I'm Never Changing Who I Am escrita por Moça aleatoria


Capítulo 47
A deusa abandonada.


Notas iniciais do capítulo

Oie, novo capítulo aqui!
Como eu avisei no anterior, é meu primeiro POV Leo, então talvez não tenha ficado muito a cara dele. Estranhamente eu tenho uma facilidade absurda de entrar na cabeça do Percy e do Nico, e uma dificuldade em entrar na do Leo. Talvez seja pratica, talvez seja realmente dificil levar ocasioes tão estranhas e mortais no sarcasmo como ele faz sem soar forçado.
Bem, eu fiz o que pude, saiu meio pequeno, mas eu não dividiria o capítulo do Leo com um outro personagem. E vamos dizer que esse capítulo é de apresentações...
O nome do capítulo fez voce abrir a boca e pensar: "ah, agora faz mais sentido!"? Se não talvez o capítulo faça kkkk.
Tudo bem, é a hora que as coisas começam a acontecer ao mesmo tempo, ou nesse caso, começam a acontecer em um periodo já vivido por outro personagem mas que eu sou obrigada a retomar para passar novamente na cabeça de outra pessoa. Faz algum sentido? Eu espero que sim.
Enfim, boa leitura!



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POV Leo.

Reconheci Effy no momento em que a garota saiu da caverna. Eu poderia estar preso entre as garras de um monstro do dobro do meu tamanho, mas isso não era nada de mais, é claro. Cabelos vermelhos como sangue, jogados e rebatidos pelo vento com violência e rebeldia, olhos negros e profundos e expressão séria em um rosto delicado, belo e perverso. Como poderia confundir? Era uma garota bem singular.

Gritou com as criaturas que me capturaram, e só parou quando um deles ameaçou ataca-la. É claro que era eu quem estava posto entre ela e o monstro. A costumeira sorte de Leo Valdez.

Com sua adaga em meu pescoço ela me guiara até a caverna.

Mas obviamente um garoto pálido ajoelhado, de cabeça baixa e que parecia segurar algo nas costas não poderia ser ignorado. Demorei a notar que ele segurava o próprio céu. Não era perceptível e primeira vista, aonde ele estava o azul do céu da manha parecia mais denso, as nuvens pareciam mais baixas, pensei que fosse pela altitude, até notar que ele de fato segurava o céu. Talvez, se não tivesse notado isso, passaria direto por ele sem reconhecê-lo.

Percy Jackson fora descrito como um semideus forte, um herói tão poderoso a ponto de se tornar um deus. Cabelos negros e olhos verdes, humor constante. Mas não era isso que eu via. Os cabelos um dia poderiam ser negros, mas tinham um tom fraco e grisalho, mal podia ver seus olhos, estavam praticamente ocultos por grossas olheiras e uma palidez exagerada. Seu rosto estava manchado de sangue, em baixo do nariz e escorria pela boca, mas ele não podia limpa-la. Suas roupas estavam sujas e gastas, rasgadas aonde provavelmente havia sido ferido e manchadas de sangue. Sua cabeça estava baixa por falta de energias e esperanças. Ele era a personificação do sofrimento.

Ele finalmente pareceu conseguir erguer a cabeça. Prestando atenção, podia reconhecer o verde de seus olhos, mas eram tão desfocados e melancólicos que poderiam ser completamente negros. Seus olhos checaram os meus com curiosidade.

–Percy Jackson? –movimento os lábios, e Effy continuava a praguejar atrás de mim, mal notando-nos.

O garoto concordou levemente com a cabeça, e eu sorri com o canto dos lábios, e acenei levemente com a cabeça para o deus. Então mirei para cima de seus ombros. Sabia que Jason Thalia e Will haviam saído a tempo o suficiente para terem chegado ali em uma hora dessas. Os procurei pela floresta, e os vi de imediato, escondidos entre as arvores.

Desci meus olhos para Percy Jackson e indiquei o trio com o queixo. Precisei conter o sorriso que quase se esticou em meu rosto. Eu provavelmente estava completamente ferrado, sendo levado para uma caverna sombria de um monte sombrio por uma garota maligna, mas fiquei feliz em poder dar uma boa noticia para o cara, ele parecia precisar de uma. Até por que não vi a garota com ele, não vi Annabeth.

Ele acenou com a cabeça, mas não olhou até que eu desaparecesse na caverna. Era cauteloso demais para isso. Não conferi, de qualquer forma, apenas voltei a olhar para frente antes que Effy notasse a conversa. Tentava ignorar ao máximo a lamina da garota em minha garganta.

Ela me guiou pela gola da blusa, me empurrado para frente.

Odeio ter que dar a má noticia, mas não era uma caverna normal. É claro, as coisas tinham saído do conceito da normalidade havia um tempo, mas ainda tinha esperanças. A caverna ultrapassava o que eu poderia imaginar. Um corredor enorme se estendia moldado apenas por rochas do lugar, era completamente bizarro. Portas de ferro eram distribuídas, e sabia que cada uma delas aprisionava alguém. Deuses, semideuses, sabe-se lá o que mais, aquilo que eu ainda desconhecia daquele universo.

–Estamos sem espaço, garoto. –ela abriu uma das portas de ferro. –infelizmente seria bom tê-lo vivo. Mas não brinque comigo, eu adoraria mata-lo.

Effy me vira novamente e me empurra para a cela. A porta se fecha rapidamente atrás de mim.

O lugar parecia totalmente vazio, mas não poderia saber em meios ao breu em que estava. Não, não era um breu total. Conseguia ver um brilho dourado no canto da sala escura. E, na penumbra, escondida nas sobras produzidas pelo brilho, estava uma silhueta. Forcei os olhos, mas não pude enxergar.

–Olá? –pergunto ao breu, e a silhueta se move, mas não faz questão de responder.

Tateio a parede e calculo minha distancia da luz, não é mais que alguns metros. Penso se me aproximar é de fato a atitude mais esperta. Não sei se estou lidando com um monstro, talvez ao sujeito crie garras e me ataque como minha professora de matemática.

–Quem está ai? –pergunto. E finalmente obtenho uma resposta.

–Ninguém que lhe interesse, na verdade.

A voz é feminina e mal humorada. Eu sorrio de lado, é meu tipo preferido de voz.

–Permissão para me aproximar, senhorita?

A garota não responde, mas a ouço bufar. Tateio a parede em busca de alguma direção. Assim que me aproximo, consigo ver melhor o brilho que envolve a menina. Ela está presa em uma jaula dourada, brilhante. Sua jaula é pequena, não alcança meus ombros, de forma que a garota não consegue se por de pé. Quando me sento próxima a ela, ainda não posso vê-la, ela continua escondida nas sobras produzidas pela luz de sua prisão.

Acendo as chamas em uma de minhas palmas.

Deve ter a minha idade, sua pele é branca como leite, mas está suja. Seus olhos são mel, quase dourados sobre a luz do fogo, seus cabelos descem até a cintura, também na cor mel. Usa um vestido que um dia poderia ter sido branco, mas agora está manchado de sujeira e sangue, o ombro cai rasgado. Ela abraça as pernas, encolhida em sua cela, a cabeça se apoia nos joelhos, sua face é de total descrença. No entanto, e a garota mais bela que já vi em toda a minha vida.

Diferente de todos, ela não se assusta enquanto minhas mãos queimam. Seu rosto é serio e parece conter imensa dor e tristeza.

–Por que está nessa jaula? –é a única pergunta que consigo formular. A garota parece tão infeliz que sou incapaz de fazer qualquer piada.

Ela corre os dedos pelas grades que a prendem.

–É encantada, ela me impede de me transportar para fora daqui. Todo deus está em uma. Bem, e também tem uma dessas. –ela ergue o pé descalço na ponta dos dedos, levantando o tornozelo onde um anel de para se aloja em sua pele, perfurando sua carne e fazendo linhas negras subirem por sua panturrilha. –você não tem nem uma nem outra. Não é um deus.

Nego com a cabeça.

–Não, sou um semideus. –uso a palavra que me foi apresentada há tão pouco tempo.

–Filho de Hefesto, eu suponho. –concordo com a cabeça. –sua habilidade com o fogo é muito rara. Conheci poucos com ela.

–Sou Leo Valdez, a seu dispor. –estendo minha mão a ela, e espero conseguir arrancar-lhe um sorriso, mas ela continua infeliz. Ela suspira como se tivesse lembrando-a do fato.

Com a ponta dos dedos médios, ela toca entre uma barra e outra de sua cela. Seus dedos não conseguem passar pelo vão, são parados, como se houvesse uma parede de vidro a impedindo.

Ela não pode tocar minha mão.

Então e faço o mesmo teste, tocando o mesmo vão com a ponta dos meus dedos. Os meus passam tranquilamente por sua cela, acabo tocando os dedos da garota. Por fim, ela aperta minha mão.

–Pelo visto isso impede apenas a passagem dos deuses, certo? –pergunto, ela concorda. –é deusa do que?

–Sou imortal, mas não tenho um tributo, de fato. Sou apenas a filha de um deus, a personagem de uma historia triste. –ela suspira. –na verdade, nem se quer sei se ainda sou imortal fora de minha ilha. Apenas vivo para sofrer, como Zeus queira. Para ser abandonada.

Tento lembrar-me de alguma historia mitológica, mas não conheço tantas. Todo o mundo mitológico ainda é desconhecido para mim, mesmo que tão próximo, e tão sério. Ela sorri com descrença.

–Não é bom com historias, não é?

–Sou meio novo nisso. –admito.

–Eu sou Calipso. –eu pisco algumas vezes, me lembrando de sua historia.

–Ah, sim. A garota de Odisseu, não é?

O rosto da garota se fecha de repente. Ela reprime ainda mais as coxas contra o peito, sua boca se franze com suas sobrancelhas. Provavelmente teria se levantado e saído de perto de mim se pudesse.

–Uma mulher não é definida pelos homens que a amam ou não, Leo Valdez. –tinha tamanha raiva e rancor em sua voz que fez meu peito gelar. –Rejeição é a minha maldição, alimentada por semideuses. Garotos como você.

–Ei, calma, raio de sol! Não quis ofender. –ela girou os olhos com o apelido. –há quanto tempo está aqui?

Tentei mudar de assunto, e de raiva, seu rosto passou para a tristeza. Quis bater minha cabeça entre as grades da cela de Calipso. Preferia que ela sentisse raiva novamente, e não tamanha tristeza. Eu era o rei de fazer as pessoas sorrirem, e aquela garota só conseguia fazer infeliz.

–Muito tempo. Talvez um mês, talvez mais. –ela encolhe os ombros. –não sou uma deusa importante. Fui capturada, tirada de minha ilha apenas para servir de isca para heróis. –ela enterrou o queixo nos ombros, afundou-se entre eles até o nariz, tornando sua voz abafada. –esperavam que libertada de Ogígia e trazida para cá, pudesse atrair os heróis que um dia se apaixonaram para mim, em suas idas a minha ilha. Nenhum deles nunca pode voltar, Ogígia não pode ser encontrada mais de uma vez pela mesma pessoa, então... Esperavam que aproveitassem a chance. –ela suspirou pesadamente. –ninguém apareceu. Todos os heróis voltam, terminam suas batalhas, se casam com seus verdadeiros amores, ou morrem tentando. Ninguém nunca volta. Não é ilha o problema. Acho que nunca foi.

Passo minha mão pelo vão da cela e toco o pulso de Calipso.

–Sinto muito. –ela desenterra o rosto dos joelhos.

–Não é culpa sua, filho de Hefesto.

Então os olhos de Calipso se fecham com violência, seus lábios de entre abrem para que o fio de um girto de dor contido passe entre eles. Ela inclina a cabeça para traz, apoiando-se em sua cela. Seu braço escorrega para cima, fazendo com que meus dedos passem de seu pulso para sua mão. Em dor, Calipso finca suas unhas me minha palma. Estou tão concentrado em preocupação a garota que mau sinto o aperto, mesmo que ela tenha uma força grande demais para uma pessoa tão pequena e delicada.

Então seu aperto afrouxa, e ela solta um suspiro.

–Você está bem? –sabia que a pergunta era idiota demais, mas precisava faze-la.

Calipso abriu os olhos em pequenas frestas cansadas.

–É a tornozeleira. Deuses, dói demais. Aquela garota deve ter aumentado à intensidade. –Calipso solta a minha mão, mas apenas para segurar a cabeça entre as mãos, aflita.

–Effy? –ela concorda. Suas pernas tremem e observo sua perna com linhas negras, quase chegavam a seu joelho. Ela deveria estar lá a tempo demais. –para que serve isso, exatamente?

–Impede que eu use qualquer um de meus poderes. Também suga minha energias, meus poderes. Todos têm uma. É disso que Eros de alimenta, e de onde ele tira seu poder.

Faço uma anotação mental daquilo, pode ser útil em algum momento.

–Sabe, eu não sou médico.... Mas sou um mecânico. Talvez eu possa ajudar.

Seus olhos de abriram um pouco mais, permitindo que eu admirasse a cor mel. Calipso parecia duvidosa, pensando nos riscos de corria se eu errasse. No entanto, em seus olhos via uma pontada de esperança. Parecia dor demais há muito tempo para que recusasse.

–Você acha que poderia? –sua voz soa tão inocente e piedosa que meus lábios tremem entre um sorriso e tristeza por vê-la assim.

–Acho que posso tentar.

Calipso se virou, deixando seu tornozelo próximo a minhas mãos. Do cinto, tiro algumas ferramentas.

–Isso é um cinto mágico? –ela pergunta, eu concordo com a cabeça. –é de seu pai. Já vi Hefesto o usando. É um presente bem bacana.

Eu sorrio.

–Tem tipo, todas as ferramentas que eu quiser.

–Tipo... todos os tamanhos de parafusos infinitos? –concordo com a cabeça. –legal.

E, por mais estranho que isso soe, não havia sarcasmo em sua voz, ela realmente parecia achar o máximo. Uma deusa linda falando de parafusos? Não via isso todo o dia.

Quando usei uma pinça para tentar afastar a pele de Calipso de suas algemas, ela se inclinou para frente, parecia segurar um urro de dor.

–Sinto muito, sinto muito. –comecei a entrar em pânico e afastar a pinça, mas ela fez um sinal com a cabeça, me permitindo continuar. –sabe, máquinas geralmente não gritam quando mexemos nelas. Sinto muito.

–Prefere as máquinas? –ela diz, mordendo aos lábios e ainda com os olhos em seu tornozelo, contendo sua dor.

–Geralmente, mas agora não é o caso. –quando Calipso ergueu seu olhar, voltei a olhar sua perna. –é, temos no que trabalhar.

Tentei me concentrar na tornozeleira de Calipso, mas ela não seguia nenhum padrão da física robótica. É claro que não, era encantado, e eu não tinha conhecimento o suficiente para aquilo. A magia era tão forte que apenas de chegar próximo dela, as pontas de meus dedos latejavam. Suspirei e deixei meus olhos seguirem pelas linhas escuras de sua panturrilha, era como se a magia entrasse em Calipso, como se se instalasse e drenasse suas energias. Não era um médico. Will com certeza saberia como ajudar, mas eu não poderia.

–Dói a perna inteira? –pergunto. Ela concorda com a cabeça. –isso dói?

Passo as pontas dos dedos levemente sobre uma das linhas mais finas. Ela franze as sobrancelhas.

–Não sei dizer ao certo. Não é como se a pele estivesse ferida, parece que penetra em mim, nos ossos e na carne. A pele é apenas... um latejo fraco. Mas quando eu me movo... realmente doí. É como se o ferimento fosse interno. Entende?

Não, eu não sabia se entendia. Calipso, Percy e todos aqueles deuses estavam passando por uma dor que eu nunca tinha passado. E ela tinha olhos tão doces, uma voz tão firme e uma pele tão pálida. Uma historia tão terrível.

–Leo?

–Ah, sim. Faz sentido. –respondi rapidamente a garota, que conseguiu sorrir de canto.

Pensei em fazer uma piada, ver se conseguia arrancar mais sorrisos que pareciam tão custados e sofríveis, mas pela primeira vez na vida pensei novamente, talvez uma piada pudesse ofender Calipso em seu sofrimento.

Então fiz o que mais sabia fazer, trabalhei nos mecanismos da tornozeleira de Calipso, desejando que pudesse fazer algo por ela.

Foi então que as paredes da caverna começaram a tremer violentamente. Tentei me apoiar na parede de pedra, mas elas tremiam tanto que apenar piorou a situação. Calipso tentou se agarrar as paredes de sua jaula, seu olhar era preocupado.

–O que está acontecendo? –ela pergunta.

–Eu não tenho ideia.


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Notas finais do capítulo

Acho que essa cena Percy e Leo já foi passada 3 vezes. No POV do Percy, do Will e agora do proprio Leo.
Durante o periodo que o Leo passa com a Calipso muita coisa acontece. Então no capítulo seguinte será do Nico, e será algo "pré-terremoto". Faz sentido pra todo mundo? Legal.
Já vou dando um spoiler. Houve um Leo antes, e haverá um pós Calipso. Ela fará muita diferença para ele.
E é caleo! Quem shippa caleo? Quem shippa? Deus, quanto shipps em uma fanfic. Tem Percabeth, tem Solangelo, tem Caleo, tem insinuações de Jasiper e Jeyna, já rolou um quase Perachel e um quase Thalico... A coisa ta ganhado uma proporção meio grande...
Agora confiram a profecia que eu imagino que as coisas vão ligar agora. Atenção com a profecia!
ótimo, estou empolgada com o mistério que eu mesma criei! kkk
Enfim, até a proxima!



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