I'm Never Changing Who I Am escrita por Moça aleatoria


Capítulo 54
O objetivo nunca foi magoar.


Notas iniciais do capítulo

Eu terminei o capítulo, disse a mim mesma que ia tomar banho e depois já ia postar E DAI EU ESQUECI. Mas estou só um horinha atrasada pro domingo.
E obrigada a todos que comentaram o capítulo anterior, acho que foi um dos capítulo com mais comentários!
Esse capítulo já é um tempinho depois, onde começa o nosso "epilogo estendido". Ai ai, que dorzinha do coração ver que está acabando....
Alias, eu sinto muitíssimo se tiver algum erro de portugues ou digitação no capítulo. Meu computador está tão terrível que eu digito digito e so depois de alguns segundos aparece na tela o que eu escrevi. E dai trava. Deus tenha piedade da minha alma.
Notinhas breves por que tenho que dormir pra estudar amanha. Ninguém merece viu.



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POV Percy

Passei o restante daquela semana dormindo na enfermaria, fazendo companhia para Annabeth, que agora passava a maior parte do tempo acordada. Mesmo que alguns campistas entrassem e saíssem da enfermaria durante, Annabeth passava as noites sozinha, e eu me ofereci para fazer-lhe companhia.

No entanto, não era como se o lugar fosse solitário, muito menos desagradável.

Will sempre estava lá, ele insistiu para assumir o plantão todos os dias daquela semana. Tendo eu me oferecendo para dormir na enfermaria, Will passou a ser nosso médico oficial. Ele nos dava compridos todos os dias, para restaurar energias, dizia ele. Mas não era como se Will fosse apenas nosso médico, ele na verdade era um cara bem legal. O tipo de pessoa que sabe manter a calma e manter o bom humor.

Will também parecia ser um amigo muito próximo de Nico e Thalia, que passavam dias inteiros conosco na enfermaria. Eles pareciam ter adquirido uma amizade interessante durante a missão juntos. Nico sempre fora antissocial, nunca tivera grandes amizades nem tinha afinidade por toques e piadas, e Thalia sempre fora séria, principalmente depois que se tornou uma caçadora. No entanto, ambos trocavam toques e brincadeiras, e Thalia nem se quer via problema em ser tocada pelos garotos. Era tão fraternal que nem Artemis poderia reclamar.

E, assim como eles, Jason, Leo e Piper também nos faziam companhia. Piper e Annabeth simplesmente não passavam cinco minutos sem um assunto. Acho que Piper seria a segunda garota depois de Thalia que Annabeth realmente tem afeto.

Também era engraçado ver que Jason e Leo tinham uma amizade forte, mesmo que aparentemente Jason não conhecesse nenhum deles antes de Thalia, Nico e Will os resgatarem. E essa ainda era uma história que permanecia em mistério para nós.

Leo, no entanto, parecia abatido, mas fazia piadas e brincava com os dedos flamejantes, sempre sendo reprendido por alguém, geralmente por Piper. Thalia e Jason estavam recuperando a fraternidade e via uma tensão clara entre o garoto e Piper. Thalia havia nos contado que, aparentemente, Jason e Piper namoravam até que Jason acordara sem memória alguma no ônibus escolar no dia que os encontraram. Aparentemente, Jason tinha uma namorada ou algo assim.

Artemis, Apolo e Afrodite também passavam por lá, principalmente Apolo, ele e Grover haviam transferidos seus jogos de cartas para a enfermaria para nos fazer companhia. Artemis passa mais tempo ajudando no controle do acampamento, já que ainda não estou disposto o suficiente para fazê-lo. Afinal, ainda era o chefe do Acampamento Meio Sangue até segunda ordem. Na verdade, Artemis parece até habituada com a presença dos garotos, assim como suas caçadoras.

Afrodite passava muito tempo descansando na Casa Grande, ninguém nunca nos diz por que, mas sabemos que é por causa de Eros. Mesmo que tenhamos destruído seus planos, os deuses do amor tinham uma conexão de poderes, quanto mais poderoso Eros ficava, pior ficava Afrodite. Apenas nos tranquilizava o fato de, por enquanto, Afrodite permanecia estável.

Ainda não tínhamos noticias de Effy ou Mary Ann, as garotas pareciam ter sumido do mapa. Não havia sinal algum de Eros nem de nenhuma atividade ao menos suspeita. Apolo dizia sempre procurar por deuses sobreviventes ao desastre da caverna, mas diz não encontrar nenhum sinal nem dos sumidos no desmoronamento da caverna, nem os que escaparam. Piper e Leo contam que boa parte dos deuses havia conseguido sair da caverna depois de libertados, mesmo que a maioria ainda tivesse permanecido a socorro dos mais fracos. Grover tinha conseguido entrar em contado com alguns dos espíritos da natureza que fugiram com a ajuda de algum deus.

–Todos eles dizem a mesma coisa. –dizia Grover. –foram transportados e então o deus sumia. Os espíritos ainda estão muito assustados com toda a situação, não é bom pressioná-los.

Mas dos deuses não havia qualquer informação, qualquer sinal.

–É provável que Zeus tenha os chamado de volta para o Olimpo onde é mais seguro. –Apolo assegura, mas sempre há uma duvida em sua voz, mesmo que ele tente nos acalmar.

No entanto, de acordo com Artemis, o Olimpo continuava fechado. O velho senhor que guardava o Empire State havia sido substituído por um mortal qualquer, que não podia fazer nada alem de rir se alguém pedir para subir até a morada dos olimpianos, até mesmo os próprios deuses. Aparentemente, os deuses estarem no Olimpo por segurança é uma boa possibilidade, mas sem nenhuma garantia.

–Não se preocupem com isso agora. –Artemis dizia.

E, na verdade, tentávamos não nos preocupar. Não tocávamos no assunto nem pedíamos por mais informações, tentávamos esquecer o ocorrido, mesmo que fosse impossível, mesmo que em cada centímetro de nossos corpos e almas houvesse uma cicatriz para nos lembrar.

No entanto, sabia que havia cicatrizes demais ali, nos marcando de uma forma ou outra. Via a cicatriz no braço de Annabeth, via olheiras escuras nos olhos de cada um, via preocupação. Toda a vez que erguia minha blusa via a faixa que contornava meu tronco, e sabia que por baixo desse havia as feridas quem nem mesmo a imortalidade poderia curar tão rapidamente.

Mas nos seguimos nossas vidas. Ou ao menos tentamos.

Mesmo que eu ainda acordasse no meio da noite com os músculos tencionados e corpo suado, pensando ainda estar no Monte Otris. Minha visão costuma vacilar, pontos pretos a envolvem quando minha cabeça se põe a latejar. Ás vezes, simplesmente me perco em meio de conversas, e demoro a me por novamente nela. Sinto-me de volta a um caminho fácil demais depois de traçar uma volta tão difícil. Sinto-me perder no fácil, pegando caminhos errados em uma linha reta.

Mas eu estou seguindo.

...

–Tem certeza que está boa o suficiente para isso? –pergunto pela décima vez, quanto Annabeth põem os pés para fora da cama.

–Tenho certeza.

–Absoluta? –ela sorri, enquanto eu coloco sua mochila por cima de meu ombro.

–Absoluta.

–A garota sabe o que faz, Percy. –Will garante, enquanto me informa sobre mais cilindros coloridos cheios de comprimidos. Ele aponta e explica para que cada um serve e separando os de Annabeth dos meus. –entendeu?

–Sinceramente? Nem uma palavra, Will. Sinto muito.

Sentia-me mal por conseguir gravar tão pouco do que Will explicava com tanta paciência. Mas ele apenas bufa, fingindo irritação. Ele ergue uma sobrancelha para Annabeth, como se dissesse “sério, como você aguenta esse cara?”.

–Eu entendi. –Annabeth se posiciona. –pelo visto também foi cuidar dos seus remédios, Cabeça de Alga.

–Qualquer coisa, eu sou o médico de plantão, tipo, sempre.

E, sentados em uma maca, Leo , Piper e Jason olhavam o caderno sobre o colo do filho de Hefesto. Leo estava no meio de um projeto com seus irmãos, Piper parecia se divertir com os esboços do amigo, já Jason não parecia muito interessado no que quer que seja que Leo planejava. Na verdade, Jason parecia extremamente confuso.

–E o que, exatamente, isso deveria ser? –Piper zomba do desenho do amigo. –uma girafa?

–É um dragão, Mclean! –o garoto dispara, e volta a desenhar.

–Então por que o pescoço é tão grande?

–Você quer desenhar, Rainha da Beleza? –a menina levanta as mãos no ar, se rendendo. –vem cá, Annie. É possível fazer um dragão de metal gigante sem precisar enfrentar expressões matemáticas não dos deuses?

Annabeth sorri para Leo, ela caminha até ele e se inclina para olhar as contas do garoto. Jason imediatamente se levanta para dar lugar a Annie, que lhe agradece com um sorriso e se senta. Jason então se posta a meu lado enquanto Annabeth resolve as contas de Leo e Piper refaz seus esboços. Na verdade, Jason parece aliviado em não olhar mais o livro.

–Eu não entendo nada de dragões de metal. –ele admite, cruzando os braços sobre o peito.

–Acho que somos dois. –eu sorrio. –Ei, que tal treinarmos mais tarde?

Jason mira-me com um olhar sério, ele ergue um sobrancelha.

–Está bem para isso? –não há malicia ou se quer um tom de superioridade na voz de Jason, apenas uma real preocupação. Mas eu lhe ergo uma sobrancelha, imitando-o.

–Vou te destruir, Grace. –Jason sorri.

–É o que veremos, Jackson. –ele me aponta com o indicador. –se você perder não vá culpar as costelas.

–Sem poderes, meninos. –Annabeth repreende, tirando os olhos do caderno.

–Você que manda. –eu concordo, e Annabeth sorri, satisfeita. -Sem poderes, só espadas. –Viro-me para Jason.

–Nada me deixaria mais feliz.

Eu ofereço a Jason o punho fechado, ele toca o seu com o meu, com um soquinho amigável.

Então a porta se abre. Dois pares de cabeleiras negras põem-se dentro da enfermaria, e são recebidos com sorrisos.

–Bom dia. –diz Nico.

–Bom dia, raios de sol. –Thalia cumprimenta, mas a garota apenas se apoia no batente da porta.

–Bom dia, flores do dia. –Will entra na brincadeira, e Thalia faz bico.

–Essa foi uma rima muito injusta, Solace. Você é filho do deus da poesia, não pode rimar dia com dia.

–Na verdade Will rima bem melhor que Apolo se querem saber. –digo, e Will aponta para mim, em dando razão.

Nico sorri com o canto dos lábios e lança um embrulho na direção de Will.

–A gaze que pediu, doutor. –Solace sorri para o amigo, guardado o embrulho junto com seu material de trabalho.

–É uma blusa do acampamento que estou vendo em você? –Will comenta, alargando seu sorriso.

–Não é que o garoto fica bem de laranja? –Leo brinca, e Piper lhe da uma cotovelada.

Nico coloca as mãos nos bolsos da calça ainda negra, afinal, algumas coisas nunca mudam. Seus olhos miraram o chão quando Will ri. A verdade era que Nico estava se adaptando bem ao acampamento. Não acreditava que Nico de fato fosse ficar, não acho que o garoto já tenha passado tanto tempo em um lugar só, e ele está aqui há apenas três semanas. Mas sabia que o crédito por aquilo ainda estava com Thalia e Will, é claro que Nico falava com o resto de nós, estávamos sempre juntos, mas a cumplicidade que tinha com os dois amigos não poderia ser contestada.

Mas então Nico ergue a cabeça. Ele olha por cima do ombro, fitando Thalia, e então seu olhar recai sobre mim, e então sobre Annabeth. Conhecia os olhares de Nico, e naquele momento já não havia mais ninguém sorrindo.

–Não é só por isso que viemos. –ele admite. –Artemis está chamando vocês dois.

Thalia comprime os lábios e acena com a cabaça. Seus olhos também passam sobre Annabeth e eu, mas param na amiga, que lhe acena com a cabeça.

–Na verdade, eles estão na varanda. –Thalia aponta com a cabeça e sorri provavelmente para Artemis postada a varanda.

–Eles? –pergunto. Thalia apenas da de ombros, como se não achasse importante.

–Tudo bem.

Annabeth suspira, seus olhos se abaixam completamente infelizes. Ela tira o caderno de Leo do colo e o pousa de volta as pernas do amigo. Os olhos de todos nos seguem quando deixamos a enfermaria. Eu fecho a porta atrás de mim.

–Não quer deixar minha mochila? –ela pergunta, em um sussurro.

Eu nego com a cabeça. Não digo que tenho medo de Artemis ordenar que Annabeth vá para seu próprio chalé. Não digo que temo que Artemis esteja de partida, e a pegue pelo pulso e a transporte junto com as caçadoras para uma floresta em alguma parte do mundo. Todas essas possibilidades eram muito prováveis em minha mente, tudo que eu desejava era ter sua mochila nas costas para ter a desculpa de tocar seus dedos mais uma vez. Eu apenas equilibro a mochila sobre meu ombro, me ocupando em riscar a alça com as unhas.

–O que você vai... –Apolo para a sua frase na metade ao nos ver.

Na sacada da enfermaria estão Apolo e Artemis. Apolo está de pé, mantém os braços cruzados em uma expressão defensiva e apoia as costas no pilar. Sentada na rede, próximo a ele, está Artemis. Seus pés estão longe do chão, já que tínhamos erguido a rede semanas atrás. Ela balança levemente, encarando um ponto qualquer do chão, sem encarar o irmão. Mas quando Apolo se cala, Artemis levanta os olhos para nós. Ela suspira e pula para fora da rede.

–Jackson, Chase, temo que tenha um assunto pendente entre nos três. –ela diz, e tem o rosto sério quando seus olhos prateados passam por nós. –E vocês, parem de ouvir por traz da porta e caminhem até aqui, talvez queiram ouvir o que tenho a dizer.

Artemis fala com os olhos ainda em nós, e com a voz tão neutra que por um momento penso que continua a se dirigir a nos. Mas então a porta da enfermaria se abre, e dela saem os seis semideuses, todos de cabeça baixa e constrangidos por serem pegos.

O discurso de Artemis passa em minha cabeça, esperando tudo que ela venha a dizer. Imagino-a castigando Annabeth por nossos beijos no Monte Otris, mesmo que não tenhamos repetido depois que voltamos, gritando comigo por ser irresponsável, aproveitador. Gritando com Annabeth por me deixar tão próximo, imagino brigando por Thalia por estar tão próxima de Will e Nico. Imagino-a pegando ambas pelos pulsos, e as transportando para onde pudessem ficar longe dos olhos masculinos.

Apolo tem os olhos aflitos na irmã, também não parecia ter a mínima ideia do que ela diria, na verdade, imagino que Apolo a tenha seguindo até ali por pura curiosidade. Mas, pela sua expressão, assim como eu, ele espera o pior. Todos esperamos, seguramos nossas respirações e trincamos os dentes.

Mas Artemis sorri com o canto dos lábios.

–É inegável que todos vocês tenham passado por muita coisa durante a última missão. –ela começa. –Cada um de vocês desempenhou um papel muito importante tanto para o resgate de Percy e Annabeth quando de todos os outros deuses. Cada um de vocês, Jason Grace, Leo Valdez, Piper Mclean, Will Solace, Nico Di Angelo, e até Percy Jackson e Annabeth Chase. Mesmo que vocês dois não tenham participado da missão de resgate, foram de grande ajuda na libertação dos deuses. Todos vocês prestaram grande ajuda aos deuses e ao Olimpo. E eu tenho presentes a oferecer a vocês, por que é de costume olimpiano oferecer recompensas, e como Zeus não está aqui, eu o farei. –seus olhos correm por cada um de nos, cuidadosos e atentos. -Mas, por favor, fiquem a vontade para recusa-los se assim desejarem. Já tivemos problemas demais com isso por todo o século.

Artemis olha diretamente para mim e Annabeth, e sinto meu peito doer ao me lembrar do começo dessa historia, os presentes de nos foram oferecidos, e como meu maior erro em tanto tempo fora aceitar.

Artemis toma fôlego.

–Não posso oferecer um presente a cada um de vocês, principalmente aos garotos, já que não é de meu fetiche. No entanto, admito que cada um de vocês mereça. –ela completa. –mas as garotas... Bem, a garota, que provou ser corajosa e durona, eu ofereço um lugar comigo e minhas caçadoras, se assim desejar. –seu olhar para em Piper, que encara a deusa com a boca entreaberta.

Piper parece engolir a seco, a seu lado, Jason e Leo parecem se encolher, mas Piper não os olha, ela tem os olhos fixos em Artemis.

–Sabe, acho que nunca tive uma filha de Afrodite na caçada. Uma de verdade. –a voz de Artemis soa amarga, e sinto um arrepio correr a espinha. -Na verdade, nunca vi uma filha de Afrodite tão forte como você, Piper Mclean. Seria uma honra, querida.

Piper busca fôlego.

–Eu... Sinto muito, senhora Ártemis, mas eu recuso sua oferta. Acho que meu lugar é aqui, com meus amigos, pelo tempo que eu tiver. Mas obrigada.

Artemis sorri para Piper, possivelmente até mesmo aliviada com a recusa da garota. Parecia saber sua resposta.

––Não importa que caminho trace, prevejo coisas grandes para você. Para todos vocês, na verdade. E, bem, acho que teria um problema com sua mãe se aceitasse, de qualquer jeito.

Artemis se permitiu sorrir, trocando um olhar com o gêmeo. Mas antes mesmo que seu olhar voltasse em nós estava sério. Na verdade, estava triste. Ela mira Annabeth e Thalia com um cuidado quase materno.

–Tenho mais ofertas para vocês. –ela suspira. -O objetivo da caçada desde sempre foi proteger as garotas, impedi-las de se magoar nas mãos dos homens. E agora me vejo magoando não só uma garota com quem me importo muito, mas também um grande amigo meu. E esse nunca foi meu objetivo. Não existe saída da caçada, mas aqui estamos. Ofereço-lhes o presente da desistência, estão livres do pacto da caçada apartir de agora, se assim desejarem.

Meu coração falha uma batida, meu estomago parece dar uma volta completa e meus pulmões parecem não mais funcionar. Mas dessa vez os faziam pelo motivo certo, por nada alem de surpresa e felicidade. Assim que meu corpo digere a oferta de Artemis, sinto o sorriso se formar em meu rosto, tão forte que faz minhas bochechas doerem. Artemis estava oferecendo uma saída da caçada, uma chance. Sinto a mão de Annabeth agarrar meu pulso e fincar-me as unhas em surpresa.

–Eu aceito, Senhora Artemis. –Annabeth responde, sua voz transborda alegria a gratidão. –muito obrigada.

A mão de Annabeth desce por meu pulso, segurando minha mão, e eu a aperto contra a minha.

–Mesmo que tenha sido um erro entrar, dói-me o peito vê-la sair. Foi uma grande honra lutar a seu lado, Annabeth Chase, mas estou certa que tem parceiros melhor para suas próximas batalhas. –ela aponta para mim com o queixo. –e eu desejo a vocês toda a felicidade do mundo, vocês a merecem.

Então meu olhos se fixam em Annabeth, a vejo sorrir enquanto os dela continuam e Artemis, e vejo quando ela se vira para mim, e seu sorriso se alarga. E é como se de repente não tivesse uma pessoa se quer envolta. Como se não tivéssemos olhos sobre nos. Como se não tivéssemos peso ou preocupação alguma sobre nossos ombros por que, no momento, nada importa a nos que não fosse um ao outro.

Sinto a mochila de Annabeth deslizam de meu ombro quando eu a deixo cair. Então tenho meus braços contornando sua cintura, a abraçando e a tirando do chão enquanto nossos lábios se tocam. Seus braços mais uma vez em meu pescoço, mas agora ela segura meu cabelo e arranha minha nuca, causando os arrepios que sempre me faz sentir, mas agora que pode demonstrar.

E eu a puxo contra mim, sentindo seu coração bater quando seu peito está contra o meu. Sentindo sue cheiro inundar minhas narinas e seu gosto preencher meus lábios. E, pela primeira vez, seus lábios tem gosto de paixão e liberdade, sem resquícios de culpa ou preocupação alguma. Não estávamos prestes a morrer, nem nos escondíamos da fúria dos deuses, nada que não fosse nós, nada que não fosse certo, e como deveria ter sido desde a primeira fez.

E nós nos beijamos, entre lábios e sorrisos, línguas e dentes.

Apenas me afasto de Annabeth quando ouvimos palmas soarem, então não podemos conter os sorrisos em nossos lábios. Artemis amaldiçoa Apolo, que tem as palmas cobrindo os olhos da irmã, que segura seus pulsos tentando afasta-lo. Apolo a solta, e desmancha o cabelo da irmã, que tem um sorriso nos lábios, assim como Apolo, assim como eu, assim como todos.

–E você, Thalia? –Artemis se volta para a garota, o sorriso dela vacila. –o que me diz?

Sinto Annabeth apertar minha mão em nervosismo. Vejo Thalia morder os lábios, seus olhos passarem por cada um de nos, e pousarem em Nico e Will, postados cada um de um lado da garota de forma protetora. Os garotos a olham com cuidado, uma mistura de apreensão e esperança. Quando seus olhos azuis encontram Artemis, ela sorri com o canto dos lábios.

–Eu recuso.

–Você... Recusa? –Artemis parece confusa, ela franze as sobrancelhas.

Thalia estrala a língua.

–Eu gosto de servir a caçada, em nenhum momento me arrependi de minha decisão de me juntar a ela. Foi o certo a fazer, me juntei a algo que sabia que não tinha volta, e não tem, não para mim. –Thalia segura às mãos de Nico e Will. –meu coração não tem dono, é meu e apenas meu, e vai continuar assim. Não importa se estarei na caçada ou não, as únicas pessoas que quero ao meu redor já estão aqui e não vão sair. –seus olhos correm para cada um de nos. –eu estou bem. –seus olhos param em Annabeth e eu. –alguns presentes precisam ser recusados.

Artemis sorri para Thalia.

–Provavelmente és uma das melhoras caçadoras com quem já tive o prazer de lutar. –Artemis confessa. –e não será impedida de conviver com nenhuma dessas pessoas. O coração de cada uma delas está no lugar certo. Acredite, tive uma boa conversa com Afrodite antes de falar com vocês. –ela ri. –considerem esse o presente dos garotos, a convencia com Thalia.

–Isso é um presente? –Jason faz uma careta, e Thalia mostra a língua pra o irmão.

Enquanto todos aprecem se perder entre risos e piadas, meu olhar se fixa em Artemis. O olhar da deusa sai de Thalia para olhar-me.

–Muito obrigado. –eu digo quase em sussurro para a deusa.

Sei que Artemis tem um carinho grande por Annabeth. E sei também que ela poderia me odiar por ser simplesmente perdidamente apaixonado por uma de suas caçadoras. Afinal, era isso que fazia desde que estava viva. Mas Artemis parece finalmente ter entendido o que significar amar. Não é uma questão de escolha, e nem se quer existe a quem culpar. Demorou para que eu entendesse, e demorou eras para que Artemis entendesse. Ou, talvez, ninguém nunca entenda realmente.

Mas ela sorriu, um sorriso doce e orgulhoso, como se visse em mim a maior evolução que os homens poderiam chegar. Ou talvez se apenas visse um garoto e o entendesse pela primeira fez, e aceitando que um garoto não era seu inimigo, não era o vilão e talvez nem se quer fosse o mocinho, nem mesmo um herói. Que um garoto não é nada além de um garoto. Um garoto tolo, jovem, e ridiculamente apaixonado por Annabeth Chase.

E, por todo o momento que nossos olhos continuam fixos, desejo do fundo de meu peito que Artemis pudesse ser nada, que não fosse uma deusa, que não fosse uma heroína, que não fosse uma líder. Que não fosse nada que não seja uma garota, o que sei que jamais fora.

Então Apolo pula a mureta que separa ele da irmã e a puxa para um abraço, tirando-a do chão. Um grito de surpresa sai dos lábios de Artemis.

–Apolo! –a deusa reclama. –me põem no chão!

–Você é muito chata, Arty. Não é hora se dizer palavras bonitas nem para sermos melancólicos. Essa é a parte da historia em que damos um abraço em grupo. –Artemis parece ser tão leve que Apolo a segura longe do chão com só um braço contornando sua cintura. Ele acena o outro para virmos também. –não sejam tímidos!

Apolo me puxa pelo ombro, e levo Annabeth junto a mim. Thalia se junta próxima a Artemis e Will e até Nico se juntam, com o corpo de ambos praticamente cobrindo os da garota. Sinto Piper, Jason e Leo se juntarem sobre nos.

Sinto um braço de Annabeth envolta de minha cintura, a mão provavelmente de Jason sobre meu ombro e a de Apolo em minhas costas e mais tantos outros que não posso contar. Somos um embolado de mãos, pernas, corpos e abraços. E sinto que iremos cair a qualquer momento quando nossos corpos passam a se apoiar um no outro, e nossas pernas se confundem, já não tendo onde pisar para manter o equilíbrio.

E foi assim que terminamos tendo o abraço em grupo mais estranho da história. E eu ainda pensava quanto tempo algo tão bom poderia durar. Quanto tempo ainda tínhamos antes de cair?


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Notas finais do capítulo

Pronto! Ta todo mundo feliz agora?
Deu pra notar como eu continuo viciada em Cidades de Papel? Acho que acabei influenciada pela filosofia do livro de "uma pessoa não é nada alem de uma pessoa" no PercyxArtemis.
Eu queria deixar uma coisa bem clara nesses últimos capítulos, Percy e Annabeth (mas principalmente Percy) estão com algo que eu imagino que tenham tido nos livros originais depois que saíram do Tártaro, mas que o Tio Rick não deixou tão claro quanto, na minha opinião, deveria. Estress pós traumático, gente, acontece quando as pessoas são torturadas. Ninguém é heroico e forte o bastante para sair do fundo do poço ileso. E como eu sou cheia de metaforas e pro "ajudem os outros a sua volta sempre" eu quis deixar bem claro. Ok? Ok.
Enfim, acho que nesse capítulo da pra relembrar um pouco das "brechas" que a temporada deixou e que a segunda temporada vai abordar... Alias, podem pensar agora: "se percabeth ta junto e a fanfic é basicamente sobre torturar nossos coraçãozinhos fazendo percabeth se ferrar... Sobre que bosta é a segunda temporada?"
Pois é. Se alguém quiser tentar adivinhar... Na verdade é bem lógico, estou até surpresa que ninguém perguntou nos comentários. Se alguém nesse momento leu essa frase, refletiu um pouquinho e pensou "puta merda, eu sei o que essa maniaca ta pensando e passou as ferias escrevendo" diga nos comentários.
Ah, vou adicionar alguns ships na lista de "torturados por Lívia". Primeiro da lista: Percabeth, segundo SPOILER Solangelo.
Ai ai, isso vai ser divertido.
Por que eu amo destruir meus ships preferidos? Vai entender.
Alias, próximo capítulo deve ter mais de um POV. Mas como eu ainda vou mexer nele talvez eu tenha que dividir....
Bem. até o próximo!



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