I'm Never Changing Who I Am escrita por Moça aleatoria


Capítulo 31
Não se apegue ao tradicional


Notas iniciais do capítulo

Amores, felizemente ou infelizmente esse capítulo é enorme! O maior até agora! Tem mais de 5mil palavrinhas! Geralmente não gosto de passar das 4mil mas se eu dividisse me dois a primeira parte seria um capítulo sem absolutamente nenhum conteudo. Então aqui estamos.
POV novo é do..... NICO! Gente como eu amo o Nico. Nico e Apolo são meus divos. E espero que voces gostem dele tambem por que ele vai ter bastante POV.



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POV Nico

Impressionantemente o chalé de Hades é o primeiro a ser posto em pé no Acampamento Meio Sangue. Pensava que, por ser o único filho de Hades, seria deixado de lado já que meu chalé não seria uma das prioridades. Afinal, haviam chegados vários filhos de Iris, Hipnos e até alguns de Nemesis, e continuo sendo o único de Hades. Pensei que, por ser assim, dariam prioridade a esses semideuses.

Surpreendi-me quando o chalé de Atena, responsável pelo projeto, anunciou que continuariam um chalé especial para os recém-chegados, aqueles que ainda não foram reclamados –os presentes e os futuros semideuses que chegassem ao acampamento antes dos 13, os que os deuses ainda tem o direito de não reclamar. Esse chalé ficaria antes do de Zeus, e logo no fim da meia lua. Logo após do chalé 12 de Dionisio, começaram a construção do chalé de Hades, e apartir desse os dos outros deuses.

Em pouco tempo estava pronto. O chalé de Hefesto ficou feliz em ajudar com a parte técnica e o chalé de Atena bolou bem. Não estava inteiramente concluído, tinha apenas a estrutura. Mas eu tinha um teto sobre a cabeça, paredes, chão, um banheiro e um colchão da casa grande. Eu estava felicíssimo. O chalé de Atena disse que a decoração sempre fora dos moradores do chalé, ao longo dos anos os chalés se tornaram diferentes entre si pelos próprios semideuses, então eu poderia fazer o que eu quisesse com o meu. O dinheiro da venda de morangos da horta da colina chegaria logo, então poderiam mobiliar os quartos, mas por enquanto estavam focando na construção, depois mobiliariam. Primeiro um tetos sobre nossas cabeças, depois viria o conforto. Na verdade, eu me impressionava com a mistura de capricho, dedicação e praticidade dos campistas.

Paredes negras e janelas escuras? Pois é, estavam nos meus planos.

Mesmo tento um quarto só para mim, comecei á passar bastante tempo treinando na arena. Aos poucos as pessoas iam se acostumando com a minha presença, já começaram até a treinar comigo algumas vezes.

Talvez Percy estivesse certo quando me convidou para passar um tempo por aqui. Uma noite que acabou virando varias, na verdade.

Bem, voltando ao presente.

Eu já tinha encerrado meu treinamento, estava sentado as arquibancadas, observando o treinamento de arco e flecha de dois filhos de Apolo. Esses garotos nunca havia se destacado em luta corpo a corpo ou de espadas. Na verdade, em sua maioria, eles nem ao menos tentavam. Pareciam conformados que aquilo não era para eles, então se dirigiam direto para o arco e flecha. Isso sim ele eram bons, nem eu poderia negar. Acertavam flechas da mesma maneira desumana e poderosa que eu convocava os mortos e Percy as ondas. Acho que todos nos temos nossos pontos fortes

–Hey, Di Angelo! –um dos garotos de Apolo me chamou, enquanto eu me perdia em meus pensamentos. –quer tentar?

O garoto erguia o arco sobre a cabeça loira.

–Não, obrigado. Estou bem. –respondi ao menino, que deu de ombros e voltou às flechas.

Não perguntei como sabia meu nome. Mas a verdade era que a maioria dos campistas sabia do menino de Hades, que ajudou na guerra, e de repente resolveu dar as caras no acampamento mesmo depois te ter fugido a vários anos, e passado os últimos sozinho. Mas as pessoas já estavam se acostumando comigo por ali, no começo me olhavam como se eu fosse desaparecer nas sombras a qualquer momento. A verdade é que eu planejava mesmo isso, sumir no momento que as coisas dessem errado. E, pelos deuses, eu tinha certeza que daria errado.

No entanto, aqui estou eu, basicamente um campista nato. A única diferença era que eu continuava sem usar a blusa do acampamento, mantendo minhas roupas pretas. Estava esperando quando e se alguém me reprenderia por isso. Ainda não aconteceu.

Sim, depois de duas semanas os campistas falavam mais comigo, mas nunca fui uma pessoa de muitas amizades, nem quando menor, quando podia ser considerada uma criança relativamente normal para os padrões meios sangue.

De qualquer forma eu ainda não interagia muito, mas estava aprendendo a conter o mau humor quando o fazia. Mas, mesmo que um “oi” ou “bom dia”, até um “belo treino” eram trocados entre mim e os campistas, mas geralmente –de fato- não costumavam vir de um dos garotos de Apolo.

Os garotos de Ares costumavam me cumprimentar nos treinos. Alguns meninos e meninas de Hermes, Iris ou Demeter, com seu bom humor e simpatia constante também tinham tal habito. Mas chalés como Afrodite e Apolo tendiam a passar longe.

Afinal, o amor é tão oposto da morte quanto o sol é da escuridão.

O garoto de Apolo me chamar para o treino era uma surpresa. Peguei-me tentando lembrar-me de seu nome. Acho que ele era o conselheiro de seu chalé. Eu deveria me lembrar, certo?

Lill... Bill... Gil...

Um nome pequeno.

Phill!

Não, pera. Droga. Eu vou lembrar.

–Nico! –um grito afiado soou atrás de mim. Olhei um volta, mas não havia ninguém. Voltei meus olhos ao treino, nenhum deles parecia ter falado comigo, muito menos ouvido o que eu ouvi. –Di Angelo! Parece de babar nos filhos de Apolo e olha pra cá, infeliz!

Levei um grande susto, e me virei para traz violentamente. Provavelmente pronto para socar quem o tivesse dito. Mas então eu vi o reflexo reluzente. De um bebedouro, de onde do bico vazava um fio d´água, um fluxo pequeno, mas o suficiente para refletir o sol, e onde a imagem fraca de Thalia Grace reluzia.

Serio, eu me impressionava pra caramba nos lugares que Iris conseguia passar suas mensagens. Alguém por um acaso já viu um maldito arco-íris em um bebedouro? Claro que não! Mas Iris conseguia passar uma mensagem por lá. Que os deuses não me ouçam dizer, mas as mensagens de Iris davam uma lavada nos correios de Hermes quando se tratava de entregar mensagens com urgência.

Mas voltando.

Thalia reluzia ao bebedouro, e eu me aproximei da imagem. Ela tinha olhos que parecia divididos entre tristeza e raiva.

–Thalia, o que aconteceu? -pergunto, já que não a via ha semanas.

–Preciso falar com você. –ela disse em um olhar serio. –é urgente.

–Não me leve a mal, Thalia, mas não acho que as caçadoras e Artemis vão gostar de me ver ai.

Cocei a nuca desconfortável antes de responder. Não era como se eu tivesse algum interesse em Thalia. Sinceramente? A garota me lembrava muito minha irmã mandona, irritada e forte. Claro que em proporções diferentes. Bem, mas mesmo que eu aparecesse no acampamento das caçadoras com as intenções mais fraternais eu levaria algumas flechadas em lugares terríveis daquelas garotas.

–Não seja idiota, Di Angelo. Não estou com as caçadoras. Aliás, elas devem estar indo ao acampamento agora mesmo.

–E por que não está com elas? Thalia, aconteceu alguma coisa?

Então a imagem começou a tremular, o sol começava a se esconder atrás de uma nuvem e outras a seguiam, um dia nublado começava a surgir.

–As coisas estão dando errado, Nico. Preciso que me encontre no vale depois da colina meio sangue.

–Mas...

–Acredite, te interessa.

Então a imagem de Thalia some. Olho para o céu, e ele está nublado, nenhum sol reflete no fio do bebedouro. E, mesmo assim, sei que Thalia simplesmente desligou.

Alguma coisa nela estava tão terrivelmente errada que chegava a assustar. Thalia é o tipo de pessoa que sabe exatamente quando as coisas estão dando errado. No entanto, também é o tipo de pessoa que quando as coisas realmente vão mal, as encara para resolver os próprios problemas.

Isso era algo que eu admirava em Thalia, ela sabia quando o mundo estava desabando e sabia como coloca-lo no lugar, exatamente como a semideusa e a heroína que era. Ao contrario de mim, que tinha o péssimo habito de pular fora no momento em que as coisas saiam de meu controle.

Mas tinha algo pior por traz. Por que, por mais que eu considerasse Thalia, definitivamente não éramos íntimos o bastante para me mandar uma mensagem de Iris para avisar do fim do mundo ou algo do tipo. Afinal, para isso existiam Percy e Annabeth, certo? Por que ela me avisaria se tem outros amigos?

Era essa questão que me preocupava.

–Thalia! –eu gritei com o bebedouro. –que droga, Grace!

–O que o bebedouro fez pra voce, Di Angelo?

Virei para ver o conselheiro do chalé de Apolo me encarar com um olhar divertido. E, mesmo assim, ele não parecia zombar de mim. Ele tinha um olhar simpático e curioso, apenas.

–Não é da sua conta. –resmunguei, e já ia procurando dracmas me meu bolso para retornar a ligação.

–Voce disse Grace. Refere-se à Thalia Grace? Filha de Zeus, chefe das caçadoras de Artemis? –eu não respondi, mas ele prosseguiu, tomando meu silencio como um sim. –sabe, ouvi que as caçadoras estão no acampamento, então acho que não precisa mandar a mensagem.

–Ela não está com as caçadoras. –ele ergueu uma sobrancelha.

–Geralmente as caçadoras estarem no acampamento é sinal de problema. –ele comentou, e eu trinquei a mandíbula ao me lembrar que, da ultima vez que as caçadoras estiveram o acampamento, Bianca foi levada para uma missão que jamais voltara. Obviamente o garoto não sabe disso, então simplesmente completa a frase, não se dando conta do afeito dela em mim. -Acho que o fato de Thalia não estar com elas é um problema maior ainda, não é?

–Olha só... –pensei em chutar “Gil” para seu nome, mas eu ficaria extremamente sem graça caso esse não fosse esse. –Eu realmente preciso ir.

–Claro que precisa.

Fui em direção à colina, onde Thalia estava. Não me preocupei em me despedi, muito menos olhei para traz, sai antes mesmo que o garoto pudesse terminar a frase. Poderia estar ficando louco, mas jurava ter ouvido um certo desapontamento em sua voz.

Deuses, qual seria o nome dele?

...

Ao passar pela barreira mágica do acampamento, parado bem ao lado do pinheiro de Thalia, por ironia do destino, em cima daquela colina e do lado daquele pinheiro eu pude avistar a verdadeira Thalia, que andava de um lado para o outro no vale abaixo da colina.

–Grace. –cumprimentei ao me aproximar. Thalia me dirigiu um sorriso fraco. –o que está acontecendo? Por Hades!

Deixei que meus pés escorregassem pelo terreno íngreme quando já estava próximo ao chão.

–Eu acho melhor você sentar, por que é uma longa historia. –ela disse, com a expressão zangada. Mas não aprecia zangada comigo, apenas com o mundo. --Effy é uma droga vadia maligna e mentiu para todo mundo atraiu Annabeth para uma droga de armadilha maligna e mantém ela prisioneira a duas semanas e de alguma forma atraiu Percy até ela e mantém os dois prisioneiros de alguma droga de tortura maligna e maníaca por que ela trabalha para um deus maligno que quer destruir a droga do mundo assim como todo mundo na droga do mundo inteiro por que o meu pai só sabe fazer inimigos malignos e se por um acaso você disser isso para alguém vai causar um pânico geral e Apolo, Afrodite e Artemis, o novo trio maravilha de proteção ao Percy que antes se odiavam mas agora se amam vão me matar!

Repare que não há um ponto final se quer na fala acima. E repare também que Thalia gritou tudo isso em um só fôlego enquanto eu torcia pra ela não me socar enquanto geticulava. E que ela repetiu as palavras “droga” e “maligna” vezes demais. Presumi que estivéssemos bem ferrados.

Corri as mãos pelos cabelos, já comrpidos demais, e tentei pensar.

–E o que vamos fazer?

–Artemis saiu com Apolo e Afrodite ontem, mas não voltaram ainda. As caçadoras devem estar no acampamento agora, mas eu não quero ir, eu não posso ir. Eu sou responsável por isso Nico, eu deixei Annabeth naquela festa sozinha e por isso ela foi capturada. Eu preciso encontra-la!

–O que voce quer? Uma missão?

–Não me concederiam uma missão. Não sou campista. Eu pensei em ir sozinha, mas não teria a mínima chance. Nico, eu queria que fosse comigo. Talvez eu não conheça Effy como pensei mas... Talvez eu consiga pensar em alguns lugares para procurar e...

–Thalia...

Não temos chance alguma de encontra-los sozinhos, eu sei que não. Tenho a vontade desesperada de simplesmente viajar pelas sombras até achar o lugar certo, mas sei que não posso. Também não posso aceitar o que Thalia diz, por que ela esta em pânico. E sei também que, definitivamente, eu não posso entrar em pânico também.

–Eu sei que passei uma semana com as caçadoras procurando e Artemis depois procurou e ainda está procurando, mas eu não posso simplesmente ficar parada, sabe?

–Thalia, se voce não tem a mínima ideia de onde...

–Eu preciso fazer isso! Pensei que voce poderia entender! Se tem alguém que se importa com eles tanto quanto eu é voce. Eu sei que sim!

–É claro que eu me importo! Mas não podemos simplesmente sair pelo mundo procurando por eles!

–Por que voce é tão frio? –Thalia se posta autoritária, movendo as mãos em um tom grave e batendo o pé no chão. –Eu sei que voce faria absolutamente de tudo para salva-los, mas não quer admitir, não é? Eu não posso deixa-los morrer por que seria minha culpa e eu não conseguiria conviver com isso e voce pode ser tão frio e calculista quanto quiser, mas se a pessoa que voce ama for ferida por que você não quis me ajudar tenho certeza que não via conseguir conviver com isso também!

Thalia berra com tanta raiva que, apesar de ser basicamente da minha altura, ela parece ser enorme, e eu me sinto apenas uma criança novamente, levando uma bronca de Bianca, ou até mesmo de minha mãe.

Isso não pode estar acontecendo, isso simplesmente não pode.

–Voce não tem ideia do que está falando, Grace. Se acalme e pare de falar besteira.

–Eu tenho ideia sim! –ela argumenta, entre os dentes. –eu poderia estar bêbada com o refrigerante daquela festa, mas você definitivamente estava mais!

–Eu não disse absolutamente nada! Me lembro de tudo que aconteceu naquela festa!

–Não disse mesmo, mas ficou bem menos cuidadoso. Você olhava para o horizonte então desviava os olhos rapidamente, e observava com cautela. Mas não tanta cautela. E eu fiquei pensado que, sóbrio, quando voce perde o olhar em uma multidão não esta encarando o nada, está olhando pelo canto dos olhos. Quando você fala, toma um cuidado tão absurdo para manter a voz neutra que é quase maldoso, e naquela noite voce não vez isso.

–Thalia! –eu berro, mas ela continua.

–E, meus deuses, Nico! Não tem absolutamente nada errado com isso! Absolutamente nada! Mas eu preciso da sua ajuda!

Então me viro para Thalia, e penso o quão ela é mais velha, quanto de experiência e poder ela tem a mais que eu, e em como ela está com raiva e como não diria essas coisas se estivesse bem. Eu sei que se não estivesse tão fora de si, jamais diria coisas tão maldosas. E que para ela, tais palavras nem se quer sejam maldosas, mas para mim é. Mas eu não ligo. Eu só quero que Thalia Grace cale a boca.

–O que? Está me ameaçando, Thalia? Por que se estiver eu juro que...

–Não estou te ameaçando, Nico! Eu só quero que voce entenda o que vai acontecer se não fizermos nada! Se nos não os ajudarmos! Algo muito pior que a morte!

–Pare!

–E voce sabe que o que vai acontecer é pior que a morte.

–Thalia, por favor...

–Por que, merda, Nico, eu sei que não é com Annabeth que voce está tão preocupado!

Viro-me de costas para Thalia por que não sei se conseguiria encara-la, por que estou aterrorizado e enraivecido com o quanto ela está certa. E não sei se conseguiria aguentar a vergonha de encara-la no momento.

–E você sabe que o que vão fazer com Percy vai ser terrível! –ela grita. –E se você não me ajudar, sabe que não vai conseguir conviver sabendo que não fez absolutamente nada para impedir que a pessoa que você está apaixonado seja machucada dessa maneira!

–Cale a boca, Grace! –gritei para a menina, alto o bastante para de fato cala-la. –Voce não sabe absolutamente nada sobre mim. Eu não sou... eu não gosto...

–Por que é tão difícil pra você dizer as palavras? Do que tem tanto medo?

Eu não respondo, apenas continuo virado, com os punhos cerrados de tal forma que minhas unhas perfuravam minhas mãos, quase ameaçando sangrar. E fechando os olhos com tanta forca que começo a ver estrelas. Thalia para de gritar, provavelmente vendo que me abalou mais do que pretendia. Vendo que eu estava muito mais apavorado do que ela pretendia me deixar. Vendo que sua tática de me por em ação apenas me aterrorizou imensamente.

Agora, alem de ter meu maior medo e vergonha descoberto, tive isso gritado para mim, usado de arma para conseguir algo me mim. E pior, tentar decidir se o pior é ser descoberto, ou sentir o quão verdadeiro isso soa saindo da boca de Thalia, mesmo que dessa forma. E ainda pensando que, ela esta mais certa ainda de como estou preocupado com Percy Jackson. E que, quem quer que esteja com ele, sabendo que ele e imortal, conseguiria algo pior que a morte.

A dor em minha cabeça é grande demais. Não apenas ter meu maior segredo descoberto, mas também de saber que, se não fizermos nada, algo pior que a morte o aguarda. E, então, nem se quer precisarei me preocupar em manter meu segredo a salvo dele. Ele não estará aqui para ouvi-lo.

–Nico, eu sinto muito. –Thalia começa, agora mais calma. –eu não pensei que você fosse reagir assim eu só... Eu só pensei que você ficaria zangado comigo, não pensei que... –ela suspira, sinto seus dedos tocarem meu ombro. –Se é pelo segredo, Nico, não tem nenhuma razão para...

–É claro que tem, Thalia. É claro que tem. –digo mais para mim mesmo do que para ela. A interrompo por que não seria capaz de ouvi-la terminar de falar.

–De qualquer forma, sinto muito mesmo.–seus dedos apertam meu ombro, como se quisesse me consolar. –mas não vou dizer nada, eu juro mesmo. Mas voce sabe que estou certa sobre o que vai acontecer.

Estou prestes a retrucar, mas então vejo um reflexo de acender entre as arvores. Vejo a mensagem de Iris abrir. Felizmente, sei que apenas naquele momento o rosto refletido pode nos ouvir. E fico imensamente grato que não tenha aparecido há alguns segundos.

Corro para a imagem do filho de Apolo que tem olhos esbugalhados e preocupados.

–O que voce está fazendo aqui? –pergunto com amargura ao filho de Apolo, que parece serio demais para se importar com o desprezo nítido em minha voz.

–Bem, teoricamente nem se quer estou ai. Relaxa, Di Angelo. –o garoto argumenta. –mas tem um pessoal aqui que quer falar com vocês dois. –ele diz, olhando de mim para Thalia.

Então um segundo rosto ganha espaço no reflexo, um garoto mais velho, de pelo menos 18 anos, cabelos loiros e um sorriso aparece com a cabeça sob o ombro do garoto.

Apolo está sorrindo para mim, mas é um sorriso de cumprimento, que vacila logo depois. O deus está nitidamente diferente. Antes ele carregava um sorriso natural, que não vacilava nem um momento se quer. Agora, ele aprece ter dificuldades para mante-lo por muito tempo. Mas a ironia em sua voz tentava disfarçar o cansaço dos olhos dourados.

–Não queremos falar só com eles, filho. Queremos falar com eles e com você.

O filho arregala os olhos para o pai, deixando nítida a surpresa.

–Eu? Você disse Thalia e Nico.

–Sim, Will mas... –então voltou a olhar para nos através do reflexo. –Quer saber, vamos até ai. –olhou por cima do ombro, onde pude ver Afrodite e Artemis em uma pequena discussão. –As moças vão ficar discutindo ou vão vir comigo?

Não foi preciso uma resposta, até por que o que o que Artemis gritou para o irmão em grego antigo com certeza não foi uma resposta de fato. Muito menos foi educado.

No entanto, Apolo sorriu. Pela primeira vez, o sorriso do deus não parecia forçado, mesmo que provavelmente tivesse acabado de ser amaldiçoado. Acho que independente de ser mortal ou imortal, nada é mais saudável do que uma leve discussão fraternal.

Então ele pós as mão no ombro do filho, aparentemente chamado Will.

Will! Obrigado Apolo! O nome é Will!Como fui esquecer?

Okay, voltando.

Então bem diante do reflexo Will, Apolo, Artemis e Afrodite sumiram. A mensagem refletia apenas a paisagem do acampamento. Estava prestes a perguntar a Thalia o que tinha acontecido, quando eles se materializaram a nossa frente.

–Precisamos de ajuda! SOS nível máximo!

–Precisamos de vocês.

–Precisamos de uma missão!

–Merda, eu vou vomitar.

Foi o que disseram Afrodite, Apolo, Artemis e Will, nessa mesma ordem. Afrodite com um olhar preocupado, quase desesperado. Artemis se mantinha seria. Apolo tinha seu costume tom de deboche, mas o jeito que mordia os lábios denunciavam uma preocupação evidente em relação ao assunto.

Will... Bem, Will se apoiou em uma arvore enquanto tentava não perder o equilíbrio. Provavelmente um efeito colateral da viajem dos deuses. Sensação que eu não queria experimentar de forma alguma tendo em vista a reação do garoto.

–Isso passa. –Apolo tentou consolar o filho.

–Como vocês sabem, Percy e Annabeth foram capturados por um deus maligno. –Artemis começou.

–Na verdade, eu não sei não. –Will protestou, completamente alheio ao assunto. –Alguém pode começar do começo, por favor?

–Queridos, podem fazer a gentileza de atualizar Will depois? –Afrodite pede. –estamos com um pouco de pressa pra isso agora.

–Exato. –Artemis continua. –Nós nos atualizamos, descobrimos quem é o deus que os capturou. É Eros, um dos deuses do amor. Eros está trabalhando com sua filha, Effy.

Artemis diz, olhando fixamente para Thalia nesse momento.

–Sim, Effy se passou por minha filha, e foi fácil já que Eros e eu somos deuses do amor. –Afrodite continua, assumindo uma postura muito seria. –Ele é o deus das trevas do amor, de tudo de ruim que o amor carrega. O ciúmes, a impotência, e a necessidade. Com isso ele tem atraído deuses através de suas paixões. Tem capturado ninfas e mortais para usa-los de iscas contra os deuses, e assim os capturarem também sem nem se quer entrar em combate. Vários deuses já se foram. Annabeth foi capturada há duas semanas por uma emboscada armada por Effy, filha de Eros, que se infiltrou na caçada. Agora Percy se entregou e ele e Annabeth estão em perigo.

–Acreditamos que Percy está no mesmo lugar em que os demais estão. E se conseguirmos libertar Percy, então todos jutos podem destruir os planos de Eros e libertar todos os deuses, espíritos da natureza, semideuses e mortais aprisionados.

Todos levamos um tempo para digerir a historia, principalmente Will, que treinava tranquilamente arco e flecha até ser atingido com uma montanha de informação que previa o caos. Algo na fala de Apolo e dos outros denunciava que, obviamente estavam preocupados com o Olimpo, mas a segurança do amigo tinha prioridade. O fato me deixava imensamente aliviado.

Thalia tem os dentes trincados, mas seus olhos têm energia e determinação. Ela parece pronta para entrar em ação.

–Por que vocês não fazem isso? –pergunto.

–Zeus não deixa, ele nos quer fora. –Artemis explica.

–Não gostamos disso também, Percy é nosso amigo também, queríamos poder salvar ele e Annabeth nos mesmos. –Apolo diz, chutando um punhado de folhas secas. Ambos parecem estar sendo sinceros. –mas Zeus ate já trancou o Olimpo para que mais ninguém fosse capturado, ficamos de fora justamente para que não soubéssemos de nada.

–Alem disso, deuses sempre foram proibidos de agir contra outros deuses diretamente. –Artemis explica. –Eros tem capturado mortais justamente por isso. Alem de ser mais fácil do que capturar um deus, é claro.

–Então nos três vamos a uma missão para salvar Percy e Annabeth? Estou dentro! –Thalia diz.

–Não, vocês não vão atrás de Percy e Annabeth. –Artemis corta Thalia, que arregala os olhos para ela.

–Mas...

–E uma tarefa muito perigosa. A missão de vocês é encontrar três dos semideuses mais poderosos desses tempos. –Artemis diz. –Voces três são apenas os mais poderosos desse acampamento, mas infelizmente precisamos de mais que isso.

Thalia cerra os punhos, assim como eu.

–Mas...

–Voces dois são dois dos filhos dos três grandes, mas essa não é uma missão para vocês. –Artemis explica. –Sei que odeiam quando dissemos isso, mas no momento certo vão saber o motivo.

Bufei, e vi Thalia cruzar os braços, indignada.

–Voces vão achar três semideuses, os únicos que podem completar essa missão. Thalia vai como uma representante das caçadoras. –Artemis diz. –Will foi escolha de Apolo e Nico... Bem, Afrodite foi quem sugeriu, mas voce tem provado seu valor desde a guerra contra Cronos, filho de Hades.

Sinto Thalia me dar uma cotovelada discreta. E tenho vontade de gritar com ela por isso.

Ideia de Afrodite? Luta contra Eros? Por Hades, por que tinham que ser os malditos deuses do amor? Por que não podemos simplesmente voltar a lutar com um titã ou algo assim?

–Tudo bem, continuo dentro. –Thalia concorda.

–Contem comigo. –e a vez de Will.

E, de repente, todos estão com os olhos sobre mim.

–Sim, claro. Estou dentro.

–Então... nós precisamos de uma profecia ou algo assim? –Will pergunta, e Apolo abre um sorriso divertido, como uma velha piada que nunca perde a graça.

–Se você insiste...

–Não se atreva! –Artemis disse ao irmão, com os olhos semicerrados.

–Nos amamos você, Polo, mas suas rimas são horríveis! –Afrodite completou. –sem ofensa, Raio de Sol.

–Horríveis? Eu sou o deus das rimas!

–Infelizmente. –Artemis resmungou.

–Ah! Mas como vocês querem uma profecia, então? A graça delas estão na obscuridade, confusão e, é claro, nas rimas!

–Na verdade, Polo, seria mais conveniente se você fizesse algo mais simples.

–Tá bom, tá bom! –o deus dança os dedos sob o queixo antes de começar. -Vão ao Grang Canyon e encontrem três semideuses perdidos. Ajudem os coitados para que eles possam salvar o mundo. Façam isso antes que Percy e Annabeth sejam mortos ou fiquem com sequelas físicas e psicológicas graves de mais. E... sei lá, tentem não morrer no caminho.

Um silencio se instala no lugar assim que Apolo termina.

–Sem rimas!E sem maiores dificuldades de interpretação! Todos contentes?

O coro positivo foi evidente. As deusas não queriam ouvir as rimas de Apolo, e Thalia, Will e eu não precisávamos de uma profecia complicada.

–Mas vocês tem um serio problema. –Apolo começou. –Esses semideuses estarão no Arizona, Grand Canyon em quatro dias. Voces tem apenas esse tempo para acha-los.

–Quatro dias? Arizona fica do outro lado do país! –Thalia exclamou. –como podemos chegar lá em quatro dias?

–É ai que Nico entra. –Afrodite explicou, virando-se para mim. Ela não prosseguiu, esperou que eu mesmo dissesse.

–Eu posso viajar pelas sombras. Tornaria a viagem mais rápida, mas não mais segura, muito menos prazerosa. Já vou avisando. –digo, então troco meu peso de pé, desconfortável com muita atenção. –Mas não consigo fazer viagens muito longas. Teríamos que ir parando, com pequenas viagens.

–Ah! Nós colocamos algum dinheiro em suas bolsas também! –Afrodite lembra, com um sorriso em ver o plano fluir. –podem pegar um trem ou metros ou seja lá como vocês se locomovam, no caso de as coisas se tornarem... Complicadas.

–Complicadas?-Will pergunta.

–Nada que não possam lidar. –Apolo pisca para o filho.

–Bem, como o acampamento não tem um chefe com a saída de Percy, nos ficaremos aqui, tomando conta. –Artemis anunciou.

Olhei para o trio e pensei em comentar que aquilo provavelmente não sairia muito bem, mas nem sou louco o bastante para dizer isso.

–Infelizmente nos continuamos sem ambriosa ou néctar. –Afrodite continua. –vamos tentar produzir algum para emergências, mas estamos de mão vazias para vocês. Mas encontrarão dificuldade como qualquer missão.

–Bem, nenhum que não saibamos que vocês podem lidar de mãos atadas. –Artemis disse, piscando para Thalia. –mas como estamos convocando a missão pessoalmente, nada mais justo que uma ajudinha.

Com um estralar de dedos, em cada um de nossos pés surgiu uma mochila de viagem.

–Comida, bebida e primeiro socorros. –Apolo explica. -voces podem até não ter néctar, mas tem um bom curandeiro.

Will sorriu para o pai, e correu os dedos nervosamente pela superfície que prendia o arco que carregava preso a suas costas.

–Alias, temos mais alguns presentes. –Apolo sorriu, e tirou das costas uma aljava dourada cheia de flechas da mesma cor. Ele a entregou ao filho, que olhou com admiração para a aljava. –Cogitei em lhe presentear com um arco novo, mas em uma missão como essa a aljava venha a calhar mais que o arco. As flechas são inteiramente feitas de ouro imperial, portanto, são mais fortes que as comuns. –Apolo explica, com um sorriso satisfeito no rosto. –alias, é encantada, as flechas reapareceram na aljava após um tempo. Mas cuidado, não são eternas. Quando se esgotarem, terá que esperar que reapareçam novamente para você.

Will concordou com a cabeça, e a abaixou em respeito ao pai.

–Obrigada, pai.

Apolo sorriu para o filho. Quando Will levantou a cabeça, Apolo esticou sua mão para um high five. Will aceitou o gesto. Apolo com certeza fugia de todos os padrões paternais divinos.

Foi a vez se Artemis se manifestar.

–Thalia, você deixou isso no nosso acampamento.

Artemis apontou para a mochila aos pés de Thalia. Ela se abaixou e apanhou da lateral da bolsa um spray de tinta. O que Artemis esperava? Que Thalia salvasse o mundo vandalizando propriedades privadas?

Assim como a mim, Will estava confuso. Então Thalia balançou a lata, como se fosse começar a pintar nas árvores frases contra Eros, e então vi a lata crescer, assim como a caneta de Percy fazia. Mas ao em vez de se transformar em uma espada, virou uma longa lança. Logo reconheci, era a mesma lança que Thalia havia usado ao resgatar eu e Bianca anos atrás.

–Sei que as caçadoras geralmente lutam com seus arcos, mas também sei que luta bem com sua própria arma. –Artemis explicou. -Não são tempos de nos apegarmos ao cômodo ou ao tradicional. Está na hora de procuramos soluções onde pudermos achar.

–Nem sempre o tradicional é o certo, às vezes só precisamos abrir os olhos para achar as melhores saídas. –Afrodite completa. -E, às vezes, elas estão bem a nossa frente.

–Por mais que encontrar esses semideuses não seja assim tão difícil, vocês precisam lidar com o tempo. E o tempo não obedece a ninguém, nem aos deuses.

Penso como é bonito o jeito que falam, um completando a frase do outro em perfeito harmonia. Lembro-me como antes eles costumavam falar em conjunto apenas para discutir, um voz sobreposta a outra. E, mesmo que ainda o façam, afinal, nada é perfeito, conseguiam se harmonizar de tal forma. Era como um canto sábio, três vozes cantaroladas em plena harmonia nas horas de desespero.

–E lembrem-se que vocês vão lutar contra um deus do amor. Nunca subestimem o amor. Ele pode ser muito traiçoeiro. –Afrodite termina, dando por encerada a conversa dos seis.

E, assim, os três evaporaram a nossa frente. E da mesma forma que eu desejava estar errado, tinha certeza que Afrodite dirigia a ultima frase a mim.


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Notas finais do capítulo

Gente eu to ferrada comigo mesma a com voces agora, eu sei. Coloquei um triangulo amoroso dos ships em uma missão. O que voces acham? Pessoalmente gosto muito da Thalia mas gosto de Thalico da mesma forma que gosto de Reynico: BROMANCE. Ok não sei se bromance são só dois caras ou se existe de homem e mulher mas ok. Tá ou shippo o Nico com todo mundo de formas muito diferentes, com a Reyna, Thalia, Jason, Will Percy. Sou freeshiper.
O que voces acham? Como acham que a coisa vai fluir? Sessão oraculo romantica: Thalico ou Solangelo? Sessão oraculo normal: O que acham que rola nessa missão?
Tenho alguns adiantados e tenho alguns capítulos das missões. Se alguem tiver alguma ideia genial (e olha que já vi na sessão oraculo muitos palpites muito incriveis e criativos) digam, por que as vezes (nao prometo, mas as vezes) os coloco na fic. To aproveitando as ferias pra escrever.
E sobre a revelação do Nico? Amo tanto ele meu deusssssss.
Enfim. RECOMENDEM QUE EU TO CARENTE DE RECOMENDAÇÃO.
Ah sim, só mais um detalhe. Se alguem de solangelo ai que ama fanarts estiver lendo isso, me deixem recomendar http://brunagonda.tumblr.com/, o tumblr da maravilhosa Bruna que desenha muito bem, escrever fanfics Solangelo e ainda por cima responde ask e (olhem só) E BRASILEIRA! Alem dela tambem temos Viria e Burdge, mas ninguém do Brasil. Então passei do pra fazer propaganda dela por que eu to muito in love with as fanarts dela e eu amo fanart. Okay recado dado.
O que eu disse? Sessão oraculo! Gente respondam a sessão oraculo e sobre o triangulo amoroso (mais ou menos) que eu criei. Acabamos de sair de Annabeth Percy e Rachel e eu faço isso. Deuses.
Já vou avisando: proximo capítulo cortou meu coração escreve-lo. Mas admito que queria escreve-lo desde que começamos a fic. Parte meu coração maligno dizer que provavelmente é meu predileto até agora.
Okay, recados dados. Amo voces! Até 15 dias!



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