I'm Never Changing Who I Am escrita por Moça aleatoria


Capítulo 44
Entre a luz e sombras.


Notas iniciais do capítulo

Olha eu aqui. Já comentei que eu amo os comentários de voces? Por que eu amo! Sabem o que eu também amo? As recomendações! Então dedico o capítulo a Ashley Grace, que fez uma linda recomendação para a fanfic! Minhas amigas estão de prova dos gritinhos de alegria que dei na escola quando li! Obrigada Ashley, sua linda!
E esse capítulo é POV do nosso lindo, maravilhoso, doce, apaixonante e quente..... Não, não é Apolo, quase lá! Will Solace!
Vou deixar vocês com Will. Boa leitura!



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POV Will.

Assim que Jason levantou voo e começou a ganhar atitude, os dedos de Thalia passaram a se fincar fortemente em meu antebraço atrás das costas do irmão. Suas unhas se afundavam em minha pele cada vez que Jason ofegava. Ele parecia estar acostumado a voar e lutar sozinho com graça, e levar uma pessoa não com facilidade, mas com habilidade. Com o meu peso e de Thalia, o garoto ofegava, e cada vez que o fazia, os ventos pareciam fraquejar. No entanto, o garoto persistia, e o fazia com tanta confiança que não pude deixar de confiar em Jason, ele parecia saber o que estava fazendo, e parecia já o ter feito muitas e muitas vezes antes.

No entanto, Thalia não estava tão segura. Suas unhas se fincavam em mim e seus braços rodavam a cintura de Jason. O garoto parecia tão concentrado em seu voo que não reparou que a irmã tremia em seus braços. Talvez tivesse reparado, mas preferira não comentar nada.

Thalia tinha os olhos fechados e o queixo levemente erguido, como se quisesse impedir as pálpebras de enxergar o chão tão longe de seus pés. Olho eu mesmo para baixo, e sei que a altura é grande, um arrepio corre por minha espinha e volto a olhar para Thalia, que parece presa em seu próprio pânico. Solto um de meus dedos da cintura de Jason e toco o braço de Thalia. Ela abre apenas um olho azulado, cheio de pânico. Pergunto-a o que está havendo, e ela nega com a cabeça.

Então finalmente parecemos chegar próximos do topo. É possível ver a divisão entre onde se estendem as arvores de uma floresta, e onde começa uma clareira. Jason contorna a clareira e finalmente sobe ao topo, escondendo-nos entre as árvores.

Assim que Jason pousa, Thalia é a primeira a soltá-lo. Ela da alguns passos para longe da beirada do monte e topa as costas em uma árvore. Troco um olhar preocupado com Jason, mas o garoto senta-se ali mesmo, exausto, e a beira do penhasco. O fato de Thalia se afastar do precipício e Jason se sentar tão à vontade com ele é estranho, mas eu ignoro. Vou até Thalia.

–Tudo bem? –toco seu ombro, e ela concorda com a cabeça. Suspira. –o que houve?

–Eu... eu tenho medo... –Thalia não conseguia terminar a frase.

–De altura? –ela concorda com a cabeça.

Não fiz a pergunta que estava agora preenchendo o ar. Uma criança de Zeus com medo de altura? Zeus era o dono dos céus, como Thalia poderia temer o território de seu próprio pai?

–Nosso pai não deixaria que nada de ruim acontecesse conosco em seus domínios. –Jason tenta consolar a irmã, seus olhos são preocupados e cautelosos. –sabe disso, não é?

O rosto de Thalia se transformou em uma carranca amarga.

–Não, eu não sei. Afinal, por causa de Zeus eu fui um pinheiro por, tipo, cinco anos, não fui? –a garota resmungou. –não tenho tanta confiança em nosso pai como você têm, Jay.

Os olhos azulados pareciam duelar.

–E em mim, pode confiar? –Jason perguntou, se levantando e esticando a mão para Thalia. –enquanto eu lhe segurar estará sendo protegida por mim, não por Júpiter. Zeus. Tanto faz. –ele deu de ombros. –pode ser, Thals?

Thalia pegou a mão do irmão e a apertou, agradecendo. Conseguiu sorrir de lado com o apelido.

–Ora, Thals! Se é assim não precisava ter vindo! –Disse, e Thalia sorriu quando eu repeti o apelido.

–Verdade, Leo poderia ter vindo no seu lugar. –Jason concorda.

–Tenho medo de altura, mas não vou deixar que isso fique entre eu e meus amigos. –Thalia se postou. –não vai tomar conta de mim desse jeito.

Jason sorriu, orgulhoso. Então eu bufei ao me lembrar do por que de estarmos ali.

–Precisamos achar Percy, Annabeth e a caverna que Nico e eu vimos na primeira visão. –digo, e os filhos de Zeus concordam.

Espreitamos-nos entre as arvores, até nos aproximarmos da clareira. Cada um escondido atrás de sua arvore, observamos. E lá estava Percy Jackson. Nosso objetivo tão próximo e tão distante que fez meu coração acelerar com a adrenalina.

Percy estava muito diferente do garoto que conheci. Seus cabelos negros agora estavam em um tom grisalho, ele estava pálido e sua cabeça estava baixa. Em seus ombros, ele carregava o céu. Seus braços e seu tronco agora pareciam tremer. Talvez o garoto chorasse, talvez estivesse fraco demais para aquele peso. As nuvens pareciam se agitar sobre nossas cabeças, como se um vento forte as atingisse.

Ouvi Thalia assoviar levemente, me virei para ela.

–Annabeth? –Thalia moveu os lábios sem fazer som. Eu dei de ombros assim como Jason, Não havia sinais da garota. Thalia mordeu os lábios.

Havia uma caverna a pouca distancia de Percy, onde alguns monstros menores guardavam, entravam e saiam. Só podia ser a caverna que Nico e eu vimos. Se Annabeth ainda estivesse viva, ela estaria ali.

–A caverna. –sussurrei, e tanto Jason quanto Thalia pareceram entender do que estava falando.

A duvida se entraríamos agora ou apenas depois de voltar e buscar os outros se instalou entre nós. Mas não foi preciso discuti-la. A cena seguinte pareceu cortar todos os nossos planos a parte.

Uma nuvem negra surgiu aos céus. Protegi meus olhos do sol para mirar-lhes melhor. O sol da manha parecia apagar-se sobre as criaturas negras que eram a nuvem. Meia dúzia de monstros que lembravam fúrias pousou na clareira. Assim que pousou, vi que uma delas segurava um garoto nas garras.

Leo.

Ele estava preso entre as garras do animal e o chão.

Olhei de Thalia para Jason, pareciam chocados. Quando Jason olhou para nos, em busca do que fazer, seus olhos carregavam uma preocupação nítida. Neguei com a cabeça, temendo que ele sacasse a espada e começasse uma batalha que não conseguiríamos vencer. Ele pareceu se conter.

Então da caverna, surgiu Effy. De cabelos vermelhos e rosto agora sem o sangue da ultima luta. Suas botas caminhavam até os monstros com um sorriso. Até que viu Leo preso nas garras de um deles. A garota passou a andar mais de pressa. Não consigo ouvir o que ela diz, mas ela grita com as criaturas, que continuam paradas, ouvindo como sombras o que a garota berrava. Quando um dos monstros pareceu começar a se zangar, a garota se calou. Pegou Leo das garras do monstro e apontou a ele uma adaga. Em seguida começou a amarra-lo e arrasta-lo até a caverna, furiosa.

Percy observava a cena de Leo cabisbaixo, sem forças para levantar a cabeça. Vi o momento em que os olhares dos dois se cruzaram, Leo parecia reconhecer Percy, a passo que Percy não tinha ideia de quem fosse Leo. Pouco antes de entrar na caverna, os olhos de Leo nos encontraram na floresta. O garoto sorriu discretamente e em seguida olhou para Percy, e então voltou-se para frente. Effy estava tão furiosa que nem se quer notou os movimentos de Leo. No entanto, Percy havia notado, e seguido o olhar de Leo, e nos encontrando na floresta. Não sabia se no estado que estava Percy conseguia nos enxergar de fato, mas o garoto sorriu, e em seguida voltou a abaixar a cabeça. Não estragaria seja lá qual fosse os planos que tivéssemos.

Nossa, e como eu gostaria de ter um plano.

Thalia arregala os olhos e começa a andar de costas, se afastando da clareira. Jason e eu nos entre olhamos e a seguimos. Quando não podemos mais ser ouvidos, Thalia começa.

–Temos que voltar!

–Temo que salvar Leo e Percy! –Jason e o segundo.

–Vocês não entendem? –Thalia argumenta, com os olhos preocupados. –vocês viram como Effy recuou a aqueles bichos? São perigosos! Sabe o que isso significa?

–Eles não deixariam que levassem Leo sem lutar. –a compreensão chega a mim. –Piper mal sabe usar a adaga, Leo estava desarmado e Nico estava fraco! Deuses!

–Exato! –Thalia gesticulou, apontado as mãos para mim.

Jason engoliu a seco.

–Vamos embora.

Pegou-nos pela cintura novamente e saltou do precipício, fazendo que até mesmo eu fechasse os olhos por um momento. As unhas de Thalia novamente se cravaram em meu braço, ela parecia sufocar um grita de pânico, fechava os olhos com força. Jason não facilitava, ele descia depressa e com velocidade, sendo a descida mais fácil e menos cansativa que a subida. Mesmo com o medo de Thalia, não poderia culpar Jason, o pânico e o medo por Nico e Piper cresciam em cada um de nossos peitos, muito maior e mais intenso que o medo da queda. E mesmo com Jason indo o mais rápido que podia e Thalia quase tendo um ataque pela velocidade atual, eu insisto no fundo do meu peito que possamos ir rápido. Algo me diz que está terrivelmente errado lá embaixo.

Eu sabia que Nico não deixaria que Leo fosse capturado facilmente. Ele tinha o costume de arriscar tudo, lutar com todas as suas forças antes de perder uma batalha. E aquilo era, de fato, uma batalha perdida. E eu tinha medo das consequências dela.

Assim que pousamos, o suspiro de alivio de Thalia foi cortado, ela prendeu a respiração assim como eu quando viu Piper e Nico. Piper estava ajoelha no chão e, com a cabeça posicionada em suas pernas, estava Nico, inerte e inconsciente. O olhar de Piper era preocupado e piedoso.

Antes mesmo que pudesse notar, já estava ajoelhado a seu lado.

–O que aconteceu? –perguntei, já checando a temperatura de Nico que, para minha surpresa, estava frio feito gelo.

Tinha esperança que Nico abrisse os olhos e respondesse que sua situação não fosse tão ruim quanto supunha. Mas Piper não tinha esperanças que ele respondesse, então me respondeu imediatamente.

–Monstros nos atacaram. Nico as chamou de.... Arais, eu acho. Cada uma que matamos uma maldição um dia lançada sobre nós nos atinge. –ela engoliu a seco. –Nico simplesmente saiu contando-as ao meio. Mal consegui contar quantas maldições o atingiram.

Toquei a blusa ensopada de Nico. O tecido negro disfarçava o sangue que manchava seu peito, sangue negro feito as sobras.

–Como os venceram? –Thalia quem perguntou.

–Leo e eu não tínhamos maldições contra nos, então lutamos. –ela engoliu a seco ao se referir a Leo. –ele foi capturado. As arais foram em borá assim que o pegaram.

Jason pousou a palma no ombro de Piper.

–Vimos ele lá em cima, Pipes. Vamos resgata-lo. –ela concordou com a cabeça, e Jason franziu a testa. –como conseguiram segurar as arais? Só Nico sabe lutar dos três.

Piper nega com a cabeça.

–É uma longa história, depois eu explico. –os olhos da garota pousaram em mim. –você pode ajuda-lo?

Subo o olhar para Thalia, ela tem a mesma feição de preocupação. Nunca havia curado maldições de arais. Eram monstros selvagens do Tártaro, nunca ouvira boatos de nenhuma delas fora de lá. Como se cura maldições? Seria possível?

–Eu não sei... Não são ferimentos comuns, nada como as coisas que costumo tratar. Eu... eu não acho que tenhamos o suficiente.

Toco a mão de Nico, a procura de seu pulso, para medir sua pulsação. No entanto, meus dedos passam direto por sua pele, como um fantasma. Olho para Nico, ele tem a pele terrivelmente pálida, que havia atingido um nível em que se tornara, de fato, quase transparente. Olheiras tingiam seus olhos já negros semicerrados me uma careta de dor e sufoco.

Deuses. Como eu fora deixar aquilo acontecer? Avisara Nico que, quando aquilo acontecesse, eu não teria condições de cura-lo, não possuo esse poder. Não era capaz de cura-lo, no entanto, não seria capaz de deixa-lo morrer. Não, isso eu não faria.

Thalia suspirou pesadamente. Piper pareceu ver uma deixa ali, ela tocou o ombro de Jason e o puxou delicadamente para traz, recuando juntos. Thalia virou-se para os dois e então se ajoelhou a meu lado. Tocou meu ombro e o apertou. Encostou o queixo em meu ombro, escondendo os lábios nesse com os olhos ainda fixos em Nico, que agora já havia fechado os seus. O vento soava forte, e a junção de cores e fios que nossos cabelos formavam ao se colidir construíram uma pequena barreira de som, quando Thalia sussurrou.

–Estamos juntos nessa. Você vai conseguir.

Apertou novamente meu ombro antes de se levantar. Assim também o fez com as costas de Piper e Jason, dando sinal para que eles se afastassem também. Estávamos em uma floresta, não poderiam ir muito longe. Apenas se sentaram afastados, pensando que eu, ora ou outra, conseguiria curar Nico Di Angelo.

Toquei seu ombro com cautela, tentando tocar o tecido se sua blusa, tentando fazer com que meus dedos não atravessassem sua pele. Peguei a garrafa d´água da mochila próxima e despejei um pouco sobre seus lábios. Por um momento agonisante, Nico não reagiu, até que pareceu engasgar com o liquido, tentando tossi-lo para fora do corpo.

–Nico. -Tentei chama-lo, e seus olhos se abriram em uma fresta. Suas pálpebras tremiam. Estava fraco demais. –deuses, por que você é sempre o primeiro a se machucar? –por um momento, pensei que seus lábios tivessem se angulado em um pequeno sorriso, mas não podia ter certeza, não mais. –Quais são as suas maldições?

–Muitos cortes, muito ferimentos. –ele engoliu a seco, sua voz não passava de um murmúrio. –as sombras... Estão me matando. São as maldições dos monstros que matei... Que matei com meus poderes. –ele fechou os olhos, seu peito subiu e desceu demoradamente, dolorosamente. Ele soltou o ar com uma careta. –Minos...

–Quem era Minos?

–Um... Um espírito. Estava me usando para... Para voltar a vida. Ele disse que traria Bianca de volta. Ele mentiu. –ele suspirou doloridamente. -Nas sombras... –ele repetiu. –é onde eu deveria ficar. Eu o matei para salvar Percy e Annabeth.

Percy e Annabeth. Ah! Como Percy tendia a deixar os assuntos de Nico complicados. Não culpava Percy Jackson, muito menos Nico, mas o que poderiam fazer? Todo aquele ressentimento somado a Percy. Aquilo fazia sentido. Ouvia historias no acampamento, sei que Percy havia prometido a Nico que manteria sua irmã, Bianca, a salvo em uma missão, e não conseguira. O quão difícil seria para Nico salvar Percy, aquele que não cumprira sua promessa em manter sua irmã viva, de Minos, aquele que não cumprira sua promessa de trazê-la de volta? Entre dois mentirosos, Nico havia escolhido aquele que amava.

Uma escuridão emanava de Nico, a escuridão que tanto o salvara agora o matava, assim como um dia ele fizera com os monstros. Seus olhos se fecharam de novo. Eram muitas maldições para um só semideus. Não acreditava que alguém pudesse suportar tantas, nem mesmo Nico. Mas não o deixaria morrer, não o deixaria morrer por espíritos idiotas do Tártaro. Ele merecia algo melhor.

Sinto meu peito esquentar, e esse calor passar desse para meus ombros e rosto. Solto o ar e o sinto abafar o vento gelado.

–Will! –a voz de Thalia ressoa.

Subo os olhos para a garota, que, junto de Piper e Jason, sorriem maravilhados. Não consigo imaginar como podem sorrir em um momento desses. Estão olhando para mim. Olho para a mão que ainda pousa sobre o ombro de Nico, ela brilha em um tom dourado. Observo as mechas que caem de meu cabelo em meus olhos, que voam no vento. Estão douradas. Finalmente entendo uma benção de Apolo, de meu pai.

Eu estava exaltando luz, energia. E, Nico, a minha frente, estava perdendo a sua. Apertei seu ombro, toquei seu peito, tentando passar aquilo para ele, mas não sabia como.

Quando subi os olhos, Piper corria sozinha até mim. Jason e Thalia olhavam para a menina com espanto, mas ela tinha um olhar serio. Ela se ajoelha a meu lado, seus olhos fixos em mim. Quando tento me desviar deles, e voltar a Nico, ela segura meu queixo com os dedos, e vira meu rosto para olhar seus olhos.

–Preste atenção em mim. –então, seus olhos pareciam tão hipnotizantes que já não via motivos para contraria-la. –passe sua energia para ele. Você sabe como.

Ela soltou meu queixo, e olhou para Nico, e eu segui seu olhar. Piper dizia que eu sabia cura-lo. Eu precisava curar Nico, eu queria curar Nico, e, agora que Piper o havia dito, a ideia parecia concretizada em minha mente. Eu precisava cura-lo, e eu sabia cura-lo. Eu sabia? Eu sabia. Estava em mim, junto com minha benção. Eu sabia usar aquilo.

Inclinei-me sobre Nico, tão perto que novamente podia sentir sua respiração instável, mas não perto o bastante para tocar seus lábios com os meus. Então, minha própria respiração tornou-se tão dourada quando minha pele e meus cabelos. Um brilho dourado deixou meu corpo com graça. Energia. Passou a entrar pela boca de Nico, seu rosto parecia regredir. Passou da palidez transparente para sua normal, e então suas bochechas pareceram ganhar uma cor quase saudável que eu nunca havia visto em Nico. A energia parecia descer por seu corpo, pintando-o, colorindo-o. Ela se irradiou, e as sobras que pareciam emanar deles foram extintas, completamente ofuscadas pelo brilho. Aos poucos, as sombras sumiram, se esgotavam, perdendo a batalha contra a luz.

Às vezes, a luz não tem chance alguma contra a escuridão, mas às vezes ela também pode vencer.

Nico finalmente abriu os olhos e puxou o ar. Quando o fez, eu perdi o meu.

A energia passada para Nico saiu diretamente de mim. Enquanto Nico se apoiou sobre os cotovelos e esbugalhou os olhos, enchendo o peito de fôlego, eu caio de costas sobre meus próprios antebraços, com meus pulmões vazios de oxigênio.

Piper, ainda a meu lado, me segurou quando eu tombei, mas tinha um sorriso radiante no rosto. Minha pele não tinha mais a coloração dourada, havia se esvaziado em Nico. Quando subi meus olhos Jason e Thalia corriam até nós.

–Nico! –Thalia o abraçou pelo pescoço, e em seguida o bateu no ombro. –você é um idiota, sabia? –em seguida se virou para mim, me abraçando também. –você foi incrível, Will! –ela afagou meus cabelos, os desarrumando. Não pude conter uma risada, a abracei de volta.

Assim que Thalia me soltou, então me virei para Nico. Peguei sua mão, e Nico pareceu se sobressaltar. No entanto, a levantei até que ficasse na altura de nossos rosto, posta entre nos.

–Esta vendo essa mão? Na próxima vez que a minha mão atravessar essa ai. –indico a mão de Nico com o olhar. –eu juro por todos os deuses que dou na sua cara assim que me certificar que minha mão também não vai pelo seu rosto.

Nico sorriu, e estou soltou seu pulso de meus dedos os para apertar minha mão, agradecido. Foi minha vez de abraçar Nico. Queria apenas poder beija-lo naquele momento, queria solta-lo apenas para beija-lo. Mas me contento em afundar o rosto até o nariz em seu ombro.

Quando o soltei, reparei que suas olheiras estavam quase sumidas, suas bochechas tinham um tom saudável e seus olhos estavam surpresos, confusos.

–Esse poder foi momentâneo ou você agora pode curar as pessoas? –ele pergunta, e eu entro em duvida.

–Acho que é permanente. Se for, acho que vem a calhar enquanto viajar com você, Di Angelo. –novamente, ele sorriu. –na verdade, acho que temos uma boa arma agora. –olho para Thalia. –posso usar isso para curar Annabeth quando a acharmos. E Percy. Ele também não parece bem.

O sorriso de Nico morre, e ele concorda com a cabeça.

–Pelo visto, hoje descobrimos vários novos poderes. –Nico disse, acenando com respeito para Piper. Ela sorri.

–Tem alguma coisa a ver com você ter simplesmente me convencido que eu sabia como usar essa cura? –pergunto, e ela morde o lábio inferior. Thalia e Jason ouvem com cuidado.

–Pelo visto, quando falo, as pessoas me obedecem. –ela diz, dando de ombros. –não sei bem como funciona.

–Só conheço uma filha de Afrodite que faz disso. É um poder muito especial, herdado de Afrodite. Uma garota no acampamento, Draw, chama de charme. Ela um dia já conseguiu fazer com que seus irmãos lhe descem a frente no banho. –sorriu com sarcasmo. -Mas não é nem de longe tão poderoso. Pelo que ouvi falar. –explico. –Effy também tem um poder semelhante, o dela sim é poderoso. Semelhanças das filhas do Amor.

Piper parece engolir a seco, incomodada com a comparação.

–Mas é completamente diferente. –Nico entreve. –acreditem, já senti os dois. O poder de Effy é terrível, você sabe que não quer fazer aquilo, todos os seus músculos gritam para você não fazer mas.... você faz. Piper é diferente. É como se me convencesse a fazer. Como se fazer o que manda fosse extremamente importante, como se...

–Precisasse desesperadamente agradar? –sugiro, e Nico aponta para mim, me dando razão.

–Exatamente. –ele se vira para cada um de nos novamente.

–Hey, Leo não disse que você foi para aquela escola por roubar uma BMW? –Jason pergunta, e Piper ri, como uma velha piada.

–Como eu disse, eu não roubei aquele carro. Eu pedi emprestado, e o cara me deu. –ela deu de ombros. –deve ter se arrependido quando se deu conta.

Eu sorrio.

–Acho que a policia não acreditou muito na sua versão.

–Não mesmo. –então seu sorriso parece morrer. –e então temos Leo...

–O que tem Leo? –Jason pergunta.

Nico e Piper trocam um olhar cúmplice. Nico aponta para ela com a cabeça, dando-lhe sua deixa.

–Pelo visto, tem que Leo atira bolas de fogo. –ela conta, e sinto meu queixo cair. –Assim que Nico foi atacado, eu comecei a lutar com minha adaga, mas estava em menor número, então as mãos de Leo começaram a pegar fogo e destruir monstros. Foi incrível. Não estaríamos vivos sem ele.

Um sorriso orgulhoso dançava sobre os lábios de Piper.

–Até onde eu sei, filhos de... Hefesto não conseguem tacar bolas de fogo, certo? –Jason pergunta. –Charme de Afrodite é igualmente novidade mas... já houveram casos certo?

Nego com a cabeça.

–Já vi alguns filhos de Hefesto com uma grande resistência ao fogo. Entravam nas forjas quentes com nada mais que um par de luvas. No entanto, não era uma imunidade total. Muito menos chegavam a atirar bolas de fogo. É uma habilidade muito rara.

Thalia concorda com a cabeça. Um sorriso aparece em seu rosto.

–E nos pensando que iríamos encontrar três semideuses inúteis. –Thalia abalança a cabeça, descrente. –no lugar disso, encontramos dois meios sangues com as habilidades mais raras já encontradas e meu irmão aparentemente morto. As coisas parecem estar saindo um pouco do controle.

–Vamos recuperar o controle. Vamos achar Leo e resgatar Annabeth e Percy. –Digo. Então as sobrancelhas de Nico sobem.

–Piper, o que aquele monstro disse antes de levar Leo? –ele pergunta, e Piper pensa antes de responder.

–Algo sobre a criança do amor. Algo sobre chamas. –seus olhos se arregalam em culpa. –meus deuses. Eles não queriam Leo, estavam me procurando!

–Acho que, por Leo ter “chamas”, eles relacionaram com as “chamas do amor” – Nico responde. –não são monstros muito inteligentes, podem ter confundido.

–Effy parecia bem zangada lá em cima. –Jason diz, apontando o topo do monte com o queixo. –pode ser por isso. Ela mandou buscarem uma filha de Afrodite e voltaram com um filho de Hefesto.

–“E só o amor definirá dos deuses a liberdade ou a prisão.” Effy pode ter conhecimento disso. –Thalia sugere. –talvez suspeitasse de uma criança de Afrodite na missão. Poderia estar tentando acabar com a profecia.

–“E um capturado será com a deusa abandonada” –Nico termina. –Esse é Leo. Mas quem seria a deusa abandonada?

–Acho que é o que Leo vai descobrir. –Piper responde. –vamos procurar por uma deusa bem triste e solitária quando chegarmos lá.

–Acha que podemos seguir? –Thalia pergunta a Nico, que concorda confiante.

Me levanto primeiro, limpado a grama dos joelhos e estendo a mão para Nico. Não espero que ele a pegue, não seria surpresa, ele não costumava aceitar minhas gentilezas. No entanto, ele sorriu de canto antes de pegá-la. Eu o puxei para cima.

–Obrigada. –ele sussurrou, apertando minha mão. –sabia que conseguiria.

Concordo com a cabeça antes de soltar sua mão.

–Não me teste assim, Nico, por favor.

Minha voz aprecia tão pesada que Nico assente, um brilho de culpa passou por seus olhos.

–Faço duas viagens? Levo dois de cada vez? –Jason sugere, olhando para um monte, tentando solucionar seu problema.

–Eu posso levar dois, e você um. Que tal? –Nico sugere a Jason, e eu me viro pra ele.

–Eu juro que vou dar na sua cara. –Nico estende os braços.

–Eu estou bem! Não sou tão rosado desde os dez anos!

–Eu levo dois e você um. –Jason sugere. –Feito?

–Feito. –Nico sorri com o canto dos lábios. –Will?

–Eu odeio você. –Nico sorri. -Tudo bem. Mas é a ultima vez. –respondo, descontente. –mas só deixando claro que não aprovo isso. –Nico me estende a mão, mas eu nego com a cabeça. –eu vou com Jason. Acho que Thalia aceita a carona.

Me viro para Thalia, que solta o ar dos pulmões em um alivio. Ela sorri, e sussurra um agradecimento.

Nico não discute. Pega a mão de Thalia, e Jason segura Piper e a mim pelas cinturas.

–Nos encontramos lá em cima. –Jason acena com a cabeça para Nico.

–Estejamos preparados. –Nico diz, antes de se adentrar em uma sombra, e Jason levanta voo.

É, eu realmente espero.


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Notas finais do capítulo

Não pude resistir. Will é incrível demais para simplesmente não ter nenhum poder. E esse na minha opinião caiu super bem para ele.
Alias, preciso agradecer a sabertooth, a artista que fez a fanart que super inspirou o capítulo.
http://sabertooth-raccoon.tumblr.com/image/109190941783
A intenção da artista obviamente não era do Will estar curando o Nico com seus poderes ou algo do tipo. Na verdade, nas fanarts dela o Will tem o poder controlar a luz, então isso aconteceu. Mas como eu estava pensando em dar a Will o poder de cura, estava também precisando de uma forma para isso acontecer, uma forma dele passar as energias.... Então essa fanart surgiu e puff! perfeito!
Se gostarem de solangelo vão até o tumblr dela (o do link) que ela tem ótimas artes! Sou fã!
E mas más noticias. Escrever tem sido dificil nos ultimos dias. Problemas em casa, muitas provas... Acho que atrasei um pouco as coisas. Falta de criatividade. Mas já que estou bem adiantada vou conseguir postar os capítulos numa boa.
Enfim. Até semana que vem, amados!