I'm Never Changing Who I Am escrita por Moça aleatoria


Capítulo 28
O mistérios dos desaparecidos


Notas iniciais do capítulo

Meus amados! Olha a tia Lívia aqui, na data certa, com o capítulo de voces!
Bem, não é um capítulo muito grande, mas vai esclarecer algumas coisas pra voces.
Olha que milagre: eu não tenho recados para voces. Acho que é por que estou de ferias e estou morrendo de tedio. Já estou fazendo parte da decoração da casa. Serio, em uma semana eu viro uma almofada.
Olha, pra quem tava com saudades da Annie, o POV é dela!
Enfim, boa leitura amados!



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POV Annabeth

Minha garganta queima junto a meu esôfago e estomago. A fome tem se tornado rotina, mas nada a torna mais suportável, menos torturante. O ácido de meu estomago parece subir a garganta, e eles parecem brincar com a semi-imortalidade de uma caçadora. Poderia eu morrer de fome se só posso ser morta se cair em batalha? Sim, acredito que sim. Posso ser morta agora, pois já me tornei vulnerável a eles, já cai em batalha, e agora, em suas mãos, não conto com vantagem alguma. A fome me sufoca, mas a possibilidade de morrer por desnutrição é ridícula. Passei anos de minha vida treinando, lutando, combatendo, para morrer de fome, apodrecendo em uma maldita caverna?

O lugar a minha volta é amplo, mas a escuridão e a fraqueza me impedem de ter certeza. Não sei há quanto tempo foi, mas, quando cheguei, ainda abalada pela luta, não tive energias para conferir, pois os ferimentos me derrubavam. Tenho certeza que meu tornozelo não está inteiro, o torci durante a luta, mas não há muito que eu possa fazer, temo apenas piora-lo se tentar coloca-lo no lugar. Não tenho ferimentos muito graves fora ele e minha própria fome. No começo, tentei contar os dias pelas vezes que me vinham trazer comida, mas o método deixou de ser eficaz quando as vizitas se tornavam cada vez menos frequentes. Seria minha imaginação? Ou eles estariam brincando com minha mente e resistência? Toco minhas costelas, que se tornam aparentes de uma forma assustadora em tão pouco tempo.

Apesar do lugar ser extremamente escuro, sei que é uma caverna pelo eco de minha respiração. Não é tão grande, na verdade, parece ser do tamanho do chalé de Atena, de onde cada dia que passa sinto mais falta. No entanto, permaneço encolhida em um canto, distante a porta, me mantendo o mais longe possível dos soldados, me levantando apenas quando o pão duro e dormido, servido com um copo d´água são depositados na frente da única porta do local.

Quando cheguei, inspecionei o local em busca de algum plano de fuga, obviamente. O único ar que entra vem do teto, provavelmente de pequenos buracos feitos na própria caverna. Lembro-me de lançar uma pequena pedra ao alto, e não encontrar som algum de metal ao achar o teto. E, mesmo se tivesse, seria impossível sair por lá, o teto é extremamente alto.

A única parte artificial é a porta, feita de aço. Por ela há uma pequena abertura que se abre por fora, onde me trazem a comida. Eles são rápidos demais, não posso ser mais rápida da forma que estou: ferida, cansada e esfomeada.

São espertos.

O que seria eu? De longe não sou uma presa em batalha normal, ou já estaria morta. Se se tratasse de um ataque de mostro normal eu já estaria morta, jamais chegariam ao ponto de mandar um espião. No entanto, ninguém falou comigo até agora, não querem informações de mim, e também não em querem morta. O que querem? Ver-me apodrecer solitária em uma cela?

A loucura parece querer penetrar em minha mente. Não sei as horas, não sei os dias, não sei as semanas. Não sei qual foi a ultima vez que comi, dormi ou vi algo que fosse a escuridão, ou ouvi algo que não fosse minha respiração. Pergunto-me se ainda tenho voz, ou se ela poderia morrer por falta de uso e água. Dormir poderia ser a única coisa simples a ser feita em um lugar solitário, silencioso e escuro feito esse, mas é impossível. Cada vez que adormeço, sou envolvida por pesadelos. Poderia dizer que o trauma me rendeu tais pesadelos, mas não é verdade, algo parece invadir minha mente e meus sonhos, brincar com minha mente e me aterrorizar das piores maneiras.

Adormeço e tenho pesadelos, acordo e estou vivendo um. Fecho os olhos e nada enxergo, os abro e a escuridão continua a mesma.

Quase como um milagre, uma benção, ou talvez o pior de meus pesadelos e maldições, a porta se abriu pela primeira por inteiro desde que estava ali. Quando ouvi a porta ranger, minha mente gritou para tentar correr até a porta e fugir, mas meus músculos, estomago e garganta me impediram de me mover. E o medo também psrecia me paralisar.

Em consolo, mesmo se tivesse corrido, jamais chegaria a tempo. A porta foi aberta, um sujeito foi jogado ao chão, e a porta estava fechada novamente. Não podia vê-lo, mas um gemido denunciou que fora tratado com violência. Muito provavelmente não mal tivera tempo de erguer o rosto para o agressor antes da porta de fechar.

O som de mãos tateando o solo e de pés se levantando ecoaram pela caverna.

–Tem alguém ai?

A voz me atingiu no peito, ainda mais forte que a dor, mais forte que a fome. Talvez reconhecer a voz com quem compartilharia o inferno fosse a pior das dores. Saber que não apenas eu, mas que ele agora também passaria por isso.

–P-percy? –minha voz saiu rouca, chorosa, quase mesmo esperançosa. Meu corpo ganhou uma razão para se mover pela primeira vez em dias, uma razão ainda maior do que quando traziam a comida.

–Annabeth! –ele respondeu, e seguimos a voz um do outro, e meus dedos encontraram seus braços, e os seus me envolveram em um abraço dolorido.

Dor, saudades, esperança, sofrimento, violência e gravidade, tantas forças pareceram agir sobre nos ao mesmo tempo, nos levando ao chão, ajoelhados em um abraço. Sentia-me tão pequena, tão frágil e tão miúda que pensei poder desaparecer em seu peito enquanto ele me apertava contra si. Meu coração disparava e meus braços o envolviam como se pudesse perdê-lo mais uma vez.

Seus dedos frios de agarravam meus cabelos e escoriam por minha nuca quando o abraço foi afrouxando. Percy correu as mãos por meu ombro e braços, cintura e quadril, mas não havia nele qualquer malicia, ele aprecia apenas testar à meio da escuridão se eu estava ferida.

–Ah, Annie... Eles machucaram você?

–Na luta, eles... Meu tornozelo não está muito bom, acho que torci. –ele começou a tatear o chão, tentando conferir meu ferimento. –Percy, não. –puxei seu rosto para cima, onde estávamos próximo aponto de conseguir ver sua silhueta em meia às trevas. –Percy, o que você está fazendo aqui? Como eles conseguiram te pegar?

–Eu me entreguei.

A sorte de Percy Jackson era que eu continuava fraca demais, mas o tapa que estralou em seu rosto foi mais psicológico que físico.

Ele entendeu o recado.

–Você é louco? As algas do seu cérebro são divinas também, Cabeça de Alga? –gritei de volta quando ele continuou em silencio. -Percy!

–Annabeth! –ele contestou, mas não parecia bravo com o tapa, apenas parecia querer se explicar. –você sabe por que está aqui há tanto tempo? Por que não está com a as caçadoras? Annie, você está aqui por minha causa. Eles a capturaram para que eu me entregasse. Só não fiz antes por que não sabia!

–Se estou aqui para que pudessem pegar você, não passou pela sua cabeça que o mais coerente a fazer fosse não vir até aqui? Se você é assim tão importante para eles, devia ter ficado longe!

–Annie... -as costas de seus dedos tocaram meu queixo e bochecha. –Eu sabia de tudo isso, mas você sabe que eu jamais a deixaria aqui. Não conseguiria viver sabendo que foi ferida por minha causa.

–Eu luto a seu lado há anos, já nos ferimos muito lutando juntos, um pelo outro. –protesto.

–É diferente. Lutar é natural, é rotineiro. Isso é diferente, Annie. Alem disso, quando lutamos estamos juntos, nos defendendo, não poderia deixar sofrer por culpa minha, um sofrimento que deveria ser meu.

–Me diga que ao menos lutou, certo? –o silencio foi minha resposta. –E seus poderes, não podem te tirar daqui?

Novamente em silencio, Percy pegou minha mão, e a conduziu para o chão, onde ainda estávamos ajoelhados. Mas precisamente, direcionou minhas mãos a seu tornozelo, onde a barra da calça estava rasgada, e dentro dela, um anel de ferro envolvia seu tornozelo fortemente. Vi sua perna retrair quando toquei, mas pude notar que não era uma tornozeleira comum – obviamente. Ela estava fincada a perna de Percy, provavelmente a perfurava. Não poderia dizer se era tão profunda e perigosa quanto temia, mas era uma possibilidade. Não é de se admirar que Percy tenha caído ao ser jogado na caverna.

–É mágica. –ele explica. –como me entreguei, eles tinham todo o meu eu divino em apenas um lugar, então a tornozeleira está me prendendo aqui, e neutralizando meus poderes. Estou preso nessa forma, bem aqui, e sem nenhum poder. Nem mesmo os de filho de Poseidon. Está rasgando minha pele, me impede que eu consiga tira-la.

–Oh, Percy... –me lamentei, sem poder ver, muito menos analisar o ferimento quanto menos trata-lo. Se Percy contara que estava perfurando sua pele, o anel que o envolvia deveria estar chegando à carne.

–Não podemos fazer nada sobre o meu tornozelo. –ele disse, e quase poderia senti-lo sorrir tristemente, derrotado, ao dizê-lo. –Mas talvez consigamos a respeito do seu. Já tentou coloca-lo no lugar?

Nego com a cabeça, até lembrar-me que ele não pode me ver.

–Não, fiquei com medo por não poder vê-lo. Não me movi muito desde que cheguei.

–Posso? –concordei com um murmúrio e senti suas mãos na região dolorida. A dor percorreu meu corpo como um choque quando seus dedos a tocaram. Pronta? No três ok? Um...

O infeliz não chegou nem ao dois. Suas mãos giraram meu tornozelo, colocando-o no lugar de uma vez. Meu grito foi quase completo contido pela surpresa. Só me restou um pequeno e fino grito de susto, e um murmúrio de dor quando chegou ao fim.

–Bastardo! –xinguei baixo quando me agarrava a meu joelho esquerdo, o ferido. Ouvi Percy rir baixinho do xingamento.

–Não deixa de ser verdade. Todos nós somos. –dei a ele um tapa no braço. –tudo bem, desculpe.

–Droga, nem posso ficar zangada por que você acabou de concertar meu tornozelo. –resmunguei. –Obrigada, alias.

–Por nada.

Após um tempo em silencio, voltei a falar.

–Disse que não sabia sobre mim até pouco tempo. –comecei. –como descobriu?

–Fazem duas semanas que voce está aqui, mas Effy veio até mim na colina hoje mesmo. –ele respondeu com indiferença, senti quase um pingo de compaixão em sua voz.

Meu queixo cai, meus olhos se esbugalham. Percy me encara antônimo, o pouco que deve poder ver de meu rosto está em choque. Meu estomago se revira, e, se tivesse cheio, teria posto tudo para fora. Agarro minha barriga, enjoada.

–Percy. –começo, sem mal saber o que dizer. –foi Effy quem armou a emboscada para mim. Ela me conduziu até uma clareira, dizendo que poderíamos esperar ali até a festa acabar e Artemis nos transportar para o país onde o acampamento das caçadoras estava. Fomos emboscadas por soldados mascarados. Eram monstros uniformizados, Percy. Effy apenas ficou assistindo, com um sorriso no rosto, enquanto era abatida, capturada e derrota. Não tive chance, e eu nem estava armada.

Foi a vez do queixo de Percy cair.

–O acampamento de vocês mal estava no país? Ela disse que você a tinha mandado correr para o seu acampamento para pedir ajuda, mas era tarde! –ele estava antônimo, chocado com as mentiras e tramas que tinha caído. –Que vadia!

–Exato.

–Aquela historia de Afrodite também é falsa não é? –ele questionou, mas já sabia a resposta.

–Provavelmente.

–Eu sei de quem ela é filha. –Percy concluiu, tirando de mim a duvida que a tanto em atormentava. Quando estava prestes a completar sua frase, dar sua conclusão, a porta é novamente escancarada com violência.

Dela vejo a mesma garota que vi há semanas. Desta vez, seus cabelos não estavam presos em uma trança perfeita, e seu rosto não possuia mais a pureza e inocência que estava acostumada. Ela usava um uniforme preto com botas da mesma cor, exatamente como os monstros que me atacaram. Seu sorriso era belo e perverso, seus olhos negros pareciam ser vermelhos.

Seu cabelo era impressionante, solto era possível ver a diferença de suas cores. Não parecia mais vermelho como morangos, pareciam ser feitos de sangue. Sua raiz era avermelhada, mas à medida que chegava às pontas, se tornavam mais escuras, como se o sangue pertencesse a um serio profundo demais. De tal maneira, seu couro cabeludo parecia sangrar ao contrario.

Effy se postava a minha frente, nem seus olhos nem seu sorriso demonstravam arrependimento ou hesitação. Pareciam se divertir, como se estivesse esperando que solucionássemos seu mistério.

–Parabéns, Percy Jackson, você descobriu. –seu sorriso aumentou, ela sorria de orelha a orelha. –pena que foi tarde demais. Agora que Percy se juntou a festa conosco, podemos começar a nos divertir. Vamos, crianças, papai mandou a festa começar.

Sua mão alcança o cinto de couro que pende em seu quadril. Seu cinto é a única peça de roupa que não e preta, e nele se prende uma espada negra. O cinto não é como uma bainha normal para espadas, na verdade, a arma mal parece se encaixar na peça, como se o cinto não fosse feito para batalhas. Na verdade, parece mais um cinto de ferramentas. Penso que vai pegar a espada quando sua mão de dirige a ele, mas não é isso que ela faz. Ao em vez disso, do compartimento do cinto ela tira um controle circular do tamanho de sua palma. Com a luz que vem do externo consigo ver apenas dois botões nele. O primeiro ela regula, e o segundo aperta.

No mesmo instante, Percy, que se ajoelhava a meu lado, cai no chão com um berro. Ele se agarra a tornozeleira e deita em posição fetal, gritando enquanto se contorce.

–Percy! –tento segurar seus ombros para fazê-lo parar de se debater. Seus olhos estão fechados com força e eu tiro suas mãos de cima do pé para analisá-lo. A pele esta em carne viva, e de alguma forma a tornozeleira parece se apertar mais conta seu pé. Eu grito em reação ao ferimento sou abafada pelos berros de dor de Percy e pela risada de Effy. –Pare com isso! Parece com isso já! –grito em pânico com quem um dia foi minha amiga.

Effy apenas nega com a cabeça lentamente, e eu me viro para novamente tentar acudir Percy. Vejo seus olhos perderem o foco quando seus gritos diminuem, ele esta perdendo a consciência. Não posso fazer muita coisa, pois sinto uma pressão na nuca em seguia. Sou atingida pela base da espada de Effy.

O mundo escurece ainda mais, e caio na inconsciência ao lado de Percy.


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Notas finais do capítulo

Eu coloquei uma pegadinha para voces no capítulo em que a Effy vai atras do Percy, quando ela conta a "versão" dela na historia. Dizendo que o acampamento estava perto da colina meio sangue quando elas estavam em outro país. Ninguem notou, mas muita gente ja suspeitava da Effy depois do capítulo passado.
Okay, sessão oráculo (tive ótimos palpites capítulo passado). Quem é o pai de Effy, o deus que está planejando tudo isso? Capítulo que vem voces terão a resposta!
Mais uma coisinha... Gente, recomendem a fanfic, por favor! Faz tantooooo tempo que não recebemos uma recomendaçãozinha... Fariam a tediosa vida de uma autora super feliz! Capaz de eu nem virar uma almofada só de felicidade!
Tudo bem, até o capítulo que vem!



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