I'm Never Changing Who I Am escrita por Moça aleatoria


Capítulo 50
Os filhos da escuridão.


Notas iniciais do capítulo

SURPRISE BITCH
*Desvia das pedras e dos tomates arremessados contra mim*
POR FAVOR SITE NÃO Cai AGORA NÃO.
É IMPORTANTE, NÃO PULA NÃO VAI EU SEI QUE TÁ GRANDE. Tá, se você é curioso lê o capítulo, mas VOLTA PRA LER OS AVISOS PELO AMOR DE JESUS!
Eu sei, eu to bem atrasada mas EU POSSO EXPLICAR ta bom, eu não posso não.
Pera, é muita coisa, vou enumerar.
1-MINHA EXPLICAÇÃO: Na realidade, quando eu deveria postar esse capítulo era minha ultima semana de aula. Isso é: não estava emocionalmente estável para revisar o capítulo e deixar ele "postável". Dai no fim de semana seguinte eu ia postar, afinal foi meu primeiro fim de semana das férias, mas eu fui reler o capítulo e descobri uma coisa muito importante. ELE SIMPLESMENTE NÃO FAZIA SENTIDO. Imagino que fazia sentido quando eu escrevi, mas depois parou de fazer, afinal é ação E EU SE PERDO, CARA (como diz meu professor). E não daria tempo de reescrever, então eu fui refazendo ele com calma durante a semana e AQUI ESTOU EU DE MADRUGADA!
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2- Também estou com um problema muito sério que a merda do joguinho da vaquinha do capeta. Odeio essas vacas mas não consigo parar de jogar, fazer o que?
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3- Alias, quero muito agradecer as pessoas que me ajudaram com o tema da minha cronica (essa cronica me deu uma dor de cabeça que voces não imaginam), mas eu acabei fazendo o que uma amiga minha me recomendou. Mas obrigada MESMO!
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4-PALMAS AGORA PARA A "Mari" QUE FEZ UMA RECOMENDAÇÃO MUITO LINDA PRA FIC! MUITO OBRIGADA LINDA!
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5-Eu não quero fazer propaganda não, mas já fazendo. EU AMEI O GRUPO DO FACE DO NYAH! Eu vim postar e não abriu o site, o que eu fiz? Fui pro face onde todos os outros fanáticos já estavam em panico por que tinha caído. Viu? Sem mais crise de "é o meu computador ou é o site?". Vez ou outra eu comento alguma coisa lá, super recomendo, quem não ta no grupo que entre, viu? Quem dizer me adicionar ou algo do tipo sou Lívia Trevejo a seu dispor.
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6-Agora o mais importante: a fanfic está acabando. Não vou dizer quantos capítulo por que estou pensando em acrescentar um ou outro para "costurar" na segunda temporada. SEGUNDA TEMPORADA VINDO PRA QUEM NÃO TA SABENDO. Mas talvez eu precise de um hiatus... Mas isos não vem ao caso agora.
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7- Capitulo é pura ação, então se alguma coisa não fizer sentido venham me perguntar.
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Pois é, estou orgulhosa do resultado. Boa sorte, Nico aguarda voces.









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POV Nico

Então, inconscientemente, Mary Ann acaba levando-nos junto dela pelas sombras. Ela deixa que a escuridão nos envolva, e as sombras nos carregam junto dela.

Perco o equilíbrio ao pousar novamente ao solo. Ao ter me esticado para encontrar minha lamina com a de Mary Ann, meu impulso faze-me cair. Rolo para o lado, sentindo meu estomago embrulhar. Mas continuo preenchido pela energia cedida por Will e pela determinação de saber que estávamos perto demais para falharmos agora.

No entanto, me consola saber que Mary Ann também havia perdido o equilíbrio, caindo sentada para traz. Seu olhar é de assombro ao ver o que havia feito faz com que a adrenalina corresse por meu corpo. Coloquei-me de pé junto de Will.

Consegui colocar um sorriso nos lábios naquele momento. Talvez um sorriso que tivesse feito Dália mudar de ideia em se fosse dado há poucos segundos atrás. Talvez um que fizesse Will pensar duas vezes antes de me beijar novamente. Mas não pude conter a alegria sádica ao ver o olhar surpreso, enfurecido e cheio de pânico em Effy. Pela primeira fez, a garota havia perdido a postura superior que infla seu peito e seu ego. E eu não pude deixar de sorrir.

Mary Ann nos havia transportado com ela para o esconderijo de Effy na caverna. Ambas nos encaravam com fúria e surpresa.

E, finalmente, lá estava Annabeth, deitada em uma mesa de pedra de frente para Effy. Estava desacordada, mas seu corpo tremia e seus lábios estavam semiabertos, quase em um grito mudo que seu corpo inconsciente não poderia dar. E Effy, atrás de Annabeth, tinha ao redor do pescoço um colar que não havia reparado antes, provavelmente oculto embaixo da camisa. Não era o colar de coração partido que havia visto em seu pescoço quando a conheci, quando ainda fingia-se de uma caçadora tímida. Não. Ela havia se livrado daquele. Em seu pescoço havia um cordão que couro, em que se pendurava um pingente aproximadamente do tamanho do dracma da espada de Jason. Não tinha um formato ladrilhado, mesmo que a aparência fosse de algo muito brilhante e valioso. Mas não era uma joia ou uma pedra era... Era um espelho. Um pedaço quebrado de espelho.

Seu colar descia até o peito, e ela segurava o espelho em frente ao corpo, em cima do peito de Annabeth. O espelho refletia um pequeno raio de luz, como se brincasse com o espelho e a luz do sol. No entanto, algo estava errado. Não havia nenhuma luz para ser refletida ali. Então eu notei que a luz não ia do espelho para Annabeth, e sim de Annabeth para o espelho. Tratava-se da pouca energia vital que ainda havia na garota, a pouca quantidade de vida ainda presente nela. E toda aquela energia roubada de Annabeth era aprisionada no colar, dada a Effy.

Will deve ter notado no mesmo momento que eu, pois sacou a adaga que usava para lutar contra Mary Ann e investiu contra Effy, deixando Mary Ann para mim. Effy não teve escolha se não deixar Annabeth, colocando seu colar para dentro da blusa e empunhar sua espada.

Eu sabia que aquela luta não duraria muito tempo. Effy era boa demais com armas de curta distancia, enquanto Will nem tanto. E Will não já não era pareô para o poder de Mary Ann, mas eu tinha poder o bastante para essa. Mas não se poderíamos continuar com aquilo por muito tempo. Ora ou outra seriamos derrotados.

Então eu notei: Mary Ann não produzia escuridão por vontade própria. O tempo todo, enquanto lutava, enquanto deixava a si mesma ser possuída pela luta e euforia, ela criava um campo de escuridão a seu redor. Da mesma forma que eu o fazia quando tinha muita raiva, quando perdia o controle de meus poderes. Mas a filha de Nxy tinha um poder muito superior ao meu, e perdia o controle dele facilmente. E eu poderia usar isso contra ela.

Não precisei me esforçar muito, respirei fundo, apenas permitindo-me perder o controle que tanto custava manter, deixando que de mim fluísse a escuridão. Deixei que tanto meus poderes quanto o dela preenchessem a sala inteira, chegasse a Effy e Will, chegasse a Annabeth. Que os cobrissem como um manto de trevas, que em meio à euforia mal foi notado. Cobriu o lugar como neblina, e tão discretamente como apenas as trevas poderiam ser.

Quando Will foi empurrado por Effy em direção à mesa de pedra onde estava Annabeth, quando minha espada e a adaga de Mary Ann colidiram com um estrondo metálico, foi energia e euforia suficiente para que as sombras se condensassem. Will e Effy deixaram a si mesmos para se virarem surpresos para Mary Ann e eu, finalmente notando a escuridão. No entanto, Mary Ann notou tarde demais, quando eu já tinha usado as sombras criadas por nos mesmos para transportar todos em uma grande sombra. Nem se quer foi preciso dar as mãos, nem saber onde era o esconderijo das garotas. A sombra nos engoliu, e fomos sugados pelo chão com a violência de uma viagem forçada.

Caímos feito bonecos de pano, como um pouso forçado em meio a sombras. Ao abrir os olhos estávamos do lado externo da caverna, exatamente onde nossos reforços estavam.

Will havia caindo próximo a mim, por anteriormente estar apoiado à mesa de pedra ele caíra de costas, se apoia nos cotovelos e toca meu ombro. Então eu pisco, miro as garotas a minha frente e me ponho de pé. A sensação era de fraqueza, mas sabia que havia forças o suficiente em mim para lutar aquela batalha, e eu lutaria.

Effy e Mary Ann estavam próximas, e a ruiva mirava a companheira com fúria, enquanto essa parecia deslocada com seu feito, novamente. Annabeth jazia ainda inconsciente entre eu e Will e Mary Ann e Effy.

Thalia estava no chão ao lado de Percy, apoiava o ombro tremulo do amigo. Jason se postava de pé com a espada dourada em punho. Percy ergue a cabeça para nós, o queixo de Thalia cai, todos pareciam chocados o nos ver sair de uma sombra. Todo o corpo de Percy treme em dor e fraqueza, toda sua concentração parecia precisar ser usava para se manter ali, se manter consciente, mas naquele momento, toda a sua atenção estava em nós. Seus olhos foscos ardiam em uma mistura de dor e expectativa.

Tudo aconteceu ao mesmo tempo. Effy saltou, alcançou onde estava o corpo inerte de Annabeth, ela se jogou de joelhos, segurando-a pelos ombros e mirando a espada ainda empunhada em seu pescoço.

Ao mesmo tempo, Will saca seu arco juntamente com Thalia. Era a primeira vez que via Thalia usar seu arco de caçadora, aparentemente sugira do nada em suas mãos. Os arqueiros apontavam para Effy, e Will desviou dela apenas para mirar em Mary Ann, que já estava de pé, ao lado de Effy, ainda ajoelhada.

Effy sorriu, uma mecha vermelha caia em seus olhos, ela ainda contava com uma vantagem. Ela se levantou, Will e Thalia esticaram ainda mais as cordas de seus arcos. Os dedos de Will seguravam a flecha, a corda estava tão tencionada que seus dedos pareciam tão perto de soltá-la que sabia que não demoraria uma fração de segundos para que atingissem o alvo. No entanto, Thalia segurava sua com um certo tremor, que eu sabia ser de puro ódio.

Will ainda estava ajoelhado a meu lado. Levantei-me e toquei-lhe o ombro, ele se levantou sem usar as mãos e sem tremer o arco, sem tirar a garota da mira.

Éramos uma meia lua de frente para Effy e Mary Ann. Na ponta da meia lua estava Jason e Thalia, ele armado com a espada e Thalia com seu arco posicionado para Effy. Na outra ponta, eu com a espada em punho e Will com seu arco em Mary Ann, e seus olhos denunciavam que estava pronto para mudar a mira para Effy a qualquer momento. E, bem no meio da meia lua, estava Percy, com olhos arregalados, ombros tremendo com o pânico e o ódio mesclado nos olhos.

A caverna começou a balançar com mais violência. Toda a sombra criada por mim e Mary Ann parece piorar a situação da estrutura da caverna. Mary Ann olhou de Effy para mim e em seguida para a caverna. Então a filha de Nxy começou a fazer movimentos com as mãos, da mesma forma que fez para transportar Effy uma vez.

–Pare com isso! –Will berrou para ela, e quando ameaçou puxar a corda do arco, Effy aperta a espada contra o pescoço de Annabeth. Sei que o pescoço de Annabeth será cortado antes que a flecha de Will acerte o alvo. Ele não se mexe.

No entanto, me concentro nas sombras, tentando mantê-las em seus lugares, impedindo-as de ir até Mary Ann e Effy. Mas não é isso que a garota tenta fazer. Toda a sombra produzida pela caverna parece triplicar de tamanho, e a caverna parece afundar aos poucos dentro dela. A caverna agora não desmoronava sobre o chão, e sim sobre as sombras, caindo para algum lugar onde eu nem se quer podia imaginar.

Então noto como, de fato, Mary Ann é poderosa. Fazer uma caverna ceder às próprias sombras? Isso era demais.

Deixo minha espada cair, ergo minhas mãos na direção da caverna com as palmas viradas para fora. Sinto meus músculos tencionarem. Eu e Mary Ann passamos a duelar indiretamente, ela fazendo força para manter a sombra da caverna aberta, e eu me concentro para tentar fecha-la. Nesse impasse, a caverna continua a tremer, mas se mantêm de pé, sustentada sobre a terra por meus poderes.

No entanto, pontos negros invadem minha mente e sinto o suor descer por meu pescoço. Eu miro Mary Ann, postada a poucos metros de mim. A garota mantêm as palmas viradas para a montanha, também tem seus olhos em mim. No entanto, ela parece tranquila, enquanto meus braços tremem os dela se mantêm calmos.

Mary Ann era infinitamente mais forte que eu. Se quisesse, faria a caverna ir a baixo em um segundo mesmo comigo ali. Mas ela não o fazia, por que não era esse seu objetivo. Seu único objetivo era manter-me ocupado.

–Nico? –Will sussurra para mim.

–Mire em Effy, vou manter Mary Ann ocupada. –disse, mesmo que soubesse eu não era eu quem a mantinha ocupada. Will nem se quer me olha, apenas devia sua pontaria para Effy.

Meus músculos doem e sinto minha cabeça latejar e meu estomago encolher e contrair, mas continuo posicionado para manter a caverna em pé. Se ficarmos ali até que um caia, sei que serei o primeiro.

–Acabou, Effy. –Will começa, sua voz e rígida mesmo que ele consiga manter a calma nela. –estamos em maior número, você está cercada. Deixe Annabeth e se renda.

Effy tomba a cabeça levemente para traz, rindo como uma criança pequena. Sua risada e fria e cortante, os cabelos vermelhos caem em seu rosto colaborando com a imagem maníaca.

–Eu ainda tenho o pescoço de Annabeth e uma caverna cheia de deuses. –ela ergue uma sobrancelha. –eu nunca desisto.

–Me de um bom motivo... Um único bom motivo para eu não atirar em você. –Thalia diz entre dentes, parece fazer um enorme esforço para não deixar a voz tremer de raiva.

Os olhos negro-avermelhados de Effy parecem se divertir com a pergunta. Com o colar de Afrodite e com a força vital se sabe-se lá quantas vítimas já feitas, Effy parece estar ainda mais poderosa. Seus olhos são agora cor brasa, ardendo e faiscando insanidade.

–Por que eu tenho uma espada contra o pescoço de Annabeth, por que ela está morrendo. Por que Mary Ann vai afundar essa caverna em sombras se o fizer, por que, pelas minhas contas, vocês têm dois amigos faltando, e ambos estão lá dentro. Por que se me matar, toda essa missãozinha será em vão, na verdade, ela sempre foi em vão. No fim, vocês perderão mais do que irão ganhar. –suas sobrancelhas de erguem. –é mais que um motivo. É o suficiente para você?

Thalia deixa o ar sair pelo nariz.

–Eu vou matar você. –Thalia rosna, e Effy abre seu melhor sorriso.

–Não vai não, querida.

–Você continua em desvantagem. Não se esqueça disso. –Will diz, interrompendo o duelo de olhares das garotas. No entanto, a voz de Will contem uma certa esperança em fazê-la desistir.

Mas eu sei que não é possível, Effy não irá desistir. Não é do tipo que se rende quando os planos falham, ela é o tipo que cai junto com seus ideais. Jamais teremos Effy em uma prisão nem arrependida, a teremos morta ou nossa própria morte.

–Lembre-se, eu sempre tenho uma carta na manga.

Seus olhos parecem pegar fogo, ela cantarola uma maldição com os lábios dançando. É tão rápido que nem tempo de dizer qualquer coisa.

Sinto minha cabeça doer, flashes invadirem minha mente contra minha vontade. Lembranças. Vejo em minha cabeça minha pior experiência com o amor, todas as torturas que o sentimento me fez passar. Lembro-me de Percy, eu o vejo mais jovem, empunhando sua espada, e protegendo a mim e Bianca a beira de um precipício. O vejo tirando o boné da invisibilidade de Annabeth da própria cabeça na Casa Grande e me prometendo que protegeria Bianca. E eu acreditara nele, confiara em uma promessa que eu sabia que ele não poderia garantir-me, e mesmo assim o fizera prometer.

Eu sabia que amara Percy Jackson desde que o vira, mas era jovem demais para notar. Sinto agora, no fundo e meu peito, que é verdade.

Eu o amava por que Percy Jackson é um herói, e acreditara nele por isso. Confiara nele por que heróis nunca erram, eles nunca perdem. Certo? Errado.

No final, o verdadeiro herói não é quem destrói monstros. Qualquer um é capaz de empunhar uma espada, mas nem todos são capazes do perdão. Nem todos são capazes de catar seus próprios cacos pelo chão. Penso em Dália, seu irmão Tom. Penso em Percy e Annabeth. Penso em Will, quem estava a o meu lado, e não tinha saído dele por nenhum momento desde que o conhecera, que havia cortado os dedos ao me ajudar a recolher meus cacos. Quando abro meus olhos, sinto que Effy já não pode mais de torturar com essas lembranças. Eram fatos que sempre me assombrariam, mas não podiam mais me ferir.

Eu não era um garotinho, eu não precisava de um herói. Eu era meu próprio herói agora. Não precisava de Percy Jackson, eu tinha a quem amar.

Pela primeira vez em muito tempo, sentia que estava deixando aquilo para traz, me sentia leve.

Thalia mantêm os olhos fechados, suas sobrancelhas estão unidas e sua boca se contorce em agonia com sua lembrança. Will parecia mais tranquilo, seus ombros pareciam fraquejar, mas ele mantinha a mira firme, ao contrario de Thalia, que tinha os braços já trêmulos. Percy parecia se encolher em seu contorno, como se o céu estivesse subitamente mais pesado. Seus ombros tremiam, mas ele ergueu a cabeça. Quando seus olhos subiram, estavam lotados de raiva e amargura, não tinham mais medo, eram feitos de ódio. Naquele momento tive uma visão de Percy que nunca tinha visto.

Então Jason caiu sobre os joelhos. Sua mão se recusou a deixar a espada, e ele envolveu as temporas com a mão livre e o punho da armada. Ele se inclina para frente de olhos fechados, um gemido mudo sai de seus lábios.

Thalia parece finalmente despertar de sua própria lembrança, tomada em preocupação pelo irmão.

–O que você fez com ele? –ela gritou para Effy sem tirar os olhos de Jason.

–Na verdade, eu não fiz absolutamente nada.

Por mais que eu odiasse Effy e jamais conseguisse prevê-la, por mais insana que ela fosse... Sentia que ela falava a verdade. Não era o tipo que negava as habilidades, ela assumia com orgulho tudo que fazia. Tinha feito com Jason o mesmo que tinha feito conosco.

Então Jason suspirou, seus olhos se ergueram, eles brilhavam em surpresa.

–Eu... Eu me lembro. Alguns flashes. Eu...

Não tivermos tempo que interrogar o garoto, nem se quer de abrimos nossas bocas. Mary Ann tinha as duas palmas viradas para a caverna, mas ela aproveitou a distração gerada por Effy e Jason, agiu antes que pudéssemos pensar. Antes, suas duas palmas apontavam para a caverna, mas ela abrira os braços, apontando para palma para um extremo. E, para onde esse apontava, vi surgir um pequeno buraco negro no chão, que cresceu até que uma fúria saísse de lá, seguida por várias outras. Um buraco de negros de infinitos mosntros.

Fúrias abriram as asas e mostraram os dentes, uma dezena delas. Jason foi o primeiro a agir. Ele se pós e pé e sustentou-se ao ar, ele começou a corta-las ao meio. Thalia fora obrigada a tirar Effy da mira para atirar nas fúrias. Will continua com a garota na mira, já que ela ainda segurava Annabeth.

Percebi então que, enquanto Mary Ann mantinha tanto o buraco pelo qual saiam os monstros quanto o que fazia a caverna desmoronar, meus poderes foram capazes de estabilizar a caverna por completo.

Mas Mary Ann me olha com um sorriso desafiador. A caverna estava estável, mas a sombra feita embaixo dela continuava ali. Assim que eu soltasse, ela viria a baixo, viria as sombras. No entanto, Jason e Thalia não eram capazes de lutar sozinhos.

Olho por cima de meu ombro. Vejo Jason suspenso no ar, desviando de mais fúrias do que era capaz de cortar ao meio. Thalia estava postada entre Will e eu, tentando afastar de nós as fúrias que se aproximavam de ambos imobilizados. Mas eram fúrias demais, mesmo para os filhos de Zeus. Effy sorria com Annabeth em seus braços, nem um monstro de aproximava dela.

Mirei a abertura de sombras por onde saiam as fúrias. Sim, era feito de sombras, teoricamente, poderia ser capaz se fechar. Mas não podia, não no momento. Se soltasse a caverna, essa iria ás sombras junto a Piper, Leo e tantos outros deuses. Se não lutasse, Will, Jason e Thalia estariam mortos em poucos segundos. O buraco de monstros teria que esperar.

–Escolha. –Seus olhos me desafiavam, seus lábios se moveram sem som algum.

Então uma fúria bate as asas em Jason, e o garoto é lançado para o chão. Ele tenta segurar-se aos ventos, que parecem diminuir sua velocidade, mas ainda causando um grande estrondo quando seu corpo atinge o chão. Thalia grita, com um raio ela acerta uma fúria que corta o ar em direção a Jason. O monstro se desintegra, mas Thalia não vê a fúria que a lança contra o chão. Os ombros de Will parecem tremer. Effy lhe ergue uma sobrancelha, mas Will não lhe desvia o arco.

Mas Leo e Piper continuavam dentro da caverna. Se eu soltasse, a caverna desmoronaria. Talvez não de uma vez, mas não poderia garantir sua segurança. Mas se não o fizesse, Thalia e Jason estariam mortos em questão de segundos, assim como Will e eu.

Escolha.

Dessa vez a voz cantarolou em minha própria cabeça. Abro os olhos mais uma vez para ver uma fúria no ar, embicando em direção a Will.

Então fiz minha escolha.

Dei as costas para a caverna e apontei as palmas para o chão, fazendo com que uma dúzia de guerreiros esqueléticos escalasse suas tumbas para fora da terra. Não me perguntei se vinham do chão do Arizona ou de fato do Mundo Inferior, não tinha tempo para isso. Cortei ao meio a fúria que se aproximava de Will. Vi-o desviar os olhos de Effy por um momento. Seus olhos eram preocupados, talvez comigo, talvez com a caverna, mas continham um alívio imenso pelo monstro morto, por estar vivo. E só aquele olhar fez com que minha culpa se reduzisse. Vê-lo vivo era meu consolo.

Miro a caverna por cima do ombro. Mary Ann se concentra para derruba-la as sombras, mas seus poderes se dividem entre a caverna e o buraco de fúrias. Dessa forma, a caverna não cede de uma vez.

Suspiro, mas viro-me para Thalia, e a garota já se põe de pé e vai à direção de Jason a me ver com Will. O filho de Zeus não havia levantado, devia estar inconsciente.

Corto dois monstros ao meio, os zumbis continuam a lutar, mesmo que estivessem já na metade. Convoco mais meia dúzia, corto mais uma fúria. Sinto minha visão escurecer a cada segundo, mas a adrenalina corre como gasolina, nem se quer sinto-me fraco, ignoro os pontos com facilidade.

Mas a disputa estava difícil demais. Cada monstro morto outro surgia. Effy continuava com a lâmina em Annabeth, e Will em Effy, apenas isso impedia que a garota fugisse, ou cortasse a garganta de Annabeth.

Aquilo não resultaria em nada.

Ouço então um grito sair da caverna, tão fraco em meio à batalha que não teria dado lhe atenção se não fosse por Will.

–Nico! É a Piper, eles estão vindo! –os olhos de Will se confundem em esperança e terror por ver a caverna desmoronando em sombras. –Nico!

Viro-me mais uma vez, segurando mais uma vez a caverna. Mantenho os olhos abertos para ver a entrada, esperando e torcendo para ver Leo e Piper saírem dela.

Então eles saem. Piper e Leo seguidos por um homem de cabelos negros levemente grisalhos e estatura baixa. Piper tinha sua adaga contra o pescoço do homem e corria para fora da caverna arrastando o homem que mancava.

Não tenho tempo de fitar o desconhecido com mais atenção. Não reconheci o deus de imediato, apenas soube que era um deus por ver sua tornozeleira, a razão pela qual mancava. Os cabelos em um corte ralo e olhos negros com uma aparência antiga. Thalia parou de lutar para olhar o homem, ela o reconheceu, um sorriso de expectativa saiu de seus lábios. Ela aponta para Percy, e Piper e todos os outros parecem entender o que aquilo significava.

Aquele era Atlas, o verdadeiro portador da maldição de Percy Jackson.


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Notas finais do capítulo

Obviamente o próximo é POV Percy. E olha que esse promete! Pensei em fazer POV Narrador mas eu não poderia fazer isso com Percy, ele merece.
O próximo é o ultimo capítulo com ação, então podem esperar bastante dele. Alguém quer tentar ser o Oráculo?
Tudo bem, eu odeio muito fazer isso com a Annie. Mas foi necessário.
Alias, lembram do POV Apolo? O espelho de Afrodite teve um proposito. Lembram-se, nada é por acaso nessa fanfic!
Posso mudar muito de assunto? Alguém ai já leu "Dom Casmurro"? Ou viu "Divertida Mente"? TO PASSADA CARA. TO RINDO COM O LIVRO ADULTO E CHOREI LITROS COM UM FILME INFANTIL ISSO NÃO TÁ CERTO. Tá, parei, to com sono, não to bem.
Agora, se me dão licença, vou escrever a segunda temporada e elaborar meus planos malignos. Mentira, eu vou dormir que são quase 4 da manha, amanha eu faço as maldades.



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