I'm Never Changing Who I Am escrita por Moça aleatoria


Capítulo 35
Visões da noite


Notas iniciais do capítulo

NOTAS IMPORTANTES (bem todas são importantes mas essas são especialmente importantes)

Olá amados! Minhas provas começaram (uma prova por semana, toda quarta. Toda semana, todo mes, todo o ano) e eu fiquei extremamente feliz por ter adiantadp a fanfic, por que não consegui escrever a semana toda.
Na verdade eu cometi um errinho essa semana. Eu demorei duas semanas por que pensei que hoje fosse postar um de meus capítulos favoritos! Mas eu me confundi, por que no meu word eu marquei o capítulo errado. Se não, teria tentando postar mais cedo. Sorry.
E ALGUÉM AI SE LEMBRA QUE EU DISSE QUE FARIA UM NOVO TRAILER PRA FANFIC? Pois é, não é hoje. O que nos leva ao problema do paragrafo anterior.
O trailer tem um spoiler MUITO FORTE do capítulo seguinte (que eu achava que iria postar hoje). Bem, na verdade tem spoiler fortes do outrooooo ainda também, mas suspeito que voces iriam suspeitar desse "spoiler" depois de ler o capítulo seguinte de qualquer forma. Ficou confuso? Acho que sim.
De qualquer forma, fiquem tranquilos, que o trailer continua tendo spoiler pra dar e vender!
Eu não vou ser tão má assim, o proximo capítulo eu postarei (talvez, provavelmente, bem provável que) semana que vem. UHUUUUUU. Por que tamanha bondade? POR QUE SÁBADO É MEU ANIVERSÁRIO! Mesmo sendo meu aniversário, eu adintarei o capítulo como presentinho pra voces! E trailer vem de brinde! Tipo aquelas blusas de lojas super foda que as vezes vem com um colarzinho ou algo assim de brinde sabe? Pois é.
Só lembrando que existe uma chance de eu postar na sexta ou no domingo também, já que irei numa festa no sábado. Minha festa de aniversário? Não, dos meus amigos (sim, eu disse amigos. TRIGEMEOS :O) que mesmo sem fazer no dia 14 marcaram a festa de aniversário deles nesse dia. Ganharei um pedaço de bolo especial :D
Massss voltando, eu me perco muito nos assuntos.
Mesmo assim, como eu já terminei o trailer e estou enrolando para postar, eu vou posta-lo no youtube de fato durante essa semana. Então, se alguém quiser ficar de olho no meu canal, onde vou postar, aqui está: https://www.youtube.com/channel/UCYJTlFD-YkFDcpjlCz_KunA
Então no sábado eu postarei o capítulo e lhes darei o link do trailer, que também adicionarei na sinopse da fic.
Ei, posso fazer uma propagandinha de leve, produção? Posso? Ok, vou fazer. No meu lindo canal, eu tenho váriossss videos com músicas bem legais (estilo as músicas de fundo do trailer) com fanarts de PJO E HDO. Eu já disse que amo fanarts? Por que eu amo. Então se alguém quiser em deixar bem, bem feliz, e quiser ir até lá, assistir os videos feitos com amor e carinho por mim, deixar um cometário ou dar um like, eu vou te amar, tipo, pra todo sempre!
Okay, agora vou deixar voces em paz para lerem. NÃO SE ESQUECAM DAS NOTAS FINAIS, ELAS EXISTEM!
Boa leitura!



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POV Nico

Encontramos uma farmácia antes de encontrarmos uma ferroviária ou um ônibus. Agora apenas Will me sustentava, com meu braço por cima de seus ombros quanto ele me segurava pela cintura. Will era mais alto que eu, de tal forma que alcançar seu ombro era relativamente difícil. Mas concordamos que um de nos deveria estar pronto para alcançar sua arma, e já que Thalia tinha habilidades com a lança e o arco, era justo que ela ficasse com a guarda.

Passamos em frente à farmácia e paramos fora dela, e fora da vista dos funcionários para discutir o que fazer. Dentro dela havia apenas uma moça jovem e loira com cabelos até o queixo, e um homem com de barba negra já rarefeita em branco com a meia idade.

–Ainda temos os cinquenta dólares da ferroviária. –eu sugiro.

–Cinquenta reais não pagam nem metade dos remédios que precisamos. –Will descarta a possibilidade. –Alem disso, precisamos pagar nossas passagens. Não podemos ser tão sorrateiros e rápidos agora.

–Quer saber? Não está tão ruim assim. Podemos apenas pegar um ônibus e seguir em frente.

–E o que pretende fazer se formos atacados e você continuar sem poder andar? –Thalia pergunta. –precisamos estar preparados.

Trinquei os dentes antes de falar.

–Façamos igual na ferroviária. Distraímos eles e Will pega o que precisa.

Novamente, Thalia sorriu de forma travessa. Aquela garota era a deusa das confusões. Era impossível prever o que se passava por sua cabeça.

–Fique pronto para entrar Will. Nico, você vem comigo.

Thalia me deu suporte quando Will me soltou, eu me sentia como uma criança sendo passada de colo em colo. Mas os olhos de Thalia brilhavam em empolgação, e os de Will em suspeita. Ambos azulados, mas os de Thalia eram azuis como o céu, e os de Will quase fugiam para o verde.

Will concordou e entrou na loja como um cliente normal. Foi até a sessão de parta de dente como se tentasse descobrir qual delas seria a melhor para a sensibilidade. A farmácia estava vazia, mas nem a moça nem o senhor ergueram os olhos quando ele entrou. Thalia e eu atravessamos a rua não muito movimentada, de forma que os funcionários da farmácia pudessem nos ver.

–O que vai fazer? –sussurro para ela. Thalia sorri.

–Sua cara de surpresa faz parte do show. –ela sussurra. –mas eu teria cuidado em cinco segundos se fosse você.

Abri a boca para responder, mas Thalia me surpreendeu. Ela me soltou, e me empurrou levemente pelo ombro. Não foi agressivo nem violento, mas eu não tinha no que me apoiar, cai de costas do chão. Por sorte minha perna não havia sido atingida.

Olho para a farmácia e vejo Will de queixo caído. Fora ele ninguém mais reparou na cena. Thalia já havia recuado alguns passos. Então ela apontou o indicador para o céu ensolarado, e então o desceu para mim.

Um raio explodiu a tão poucos centímetros de mim que rolei alguns para o lado. Não pude evitar um grito tanto de surpresa quanto de terror escapar de meus lábios. Eu confiava em Thalia, mas não podia negar que nunca conseguia prevê-la.

Meu susto e meu grito ajudaram a convencer as pessoas que havia sido atingido. Imediatamente entendi o plano de Thalia, e parei imóvel na calçada. Me fingi de morto.

Queria que os malditos cães infernais conhecessem esse truque.

Um raio, mesmo que não acertasse minha cabeça, poderia me matar se tivesse pegado por pouco, certo? Bem, por algum motivo aquele não funcionou assim. Talvez Thalia conseguisse ter dissipado a energia do raio antes de atingir o solo. Como poderia saber? A questão era que os mortais a minha volta se sobressaltaram, e se puderam a meu redor, uma plateia de curiosos. Nenhum deles tocou em mim nem tentou ajudar, pareciam apenas querer ver, como se assistissem um filme.

Então os funcionários da farmácia viram. A moça e o senhor barbudo correram até nos. Não eram médicos, mas os farmacêuticos pensavam que poderiam servir de alguma ajuda para mim, o pobre menino atingido por um raio em uma manhã ensolarada, com nem uma nuvem se quer no céu.

Vi Will correr para as prateleiras, lendo bulas e caçando antibióticos e analgésicos, e jogando tudo em uma sacola. Vi que ele precisaria de mais tempo, ora ou outra os farmacêuticos poderiam se virar para buscar algum medicamento para tentar me ajudar o veria roubando a loja. Apesar de não achar que naquela farmácia tinha algo contra raios.

Quando o homem estava se levantando, Thalia entrou em ação. Ergueu o dedo e atingiu a si mesma com um raio e se jogou no chão. Deitada, ela começou a fingir convulsões. Enquanto assistia tudo com os olhos semicerrados, a imitei.

As atenções se dividiam entre ajudar eu, Thalia ou olhar desesperado para céu em busca de uma nuvem se quer de onde podem ter surgido tais raios. Mas era incontestável, todos haviam visto.

Então Will saiu da farmácia com uma sacola com os remédios, e ergueu o polegar para nós. Ele saiu se pós entre Thalia e eu. Will abriu os braços com um sorriso largo.

–E esse foi famoso show de luzes de Iowa! –ele caminhou entre os mortais desesperados, que o fitavam como se o garoto tivesse enlouquecido. –Com nossos artistas, Thalita e Nicolau!

Bufei pelos nomes improvisados de Will, mas entendi minha deixa. Levantei o corpo do chão, ficando sentado e erguendo os braços como Will fazia, como se fosse um artista depois do espetáculo. Thalia fazia o mesmo, ela estava de pé e se curvava para o publico.

Tentei me levantar, mas minha perna doía. Quando finalmente consigo me colocar de pé, Will veio até mim, ele continuava a falar sobre o espetáculo, ele me segurava em pé, mas fazia aparecer que estava apenas me cumprimentando. Provavelmente para que ninguém pensasse que tinha me ferido durante o “show”.

–Mas... –o dono da farmácia, assim como tantos outros estavam antônimos. Tão antônimo que não percebeu que Will levava uma sacola de remédio de sua farmácia no antebraço.

–É muito simples, meu bom homem! Veja só os dispositivos eletrônicos de luz! –Will apontou par ao topo de um poste. –e ali! –apontou pra um telhado, e para vários outros lugares onde não havia absolutamente nada. Mas alguns mortais concordavam com a cabeça, como se estivessem vendo alguma merda que Will apontava.

Os mortais tinham a péssima habito que não gostar do que não podiam explicar, então dar a eles uma explicação é a melhor saída. E eles acreditavam, já que não queriam dizer que não havia uma. Talvez por isso sejam tão fáceis de enganar.

Nesse meio tempo Thalia se juntou a nós, se postando do meu lado.

–Palmas para nossos atores que eles merecem! –Will pediu, e a pequena multidão consentiu, com uma onda de palmas. –Lembre-se, ninguém se feriu durante esse show!

–Minhas costas dizem o contrario, Thalita. –cochichei pra Thalia, que cochichou para mim de volta sem tirar o sorriso alegre para o publico.

–Cala a boca, Nicolau, que eu consegui seus remédios.

...

A rodoviária de Iowa estava mais lotada do que a de Ohaio, tanto que decidimos optar por realmente pagar pelas passagens. Não conseguiríamos ser rápidos comigo mancando, de qualquer jeito. Thalia também resolveu comprar alguma comida com o dinheiro restante, já que a comida que Apolo, Artemis e Afrodite nos deram era pouca. Acho que os deuses não tinham muito o costume de comer, se achavam que uma água e uma maça pra cada um seria comida para três dias.

Thalia havia saído para comprar a comida, enquanto eu e Will fomos ao banheiro para que ele pudesse trocar minhas ataduras. Esperamos que o único mortal presente no banheiro saísse para que entrássemos. Talvez uma mordida de cachorro extraordinariamente grande e um medico de 16 anos tratando-a fosse chamar muita atenção. Assim que o mortal saiu, Will buscou uma placa de “interditado” do banheiro dos funcionários, onde guardavam os produtos de limpeza, vassouras e placas. Para garantir, colocou uma vassoura prendendo as portas duplas.

–Sente-se.

Will apontou para a pia, e eu obedeci, sentando-me na pia do banheiro. Ele entupiu a pia com papel toalha e apertou a pia varias vezes, enchendo-a até a boca. Então se ajoelhou a minha frente, onde conseguia ver o ferimento e molhar o papel toalha na pia entupida para limpar novamente meus ferimentos com facilidade. Tirou a gaze que enrolava minha panturrilha e começou a trabalhar. Will nem me olhava, apenas molhava a tolha na pia e limpava. Não dizia absolutamente nada, mas quando o garoto suspirava, comprimia os lábios, sabia que o que viria em seguida doeria.

Mas quando ele tirou uma pomada da sacola e passou no próprio dedo, quando vi a pomada transparente e densa, nem precisei de seus gestos, sabia que doeria.

–Fique parado. –ele instruiu.

Will começou a espalhar o remédio em meu ferimento, e eu agarrei as quinas da pia. Era como se Will cutucasse minha carne, meu osso com uma agulha cheia de álcool. A sensação era horrível. Quando terminou, Will enfaixou minha perna com a gaze roubada, já que a que tínhamos já havia sido usada. Sentou-se sobre os calcanhares e pousou as mãos nos joelhos. Só então me dirigiu um sorriso radiante.

Era como se tivessem dois Wills, o medico serio, calmo e responsável, e o sorridente, sempre radiante filho de Apolo. Um deles passava segurança, o outro, conforto. As duas faces perfeitas de um medico.

–Feito! Essa pomada é quase mágica, ficará bom logo. –ele terminava de organizar os medicamentos no kit de primeiros socorros. –Te dou os remédios quando Thalia chegar com as bebidas. Sente muita dor? –ele me ofereceu o braço para descer da pia, mas eu desci sozinho. Will nem pareceu notar.

–Não, estou bem. –abanei a mão para ele.

Então Will se virou para lavar as próprias mãos na pia. Ele ainda sorria, satisfeito de seu trabalho.

Então de repente seu sorriso morreu, seus olhos se fixaram em algum ponto do espelho, completamente vidrados.

–Will?

Olhei para trás, esperando que Will encarasse um monstro pelo espelho, mas nada havia lá. Só então reparei seus olhos azuis quase verdes estavam dourados, muito parecido com o tom de Apolo.

–Will o que...? –Toquei seu braço, e imediatamente os dedos de Will se fecharam sobre meu punho. –Will!

Na verdade, não pude me ouvir gritando seu nome, soou como um eco em minha mente. Eu me sentia como em um elevador despencando, como se todo meu corpo, estomago e cabeça caíssem. Tentei esticar a mão para apoiar-me na pia, mas não senti a pedra fria em minha mão, apenas me senti cair.

Não estava mais no banheiro masculino de uma rodoviária em Iowa, estávamos à beira de um precipício. Minha cabeça girava ainda quando a sensação de queda sumiu. Olhei par ao lado, Will ainda estava lá, e ainda segurava meu punho. Ele olhou para mim e soltou, seus lábios de moviam, mas não conseguia ouvir sua voz. Ele franziu as sobrancelhas, tentei dizer que não o ouvia, mas nem eu mesmo conseguia ouvir minha própria voz. Era como se alguém nos tivesse posto no mudo.

O lugar era escuro, uma escuridão densa como as trevas que me transportava. Mas aquela escuridão não estava nos domínios de Hades, estava na de outro deus.

Então a escuridão se dissipou aos poucos, até que consegui ver as figuras a minha frente. A escuridão passou, e as imagens rodavam a nossa frente como um filme do avanço rápido.

Lá estavam Percy e Annabeth.

Primeiro Percy era arrastado pela nuca por Effy, que também levava Annabeth pelos cabelos. Eles saiam de uma caverna que só agora começava a aparecer no meu campo de visão. Pensei se aquela caverna foi que vi os deuses aprisionados, e no quão grande poderia ser, o quão profunda. Mas por fora, mal parecia não caber os três que de lá saíram.

Effy, a vadia maligna, empurrou Annabeth contra uma árvore. Percy pareceu tentar se mover, mas não conseguia, seus pés estavam pesados no chão, e ele estava de joelhos. Effy apontou para Percy quando Annabeth ameaçou se mover, a vadia maligna nem olhou para o garoto enquanto falava. Não foi possível ouvir o que dizia, mas Annabeth se aquietou, e deixou que Effy a amarrasse. Percy tentou se mover, e ela o pegou novamente pelo cangote, o arrastou até nós, a beira do precipício.

Ela o largou tão perto de nos que pensei que se esticasse o braço poderia toca-lo. Mas eu não estiquei o braço, a esperança de toca-lo era grande demais, e eu temia acabar com ela se minha mão passasse diretamente por ele. Effy conversava com um homem ajoelhado, também muito próximo a nos. Effy apontou novamente para Annabeth, provavelmente formulando uma ameaça.

Percy ergueu os braços. O reflexo se passava tão rápido que não consegui decifrar o que estava acontecendo até que ocorreu. Percy ergueu os braços e segurou o céu.

Ergui o braço finalmente, levado pelo impulso. Ao ergue-lo, via meus dedos se dissiparem em sombras, como se fizessem parte do céu. Voltei minha mão perto no corpo, e ela voltou a seu estado normal.

Observei Percy e vi seu tornozelo, onde um anel de prata prendia seu pé com força. Assim como de Perséfone, marcas vermelhas subiam por sua panturrilha em uma infecção que deixaria Will apavorado. Mas não poderia ver a reação de Will agora, tudo era tão rápido que temia perder algo se desviasse o olhar.

Então Effy enfiou uma lamina no estomago de Percy, a girou em 180 graus e sorriu. Percy berrou e Annabeth também, mas não pude ouvi-los. Effy apenas sorriu, e os deixou ali.

Quando essa saiu, Annabeth correu, provavelmente com as amarras soltas de algum jeito. Ajoelhou-se ao lado de Percy e retirou a lamina. Ela sustentou seu corpo quando Percy pareceu tombar para frente. Tentou acorda-lo. Não conseguia ver seu rosto, mas Percy parecia prestes a desmaiar. Será que Percy ainda conseguia se curar? Não era possível que alguém sobrevivesse com a perda de sangue que inundava o chão embaixo do casal.

Annabeth empurrou Percy pelo ombro, que caiu a seus pés como uma boneca de pano. O que me lembrou do empurrão de Thalia na farmácia. Ambos pareciam gestos rudes, impensáveis e violentos, mas não eram. Só então vi quanto Annabeth e Thalia eram parecidas. Pois Annabeth segurou o céu no momento que os braços de Percy não os seguravam. Meu queixo caiu. Sabia que Percy como um deus conseguiria segurar o céu, Atlas o fazia há milênios, Artemis já fez uma fez. Mas a única fez que mortais seguraram o céu foram Percy e Annabeth a alguns anos, e poucos minutos causaram neles uma mecha branca. O vídeo passava rápido, e Annabeth continuava a manter o céu. Não é possível. Ela iria morrer.

Ela vai morrer.

Podia sentir a energia da garota se esvaindo, como se o peso do céu houvesse rompido um buraco em seu corpo, como se sua energia vital escapasse dali a cada segundo, como o ar de uma bexiga aberta. Se sua energia se fosse, Annabeth morreria, não havia mais o que pudéssemos fazer.

Então Percy se moveu, parecia começar a voltar a si. Se pós de joelhos com um salto assim que viu Annabeth carregando o céu. O garoto o segurou, e Annabeth caiu.

Incrivelmente, Annabeth ainda estava viva, mas podia sentir que o buraco que o céu havia aberto nela não tinha de fechado. Annabeth era como uma bexiga de gás hélio. Havia sido aberta e, quando tinha um peso sobre si, sua energia se esvaia, e agora que não tinha mais esse peso, ela continuaria se esvaindo, mas mais lentamente. O buraco não se fecharia, não sozinho. Annabeth morreria em poucos dias. Não duraria uma semana.

Percy parecia se desesperar pela garota, mas Annabeth parecia extremamente calma. Não como se quisesse morrer. Mas como se já tivesse aceitado o fato no momento que foi capturada. Eu conhecia Annabeth há muito anos, e mesmo que não fosse próximo dela conseguia entende-la. Ela havia sido capturada e torturada. Parecia muito mais magra do que da ultima vez que a vi. Provavelmente passara fome e exaustão. Se estivesse sofrendo como ela, se a possibilidade da morte por exaustão e fome, ou até mesmo por uma tortura seria terrível. Annabeth parecia aliviada em morrer para ajudar Percy, e não pelas mãos de Effy. Teoricamente, Effy ganharia com sua morte, mas também não poderia usa-la para atingir Percy, para ameaça-lo.

Annabeth ganharia com sua própria morte. E eu a entedia. O que poderia ser mais honroso do que morrer para salvar quem ama? O que poderia ser melhor que isso? Talvez uma vida longa, com filhos e netos, mas como Thalia disse, Annabeth nunca teria isso.

Ela morreria em batalha de qualquer forma. Acho que havia aceitado que essa era uma batalha que valeria a pena cair. Não perderia sua ultima batalha, usaria sua morte para vencê-la. E isso fazia todo o sentido.

Esses pensamentos passaram como um raio a minha cabeça, como se pudesse ler os pensamentos de Annabeth. Os pensamentos de uma moribunda? Pensamentos vindos de uma energia vital que inundava o ambiente? Era provável que eu fosse capaz.

Então ouvi algo pela primeira fez.

–Socorro. Nos ajudem. Por favor.

As palavras no som choroso de Percy Jackson invadiram minha mente e meu corpo. Talvez estivesse conseguindo se comunicar mesmo com a tornozeleira. Talvez sua dor e seu desespero fossem tão profundos que inconscientemente estivesse nos enviando uma mensagem. Sussurrando aos nossos ouvidos como muitos deuses faziam.

Monte Otris, São Franquisco.

Uma voz pareceu sussurrar em meus ouvidos, a me perguntei se Will também conseguia ouvi-la.Não era a voz de Percy dessa vez.

Onde Percy e Annabeth seguraram o céu pela primeira vez.

Finalmente reconheci a voz. Era Apolo, uma versão séria, dolorida e fatigada da voz de Apolo.

Então a imagem escureceu. As sombras do céu que Percy mantinha nos engoliram para baixo. Me senti em queda livre mais uma vez, até que senti meus pés se fincarem no chão. Ou melhor, minhas costas.

Quando abri os olhos, meus pulmões puxaram o ar com força, e ouvi Will fazer o mesmo a meu lado. Ambos tínhamos caído no chão, provavelmente depois que ele agarrou meu pulso. Por mais que em sonho Will o tivesse soltado, fisicamente ele ainda o segurava. Talvez apenas por isso eu conseguisse ver o que ele viu. Já que a visão com certeza tinha o dedo de seu pai.

–Voces estão bem? –ouvi a voz de Thalia perguntar com um pânico visível. Ela estava sentava no chão, a cabeça de Will estava em seu colo e ela segurava papel toalha úmido contra sua cabeça. –Will? Nico?

–O que...? –perguntei ainda zonzo. Então senti os dedos de Will se desprenderem de meu pulso, e só então percebi como esse estava doendo.

Will olhou para cima, tentando fitar Thalia. O garoto parecia ainda mais confuso.

–Minha cabeça dói... –ele gemeu quanto eu me punha sentado ao lado de Thalia.

–Eu voltei com as comidas, mas vocês não apareceram, vim até o banheiro, bati e nada. Então chutei a porta até que a maldita vassoura cedesse. Quando cheguei, vocês estavam jogados no chão. Will bateu a cabeça no chão. Suponho que Nico tenha ficado consciente por tempo o suficiente para se segurar na pia ou algo assim. Voce bateu a cabeça feio, Will. –ela informou. –e não consegui fazer com que soltasse o pulso de Nico.

Ela apontou, e Will se virou para mim, que me virei para observar o pulso. Nele havia a marca vermelha quase arroxeada no formato dos dedos de Will.

–Nico, sinto muito. –ele fez começou a examina-la, mas era só um roxo.

–Eu sobrevivo. –disse ríspido. –mas talvez eles não.

Will parecia ter comido limão e então levado um soco pela careta que se formou. Trocamos um olhar antes de informar Thalia sobre a visão que compartilhávamos. Thalia ouviu com atenção e não nos interrompeu uma única vez. Acho que nunca tinha ouvido minha voz ressoar por tanto tempo.

Quando acabei, olhei finalmente para Thalia, que tinha um olhar muito rígido. Se Thalia se desse ao luxo de chorar, provavelmente estaria aos prantos. Mas ao em vez disso, ela apenas encarava o chão com uma expressão de ódio.

–Aquela vadiazinha maligna ruiva! –ela gritou, então bufou.

Alem do pulso ferido, minhas unhas fincavam em minhas palmas, de pura raiva e agonia. Will apenas olhava para nós, ele havia se sentado durante a história.

–Por que eu? –Will perguntou de repente. –por que voce e Thalia não receberam a visão? Vocês são amigos deles, eu mal os conheço. Quero dizer, conheço Annie há anos, desde os dez, e Percy desde os doze, mas não somos próximos. Por que os vi?

–Bem, eu sei que só recebi a visão porque você me tocou. –eu disse. –seus olhos ficaram dourados como os de Apolo. Me lembrou um pouco do oráculo, na verdade.

Thalia tocou o braço de Will.

–Talvez seja algo de Apolo. Talvez voce esteja mais aberto a visões do que nos. –ela sugeriu. –Percy pediu por ajuda, e nos o estamos ajudado. Por isso a visão veio até nos. No caso, voce, filho do deus das profecias. Faz sentido, não?

–Acho que sim. –Will encostou a cabeça na parede atrás de si, e então gemeu, se esquecendo do ferimento. –e também tem aquela voz de Apolo...

–Voz? O que dizia? –Thalia questionou.

–“Monte Otris, São Franquisco. Onde Percy e Annabeth seguraram o céu pela primeira vez”. Significa algo para voce? –é o que digo.

–Sim, sim. Faz sentido. É onde Atlas, o portador original da maldição do céu fica. É para onde a missão segue depois que acharmos os semideuses.

–Precisamos ir o mais rápido possível. –eu disse, me levantando. Mirei Will. –Mas antes vamos dar um jeito na sua cabeça.

Will se levantou e olhou-se no espelho, mas estava completamente fora de sua visão. Thalia tocou o bracelete e seu escuro tremeluziu. Ela o virou ao contrario, onde uma superfície metálica espelhada podia ser vista. Fazia sentido, o escudo da cabeça de medusa tinha um espelho para que pudesse lutar com monstros atrás de si sem olha-los.

Thalia levantou o espelho improvisado de seu escudo.

–Preciso de pontos. –ele mordeu os lábios. –não tem a menor chance de eu conseguir pontos na parte de traz da minha cabeça.

Will olhou de mim para Thalia, pensando qual de nos seria mais capacitado para o serviço.

Entre morte ou o céu, Will obviamente pareceu escolher o céu. Fixou seu olhar em Thalia e ela entendeu. Pegou a caixa de primeiros socorros e tentou colocar a linha na agulha. Nisso, se passaram quase um minuto sem sucesso. Thalia já começava a suar.

–Pelos deuses, me de isso, garota! –peguei a agulha de Thalia e passei o fio pela agulha e o devolvi para ela. Os dois me olharam surpresos. –Que foi? Eu morei sozinho por muito tempo, eu já precisei dar pontos me mim mesmo e em varias roupas.

Will tirou a agulha das mãos de Thalia e colocou nas minhas.

–Por que não disse disso antes? –dei de ombros.

–De joelhos, Solace. -Mandei, e Will sorriu malicioso com um olhar brincalhão. –Cale a boca. Estou com uma agulha bem afiada em mãos.

Will não disse nada, mas arrancou de Thalia um sorriso de lado. E eu agradeci mentalmente. Ele era o tipo de pessoa que conseguia arrancar sorrisos sem ser mal nem rude. Conseguiu dissipar a energia ruim do lugar enquanto limpei seu ferimento com papel toalha e comecei a dar pontos.

–Por que voce não disse que sabia dar... Ai! Pontos? –Will perguntou, tentando disfarçar ao máximo a dor.

–Por que eu não sou bom nisso, apenas dou para o gasto.

Então me lembrei das cicatrizes que tinha pelo corpo, marcas de quando não havia néctar ou quando o ferimento era grande de mais, e exigia pontos para melhorar com rapidez. Muitas vezes eu não tinha o tempo necessário para fazer os pontos. Muitos deles renderam cicatrizes grossas. Mas agora eu tentava trabalhar com cuidado. Will não teve pressa ao cuidar de minha perna, e eu não teria ao cuidar de sua cabeça.

Quando terminei, suspirei e notei que minha testa estava suada e minhas mãos levemente sujas de sangue. Não tanto quanto as de Will ficaram quando me ajudou. Então as lavei enquanto Thalia mostrava o reflexo do curativo com o escudo. Basicamente pulei em um pé só até a pia para lavar as mãos enquanto ele observava.

–Muito bom, Di Angelo. –ele sorriu.

–Da uma ótima enfermeira. –Thalia sorriu.

–Cala a boca, Grace.

Conseguimos sorrir por pouco segundos antes de nos lembrar onde devíamos ir, e por que. Cada sorriso morreu lentamente em nossos lábios. Cada um de nos colocou sua mochila em suas costas. Thalia esticou para nos três garrafas d´água e um saco grande de batatas fritas. Ele deu um meio sorriso, era o que o dinheiro havia permitido.

Will me ajudou a andar para fora do banheiro com Thalia à frente. Ele checou a mochila e depositou dois compridos brancos idênticos em minha palma.

–Analgésicos. –ele explicou. –dois farão efeito mais rápido.

Depositei um dos comprimidos de volta na palma de Will. Sabia que seu ferimento não era tão grave, mas devia estar doendo pelos pontos mal feitos que conseguira fazer. E a dor pelo tombo não deveria estar das mais simples. Will negou com a cabeça, tentando me devolver, mas eu engoli o meu com minha garrafa d´água. Ofereci a ele em seguida. Will agradeceu com a cabeça, mas eu sabia que não havia o que agradecer. Will havia inconscientemente nos avisado algo muito importante, além de ter nos ajudado de todas as formas possíveis. Agora, tinha uma estranha confiança em Will Solace. Uma confiança que não depositava em alguém há muitos anos.

Apenas espero não me arrepender. Tinha o péssimo habito de não confiar nas pessoas certas.


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Notas finais do capítulo

Alguém sentiu uma dorzinho no peito por reviver o sofrimento de Percy e Annie, só que agora pelos olhos do Nico? Por que senti.
Bem, gostaria de avisar uma coisinha. Em muitas fanfic que li, Nico sempre odiava a Annabeth, ou ao menos desgostava dela por ter uma queda pelo Percy. Na verdade eu realmente gosto de ve-los como bons amigos, até por que em BOO, mesmo depois de Nico confessar o que sentia por Percy AO LADO DE ANNABETH (muito corajosos, Niquito) ela sorriu e lhe deu um high five (uma das melhores cenas de BOO, que nunca sairá de minha cabeça, que eu ri muito). Então achei justo deixar bem claro que, pelo menos nessa fanfic, Nico gosta de Annie mesmo tendo uma quedinha pelo Percy.
Bem, voltando ao capítulo. Não foi um superrrr capítulo, mas eu amo a interação desses três. Amo a Thalia aprontando, Nico se ferrando e Will sendo o amigo responsável.
E essa história da visão de Apolo, hein?
Ah, gente, alguém está começando a shippar Solangelo? Por que eu estou completamente imersa nesse shipp. Sério, acho Will simplesmente uma graça, sempre muito preocupado com todo muito. Acho que pessoas altruístas e gentis tendem a me conquistar. Se bem que Nico também me conquistou, mas por simplesmente ser foda e ter um complexo meio suicida. Amo demais.
Bem, me sinto no dever de falar do próximo capítulo, já que admito que esse não foi um superrrr ou algo assim (deveria ser a segunda metade do anterior já que eles meio que se completam, mas ficariam tipo 10 mil palavras então.... não). O proximo capítulo, postado no meu aniversário, é meio doentio, admito, mas é um de meus preferidos. Meu capítulo preferido sem duvida é "A tortura do Amor", aquele que Annabeth segura o céu por Percy. Então achei justo que meu segundo preferido tivesse o título combinando com esse (mesmo que tenha sido um acidente): "Encurralados pelo Amor". Bem, Effy aparecerá e a coisa vai ficar meio feia.
Alguém quer tentar adivinhar do que se trata? Sessão oráculo SEMPRE ABERTA!
Alias, fiquei curiosa, qual o capítulo preferido de voces?
Como sábado que vem é meu aniversário,l alguém quer tentar adivinhar quanto anos eu faço? Dei muitas dicas ao longo da fanfic, para quem leu as notas finais.
Olha, fiz muitas perguntinhas e pedidos nesse capítulo, vou ficar bem chateada se vocês não comentarem as respostas :(
Bem, até semana que vem! Amo vocês!



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