele diz, sacudo a cabeça, eu não estou com paciência nem com humor pra enigmas, e algo no fundo da minha mente parece dizer bem feito, que eu não devia ter vindo.

–Sério Mac. O que está fazendo aqui?

–Eu já lhe disse, eu não sei- Ele afirma, suspiro e me viro, colocando a mão pronta pra abrir a porta do carro e sair, mas ele me segura, ignoro o calor de sua mão na minha, ou a forma com que de repente eu estivesse tão ciente daquela parte de meu corpo. Me viro lentamente em sua direção- Eu sempre fui racional, eu sempre mantive o lema, colocar a mente na frente do coração. Mas eu não sei o que você faz, por que nenhuma dessas regras parece fazer sentido com você.

–Foi uma estupidez vir aqui- Digo me virando e tentando destrancar a porta, era tão estranho. Eu esperava por esse momento por dias, meses, ou quem sabe anos. E agora eu não consigo lidar com isso, e a única coisa que eu quero é sair dali desesperadamente. Mas eu não consigo abrir a porta, e eu sei que não está trancada, talvez eu esteja nervosa demais até mesmo pra isso.

–Espere- Mac pede desesperado, e eu quero sair antes. Antes que ele diga qualquer outra palavra, mas eu sei que eu quero mesmo é, sair antes que ele diga que me ama. Ou que não me ame, e isso é mais do que eu estou preparada pra lidar.

–Eu não vou esperar- Digo aliviada abrindo a porta, e saio desesperada, ouço a porta do carro bater e apresso meu passo em direção ao prédio.

–Espera!- Ele grita atrás de mim, eu estou correndo, mas não rápido o suficiente, por que ele me segura antes. Seus dedos se fecham em meu braço e me puxam pra trás, bato em seu peito com um baque surdo e paro surpresa demais pra reagir, isso não é algo típico de Mac. Ele é centrado como mesmo disse, ele não age fora da “cartilha”, nunca se deixa levar.

–Me solte- Mando, mas as palavras não saem como eu planejo, elas saem tremidas e sem nenhum tom de ordem. E seus olhos estão próximos, o azul mais bonito que eu vi, como um mar. Sorrio, e pra minha surpresa Mac desliza os dedos por meu rosto, sua mão quente. Me ergo aproximando nossos rostos, não é preciso palavras.

Nenhum de nós dois precisa de qualquer tipo de ajuda, é como um imã, como algo comum, esperado. Sua boca se choca com a minha, eu fecho meus olhos pra aproveitar o momento, o ultimo momento que podemos ter.

Sua boca é tão quente e macia, calma e ao mesmo tempo forte. Suas mãos se fecham em meus pescoço me aperta, eu não consigo respirar, eu não quero. Eu não sentir nada que não seja ele, que não seja a enorme felicidade que me invadia como um mar avança pela costa, devagar, mas não para, cada vez mais longe.