I'm Never Changing Who I Am escrita por Moça aleatoria


Capítulo 26
Sonhe com a escuridão


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoinhas, primeiro gostaria de pedir desculpas por não ter postado antes meu motivo é muito vergonhoso.Eu demorei porque eu não sabia como se posta um novo capitulo, então fiquei mexendo até hoje finalmente encontrar ( eu sei sou lerda ) eu não sabia como postar porque a Lily nunca me deixou postar os capítulos e tals, então eu nunca me preocupei com isso até agora.
Enfim espero que vocês me perdoem por fazerem esperar, ( please digam que me perdoam e que não vão fazer bullen porque eu não sabia postar um cap ).
Provavelmente esse vai ser o único capítulo que eu vou postar então, digam o que acham de mim yaaaay. Obrigada por lerem nossa fic seus leitores dywos, vocês são os melhores, moram no nosso heart, enfim, enjoy the cap, kisses and hugs da Els



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–Certeza que não quer ir pra água? Vamos, você adora água! –Apolo tentou mais uma vez me convencer. Ele se postava em pé, a passo que eu estava sentado na areia da praia. –Qual é, não é o fim do mundo. Você vai mesmo ficar plantado com essa bunda colada na areia o dia todo?

Quando não respondi, Apolo se jogou novamente na areia a meu lado. Em seguida, deixou o corpo tombar para traz, se jogando inteiramente na areia. Observei para notar que Apolo já readquirira a cor após o ocorrido com Rachel, e agora, após quase uma semana, já tinha a cor bronzeada de sempre. Seus olhos dourados também recuperaram o brilho e deixaram de lado as olheiras humanas cansadas, e seus cabelos eram novamente raios de um sol poente perfeitamente alinhados. Ele tinha voltado a ser o deus perfeito que sempre fora, já recuperado de seu stress humano anterior.

Eu, por minha vez, estava bem ao contrario. Era a primeira vez que deixava o Acampamento desde minha briga com Zeus. Havia passado o resto de meus dias dando atenção a Rachel e a ajudando como podia, mas respeitando seu pedido de amizade. Apolo tinha permanecido no acampamento também, já que Zeus estava zangado demais para topar com algum deles no Olimpo. Afrodite aproveitou para passar um tempo no mundo mortal, talvez até ter um caso com alguém interessante, ou apenas realizando seu trabalho mais de perto. Já Artemis estava com as caçadoras, que, de acordo com ela, tinha gerado alguns problemas desde sua partida, então estava se dedicando inteiramente a elas. Não vi mais a deusa da caça desde a recuperação de Rachel.

Na verdade, a ausência de Artemis nos levou ao dia de hoje. Artemis pediu para que eu cuidasse das ondas durante o dia, meu turno, e a noite, o dela. Não disse muito alem de “problemas por falta de liderança temporária”, disse que estaria nos arredores de Manhattan. Não perguntei mais que isso, além do mais, eu não tinha muito que fazer além de ajudar Rachel, o que me dediquei por um tempo logo demais, segundo Apolo. Mas, tinha que admitir, Rachel não precisava mais de minha ajuda, a muitos dias elas tinha voltado a andar e a morar em sua gruta.

Aliás, Apolo havia me arrastado para a praia alegando que eu estava tendo uma seria depressão “pós termino”, o que, na verdade eu não concordava, tinha aceitado bem a decisão de Rachel. Me sentia mal por me sentir tão aliviado com aquilo tudo, apenas me consumia o fato de me culpar tanto pelo que acontecera. Mas Apolo jurava que um dia tranquilo e divertido na praia era tudo que eu precisava para curar essa “depressão”.

–Sério, o que tipo de deus das ondas não quer ir ao mar? –se queixou ele. –nem cantar mortais? –olhei feio para Apolo, se sorriu em seguida. –é brincadeira! Calma! Se você continuar chateado assim não terá uma onda decente. Sabe, já faz uma semana que os surfistas só têm ondas calmas e depressivas, isto é, quase sem ondas.

Novamente eu não respondi, apenas me concentrei em afundar meus pés na areia quente da praia. Ouvi Apolo suspirar, e então ele se sentou.

–Estou cansando disso. Você não pode se martirizar assim, sabia? Não é justo com você mesmo. –ele argumentou, e sua voz já era quase zangada, fazendo-me com que, espantado, eu o encarasse. –Você não pode se culpar pelo o que aconteceu com Rachel, nem se culpar pelas decisões dela. Ela sabia que vocês poderiam dar um jeito, eu poderia...

–Nos não poderíamos. Você não poderia. –eu o corrigi. –Você sabe que não pra sempre. Mas não estou chateado por causa disso, não mesmo. Só me sinto um pouco culpado, as vezes.

“Não era como se eu a amasse de verdade”. Pensei comigo mesmo e vi o quão ruim aquilo soava. Rachel me amava e mesmo assim foi capaz de terminar, e eu nem se quer compartilhava desse sentimento, apenas de culpa. Eu tinha culpa por tê-la feito adoecer e tinha culpa de fazê-la triste por me amar.

–E o que eu posso fazer pra você sorrir um pouco, garoto?

–Você a salvou, e isso já é um favor que eu nunca vou poder retribuir.

–Se você for começar com essa historia de novo eu volto pro Olimpo pra ser chicoteado por Zeus! Vocês precisavam de ajuda e eu dei meu máximo para ajudar. É muito simples, você não tem que agradecer. –Apolo se levantou e bateu as mãos na calça, afastando a areia. –vamos lá, o que quer fazer? Vamos é o dia do Percy, faremos o que você quiser, te compro até um sorvete ou algodão doce cor de rosa se for te fazer sentir melhor. Apenas Annabeth e Rachel não podem entrar no horário.

–Cala a boca! –resmunguei para Apolo, mas havia uma quantia respeitável de sorriso em meu o rosto.

–Esse é o Percy que todos nós conhecemos e amamos! –Apolo sorriu e me estendeu a mão. –Vamos, eu tenho que por o sol e você precisa fazer hora extra.

...

Tinha a mais sensata noção que estava sonhando. Afinal, como aquilo poderia ser real? Mas como todos os sonhos, a incapacidade de sair desse labirinto de escuridão era aterrorizante.

De fato, me via perdido em um labirinto na forma mais literal da palavra. Paredes eram negras, mas não apreciam solidas, também não pareciam feitas de fumaça como o taxi da danação. Era diferente, as pareces eram densas, pareciam feitas da própria escuridão.

O frio dominava o lugar, e, de repente, as paredes se dissolveram em pó.

O vento gélido chicoteava meu rosto e meus braços nus pela camiseta, meus cabelos se bagunçavam e impediam boa parte de minha vista. Era impossível decidir entre proteger o rosto, os braços ou retirar o cabelo para enxergar, o vento me agredia de todo lugar.

Não importava para onde olhasse: céu, chão, frente ou traz, tudo era apenas um único tom de escuridão.

De repente vi meus joelhos cederem contra minha vontade. Sentia a pressão da escuridão parecia querer me esmagar, e minhas pernas gritarem pelo impacto. Apoiei minhas mãos no chão, mas as trevas pareciam suga-las para baixo assim como todo o meu ser. Meus músculos doíam a ponto de pensar que fosse derreter de frio, em um paradoxo cruel.

Olhei para cima até onde a dor em meu pescoço permitia, e vi a escuridão se dissolver acima, bem acima de bem. Mas estava longe demais para me alcançar. Para mim só restava o fosco.

Quando a primeira cor surgiu em meu campo de visão, tentei gritar, mas minha voz era ínfima, e se perdia dentro da escuridão a meu redor. Nosso redor. Annabeth Chase estava pálida, suja e com olheiras extremas, no entanto, ela parecia se desesperar com a minha presença. Primeiro pensei que fosse como um de meus primeiros sonhos com Annabeth, quando ela desaparecera para se tornar caçadora, e eu me culpei pela chance de sua morte, e quando em sonho a vi temer minha presença. Mas era diferente, Annabeth não me temia, ela parecia temer por mim.

A filha de Atena se dissolveu em escuridão quando abria a boca para falar.

Mas foi uma segunda voz que gritou ajuda. Tinha cabelos ruivos e olhos desesperados, era igualmente desesperada. Seu rosto era sujo de barro e sangue e gritou por ajuda.

No entanto, eu não podia me mexer. Ouvi a voz obscura sussurrar para mim, mas não pude compreender sua fala, apenas pude gritar enquanto minha voz era engolida pela escuridão.

–Percy!

Dessa vez o grito soou pelos meus ouvidos, e meu corpo finalmente pode se mover novamente. Eu me sentei tão rápido que quase colidi com o deus do sol, que me segurava pelo ombro e me chacoalhava para que eu despertasse.

–O que aconteceu? –quando perguntei, minha voz saio por um fio, alem de seca e rouca. Era como se eu de fato tivesse gritado. Meu corpo doía pelas juntas contraídas pelo medo.

–O que aconteceu? –Apolo perguntou indignado. –Me diga você!

Apolo coçou os cabelos molhados. Ele tinha apenas uma toalha presa pela cintura.

Estava feliz por estar novamente na Casa Grande. Apolo e eu havíamos voltado para o acampamento após ele por o sol, e eu passei a deixar as ondas no modo automático. Passamos na casa grande para que tomássemos um banho. Não é como se precisássemos tomar banho, eu mesmo havia “me arrumado” de forma mágica, mas Apolo insistiu que não havia nada melhor que um banho quente e humano.

Enquanto Apolo tomava banho, eu caí no sono em sua cama, mesmo que não sentisse sono.

Agora ele me encarava pasmo, ainda tinha alguns grãos de areia no rosto e shampoo nos cabelos molhados. Ele estralou seus dedos e estava novamente vestido limpo e seco. Mas seus olhos continuavam a me encarar assustados.

–O que aconteceu? –ele me perguntou novamente. –Você me assustou, pensei que estivesse sendo atacado por um monstro ou algo assim pelo grito.

–Eu gritei? –perguntei abismado, eu não costumava a falar, muito menos gritar nem nos meus pesadelos mais mágicos ou terríveis.

–Pra me fazer sair do meu banho, com certeza! – Apolo então se dirigiu para a segunda cama do quarto, onde Artemis costumava ficar antes de sair para a caçada. Ele se sentou nela e me encarou como se eu fosse uma nova espécie a ser identificada. Apenas me endireitei melhor na cama de Apolo e limpei o rosto, tentando me livrar dos resquícios de meu pesadelo.

–Deve ter sido apenas mais um sonho, semideuses vivem tendo... –tentei explicar, mas Apolo me cortou.

–Primeiramente, você não é mais um semideus, o que significa que a coisa é bem menos simples. –ele começou. –Segundo, quando foi que um sonho “de semideus” não foi nada? –ele não me deixou responde-lo, é claro, por que já conhecia a resposta. –Terceiro... Cara, deuses não dormem se não quiserem, muito menos sonham ou tem pesadelos macabros sem motivo.

–E o que você sugere, doutor? –questionei.

–Que você me conte o que você sonhou, ué!

–Virou psicoanalista? –disse, ainda massageando minhas temporas.

–Psicanálise está incluída na medicina, certo? –ele encostou-se à parede que apoiava a cama. –E ai? Aranhas e palhaços ou ETs e a Bloody Mary?

–Annabeth Chase. –Apolo automaticamente se desencostou da parede, parecendo ter levado um choque.

–Por favor, me diga que foi um sonho pornô e não algo extremamente perigoso.

Neguei com cabeça, sem nem se quer me dar ao trabalho de reclamar da piada.

–Estamos sem sorte. –disse.

–Tinha mais alguém no sonho? –ele perguntou.

–Mais uma garota, mas estava muito escuro... Apenas vi o cabelo. –disse. –era ruivo.

–Ah, qual é! –Apolo reclamou. –Rachel já esgotou a cota de problemas perigosos dela esta semana!

–O que? Não, não era a Rachel. –contei, fechando os olhos para tentar me lembrar. –era diferente. O cabelo era liso, um pouco mais curto e... Vermelhos como morango.

–Quem você acha que era? –Abri os olhos para notar que reconhecia sim a menina.

–Era Effy. –anunciei mais para mim do que para Apolo.

–Effy? Aquela ruivinha, amiga de Annabeth? –ele questionou, e eu me surpreendi por reconhecer o nome.

–Você a conhece?

–Ah, mais ou menos. –ele deu de ombros. –a vi uma vez enquanto falava com Annabeth. –ele suspirou ao ver meu rosto confuso. –já faz tempo, estava atrás de Artemis para falar da festa, sabe. A menina foi atrás de mim para perguntar de você. Mas isso não importa agora.

–Não, não importa. Mas também não faz sentido.

–Exato. Sonhar com Annabeth tudo bem, mas o que a ruivinha tem a ver com a história? –Apolo dançava seus dedos no próprio joelho, fazendo que eu me lembrasse da dor do meu próprio.

–Como vou saber, Sherlock?

–Vamos, me conte seu sonho inteiro. –comecei então a descrever e escuridão e o peso sobre mim, cada detalhe que pude me lembrar. Apolo manteve o rosto serio e concentrado por tanto tempo que cheguei a ter minhas duvidas se ele estava mesmo me ouvindo narrar. No entanto, ele negou com a cabeça quando eu terminei.

–Isso é muito estranho, Percy.

–Não é como se eu pedisse pra sonhar essas coisas. –eu me levantei frustrado. Passei a andar de um lado para o outro no quarto. –qual é, eu mal conheço a Effy, mal sei o segundo nome da menina! A única vez que falei com ela, ela quase me deferiu um golpe de judô! A garota me odeia por ser um homem, por “quebrar o coração de Annabeth” e ainda mais agora por conviver com Afrodite!

–Espere um pouco, o que Afrodite tem a ver com isso? –Apolo perguntou, e eu suspirei.

–Annabeth não me explicou direito, ela estava com pressa durante a festa. Tudo que eu sei é que ela tem uma péssima historia com a mãe. Uma maldição eu acho.

–Calma aí, você quer dizer que tem uma filha de Afrodite na caçada? –Apolo se levantou da cama também. –Acho que é a primeira vez em séculos, nem sabia que era permitido!

–Artemis não julgaria nem desprezaria uma semideusa apenas por ser filha de uma deusa que Artemis não aprova. –dei de ombros.

–Duvido que a história seria essa se fosse filha minha.

–Concentra! –estralei os dedos no ar para o deus do sol. –Tudo que sei é que Annabeth disse que tinha que ir muito rápido naquela noite, acho que foi pela presença de Afrodite.

–Afrodite nunca comentou de uma briga tão seria com uma filha.

–E por acaso vocês conversam sobre seus filhos a não ser que você queira pegar uma das dela? –perguntei duro, já nervoso pela situação.

–Calma, nervozinho! Mas você tem razão, é bem provável que Afrodite tenha mantido a existência da criança em segredo. Dite adora um barraco, mas não é burra, não começaria um se terminasse mal pra ela. Infelizmente é um fato, os deuses só falam de seus filhos para se vangloriar, não iriam querer que um filho cheio de rixas aparecesse na TV Hefesto, muito menos nas grandes tragédias gregas.

–Está bem, mas e daí? O que Afrodite tem a ver com o meu sonho? Consigo entender ela querer fazer mal a filha, mas não a mim ou Annabeth! Ela mesma disse que faria o possível para tornar minha vida menos complicada.

–Convenhamos, amigo, Afrodite não tem culpa de tudo que lhe acontece. Você é simplesmente um para-raios de problemas. –Olhei feio para Apolo, e ele voltou ao assunto. –Tudo bem, mas ainda não achei onde a loirinha se encaixa nessa.

–A única coisa que relaciona as duas é a caçada, e a única coisa que sabemos de Effy é Afrodite. –disse, já elaborando um plano em minha mente. –Vá atrás de Afrodite pra tirar a historia da apatia sobre a filha a limpo, e eu vou atrás das caçadoras. –disse nervoso. –Quero ver com meus próprios olhos se Annabeth ainda está lá e garantir que fique.

–Você acha que ela pode não estar mais por lá? –Apolo apareceu indignado. – Não acha que Artemis nos avisaria se tivesse algo errado com Annabeth?

–Eu não sei, e não vou esperar algo horrível acontecer, isso se já não aconteceu. –um frio pareceu percorrer toda a minha espinha ao pensar em Annabeth, principalmente na possibilidade em vê-la em perigo. –Nem sei o que estamos fazendo aqui ainda!

–Ok, mas antes é melhor você reforçar as defesas do pinheiro do acampamento. –Apolo avisou. –Se você acha que tem um problema nas caçadoras a ponto de Artemis não nos avisar, então a coisa está feia.

–Mas eu...

–Eu entendo que você queira achar Annabeth com urgência, mas precisamos pensar no tempo! –ele argumentou. –Eu não sei onde encontrar Afrodite, talvez demore horas! Já Artemis avisou que estaria nos arredores de Manhattan. Reforce as defesas e depois vá até Annabeth. –Apolo pousou a mão uma ultima vez em meu ombro. –Você lutou demais por esse lugar para deixa-lo em perigo, e, afinal, você é responsável por ele agora, não pode deixa-lo sem proteções divinas.

–Tudo bem. –Concordei com Apolo. –Nos vemos em algumas horas.

Já fechava meus olhos para me transportar quando ouvi Apolo.

–Percy? –Apolo me chamou uma ultima vez. –Apenas não faça nenhuma besteira.

–Combinado.

Nos segundo seguinte, deixamos a casa Grande sozinha.

...

A vista da Colina Meio Sangue sempre fora bela, mas naquele por do sol estava ainda melhor. De qualquer forma não estava ali para observar visão alguma, apenas me aproximei do pinheiro de Thalia.

Não sabia exatamente o que fazer para reforçar aquelas defesas, não conhecia nenhuma benção para recitar. Então apenas fiz o que sempre vazia, foi automático quando minha palma repousou no tronco levemente descascado pelo outono, e concentrei toda minha força nela, doando um pedaço dela para a árvore que protegeria o acampamento.

Senti um desconfortável repuxe em meu estomago, e por uma fração de segundos a árvore de Thalia foi a única coisa que me sustentou quando o mundo se dissolveu. Eu não estava tão acostumado quanto Apolo a fazer esse tipo de coisas, mas, felizmente, tinha experiência o suficiente. Quando abri os olhos nos segundos seguintes tudo estava claro novamente.

Apolo tinha razão, aquele lugar era minha responsabilidade, e eu já lutara demais para vê-lo correr mais perigo. Mesmo que talvez o perigo não viesse, é sempre bom ter a garantia que meu lar estará seguro quando eu voltar.

Não permiti que meus olhos pousassem na paisagem por muito tempo, mais uma vez minha mente me dizia que algo estava errado, terrivelmente errado, e, como sempre, eu teria que concertar.

Vi um ponto avermelhado surgir em meu campo se visão repentinamente. A semelhança com meu sonho foi tão grande que recusei alguns passos para dar de costas com a árvore de Thalia. Comecei a correr colina a baixo enquanto via os avermelhados cabelos de Effy se agitarem em direção ao acampamento.

Não diminuiu a velocidade até estar com a menina que com respiração vacilante, sem fôlego com os olhos cansados cheio de olheiras me encaravam. Seus cabelos morango estavam sujos e sua trança estava desmontada, fios e mechas fugiam do penteado e o vestido de caçadora tinha um rasgo que deixava um ombro aparente, as ela não parecia se importar. Nas costas a menina tinha um arco, mas pude contar apenas uma flecha.

–Perseu, por favor... Ajuda... –a menina me segurava pelos braços, mas mal parecia ter condições de se manter em pé. Suas unhas se cravavam em minha pele e ao mesmo tempo em que ela me segurava como se temesse uma fuga eu a apoiava para se suas pernas não cedessem. Não conhecia Effy, mas sabia que o padrão das caçadoras não era de pedir ajuda para deuses, principalmente para homens. –Annabeth...

Aquela palavra, a única palavra que não queria ouvir sair de sua boca. Um nome, seu nome. Annabeth corria perigo. Minhas pernas se tornaram bambas e minha cabeça gritava em meus ouvidos.

–Effy, o que aconteceu? O que aconteceu com Annabeth? –a menina demorou a responder, sua respiração era tão cansada que tonava a fala difícil. –Effy! O que aconteceu?

–Uma armadilha, na festa... –a menina pareceu tomar um grande fôlego para prosseguir. –Na festa no acampamento, depois que Annabeth e eu fugimos devido a minha mãe...

–Afrodite. –completei, e a menina me olhou quase envergonhada.

–Isso. –ela prosseguiu. –tinha... Tinha uma armadilha. Annabeth estava triste, muito triste e eu também, estávamos distraídas quando aconteceu... Nos fomos atacadas, senhor Perseu! Foram vários, vários deles... Não conseguimos... Eu não...

Os olhos de Effy pareciam querer se fechar, eles piscavam duramente e eram desfocados.

–O que atacou vocês? Onde está Annabeth? –o estado da caçadora era lamentável, mas não podia deixa-la perder a consciência antes de conseguir as informações que precisava, não enquanto Annabeth corresse perigo.

–Eu sinto muito, foi minha culpa... Eu pedi para sair da festa, eu a conduzi... –ela abaixou a cabeça e fungou, comprimiu os ombros e se encolher em si mesma. –Foi minha culpa e eu nem se quer pude ajuda-la... Ela me mandou fugir, disse que conseguiria segurá-los para que eu pedisse ajuda para as caçadoras... Nosso acampamento estava próximo da colina, felizmente. Quando cheguei, estava ferida e implorei para que as outras ajudassem, mas quando chegaram era tarde demais! Annabeth não estava mais lá!

–Como assim não estava mais lá? –questionei a garota, que parecia prestes a se desmanchar em lagrimas.

–Artemis não apareceu nos dias seguintes, nos procuramos por Annabeth em todos os lugares! –Effy voltava a ganhar fôlego para despeja-lo em lamentos.

–Mas Artemis voltou para a caçada há quase uma semana!

–Sim! –Effy confirmou. –Antes de a senhora Artemis voltar, as caçadoras não me permitiram voltar ao acampamento para avisa-lo, por que eras um homem e eu podia não contata-lo sem a permissão de Artemis. –a menina vez uma careta antes de prosseguir. -e quando minha senhora voltou, ela proibiu completamente a ação.

–Por que? Isso não faz sentido! –estava furioso, como Artemis sabia disso e não me contara? Não tinha uma relação perfeita com a deusa, mas, pelo menos durante os incidentes da semana anterior pensei termos construído uma amizade suficientemente boa para me contatar algo do gênero. –Por que Artemis me esconderia isso se eu posso ajudar?!

–Ela disse que o senhor tinha passado por muito, que já era o bastante, que o senhor não aguentaria e não precisava de mais um fardo... –ela disse, e abaixou a cabeça novamente. Seus olhos negros então subiram aos meus. Aquelas eram ordens dignas de Artemis, que passaram muito tempo me olhando com pena. –Mas Artemis também não consegue acha-la! Ninguém consegue! Annabeth é tudo que eu tenho, tudo que me restou, é a única que eu confio e eu a deixei lá sozinha! Eu sinto tanto...

–Ela é tudo que eu tenho também, tudo que eu tenho e tudo que eu não tenho. –lamentei para mim mesmo, e Effy pareceu se encolher mais em si mesma, aterrorizada por suas ações. -Tudo bem, Effy, só me conte o que a capturou? –eu me controlava para não berrar com a garota já fragilizada, minha voz saia por um fio.

–Artemis descobriu muito pouco... Ela disse que foi um deus, um deus menor em busca de algum tipo de vingança.

–Vingança contra Annabeth? Por que alguém quereria machuca-la? –Effy congelou por um tempo antes de decidir. Sua boca se contorceu em uma careta, ela duelava contra si mesma entre dizer ou não a frase seguinte.

–Por sua causa. –a menina soltou com um pesar em suas palavras, culpando a si mesma por dizê-las. –é uma vingança contra os deuses, e eles a capturaram para que você se entregue por ela. Artemis não quer que você saiba pois sabe que é isso que o senhor faria. Eu também não quero que o faça, senhor Perseu, mas o senhor precisa fazer alguma coisa, alguém precisa!

Então eu me perguntei quantas vezes o mundo que alguém pode desabar. Eu larguei Effy para passar as mãos por meu próprio rosto em pânico.

–Eu sinto muito! Perdoe-me! –a menina exclamava agora em prantos. –Eu não queria deixa-la, eu não queria lhe contar isso, mas alguém precisa fazer alguma coisa!

–Se acalme! Por favor! –eu disse nervoso. O pânico da menina aumentava cada vez mais o pânico em mim. Cada lagrima que Effy derramava marejavam mais meus olhos, e eu me sentia cada vez mais propenso a deitar no chão e simplesmente lá permanecer. Felizmente, uma estranha adrenalina tomava conta de mim, e eu ainda tinha forças para manter-me em pé. –como eram os monstros que lhe atacaram?

–Eles... Eram feitos de uma escuridão fosca e fria. Eu luto há anos por minha conta, senhor Perseu, e nunca vi nada parecido... Aquilo parecia feito do próprio céu noturno.

Céu noturno? Céu noturno... Pelos deuses.

Então tudo simplesmente fez sentido. Meu primeiro sonho, ainda com Rachel nos campos de morango, quando vi a escuridão completa e a figura vermelha e amarela. Eram Annabeth e Effy. E a escuridão do sonho anterior e ao dessa noite... Era o céu noturno.

Senti meus ouvidos estralarem em um “pí”, e por um momento eu estava surdo. Minha cabeça passou a latejar e minhas pernas cederam ao chão, assim como no sonho. A realidade nesse momento era nítida pela expressão apavorada e preocupada de Effy ao tentar me segurar quando eu caia ao chão.

A voz fria e sussurrada de meu sonho estava de volta, mas dessa vez, em minha mente, e pude finalmente entender o que dizia. Era uma voz fria, e era dita em grego antigo.

“Sou a criança esquecida do Caos, a divindade rebaixada a submissão dos mais jovens deuses. A Noite é minha irmã e meu atributo é a força fundamental do mundo, o que o move, aquilo que faz humanos, semideuses e até os deuses se ajoelharem. Uma divindade primitiva escondida pelas novas tradições. Eu venho do caos das trevas, e se quiser de volta o que lhe tomei, terá que voltar para onde a noite uma vez segurastes, Perseu Jackson, o deus das ondas.”

Effy se postava na minha frente, me agarrava pelos ombros. Eu estava ajoelhado sobre a grama e sabia exatamente para onde ir.

–Effy, suba a colina e grite por ajuda, alguém vai lhe ajudar. –a menina arregalou os olhos quando me levantei do chão. –Chame os filhos de Apolo e peça para falar com Grover Underwood, ele irá te ajudar.

–Mas, o senhor não vai....

–Faça o que eu lhe peço, Effy.

Não disse mais nada, apenas me concentrei em minha ultima lembrança do Monte Otris, onde aos 14 anos segurara o céu por Artemis, onde senti pela primeira vez que seguraria o céu e iria ao submundo se estivesse com Annabeth Chase. E eu já o fizera, e faria novamente. Ela era meu ponto fraco e meu ponto forte. Quando a tinha comigo, nada nos vencia, mas quando não a tinha era vulnerável e fraco. Eu faria tudo por ela, e por isso era tão vulnerável e tão fácil de ser capturado por aquela divindade.

Eu sabia quem me esperava, então apenas levei minha mão ao bolso onde estava minha caneta. Não a destampei nem a permiti que virasse a espada mortal que era, apenas deixei que caísse no chão, tampada e inofensiva. Não tinha intenções de lutar naquele dia. Não poderia enquanto a tivessem de refém.

Fiz exatamente o que queriam, com muito prazer eu mordi a isca do inimigo. Eu sabia que, a partir daí, vários dias se alongariam como o tártaro.

Apenas ergui as mãos e comuniquei minha presença. O restante a divindade faria


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Notas finais do capítulo

Entãoooooooooooo, o que vocês acharam folks? Gostaram? Odiaram? gostariam de nunca ter lido? Acabamos com a vida de vocês? Nos odeiam? Nos amam? Os dois?
Eu tentei por nas notas iniciais mas por algum motivo não esta indo então vou simplesmente perguntar aqui ^^ Está rolando uma treta monstra na nossa escola sobre Dilma x Aécio, e eu gostaria de saber o lado de vocês... então nesse segundo turno em quem vocês votariam? Dilma ou Aécio? tucanos ou Ptistas? PSDB ou PT? Se vocês poderem também gostaria de saber em quem vocês votariam no primeiro turno huehuehue, ( acho que deu para perceber que eu gosto de política ) Se alguém quiser saber minha opinião é só perguntar no comentário que respondo com o maior prazer, mas eu gostaria de saber a de todos vocês e o porquê delas. A lily pediu para avisar que ela não postou porque está fazendo um tour pela europa ( comentem " Lívia, sua RYKA " por favor ) mas ela mandou French Kisses parar vocês ( ela não em francês então vai em inglês mesmo ), enfim espero que tenham gostado do cap. See you later alligators


Notinha especial da Lívia adicionada depois: Como o capítulo terminou em misterio eu preciso pedir a sessão oraculo hoje, amados! Me digam, quem voces acham que é o deus(a)? Deem suas teorias da conspiração para a titia Lívia (ou Lily, como a Elisa diz kkkk). Até o proximo capítulo amados!



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