I'm Never Changing Who I Am escrita por Moça aleatoria


Capítulo 37
Se ao menos voce soubesse


Notas iniciais do capítulo

Olha eu aqui, me adaptando a um capítulo por semana!
Eu sei que não tem absolutamente nada a ver mesmo, mas eu simplesmente quero agradecer aos meus lindos amigos (que não leem, que mal sabem da existencia dessa fanfic) mas que eu estou sentindo uma enorme necessidade de dedicar algo a eles, e como essa fanfic é meu orgulho, só queria dizer que dedico o capítulo a eles. Por que? Por que eles me fizeram uma linda, linda surpresa hoje (sábado) durante minha festa de aniversario (atrasada). Eles são emus pequenos milagres.
Bem, é só isso mesmo.
Okay, agora para o capítulo. Se a fanfic fosse dividida em partes (que eu só não dividi por que não pensei nisso, e por que acho meio brega e tambem por que ficaria desiguais o tamanho de cada parte) esse capítulo colocaria o fim em uma.
O que isso significa? Significa que o próximo capítulo temos uma virada. Um POV diferete. Alguém adivinha?
Voltando para o presente. Eu A-M-O esse capítulo. Alguns vão amar tanto quanto eu, outro nem tanto. MAS EU FIZ COM MUITO AMOR NO CORAÇÃO E EU ESPERO QUE VOCES GOSTEM.




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POV Nico

Assim que saímos das sombras, meu corpo foi atraído ao chão como um imã. Pesado e casado, completamente inútil. Thalia segurou um de meus braços, mas não foi o suficiente. Minha cabeça e meu corpo doíam com a mistura de varias dores diferentes. A perna, a cabeça, a viagem, o poder de Effy. O que quase aconteceu e o que de fato tinha acontecido. Tudo pesava em minha cabeça e meu estomago se revirava pela energia usada pela viagem. Meus membros latejavam e não pude me manter nem se quer de joelhos. Cai feito um peso morto.

Minha consciência se foi antes mesmo que atingisse o chão.

...

Meus sentidos pareciam vir aos poucos, e ir de uma vez só. Conseguia ouvir Thalia e Will conversando, mas milhares de pontos pretos dançavam em minha visão, tornando-a turva e confusa. Notei que estava deitado com uma mochila sob a cabeça, mas não consegui me mover, meu corpo latejava, doía e ardia. Pesava toneladas.

– ...não podia ter feito uma viagem tão longa. Não estava curado do ferimento da mordida o suficiente. Alem do dardo que Effy o lançou, ainda tinha muito daquele veneno no corpo dele. A maior parte de suas forças estavam anuladas, e ele forçou demais as que tinha.

–Como conseguiu retirar o dardo? –Thalia pergunta.

–Esse foi outro problema. Não foi feito da forma certa, aquilo infeccionou. –ele suspirou pesadamente. –eu tirei no meio daquela confusão mas... eu não conseguia ver. O tirei com as mãos. Não é como estou fazendo agora. Poderia ter criado um problema ainda maior.

Fiz força para afastar os pontos negros, e consegui ver a cena. Eles estavam de costas para mim. Will tinha álcool e gaze a seu lado e uma pinça na mão. Ele tirava o dardo preso no braço de Thalia.

–Não tinha outro jeito, Will. –Thalia tentou consola-lo, mas o garoto parecia perdido. –Effy não nos deu escolha. Fizemos o que podíamos naquele lugar.

Will suspirou como se tentasse acreditar em Thalia.

Então a concentração necessária para afastar os pontos negros se foi. Novamente cai na inconsciência. Tive a sensação de água sendo posta em meus lábios. Não consegui definir quanto tempo depois. Não pude saber, não tive forças para abrir os olhos.

Quando finalmente tive forças para abri-los, a primeira visão que tive foi de Thalia. Eu tinha a cabeça sobre seu colo, e ela tinha as pernas cruzadas. Seu braço estava enfaixado e ela cheirava a plantas e álcool. Seu olhar parecia dividido entre a preocupação, a pena e um pouco de raiva.

–Como se sente? –ela perguntou. Apenas acenei com a cabeça, alegando que estava bem. Thalia deu um pequeno sorriso triste. –Onde voce estava com a cabeça, Nico? –desvio o olhar de Thalia, relembrando tudo que aconteceu, tudo que Effy me fez fazer. Senti a culpa novamente preencher meu peito, mas Thalia tocou meu queixo. –O que estava pensando quando atravessou quase metade do país em uma viagem só, com a merda do veneno de um dardo pelo corpo? Você podia ter morrido!

Suspirei. Thalia não parecia com raiva ou magoada comigo, apenas preocupada. E o pouco de raiva em sua voz não era pelo que temia.

–Onde estamos? –perguntei, e minha voz saiu rouca e dolorida.

–Estamos no Arizona, seu idiota. –ela resmungou, dividida entre estar furiosa e preocupada comigo. Ela se virou e pegou uma garrafa d´água em uma mochila. Só havia uma ali, então supus que só havíamos conseguido salvar uma. –Estamos a pouquíssimo tempo a pé do Grand Canyon.

Ela me deu água, e eu bebi com gosto. Minha boca estava tão seca que...

–Thalia. –segurei seu pulso, tirando a garrafa de minha boca. –a quanto tempo estou apagado?

–Já faz um tempo. –ela disse. –já escurecendo.

–É o fim do terceiro dia. –disse.

–Ainda temos até o amanhecer para encontrar os semideuses. –ela respondeu, mas não parecia preocupada com o fato. –mas já estamos muito perto.

–Precisamos ir... –tentei me levantar, mas meu estomago se revirou dentro de mim, como se tivesse acabado de viajar pelas sombras bem agora. Minha cabeça pesou tanto que fui obrigado a voltar para Thalia.

– Vamos continuar quando você melhorar. Will disse que pode te curar. Não vamos sair daqui com você desse jeito. –desviei os olhos de Thalia ao ouvir o nome de Will. Tentando bloquear em minha mente o que havia acontecido. Suspirei com pesar. Senti Thalia puxando uma mecha de meu cabelo. –Não seja estúpido, não faça isso consigo mesmo.

Não sabia se Thalia se referia ao fato de eu querer sair andando no estado que estava ou se referia ao que acontecera. Não podia saber. Talvez um pouco dos dois.

–Como você está? –perguntei a ela. Foi a vez de Thalia desviar os olhos.

–Eu estou bem. Foi só um susto. –ela deu de ombros, mas durante todo ao acontecimento vi o medo nos olhos de Thalia, e ainda via um pouco dele refletido em seus olhos azulados. Eu toquei seu pulso.

–Sinto muito.

–Não foi sua culpa, não foi culpa de ninguém, Nico. E voce precisa aprender que, às vezes, não é culpa de ninguém. Ninguém a não ser de Effy. –ela suspirou e fechou os olhos. –É muito terrível que eu não tenha sentido pena quando ele morreu?

Seus olhos pareciam culpados. Ela se referia a Tom, o acompanhante morto de Effy.

–Eu o matei, Thalia. Não voce. –minha voz saiu fraca. Thalia abriu os olhos.

–É diferente. Voce estava nos defendendo, não teve escolha. Ele já tinha caído quando o chutei. Eu quis isso.

–Não importa mais. Ele deve estar em algum lugar no campus de punição. Meu pai é tudo, menos injusto. Vai dar o que ele merece. –apertei seu pulso novamente. –não se preocupe.

Thalia inspirou e então soltou aos poucos. Will surgiu entre as árvores. Thalia acenou para ele e então se levantou, colocando a mochila novamente sob minha cabeça.

–Aonde você vai? –perguntei, e Thalia sorriu de lado. Segurou a garrafa vazia que havia bebido.

–Tentar achar água.

Então ela saiu. Tocou o ombro de Will e eles trocaram algumas palavras quando seus caminhos se cruzaram. Então Thalia seguiu seu caminho dentro da floresta, e Will seguiu até mim. Sentou-se por cima dos calcanhares a meu lado, e me examinou com uma expressão neutra.

–Como se sente?

–Como se meu estomago fosse sair pela garganta.

Will sorriu de lado e me esticou a mão. Abriu a palma revelando algumas folhas esverdeadas.

–Preciso colocar isso em seu ferimento. Essas plantas vão sugar o veneno do dardo de Effy. –ele explica.

Tento me sentar, e Will apoia minhas costas. Meu estomago e esôfago queimam quando o faço. Viro para o lado e vomito algo inteiramente negro. Will suspira em preocupação.

–Você ainda esta se recuperando da ultima viagem. Seu estomago está lotado de sombras. –solto um gemido, mas consigo me manter sentado. –tire a camisa.

–Hein? –a expressão de Will se torna seria. Ele bufa.

–Vamos, Nico, eu preciso fazer um curativo em você! –obedeço ao ver um olhar quase ofendido em Will. –ótimo.

Então ele começa a trabalhar. Assim como o vi fazer com Thalia, primeiro ele limpa com álcool para depois colocar as plantas sobre minha pele. O álcool arde, mas estou acostumado com a sensação de ardência. O toque de Will é calmo e seus dedos são quentes enquanto o álcool e as plantas são frios. Ele termina de enrolar o curativo com gaze.

–Por que sempre sou eu que saio mais ferrado depois das lutas? –resmungo.

–Por que é sempre você que faz as besteiras suicidas.

–Foi você que me deu a deixa pra minha ultima besteira.

Will suspirou. Não sabia se eu estava falando da besteira de beija-lo ou da besteira de usar tanto de meus poderes para viajar nas sombras. Confesso que eu também não sabia. Talvez não quisesse saber.

–Me desculpe. –disse, sem conseguir olha-lo nos olhos.

–Desculpar pelo que? –suas sobrancelhas claras se franziram em duvida. Eu não sabia que ele estava brincando comigo.

–Você sabe pelo que. –Will suspirou.

–Não precisa se desculpar. Não precisa se desculpar por nada que tenha feito fora de seu controle. Effy estava controlando você.

Mordi os lábios, pensando como o poder de Effy e suas ameaças apenas serviram para me convencer que não havia escolha a não ser obedecer. Fui obrigado a agir, mas não tive todos os movimentos controlados. Effy serviu para convencer a mim mesmo que eu não queria aquilo, quando não era verdade.

–Não pensei que fosse voltar a falar comigo depois daquilo. –Will disse com um certo pesar.

–Não seja idiota, Will. Voce foi tão controlado quanto eu. –resmunguei. – Voce não beijaria outro cara se não fosse por isso.

Eu continuava de costas para Will, então ele tocou o meu ombro e se colocou a meu lado. Ele parecia me analizar, como se estivesse em duvida se eu estava tirando sarro dele.

–Você está brincando, certo? Por que se for, é de muito mau gosto, Nico.

Eu encarei o garoto de volta. Seus olhos azuis esverdeados estavam mergulhados na duvida. Não respondi, não sabia o que ele queria dizer com aquilo. Suas sobrancelhas se ergueram e sua boca se abriu e se fechou varias vezes, como se tentasse decidir o que falar em seguida.

–Você não sabe? –ele perguntou com cuidado e apreensão. –Sempre pensei que soubesse. Achava que fosse tão duro e sério comigo por causa disso.

–Do que você está falando?

–Não estou dizendo que te beijei de livre e espontânea vontade. Mas você ser um garoto com certeza não foi um problema.

Um sorriso tímido e sem graça se formou no canto dos lábios de Will, ele desviou o olhar, o que geralmente era eu quem fazia. Depois de quase quatro dias, foi a única vez que vi Will Solance ficar realmente sem graça. Não parecia envergonhado, apenas sem graça.

–Então voce é... –a frase morreu em minha boca.

–Gay? –ele sugeriu, voltando a me encarar. –pode dizer gay, Nico. Não é palavrão.

–Desculpe. Eu só estou surpreso. –engoli a seco. –acha que eu te travava friamente por causa disso? Você não me conhece bem, então. Eu meio que trato todo mundo assim.

–Você não trata Thalia assim. –ele se sentou melhor no chão, saindo de cima dos calcanhares, e começou a brincar com o cadarço do sapato. –desculpe. Não é problema meu.

–Thalia? –eu apontei o polegar por cima do ombro, na direção que ela havia desaparecido. –Você não acha que eu e Thalia...?

–Não, não. Eu sei que você não teriam nada. Eu vi você quanto Effy tentou força-lo a beija-la. Não faria nada que pudesse machuca-la.

–Will. –chamei o garoto, que finalmente tirou sua atenção dos cadarços. Minha expressão era de puro assombro. –voce acha que eu gosto de Thalia?

Foi à vez de Will ficar confuso. Ele inclinou a cabeça para o lado como um cachorro. Tive que me esforçar para não rir daquilo.

–Não gosta? –não pude deixar um sorriso se formar em meus lábios.

–Thalia é minha amiga. Já te disse isso uma vez. Até por que ela é...

Deixei a frase morrer em minha boca, dando de ombros.

–Como uma irmã pra você? –Will sugeriu, repetindo o que havia lhe dito no trem em Paradise, Ohaio.

Tomei fôlego e desviei os olhos de Will mais uma vez. Como poderia completar frase? Confessar um segredo que não havia tido coragem de dizer em voz alta nem a mim mesmo. E o confessar para alguém que a menos de quatro dias não me lembrava do nome. Alguém que me encarava com curiosidade, e a certeza que não diria o que estava prestes a dizer.

–Por que ela é uma garota, Will.

Demorou alguns segundos até que conseguisse erguer os olhos para Will. Ele continuava me olhando confuso, como se ainda não tivesse entendido. Então sua fixa pareceu cair. Suas sobrancelhas se ergueram e seus olhos saltaram. Sua boca se abriu em surpresa. Suas feições eram tão cômicas que teria rido se não sentisse um aperto tão grande no peito.

–Mas... eu vi você olhando Thalia enquanto ela se trocava. Eu...

–Certo. –eu o cortei. –Thalia viu aquilo também. Não haveria nenhuma chance de eu continuar respirando depois daquilo se ela não soubesse que... Voce sabe.

–Então Thalia sabia?

Não consegui dizer se ele se referia ao ver ela se trocando ou saber sobre... mim. Apenas concordei com a cabeça. Ambas as afirmações eram verdade. Então Will começou a rir. Gargalhar, na verdade. Tanto que parecia lhe faltar o ar enquanto ria.

Me senti um idiota. Will estava rindo de mim. Isso não fazia nenhum sentido, e ele estava rindo. Tentei me levantar, mas meu estomago ainda girava demais para que eu o fizesse. Will só parou de rir quando viu meu desconforto. Ele tocou meu ombro ainda sem fôlego ao dizer.

–Eu passei a missão inteira tentando descobrir como Artemis havia deixado Thalia viajar sozinha com dois garotos por quase quatro dias. –ele tinha um sorriso divertido no rosto. –só agora percebi... Ela estava com Afrodite! Ela sabia! Artemis jamais deixaria uma caçadora viajar dois caras héteros.

Will continuou sorrindo. Mas eu não consegui sorrir. Culpei a mim mesmo ao notar que havia me ofendido com o que Will dissera. Eu não deveria, obviamente, ele tinha razão. Mas eu não pude evitar fechar a cara, foi automático. O sorriso de Will morreu, deixando um olhar muito sério e irritado em seu lugar. Nunca havia o visto com tanta raiva.

–Voce só pode estar brincando comigo. –ele disse entre dentes. –A única coisa pior que um homofóbico é um gay homofóbico. –ele enfatizou as ultimas palavras, fazendo-me encolher os ombros e fechar os olhos. –Meus deuses, Nico! Isso é completamente normal! Não é possível que tenha vergonha de quem você é! Em que século você nasceu?

Abri os olhos e lancei um olhar semicerrado.

–30. Eu nasci em 1930.

O queixo de Will caiu pela milésima vez no dia. Novamente, ele parecia decidir se eu estava brincando com ele. Ele não disse nada, então eu expliquei.

–Fiquei preso com minha irmã no Cassino Lótus quando era pequeno. -disse quase em um sussurro. –Passei as ultimas décadas lá sem envelhecer. Eu nasci no século 30, Will. Da forma que cresci isso não é normal.

O choque de Will foi passando, e sua raiva e irritação se transformou em pena. E como eu odiava pena. Desejei que Will sentisse raiva novamente. Qualquer coisa que não seja pena.

–Na minha época, isso não era tratado como é hoje. –tento explicar. –é como a depressão ou a hiperatividade ou o desvio de atenção. Na época isso era tudo apenas frescura. Era querer atenção. Era... Só errado.

Isso não é frescura nem é errado, Nico. –ele disse, com calma. Como se falasse com uma criança. –E a sua época não é no século 30 só por que foi quando voce nasceu. Voce está vivo agora, está vivendo o século 21. Essa é sua época.

–Sinto muito.

Ele negou com a cabeça, alegando que não havia nada para perdoar. Eu não voltei a falar, apenas deixei que o silencio tomasse conta de nós.

–Voce nunca tinha feito isso antes, tinha? –ele perguntou. –contar a verdade?

Eu neguei com a cabeça.

–Thalia descobriu sozinha.

–E beijado outro garoto? –não consegui impedir a mim mesmo de corar antes de negar com a cabeça. A verdade era que nunca havia beijado ninguém antes de Will. Mas não diria isso em voz alta. –bem, me sinto duplamente honrado.

Senti meu rosto esquentar. Apoiei os cotovelos nos joelhos e uma das mãos ao rosto, tentando disfarçar o rubor. Will riu de minha reação.

Quando tirei a mão do rosto, Will havia se aproximado.

–Sabe, eu não acho que aconteceu no posto tenha contado de verdade.

Ele disse tão baixo, em um fio de voz tão ínfimo que precisei me inclinar para ouvi-lo. Will tinha um sorriso doce preso nos lábios, sua respiração fazia alguns fios de meu cabelo balançar.

Dessa vez ele se aproximou devagar, deixando seus lábios a milímetros dos meus, dando-me tempo e espaço para me afastar se eu assim quisesse. Mas eu não fiz. Apenas me inclinei para mais perto de si, quebrando a distancia que ainda nos separava.

Seus lábios se moviam de forma doce, lenta e carinhosa, completamente diferente do jeito serio e neutro da ultima vez. Seus lábios continuavam quentes e com o inexplicável gosto de verão, mas não tinham mais o gosto metálico de sangue. Suas mãos me puxaram pela cintura, mas não tinham a intenção de tirar nenhum dardo dali, não estava fazendo nada que fosse causar dor. Na verdade, tomava cuidado ao tocar a região, com medo de ferir o machucado ainda inchado. Eu continuava sem camisa, o que só fazia mais calafrios subirem pela espinha. Minha mão estava em sua nuca, mas não haviam códigos para serem passados ali, apenas brincava com as mechas loiras rebeldemente compridas de seu cabelo.

Me separei de Will quando ouvi os passos vindo da floresta. Teria saltado de perto de Will se me mover não fosse tão difícil. Apoiei-me as mãos atrás do corpo e notei que já escurecia. Ao olhar para frente, Will tinha um sorriso sem graça, mas também satisfeito. Seus lábios estavam inchados, mas eu tentei não notar. Thalia acabara de sair da floresta e caminhava a nossa direção com uma garrafa d´água sobre a cabeça, cantando vitoria.

Procurei minha blusa que havia jogado a meu lado e a vesti.

Will se levantou primeiro, e me estendeu a mão para me ajudar a levantar. Colocando novamente meu braço por seus ombros e me segurando pela cintura. Quando finalmente me pus de pé, meu estomago deu mais uma volta, e não pude evitar vomitar mais escuridão de meu estomago.

–Devo levar isso para o lado pessoal? –Will sussurrou em meu ouvido.

–Cala a boca, Solance.

Ele sorriu, dando um discreto riso nasal. Me puxou para mais perto de si pela lateral de meu corpo. Tentei convencer a mim mesmo que era para me manter em pé, mas nem eu conseguiria mentir para mim mesmo daquela forma. Não mais.

–Ok, mas agora falando sério. –sua expressão mudou para a calma de um medico novamente. –quanto mais escuridão você expulsar do seu corpo melhor.

Concordei com a cabeça, e Thalia se aproximou de nos, desviando do vomito de escuridão a nossos pés. Ela pegou a mochila do chão e guardou o kit de primeiro socorros ali, pós sobre os ombros.

–Ai, credo. Vomitar da ânsia de vomito. –ela disse com uma careta, e Will sorriu para ela.

–Brilhante, Thalia. –a garota sorriu.

–Acho melhor voce ficar de guarda, Will. –ela disse. –ainda não estou cem por cento do veneno do dardo. Eu levo Nico. Se formos atacados é melhor que voce esteja pronto.

Will não pareceu exatamente feliz com a troca, mas não disse nada. Apenas passou a mochila que Thalia segurava pelo ombro e colocou o arco preso as costas em mãos enquanto eu passava a me segurar em Thalia.

Então começamos a caminhada. Thalia e Will resmungaram um pouco como estavam próximos do Grand Canyon graças a minha besteira suicida, mas eu não os respondi. Estávamos a uma hora a pé do lugar. E o sol já havia ido embora. Antes dos raios solares do quarto dia aparecessem no horizonte, já estaríamos lá.

Thalia esperou que Will se distanciasse um pouco a frente para sussurrar a meu ouvido.

–Se divertiu? –imediatamente corei, mas não tinha como esconder o rubor. Thalia riu ao meu lado.

–Voce é muito maligna, Thalia. –respondi.

–Não sou não. Voces ficam fofos juntos. –ela alegou, com um sorriso no rosto.

–Então voce sabia? –ela me olhou, perguntando mentalmente o que. –que ele é....

–Gay? –ela girou os olhos novamente. –me pergunto como voce não sabia. Qual é, ele te secou a missão inteira. –neguei com a cabeça, mas não contive o sorriso. O de Thalia apenas se alargou. -Até Artemis sabia disso. Acha mesmo que ela deixaria que eu saísse com dois garotos se não tivesse certeza das intenções dos dois?

–E por que não me disse? –minha voz saiu quase ofendida, mas Thalia não se incomodou. Apenas sorriu.

–E facilitar as coisas pra voce? Jamais! –apenas neguei com a cabeça, inconformado. –Vai ficar mais contente se eu disser que desviei o olhar enquanto vocês se pegavam? Nas duas vezes.

–Thalia!

–Qual é, vocês são meu novo OTP!

–O que é OTP?

–Pergunte a Afrodite. –ela disse apenas.

–Voce é muito chata, sabia? –ela deu de ombros. –não acredito que Will pensava que eu gostava de voce.

Thalia em olhou surpresa e soltou uma gargalhada tão alta que fez Will nos olhar curioso com uma sobrancelha levantada.

–Pobre garoto. Mal sabia... Bem, pelo menos agora ele sabe.

Neguei com a cabeça novamente, ainda inconformado das besteiras que saiam da boca de Thalia Grace e imaginando quando seria a troca de turnos entre ela e Will.


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Notas finais do capítulo

Meu amor por Nico aumenta a cada capítulo que eu escrevo. Sou apaixonada por esses tres!
Bem, em Sangue do Olimpo não temos noticias se Will é "assumido" gay, mas eu gosto de pensar que sim.
Apesar de muito feliz, estou com dor de cabeça então vou ser breve nas notinhas, ok?
Comentem, recomendem e opinem!
Love ya!



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