Lost Ground: Fenghuang. escrita por Malucoxp


Capítulo 6
Memorias do Passado


Notas iniciais do capítulo

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Memorias do Passado

 

Naruto olhou para o corpo caído do homem. Seus olhos vermelhos analisavam tudo dele até abaixo no umbigo onde se via claramente um selo diferente do dele. Pareciam correntes de arame farpado que desapareciam aos poucos. Esperava que o Bijuu escapasse do corpo, mas aquilo não aconteceu, estranhou por que isso geralmente acontecia. Fez alguns selos com as mãos e logo o corpo foi envolvido por ataduras e começou a encolher até que por fim sumiu. Olhou em volta. Os poucos ninjas sobreviventes eram facilmente derrotados por Hanabi e Soi Fong. Não demorou nem cinco minutos todos caíram e os três estavam reunidos com pelo menos cinco ninjas amarrados e inconscientes perto.

- Satisfeita? - Perguntou o loiro olhando pra Hanabi que respirava pesadamente e não parecia ser por cansaço.

- Foi divertido. - Disse ela sorrindo o rosto ainda manchado de sangue. – Mas preciso de um banho.

- Concordo. - Disse Soi Fong à foice da garota se desfez em várias gotas de sangue que evaporaram em seguida. Ela parecia meio tonta, mas o loiro nada disse.

- Tem um lago a meio caminho pra Konoha, paramos lá para vocês se banharem. - Disse o loiro olhando para os prisioneiros e os vários ninjas mortos. – Acho que bagunçamos muito aqui. Várias casas caíram e tem corpos em todos os cantos, acho que devemos arrumar um pouquinho. - Olhou para Soi Fong que suspirou. Eles estavam no que um dia fora o centro da vila, mas a vila tava quase que inteiramente destruída. A pequena ninja bateu as mãos uma de encontro com a outra e tocou o chão rapidamente com as duas mãos. Repentinamente destroços de casas que haviam sumido começaram a se reunir, coisas que ficaram pulverizadas reapareciam e aos poucos as casas iam sendo reconstruídas até que, em 10 minutos, tudo estava de volta ao normal como se nunca houvesse havido uma batalha naquele lugar.

- Tá, isso é de impressionar. - Disse Hanabi olhando em volta para as casas intactas.

- Reversão temporal. - Disse o loiro calmamente. – Próprio do clã Fong, mas só funciona com coisas não vivas. - Ele olhou em volta, sentiu alguns habitantes da vila se aproximando surpresos. –Vamos. - Os três sumiram rumo a Konoha.

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- Bem melhor assim. - Disse Hanabi saindo, seguida de Soi Fong, das águas geladas do lago. Ambas acabaram de tirar o sangue de seus corpos e se sentiam aliviadas por isso. – Que pena que não temos outras roupas.

- Naruto-sensei, você conseguiria roupas novas pra nós? - Gritou Soi Fong pro vazio.

- Querem que apareça ai pra saber as medidas? - Perguntou uma voz vinda do nada com certo tom de malícia.

- NUNCA. - Gritaram as duas ao mesmo tempo coradas. Elas se encararam e riam em seguida do ocorrido. Não demorou nem três minutos e roupas iguais as que elas usavam em batalha, só que limpas, apareceram às margens do lago. As duas se vestiram rapidamente.

- Como ele faz isso? - Perguntou Hanabi.

- Eu lá vou saber. - Falou Soi Fong despreocupada. – Tem coisas sobre o sensei que nem eu sei.

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- E então, como foi? - Perguntou Sasuke ao AMBU que mandara seguir o Uzumaki.

- Nunca vi nada igual em meus anos de AMBU. - Disse o ninja respirando forte parecia realmente esgotado pelo jeito correra muito para chegar à frente do loiro. – A Hyuuga mais nova era imbatível, uma fera entre as feras, todos que ela tocava caiam aos seus pés. A garota Soi Fong tem uma linhagem avançada de gelar a espinha, matou dezenas em pouco tempo, nunca vi tal habilidade. Já o garoto raposa, ele é um demônio. Sua presença, sua força, seu poder é como se ele arrancasse a alma de uma pessoa com aqueles olhos. Ele matou a maioria dos ninjas com um único golpe e praticamente destruiu a vila ocupada, mas a garota Fong conseguiu reconstruir a vila com um Jutsu desconhecido.

- Aquele maldito. - Falou o Uchiha batendo forte na mesa não esperava que a missão fosse cumprida em tão pouco tempo.

- Que descortês me chamar de demônio. - Disse Naruto saindo das sombras como um fantasma nem mesmo o Uchiha notara sua presença. – Aqui está. - Disse jogando um grande saco sobre a mesa do Hokage fazendo várias bandanas de vilas diferentes caírem pra fora. – Ainda tem alguns sobreviventes esperando do lado de fora.

- Leve-os para o interrogatório. - Disse Sasuke ao AMBU que afirmou com a cabeça e saiu da sala deixando apenas o Hokage e o loiro ali se encarando. Era possível sentir a tensão no ar que parecia poder ser cortado com uma faca de tão denso que estava. – O que realmente quer?

- Nada em particular. - Responde o loiro calmamente. – E você Uchiha? O que procura?

- Não fuja do assunto. - Disse Sasuke se pondo de pé. À fúria em seus olhos era evidente com o sharingan ativado, mas então o doujutsu começou a mudar, as pupilas em vírgula se juntaram numa só formando uma estrela de cinco pontas cercadas por um mar vermelho. A evolução do Sharingan.

- Foi sempre você que procurou poder, Uchiha. - Disse o loiro sem se abalar por aquela mudança. – Você que buscou e ainda busca por vingança. Que se entregou aos experimentos de Orochimaru, que praticou atos odiosos, que matou, mutilou, roubou e destruiu apenas para conseguir esses olhos que você diz serem superiores ao Mangekyou Sharingan.

- Eles são superiores. - Disse Sasuke entre os dentes. – E não carregam as mesmas conseqüências.

- Deve ser, afinal você ajudou várias experiências genéticas em cidadãos da vila do Som para reproduzir seu Sharingan. - Disse Naruto com uma calma inabalável. – Mutilou os olhos, aberrações que nasciam. Matou homens, mulheres e crianças, tudo pelo seu bem maior assim como fez na nossa luta. Lembra Sasuke? Das dezenas que você usou como escudo, que você me fez matar apenas pra não te atingir? O sangue deles está em suas mãos e não nas minhas, pois eles me perdoaram há muito tempo. - O Uchiha sentiu algo gelado descer pelo corpo. – Eu ainda hoje consigo ver os rostos daquelas crianças e mulheres que você jogou na frente dos meus ataques. Consigo ver o medo e o desespero em seus olhos, o ódio nas pessoas a sua volta. Deve ser horrível pra você também, afinal, tenho certeza que toda vez que fecha os olhos ouve as vozes deles gritando de dor e agonia, pedindo clemência.

Sasuke caiu sentado na cadeira seus olhos voltaram a ser negros como a noite ele parecia tremer com aquelas palavras. Não sentia medo ou arrependimento, mas mesmo assim não conseguia esquecer aqueles olhos mortos das pessoas que o encaravam em seus sonhos, dos murmúrios de desespero que ouvia quando usava seu novo sharingan.

- A escuridão que lhe corrói por dentro quando você esta sozinho. - Diz Naruto como se lesse os pensamentos de Sasuke que parecia surpreso. – Você que sempre procurou algo, Uchiha. Eu já encontrei o que quero. Fui reconhecido, sou forte e agora posso ter o que eu desejo, mesmo que eu não saiba desse desejo. Mas o seu destino é viver assim, solitário. Essa é a sua maldição Uchiha. A maldição de seu clã. Itachi também se sente assim, matou todos da família menos o irmãozinho condenado a caminhar sozinho com seus erros do passado. A Solidão e o Ódio é a maldição dos Uchihas que irá terminar com você, pois de agora em diante nenhum Uchiha será obrigado a viver na escuridão do ódio e da solidão.

- Saia daqui. - Sibilou o Uchiha seus olhos sombrios pareciam um mar de ódio o chakra que circulava em suas veias parecia tão sinistro quanto o de um Bijuu.

- Eu partirei em dois dias para minha terra. - Disse o loiro ignorando a ordem. – Deverei levar Sakura e também estarei levando Hinata e Hanabi Hyuuga comigo.

- Sakura não irá com você. - Disse Sasuke em tom sombrio e firme.

- Eu to pouco ligando pras suas ordens, se ela quiser, virá. - Disse Naruto dando de ombros não sentia medo daqueles olhos. – É uma missão diplomática. As Hyuuga irão representando o clã mais forte de Konoha. - Ao dizer isso o loiro sorriu mais largamente ainda provocando o Hokage. – E Sakura deverá ir para te representar já que o Kage de Konoha não deve abandonar a vila em tempos de guerra. Também irei acertar as coisas pelo trato de proteção da aldeia. - O loiro sorriu divertido enquanto dizia aquelas palavras. – Acho que você deve dar conselhos ao seu aluno Kakashi-sensei.

- Há quanto tempo me notou aqui? - Perguntou um homem saindo literalmente de uma estante como um fantasma que atravessava coisas sólidas.

- Dês do início. - Diz o loiro dando as costas e pronto para sair da sala.

- Hatake Kakashi deverá ir com você juntamente com Rock Lee para garantir a proteção de minha noiva caso algo aconteça. - Fala o Uchiha em tom frio sorrindo de canto.

- Por mim tudo bem. - Diz o loiro saindo do escritório.

- Enquanto estiver nas terras dele descubra tudo. Planos de defesa, treinamento, pontos fracos e fortes e, principalmente, tente plantar um espião lá. - Disse o Uchiha olhando para Kakashi. – Não podemos confiar inteiramente nesse cara. Se ele tiver chance irá nos decapitar sem pensar.

- Literalmente, você quer dizer. - Acrescentou o Jouunin olhando para o Hokage que afirmou com um aceno da cabeça. – Cumprirei suas ordens Hokage-sama, mas quero acrescentar algo.

- Diga. - Ordena o Uchiha.

- Estamos andando na ponta dos pés com Naruto. Ele não é o mesmo que vivia entre nós, aqui na vila. Ele cresceu e se tornou forte. - Analisa Kakashi de maneira calma quase tediosa o único olho que aparecia parecia mais sombrio que o normal. – Mas ele é um aliado que não devemos perder tão cedo. Se você planeja algo contra ele deve esperar até que as guerras já pendentes terminem para depois fazer algo. No demais, controle sua intenção assassina.

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- Bem vindo Naruto-kun. - Disse Hinata ao ver o loiro adentrando na sala da mansão principal. – Temos mais visitas hoje. - Disse ela fazendo o loiro notar que Sakura, Tenten e Ino estavam lá olhando pra ele como se nunca tivessem visto outro ser vivo. Pensou se tinha algo de errado com ele, até chegou a passar a mão no peito pra ver se ainda tinha sangue na roupa quando notou que estava sem camisa. Lembrou que jogara o que sobrara dela fora quando saiu do escritório do Kage. Sorriu meio constrangido para as mulheres presentes.

- Yo mina. - Disse ele sorrindo colocando uma mão atrás da cabeça, os músculos definidos chamando a atenção das mulheres que pareciam ter parado de respirar. – Desculpe Hinata, mas irei tomar um banho já que não tive o mesmo privilégio de sua irmã e da pestinha Fong.

- À vontade Naruto-Kun, você sabe onde fica o banheiro. - Disse Hinata sorrindo levemente sem conter o leve rubor na face, vendo o loiro desaparecer em seguida pelo corredor. Estava tão desligada que só lembrou-se das visitas quando elas suspiraram em uníssono.

- Hinata, minha amiga, como você tem sorte. - Diz Ino sorrindo de maneira maliciosa. –Definitivamente esse Naruto não é o que eu conhecia anos atrás.

- Que Neji não me ouça. - Começou Tenten. – Mas se ele estivesse em minha casa, eu não resistiria.

- Se Sasuke ouvir isso, ele me mata. - Disse Sakura com o olhar meio perdido. – Mas mesmo ele não estando na minha casa eu não resistiria.

- Será que ele não quer uma companhia no banho? - Perguntou Ino ainda com aquele sorriso nos lábios.

- Imagino o Naruto-sensei ouvindo isso. - Disse uma voz assustando as demais que viram Soi Fong e Aoi paradas na porta da sala observando tudo. Aoi sorria levemente, Soi Fong parecia não achar nenhuma graça. – Cuidado viu? Naruto-sensei costuma aparecer sem fazer barulho. - Continuou Aoi sorrindo mais largamente.

- Ei Aoi-chan. - Começou Hinata de maneira calma. – O Naruto não tem ninguém esperando ele lá em sua vila?

- Pelo menos metade da população feminina. - Disse Soi Fong em tom de desagrado sabendo onde as mulheres queriam chegar.

- Deixa de ser infantil. - Disse Aoi dando uma leve tapa na cabeça da companheira. – Não ligue pra ela. Essa garota tem um ciúme do Naruto-sensei que chega a ser desesperador.

- Não tenho ciúmes. - Disse Soi Fong cruzando os braços emburrada, uma clara definição infantil.

- Ciúmes de quem? - Perguntou a voz de Naruto logo atrás das garotas que se assustaram e viraram pra ele. As outras que até então estavam caladas coraram mais ainda, pois dessa vez o loiro estava só enrolado na toalha com o corpo ainda molhado.

- SENSEI. - Gritou Soi Fong vermelha e definitivamente não era de vergonha. – Onde já se viu aparecer na frente dos outros nesse estado?

- Pior seria se eu estivesse sem a toalha. - Disse o loiro calmamente recebendo um soco no estômago da aluna mais nova que saiu bufando. – O que eu fiz?

- Vai logo atrás dela. - Disse Aoi olhando torto pro sensei que mesmo estranhando foi atrás da aluna. – Desculpem nosso Sensei, mas ele às vezes não tem noção do lugar onde está. - Disse a ruiva se curvando em pedido de desculpa.

- Não deve se desculpar por isso. - Disse Hinata que foi a primeira a se recuperar e ignorando um “não devia mesmo” murmurado por Ino. – A Soi Fong é bem apegada a ele. - Comentou a Hyuuga.

- Apegada é pouco. - Disse Aoi se sentando em uma poltrona vaga afinal cansara de ficar em pé. – Esses dois fazem quase tudo juntos dês que Naruto-sensei conheceu o clã Fong. Ela foi a primeira a ser treinada por ele, eu sou a segunda e Xing é o terceiro. O relacionamento dos dois é divertido. Soi Fong idolatra o sensei e ele a trata como uma filha. Os dois geralmente comem juntos, treinam juntos e se der mole ela acaba escapando pra dormir no quarto dele.

- Dormir no quarto dele? - Perguntou Sakura estranhando.

- Ela diz que virou costume já que fazia isso quando pequena. - Falou Aoi olhando pro vazio. – E não é estranho. O sensei trata todos nós com carinho como se fossemos parte da família dele. Até eu de vez em quando escapo pro quarto dele, assim como o Xing e acabamos dormindo todo mundo no mesmo quarto. Ele reclama às vezes, mas ele não se importa. Ás vezes acordo no meio da noite e noto que ele nos vigia.

- Você poderia nos contra como é a vida do Naruto em sua vila? - Perguntou Tenten meio inserta afinal a ruiva poderia pensar que estava tentando espionar.

- Só se vocês nos contarem como era a vida dele aqui. - Disse Soi Fong entrando na sala parecia ainda emburrada, mas tinha um sorriso nos lábios.

- O que ele te prometeu? - Perguntou Aoi.

- Sorvete. - Disse a garota sorrindo mais ainda. Em seguida entra Xing na sala seguido de Hanabi. – Ele tava bisbilhotando a conversa então falei pra trazer a Hanabi assim não precisamos ficar contando a mesma coisa diversas vezes.

- Você devia usar sua cabeça mais vezes. - Disse Aoi ignorando o olhar mortal que a companheira lançou pra ela pelo claro elogio ofensa. – Muito bem, o que querem saber sobre o sensei?

- Se puder tudo. - Disse Ino ignorando as companheiras que acharam que aquilo era muito. Hanabi ainda parecia não saber o que tava acontecendo, mas ficou quieta. – Mas antes, como saberemos que o Naruto não irá aparecer?

- Ele deve tá no décimo quinto sono. - Disse Soi Fong calmamente. – Ele não dormia direito há um mês.

- Bom, me deixe começar. - Disse Aoi olhando o vazio. - O sensei era alguém totalmente novo no Lost Ground. Ele foi apresentado a todas as doze tribos pela tribo principal do deserto de rocha. Aparentemente ele salvou a tribo de ataque de uns ninjas sem vila...

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Naruto, em posição de lótus, com as duas pernas cruzadas, olhava o vazio do seu quarto. Ele lentamente fechou seus olhos acalmando ao máximo seu coração que estava agitado pelos acontecimentos recentes, precisava meditar pensar e ficar em paz. Respirou fundo e soltou o ar uma vez. Lentamente à escuridão ao seu redor foi se modificando para um vasto céu vermelho onde uma lua negra pairava no alto. Ali era o seu mundo, um lugar inalcançável para qualquer outro. A paz entrou em seu corpo enquanto memórias do passado pairavam por sua mente.

Flash Back

Estava ali fazia alguns dias, sempre parando durante o cair da noite para comer ou dormir, mas eram apenas as pessoas pertencentes à caravana que paravam daquele jeito, pois Naruto não se sentia cansado talvez fome, mas não cansaço. Não dormia dês que falara pela última vez com a Kyuubi, apenas olhava o vazio daquele deserto rochoso. Parecia infinito de qualquer direção que se olhasse, mas era um lugar agradável. Os habitantes dali eram cordiais e não perguntaram por que de sua aparência bestial quando os salvara, nem sobre seu passado. Eles apenas sorriam, gratos pela ajuda. E sempre tinha algo para fazer. Carregar pessoas doentes ou acabar com algum ninja sedento de fome que atacava a caravana, provavelmente mais algum renegado que fugira para aquele lugar.

- Você definitivamente não dorme. - Disse uma voz feminina atrás do loiro que não se virou, mas sentiu as mãos da mulher serem colocadas em seus ombros, mas logo os deixar. Ele notou que ela se sentara ao seu lado. – Porque encara tanto o vazio?

- Talvez por que ele me é familiar. - Responde Naruto sem pensar. – Qual a vila da onde você veio.

- Sou do país do trovão. - Diz a mulher o loiro a encara intensamente os cabelos era num tom cinza escuro e os olhos dourados. –Por que me salvou?

- E por que não salvaria? - Pergunta o loiro sorrindo. Fazia dois ou três dias que aquela mulher se juntara a eles. Ela estava com fome e sede quando atacou a caravana e não foi difícil vencê-la nem notar o cheiro de sangue que vinha dela, provavelmente uma ninja assassina.

- Eu matei muitas pessoas. - Disse a mulher olhando para o vazio. – Eu fiz tudo a mando do meu Kage. Cheguei a matar inclusive pessoas do escalão político do país do fogo e ataquei sua caravana, tentei matar seus amigos...

- Você estava com fome. - Disse Naruto voltando a encarar o vazio. – Eu sei o que é sentir fome e o que é estar sozinho, conseguir as coisas quando se está sozinho. Não podia te matar apenas por matar, apenas por que me atacou.

- Você não sabe nem mesmo o meu nome, apesar de eu saber o seu. - Disse ela que o chamara pelo nome da primeira vez que o vira. Claro que todos conheciam Uzumaki Naruto, o homem que diziam ter devastado uma vila inteira só pra ir atrás de uma pessoa.

- Não me importo de saber seu nome. - Disse o loiro agora olhando o céu um mar de estrela se estendia pelo manto escuro da noite. – Seu antigo nome está carregado de sangue e dor que você sempre procura abandonar. Senti isso enquanto lutávamos. Senti seu desespero em ser livre e em esquecer quem você é, mas isso é impossível. No momento em que cometemos erros devemos aprender com eles.

- Meu nome carrega apenas a morte. - Disse a mulher calmamente ela devia ter por volta de vinte anos e era bem atraente.

- Michiyo. - Disse o loiro fazendo ela encará-lo calmamente. – Esse é seu nome a partir de agora. -  A voz do loiro parecia longínqua como se ele realmente não estivesse ali. – O seu antigo nome morreu. Você morreu no deserto rochoso de fome e sede sozinha e sem amigos. - Ele a encarou mais uma vez, ambos ficaram se olhando. – Agora eu te dei um nome. Michiyo significa caminho, no seu caso um caminho já seguido e um novo caminho a seguir.

- Michiyo. - Murmurou a mulher sorrindo levemente. – Meu nome é Michiyo. - Ela olhou para o rapaz ao seu lado feliz. – Você sabe que dizem que quando se nomeia uma pessoa ou alguma coisa você se torna responsável por ela?

- Se você continuar me seguindo serei o responsável por você. - Disse o loiro voltando a olhar as estrelas do céu. – Jamais trairei sua confiança, nem a abandonarei. Se precisar de mim eu serei seu eterno amigo e não exigirei nada em troca.

- Parece uma jura de casamento. - Brincou a mulher fazendo o loiro corar furiosamente. –Calma, loirinho eu tava só brincando.

- Ham. - Foi à única coisa que Naruto disse meio aliviado.

- Eu sei sobre o seu passado ou o que os outros dizem sobre ele, mas mesmo assim não precisa me contar nada. Assim como não lhe contei meu passado e mesmo se eu chegar a contar você não precisa, mas pelo novo nome que você me deu, eu lhe seguirei seja qual for o caminho que você siga. - Diz ela em tom mais sério e sombrio. – Só me prometa que se você caminhar para um campo cheio de sangue quando sair você me irá me dar um novo nome.

- Feito. - Disse o loiro sorrindo. O incansável silêncio da noite caiu sobre ambos, mas logo foi interrompido por barulhos no acampamento. Os nômades estavam acordando. O loiro olhava para eles, não era uma forma muito esperta de viver, mas em um lugar tão sem vida como aquele, era de se esperar que os habitantes fossem nômades. Olhou para o horizonte notando que a escuridão da noite já estava sendo quebrada pela claridade do sol e foi apenas um segundo antes que a luz da manhã vencesse a escuridão da noite, mas, nesse segundo, Naruto jurou ver a eternidade.

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- Quando chegamos? - Perguntou Naruto ao líder ancião dos nômades senhor Taoo.

- Logo atrás daquela colina. - Disse apontando para longe onde havia uma colina verde que contrastava com o deserto rochoso. – Lá chegaremos ao nosso destino, à formosa Dakiha o ponto de encontro das doze tribos. - O ancião terminou de dizer e continuou seu caminho calmamente assim como os demais. O loiro olhou de relance pra Michiyo que carregava uma criança no ombro. Ela parecia feliz nos últimos dois dias dês que recebera um novo nome. O caminho foi feito calmamente, Naruto foi ficando por último para ajudar os mais velhos e quando chegou ao topo da colina ficou parado extasiado com aquilo.

A colina era mais alta que imaginara, mas a caravana que acompanhava já estava quase nos pés da colina, mesmo assim não se importou apenas encarou o local. Uma imensa área verde circular onde a vida ainda resistia. O tempo era incrivelmente diferente do deserto rochoso. Era ameno e tranqüilo, uma brisa refrescante soprou trazendo o cheiro de terra molhada e ele viu o brilho de um rio ao longe, mas conseguiu, com sua boa visão, olhar o que cercava aquele lugar chamado Dakiha.

 Ele viu cinco ecossistemas diferentes além do deserto de rochas em que estivera segundos atrás e que estava agora á suas costas. Ele via a direita o deserto de areia vermelha, a esquerda do deserto rochoso havia uma imensa savana, também viu um lugar onde parecia chover incansavelmente, por fim, uma imensa floresta que se perdia na vista e aquele ponto verdejante no meio daquele imenso vale verdejante e calmo rodeado de ecossistemas aparentemente extremos. Olhou para onde devia estar à caravana e conseguiu enxergar que havia mais gente ali parecia uma grande feira dobrou os joelhos e simplesmente sumiu logo aparecendo perto do velho Taoo.

- O que acha de Dakiha?

Fim do Flash Back.

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Foi com aquela pergunta que Naruto abriu os olhos e voltou para o quarto da mansão Hyuuga. Algo tirara sua concentração, algo fizera sair daquelas lembranças que gostava de seu passado. Foi até a porta do quarto notando que a casa estava muito quieta. Abriu a porta, não viu ninguém no corredor seus alunos deviam ter saído para não fazer barulho provavelmente pensando que ele tava dormindo imaginou o quanto chateada Soi Fong estava por Aoi ter arrastado ela pra longe do seu quarto, afinal a pequena Fong tinha a mania de entrar em seu quarto à noite e dormir por lá. Se bem que, Aoi e Xing faziam o mesmo às vezes. Voltou para o quarto fechando a porta fazendo o quarto ficar escuro. Mais uma vez se sentou encostado numa parede olhando a porta do quarto. Mesmo no escuro conseguia a ver com perfeição e mais uma vez se pegou lembrando do passado como conseguira chegar a ser como era hoje.

Flash Back

Um mês ali e Naruto não queria ir embora. Adorara Dakiha e conhecera pelo menos cinco tribos diferentes de nômades. Algumas o estranharam de primeira, mas fora bem recebido. Passou a observar também o treinamento de alguma das tribos que sabiam usar o chakra, via que algumas crianças e até mais velhos tinham certo talento para serem ninjas e a pelo menos duas semanas uma idéia ficava martelando em sua cabeça. Já comentara ela com Taoo e este desde então vinha ficando pensativo como se nunca tivessem oferecido aquilo pra ele.

- Naruto. - Disse Taoo atrás do rapaz que se levantou calmamente da grama e olhando o ancião pensando que provavelmente ele iria falar pensou sobre sua proposta. – Eu andei pensando em sua proposta e a acho muito boa, mas vejo falhas nela. Sei que tem muito em mente por isso hoje convoquei uma reunião com os cinco principais anciões e com os anciões das outras tribos nômades menores. Você está convidado a participar do conselho que será na barraca central os líderes anciões e os mais importantes guerreiros e membros das tribos nômades estarão lá. Quero que você coloque sua idéia em pauta.

- Não irei decepcioná-lo Ancião. - Disse Naruto não podendo esconder aquele imenso sorriso contagiando o velho que saiu para preparar caminho pro jovem já informado que a reunião seria naquele dia, a penúltima antes das tribos se separarem. O comércio entre tribos já fora feito assim como casamentos e comemorações.

As horas passaram de forma tão lenta que chegou a ser torturante para o rapaz que não conseguia se aquietar por isso se ocupou em ajudar algumas pessoas que precisavam de serviço pesado e fácil pra ele. Todas as tribos ali pareciam tão acostumadas com a presença dele que ele parecia um velho conhecido apesar de se manter afastado em grandes comemorações como se evitasse se aproximar de mais das pessoas. A hora para a reunião do conselho já chegara, o sol marcava quatro horas quando o rapaz resolveu andar até a grande tenda central onde todos os dias os anciões se juntavam para discutir sobre alianças, comércios e defesas das tribos, até quando todas as tribos se juntariam de novo.

Caminhou lentamente até chegar à tenda onde dois homens grandes e fortes guardavam a entrada. Ele ficou parado, sabia que em breve seria chamado. Observou ao redor ninguém próximo da tenda, uma regra entre as tribos para que as pessoas comuns ou espiões não ficassem sabendo do que eles discutiam nem das estratégias adquiridas. Logo um homem baixo, de pele morena, que trajava uma roupa marrom escura de pele, com uma espada curva na cintura, saiu e olhou para o loiro.

- Estão lhe chamando. - Diz o homem voltando para dentro da tenda o loiro segue e quando entra vê várias cadeiras postas em círculo decrescente da entrada até o centro. Ele podia dizer a classe de cada ocupante da grande tenda. Aqueles sentados mais perto das saídas da tenda e mais longe do centro tinham menos importância, provavelmente guarda costas, depois vinham chefes de clãs e por fim os líderes anciões. O loiro se colocou no centro do círculo onde todos observavam ao rapaz.

- Seu nome. - Perguntou um ancião de olhar feroz como um tigre.

- Uzumaki Naruto. - Diz o rapaz de forma calma, não se abalava por estar ali.

- De onde veio? - Perguntou outro ancião de cabeleira branca como à neve e olhar gélido como uma geleira.

- De além das areis de sangue, dum país chamado Pais do Fogo. - Disse Naruto de forma calma, houve certa comoção quando aquilo foi dito.

- O Ancião Taoo disse que tens algo a propor ao conselho. - Começou a dizer o homem de olhos ferozes como as de um tigre ate a coloração amarelada era igual. – Mas não podemos deixar que fale ao conselho sem nos contar que é você e por que veio aqui.

- Eu sou Uzumaki Naruto, filho de Namikaze Minato e Uzumaki Kushina. - Começou o loiro não querendo enrolar sem pensar se estava sendo mal educado. – Quando pequeno um monstro atacou minha vila ninja e meu pai selou esse monstro dentro de mim. Eu cresci mal visto em minha vila por algo que eu não tinha controle, mas mesmo assim continuei na vila tentando ser útil, provar que eu era forte e não o monstro dentro de mim. Mesmo depois de eu cumprir uma promessa importante, provar que eu sou forte, fui mais uma vez desprezado e o conselho de minha vila resolveu que eu era uma ameaça, me expulsou e colocou minha cabeça a prêmio. Fui perseguido e isolado.

- Então tens um monstro dentro de si. - Começou dizendo um homem de manto verde se erguendo da fileira de cadeiras parecia o chefe de algum clã. – E como podemos saber que não nos matará? - Murmúrios de concordância foram ouvidos.

- Sinto que nosso convidado tem mais a dizer. - Disse o ancião de olhos gélidos.

- O monstro dentro de mim era mais conhecido como um demônio, mas mesmo querendo ser livre eu o convencia que iriam caçá-lo também, pois tinha grande poder. Esse demônio então me propôs que eu me unisse a ele, que eu me torna-se um com ele. - Falou Naruto de maneira calma alguns murmúrios de descrença entre os anciões afinal se aquilo era verdade o rapaz nem humano era. – Eu aceitei e nos tornamos um só. Ele se tornou meu ódio e meu lado escuro e eu me tornei a humanidade que ele não tinha a piedade que ele desprezava, mas isso causou certo choque e eu perdi a consciência e a memória. Quando eu recobrei à consciência eu estava no deserto de sangue, mas sem memória que só fui lembrar quando encontrei o velho Taoo.

- Respeito ao falar de um ancião. - Advertiu o ancião de olhos amarelados.

- Respeito ao falar comigo. - Disse Naruto sorrindo para o homem que parecia surpreso, mas sorriu também. – Essa é minha historia resumida.

- Você poderia nos dizer que forma tinha esse demônio? - Pergunta Taoo erguendo sua voz para que todos ouvissem. O silêncio caiu no local.

- Uma raposa. - Disse o rapaz de forma calma. Estouro de murmúrios foi ouvido até mesmo entre os anciões que pareciam surpresos. – Kyuubi no Yukon a raposa de nove caudas. - Ao contrário do que o rapaz pensara não ouve uma onda de medo ao dizer o nome muito menos olhares de ódio tudo que aconteceu foi um silêncio esmagador.

- Pode provar? - Pergunta Taoo de forma calma. – Pode provar que você seja uma raposa de nove caudas?

- Bom até poderia se eu fosse. Eu sou mais como um meio Yokai. - Disse o rapaz meio confuso com aquilo tudo, mas concentrou um pouco de chakra ao seu redor. Seus cabelos começaram a ficar vermelhos quase que por inteiro, seus olhos ficaram vermelhos com pupilas em fenda, os caninos cresceram, as unhas se tornaram garras e seis caudas de puro chakra se formaram atrás do rapaz se movendo para todos os lados e duas orelhas de raposa se puseram acima de sua cabeça apesar de ela ser feita de chakra. A presença no local era forte, meio sombria, mas majestosa para os nômades e a luz vermelha que saia do chakra iluminava a tenda de forma que até as pessoas de fora pareciam interessadas. – Seis caudas é o máximo que posso mostrar agora, mas deve ser o suficiente. - Disse o rapaz incomodado com o silêncio repentino então logo parou de usar o chakra e voltou ao normal.

- Kami-sama. - Uma voz disse ao meio dos anciões e chefes de clãs logo outros murmúrios parecidos vieram ao redor deles.

- Não quero o mal de ninguém e entenderei se quiserem que eu vá embora, mas antes escutem o que eu tenho de dizer. - Falou Naruto achando que daqui a pouco iam estar lhe atacando.

- Deixe que ele fale. - Dissera três anciões ao mesmo tempo. O silêncio mais uma vez reinou, todos esperavam para ver o que o surpreendente jovem falaria.

- Eu venho observando muito vocês, o modo de vida de cada um e não entendo por que ainda são nômades. Provavelmente para manter suas tradições ou irem atrás de riquezas que exista em algum lugar dos quatro reinos habitáveis. – Começou a dizer Naruto de maneira mais séria. – Mas há algumas semanas venho pensando que quero me estabelecer aqui onde vocês chamam de Dakiha. É uma terra boa e vasta no centro dos cinco reinos. Não queria fazer isso sozinho quero montar uma cidade, estabelecer uma comunidade.

- E como faria isso? - Perguntou um ancião interrompendo o jovem que notou que este ancião parecia falar de uma maneira mais respeitosa. – Traria pessoas de seu povo pra cá? - Muitos não ficaram felizes ao pensar nisso.

- Eu não tenho mais um povo, mas gostaria que vocês se tornassem meu povo, meus amigos e companheiros.  Ajudassem a construir essa cidade, essa vila. - Disse Naruto chegando ao ponto, murmúrios foram ouvidos. – O velho Taoo concordou em ficar aqui, mas ele disse que haveria coisas a discutir perante o conselho e eu já imagino o que seria.

- Mercenários. - Disse uma anciã. – Se ficarmos num só lugar os mercenários que também se reúnem por aqui irão nos atacar constantemente roubar nossas mulheres e riquezas.

- Nisso eu posso dar um jeito inicialmente. - Falou o loiro de maneira séria e calma. – Eu protegeria a cidade de qualquer ataque e também pretendo ensinar a vocês a arte da luta. Sei que muitos aqui já ensinam aos seus filhos e membros de caravana técnicas de luta. - Ele deu uma pausa para respirar mais fundo e continuar. - Mas seria bom organizar isso melhor. Compartilhar conhecimento para que fiquem mais fortes e protejam os seus lares, amigos e irmãos. Existem muitos ninjas forasteiros perdidos em alguma parte dos cinco reinos, expulsos de sua vila ou renegados, eles provavelmente procuram um lugar para descansar para recomeçar.

- E você pretende trazê-los pra cá? - Pergunta o chefe de algum clã.

- Trarei aqueles que querem recomeçar. Eles ensinarão aos seus filhos técnicas que não conhecem e também ajudarão a nos fortalecer. Nenhum mercenário nos atacaria, corro o risco de dizer que se fizessem isso eles cairiam de joelhos querendo se juntar a nós. - Diz o loiro com uma convicção inabalável seus olhos azuis brilhavam com suas palavras. – Pensem no duro futuro que vocês impõem aos seus filhos, amigos, companheiros e, claro, parceiros. Vocês os condenam a caminharem incansavelmente em círculos sempre vindo parar aqui. As riquezas dos cinco reinos podem ser buscadas por grupos, não é preciso que famílias inteiras, ou um número de pessoas tão grande que formaria uma vila, fosse junto.

- E comida? - Pergunta Taoo.

- Estamos em uma terra fértil que recebe chuva e não sofre com o inverno rigoroso. Dividiremos as terras para plantio e criação de animais. Deixaremos que famílias que cuidam disso cuidem dessas terras, alimento não nos faltará. - Dizia em tom de quem havia pensado muito no assunto. – Michiyo, companheira que salvei da fome, me disse que seus pais cultivavam a terra antes dela se tornar uma ninja e que ainda se lembra disso. Ela viu que por aqui tem coisas para serem cultivadas. Frutas, legumes e outros alimentos, também tem gado para ser tratado. Ela ensinaria a tratar a terra.

Fim do Flash Back.

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Um barulho alto de algo quebrando tirou Naruto de seus pensamentos. Saiu rapidamente do quarto e andou silenciosamente pela casa tentando saber o que estava acontecendo. Chegou perto da sala e pode ouvir vozes lá dentro. Se escondeu atrás da parede para identificar de quem eram as vozes, não demorou muito para perceber que eram seus alunos juntamente com Tenten, Ino, Sakura, Hinata e Hanabi que perguntavam ao mesmo tempo.

- Kami-sama?

- Sim Kami-sama. - Respondeu à voz de Aoi. O loiro não entendia direito então resolveu ficar ali encostado na parede ouvindo a conversa, movido, é claro, por sua curiosidade lendária. – Naruto-sensei é considerado um deus para nosso povo, pois ele e a raposa de nove caudas são um só. Nós, dês de muito tempo atrás, acreditamos que a Raposa é um deus em forma animal que tomava a forma humana às vezes para nos ajudar e quando o Sensei contou para o conselho sobre sua condição, do que ele chama Hanyou, muitos ali tomaram ele como um deus.

- Ta certo que a Kyuubi é praticamente invencível, mas um deus? Eu nunca conseguiria dizer isso. - Falou Sakura que conhecia bem o poder da raposa demônio e mais surpresa ainda ao saber que o amigo era considerado um deus vivo. – Mas o que aconteceu nessa reunião? O que foi decidido?

- Os mercenários resolveram nos atacar durante a tal reunião foi ai que eu, Soi Fong e Xing nos conhecemos direito. - Disse Aoi de forma calma sem se abalar pelas reações.

- Eu, naquela época, não era muito bem vista entre as tribos. Era sozinha e órfã, diziam que meu pai foi um mercenário que se interessou por minha mãe e a seqüestrou. Depois de alguns meses minha mãe reapareceu para o nosso povo comigo nos braços. - Começou Soi Fong de maneira lenta. –Eu então fui isolada, pois me consideravam impura por um relacionamento com mercenário e mesmo minha mãe sendo a sucessora do clã Fong, fui deixada de lado. Minha tia, que hoje chamo de mãe, me criou. A única que tinha amor por mim, mas mesmo assim, por eu viver isolada dos demais não era muito conhecida das demais caravanas.

- Por que isso agora? - Perguntou Hinata de maneira calma olhando para a menina de uma forma quase materna.

- Por que é importante para que entendam o resto da história. - Começou Aoi tomando a palavra olhando de relance para a amiga. – No ataque dos mercenários, algumas mulheres e crianças foram levadas. Ficamos apenas meia hora em poder dos mercenários antes da ajuda chegar, mas só nesse tempo vimos do que eles eram capazes. As coisas que fizeram com nossos irmãos e irmãs, foi quando Soi Fong perdeu o controle e ativou sua linhagem sanguínea.

- Ela consiste em usar o próprio sangue para criar uma arma, é basicamente à manipulação do sangue meu clã. O principal da tribo mestre do deserto de sangue. - Explicou rapidamente a garota. – Eu a ativei sem querer para viver antes que tocasse em mim. Eu tinha oito anos.

- Ela estava fraca, tínhamos sido espancados, os menores, para não fazermos barulho enquanto eles se divertiam com as mais velhas, por enquanto. - Falou Xing de maneira fria e calma, seus olhos transpassavam um ódio inumano. – Ela matou dois mercenários, mas era impossível vencer. Tinha centenas e ela não tinha controle sobre sua linhagem avançada perdia sangue muito rápido e suas habilidades de luta não eram as melhores. Alguém a derrubou no chão eu tentei ajudar, mas fui acertado na cabeça mal consegui me mover.

- Mas antes que fizessem algo contra a Soi Fong, um clarão vermelho nos cegou por instantes. - Disse Aoi de forma calma, mas a voz vacilava um pouco, não parecia fácil lembrar-se daquele dia não para ela.

- Naruto-sensei. - Disse Soi Fong. – Ele apareceu…

Atrás da porta, Naruto se lembrava daquele dia. Se perdendo nas vozes dos alunos lembrou o céu azul da manhã, do canto dos pássaros, de encarar cada um dos velhotes do conselho e também aqueles chefes de clãs que se achavam acima de tudo na época, mas aprenderam, aos poucos, como serem humildes e até menos rígidos. Pessoas boas, mas, então mudou…

Flash Back.

- Meus senhores, fujam. - Disse um homem entrando na barraca interrompendo Naruto em quanto este falava. O homem estava ensangüentado e caiu morto aos pés do loiro, logo gritos eram ouvidos fora da tenda central e outra pessoa entrou correndo, um guerreiro de quase dois metros de altura, careca, de olhos verdes.

- Mercenários nos atacaram, alguns ainda estão atacando, mas a maior parte do bando fugiu. Levaram mercadorias, mulheres e cinco crianças. - Falou o homem que respirava fundo todos os conselheiros se levantaram, mas pararam quando viram Naruto andar para fora da barraca. Á mudança no olhar era assustadora, não eram calorosos os olhos azuis, eram frios como o aço da morte e o sorriso em seu rosto, embora menor, demonstrava uma face nunca antes vista. A impressão de que um animal iria dilacerar sua presa e sentia prazer por isso.

- Qual a direção do esconderijo deles? – Perguntou.A voz antes entusiasmada e alegre por discutir a criação de uma cidade agora saiu baixa e fria como o vento do inverno.

- Sigam ao norte, mas eles já estão a mais de vinte minutos na frente, nunca ira alcançá-los. - Disse o guerreiro careca que foi ignorado pelo loiro que saiu da tenda.

Assim que saiu um mercenário pulou sobre Naruto que desviou com uma facilidade incrível e agarrou o homem pelo rosto o levantando no ar como se ele não pensasse nada. O sorriso do loiro se estendeu de forma cruel enquanto ele jogava o homem como um pedaço de lixo em direção de mais dois mercenários. O choque foi imenso. Os três foram arremessados por barracas e mais barracas antes de caírem mortos apenas com o impacto. Em seguida Naruto desapareceu. Não foi difícil matar os últimos dez mercenários que estavam no acampamento, então olhou para o norte. O chão rachou abaixo dos seus pés, o ar ao seu redor ficou mais denso e uma rajada de vento jogou tudo para os lados quando ele simplesmente sumiu correndo em grande velocidade.

Tudo ao redor do loiro era apenas um borrão escuro. A noite que já subia testemunhava os movimentos velozes do rapaz que cortava a grande planície levantando uma grande nuvem de poeira. Incansável, com um destino fixo. Logo o cheiro de sangue chegou ao rapaz que aumentou mais ainda a velocidade. Viu a frente um rio largo com uma ponte quebrada, mas não parou de correr. Ao chegar à beirada apenas saltou, conseguindo passar por sobre os mais de dez metros que separavam uma margem do rio da outra e continuou correndo até chegar perto do acampamento. Parou e, subindo em uma árvore, observou a situação. Analisou o acampamento, os homens ignorando os gritos de mulheres e as risadas sádicas enquanto alguns mercenários se divertiam com os prêmios de batalha.

Eram, no mínimo, uma centena de mercenários com algumas barracas já prontas enquanto eles se dividiam em grupos ao redor da fogueira. Alguns estupravam as mulheres ao ar livre sem se importar que crianças vissem. Ele viu certa comoção, uma garota de cabelos intensamente negros assim como os olhos se pôs de pé após decapitar um homem que tentava ficar em cima dela. Ele viu a foice de sangue e a identificou como parte do clã Fong, pois sabia da linhagem avançada deles. Ela matou mais dois e o rapaz sorriu. Ela era imatura e não sabia lutar direito, mas se virava. Era claro que não tinha controle sobre sua linhagem avançada, já estava pálida pela falta de sangue quando foi derrubada por dois mercenários que já abaixavam as calças. Foi à hora de agir, não permitiria isso enquanto estivesse ali.

Foi mais rápido do que ele planejara. A árvore em que estava em cima quebrou com o impulso que tomou para o salto. Subiu algumas dezenas de metros e caiu numa velocidade absurda. O chakra vermelho sangue tomou conta de seu corpo enquanto à velocidade aumentava. O impacto com o chão foi rápido, um clarão vermelho percorreu o acampamento dos mercenários enquanto o loiro, sem pensar, esticou o braço e sentiu seus dedos atravessarem carne, músculos e ossos. Quando o claro passou, ele notou que seu braço atravessara as costas e o peito de um dos homens que iriam estuprar a criança. Removeu o braço jogando o homem para longe. Nem ao menos olhou para a criança para ver se esta estava bem, apenas ficou em pé. Os mercenários ficaram quietos, surpresos, nem se moviam. Gritos de ajuda ainda ecoavam, junto com o crepitar de fogueiras, quando o primeiro suicida tentou acertar Naruto com uma espada.

O loiro segurou a lâmina da espada com apenas dois dedos e a quebrou, em seguida enfiou a lâmina quebrada na cabeça do adversário que tombou sem saber o que acontecera. Outros partiram para cima em busca de vingança contra os companheiros caídos. Naruto se desvia de um machado de guerra revestido de chakra enquanto acerta um mercenário no rosto estourando a cabeça do homem que caiu sem ela. Os mercenários viram que aquele loiro não era comum e então começaram a usar mais chakra no ataque. Um imenso círculo de homens se formou ao redor de Naruto que desviava de cada ataque como se não fosse nada. Alcançou um mercenário com os braços e o colocou a frente de uma lâmina o soltando em seguida e chutando outro mercenário o jogando para trás derrubando vários companheiros.

Naruto então respirou fundo. Os mercenários se afastaram pensando que seria um ataque de fogo, mas tudo que o jovem faz é soprar. Era como um vendaval que lançava mercenários para trás com a força do vento. O loiro pegou um mercenário qualquer ainda no ar e o lançou a terra, o chão tremeu com o impacto. Pisou no peito do homem ainda vivo e esperou outros virem. Desviou de uma kunai vinda da direita, a pegou no ar e lançou para trás acertando um mercenário que tentara pular em suas costas acertando-o na garganta o fazendo cair de costas engasgando com o próprio sangue. Pegou uma espada no chão, cortou a cabeça do homem que ainda pisava em cima e pulou para cima de outros dilacerando braços e pernas os deixando caídos no chão para morrerem por falta de sangue. Atravessou a espada no abdômen de um mercenário habilidoso que conseguiu segurá-lo pelas mãos.

- Morra desgraçado. - Disseram dez mercenários pulando para caírem em cima dos dois. Naruto sorriu achando inútil e uma onda de vento e chakra saiu de seu corpo, dilacerando os dez. Uma chuva de sangue caiu ao redor do loiro que se livrou dos incômodos e esticou o braço em direção a mais quinze que vinham em sua direção. Uma esfera vermelho sangue apareceu na palma da mão do loiro. Era pequena como uma bola de tênis e saiu voando em direção dos adversários que pularam para todos os lados para desviar. A bolinha vermelho sangue parou no ar no meio de todos que não entenderam, mas, antes que pensassem, milhares de espinhos gigantes cresceram ao redor da bolinha e mataram todos empalados. A bola de espinhos continuou a crescer, pegando mais e mais.

- As únicas escolhas daqueles que se põem a minha frente como inimigos são: - Começou a dizer o jovem visto que os mercenários pararam de atacar. – Primeiro, a morte e segundo, a vida. - Disse o rapaz de maneira lenta e calma. – Qual a escolha de vocês? - Metade dos mercenários estava morta naquele instante, o líder do bando fora morto pelo jovem que nem percebera que o matara. O silêncio foi geral quando várias armas foram jogadas no chão, mas outros mercenários avançaram. Naruto fez alguns selos com as mãos e respirou fundo soltando uma rajada de jogo nesses. Sentiu alguém se movimentando as suas costas quase agarrando suas roupas quando se virou rapidamente com os dedos estendidos suas unhas em forma de garra brilharam na noite, mas ele parou a centímetros do rosto do estranho ao notar que este era a menina de seus oito ou nove anos que matara os demais. Não havia medo em seus olhos e ele se endireitou e respirou fundo tentando se acalmar.

- Me ajude. - Pediu a menina de forma baixa, pálida feita um cadáver, provavelmente resultado da perda de sangue que sua linhagem avançada proporcionava para inexperientes. Olhou para o resto dos mercenários um pouco menos da metade dos originais. Os olhos do loiro ficaram vermelhos e cada mercenário vivo foi jogado a alguns metros a sua frente agrupados. O loiro fez um selo com as mãos e tocou o solo. Do chão começou a subir uma jaula de rocha pura ao redor dos mercenários que ficaram confusos. A jaula era gigante, o silêncio reinou por causa da surpresa momentânea, mas logo ouviu-se os mercenários pedindo misericórdia. O loiro se virou para os prisioneiros, os membros das tribos dos cinco reinos.

- Eu aqui imponho um julgamento sobre esses mercenários. - Disse ele olhando principalmente para os adultos, em sua maioria mulheres que se cobriam com o que podiam já que a maioria tinha suas vestes rasgadas e pareciam chorar. – Vocês são o juiz e o júri, eu sou o executor. Qual é a sentença deles?

- Mate eles. - Gritaram às pessoas em volta em fúria. Os mercenários ficaram desesperados.

- A sentença foi dada. - Disse se virando para a jaula de pedra. – Vocês aqui estão condenados a morte, a minha escolha, terei piedade que vocês não tiveram. - Ele sorriu levemente e fez um único selo com as mãos enquanto espinhos apareciam nas barras da jaula de pedra assim como no teto. A jaula começou a diminuir lentamente os mercenários desesperados tentaram escapar, mas a jaula não quebraria, não enquanto Naruto estivesse vivo. Este deu as costas e pegou a mão da menina de cabelos negros. – Vamos. - Ordenou aos sobreviventes, indo em direção do acampamento das doze tribos as pessoas boas ajudavam as que não podiam se movimentar. Alguns pegaram as carroças dos mercenários que ainda gritavam em desespero pela jaula agora estar esmagando eles aos poucos. Os que não podiam se mover foram levados na carroça enquanto os gritos dos mercenários ecoavam pela noite, assim como o som de seus ossos sendo esmagados e triturados de forma lenta. Quando eles já estavam longe dali, notaram que o silêncio reinara e que não havia mais gritos na escuridão. – Sentença realizada. - Murmurou Naruto de forma que só a criança que ele carregava notou.

Fim do Flash Back

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- Ele matou cem pessoas estando sozinho? - Perguntou Tenten impressionada tirando o loiro de seus pensamentos e lembranças do passado. Seu tom de voz não demonstrava nenhum lamento pela morte dos mercenários.

- Naquele tempo Naruto-sensei estava caído no caminho Asura. - Disse Soi Fong de maneira calma. – Ele disse que, no momento em que viu meus olhos sem medo o encarando, ele conseguiu sair desse caminho.

- Depois disso demoramos horas para voltarmos ao acampamento onde muitos nos davam por mortos. O acampamento estava meio destruído, mas o sensei nos ajudou com ninjutsus médicos básicos que ele aprendeu com seu antigo mestre Jiraya-sama. - Falou Xing em respeito ao mestre de seu Sensei. – E depois várias coisas aconteceram com Naruto-sensei. Aquela não foi a última batalha que ele teve de passar. Haviam mais mercenários, mais renegados, mais pessoas que não aceitaram ele ser nomeado o líder de nossa vila.

- Como ele conseguiu usar três elementos? - Se pergunta Sakura pensativa. – Para se usar dois é preciso muito treino, três é praticamente impossível.

- O elemento fogo que eu utilizo é diferente do normal. - Disse Naruto entrando na sala surpreendendo os demais. – Estou aqui há algum tempo sim. - Disse o loiro sorrindo, pois sabia que iriam lhe perguntar aquilo.

- Como assim diferente? - Perguntou Ino.

- É chamado fogo de raposa. - Disse o loiro calmamente. – Uma espécie de fogo espiritual que alguns Yokai conseguem usar. É mais forte que o fogo comum. Ele, em sua forma incompleta, é uma chama parecida com qualquer outra, mas quando eu a uso de forma pura ela é uma chama azulada muito bonita. Ela pode queimar, ou não, o alvo de acordo com a vontade do usuário e se atirada em alguém para ataque de maneira ofensiva mesmo, ela jamais apagará até que essa pessoa morra. - Ele parou e olhou para Soi Fong que parecia pensativa. – Ei pimentinha, vamos tomar aquele sorvete? - Disse para a garota que pareceu voltar ao mundo real e praticamente pulou nas costas do sensei se pendurando em seus ombros rindo alegre.

- Sorvete. - Disse ela em um tom quase infantil.

- Ela é maníaca por doces. - Comentou Xing baixinho ignorando o olhar mortal de Soi Fong e o riso do resto das mulheres.

- Vocês não vêem conosco? - Perguntou Naruto se virando sem se incomodar por Soi Fong ainda estar pendura em suas costas, ele olhava pra todos na sala.

- Opa! Demorou. - Disse Ino se levantando. Logo todos estavam nas ruas de Konoha em busca de uma boa sorveteria conversando alegremente e atraindo a atenção de todos.

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N/A: OLA PESSOAR desculpem minha demora mas tive meus motivos e tive mesmo mas bem onde eu tava msm?.......a sim desculpe vou dizer um dos motivos (gripe) hauhauah eu sou do tipo que não fica doente com facilidade o resto do mundo pode cair doente que eu fico numa boa mas quando finalmente fico doente bom eu fico incapacitado pra quase td menos respirar^^. Eu resolvi terminar o cap de maneira mais branda diferente do jeito que eu geralmente faço foi um cap que teve de tudo contei um pouco o passado do Naruto e há muito o que contar sobre isso e talvez mostre algo do Uchiha Sasuke.

N/A2: Eu definivamente não defini quem pode ser o par do Naruto hauhauha......Mas bem as candidatas apareceram nesse cap para quem não prestou atenção aqui vai. Sakura, hinata, ino, Tenten, Hanabi (é ela Tb) e Michiyo (sim ela vai aparecer mais pra frente)

N/A3: Pelo amor dos deuses leiam essas notas^^............Eu sei que tem muita gnte que gosta dessa fic (apesar de que eu q sou escritor ainda não descobri o pq ^^. Mas deve ter algo que vocês não gostaram ou que queriam que aparecessem mais ou que não apareceu mas bem........A sim eu coloquei lutas mais fraquinhas pq se não vcs ficam mal acostumados né é complica do escrever cenas de luta contra vários oponentes ao msm tempo e esse seria o segundo cap seguido que acontecia cenas de luta.........Bem eu terminei hj esse cap (SABADO: 13:17) então se vocês so verem ele postado lá pelas nove ou 10 ou 11 ou sei lá é cilpa do beta^^.........t+ fui

Nota da Beta: Se esse ser impaciente tivesse esperado até hoje, Segunda 09:42, vocês teriam lido o capítulo devidamente betado. Bem, me digam se faz muita diferença esperar um pouco mais pra ter ele certinho ou não.


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