I'm Never Changing Who I Am escrita por Moça aleatoria


Capítulo 16
Eu quebro um sofá e recebo boas noticias


Notas iniciais do capítulo

E ai, semideuses? Tiveram uma pascoa cheia de avos de chocolate? Pois eu não (depressão).
E, bem, se voces, semideuses do Nyah! acham que eu não notei que alguns de voces não comentaram no ultimo capítulo estão muito enganados! Okay, enfim, serio, alguns de voces pararam de comentar, assim voces me deprimem gente!
Vamos lá! Comentem nesse capítulo relativamente longo que eu fiz com tanto amor, carinho e dedicação!
Enfim, tenho duas coisas a dizer para voces:
1-VEJAM O FILME DE DIVERGENTE (sou divergente da audacia também, só para deixar claro) POR QUE ELE É MUITO BOM!
2-Se algume le as notas inicias, eu pergunto a voces, semideuses: Filhos de quem voces são? Eu (Livia) sou filha de Nemesis e Elisa de Dionisio! E voces? São filhos de quem?
Bem, agora vou deixar voces lerem o capítulo em paz.
E espero ue tenham tido uma pascoa com mais chocolate que eu!



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Fiquei um bom tempo simplesmente parado a beira da praia, encarando o mar e as ondas. O sol havia se posto em, serio mesmo, apenas cinco minutos, e aquelas ondas que observava já não eram mais calmas, e sim violentas e ariscas, já não estavam sob meu controle, estavam no de Ártemis. Na realidade, eu tinha medo de pisar dentro no mar pois acreditava fielmente que Ártemis tentaria me afogar se eu o fizesse.

Assim que o sol começou a se pôr e tingir o céu e a paisagem de laranja e em um período de tempo extremamente rápido, de negro, eu resolvi que eu não podia ficar ali parado. Mas se ao menos soubesse onde estou...

–Hey, com licença? –parei uma garota que já saia da praia, provavelmente após se dar conta que o sol não mais bronzearia sua pele a partir dali. –moça, poderia me dizer onde estou?

A garota o olhou confusa, olhou ao seu redor e disse, irônica.

–Na praia, eu imagino.

–Dessa parte eu sei, poderia ser mais especifica?

–A rua onde está, você se refere?

–Está mais para o continente, país talvez ajudaria... Se bem que nunca fui bom em geografia.

A garota me encarou abismada.

–Você está bêbado, por acaso?

–Não estou bêbado, eu... –a garota saio apressada logo em seguida, me deixando falando sozinho. –obrigada mesmo pela informação! Grossa!

Quer saber? Estou me lixando para onde estou, a questão é.... Para onde eu deveria ir? O acampamento já não era mais meu lar, agora o Olimpo era, mas me sentia mais preso ao olimpo do que acolhido em um verdadeiro lar. Meu pai era ocupado demais, não poderia se dar ao luxo de simplesmente passar um tempo comigo, assim como a maioria dos deuses, que aliás –é bom evidenciar- em sua maioria me odiavam. Que outro lugar poderia ainda chamar de casa? Chamar de minha? Havia lugar no mundo que me aceitasse, sendo eu quem sou agora?

E foi então eu minha fixa caio. Minha mãe! Como poderia ter esquecido dela por tanto tempo? Ficara simplesmente tão perdido em meus próprios problemas e lamentações que basicamente me esqueci da única pessoa que sempre me acolhera e sempre fizera de tudo para mim, para minha segurança e bem estar, e ela não recebia notícias minhas faziam séculos!

Era verdade, eu não sabia onde estava, mas conseguia imaginar a sala confortável de casa sem nem mesmo fechar meus olhos. Aquelas lembranças maternas e confiáveis faziam parte de mim. E mesmo que não precisasse de olhos fechados para imaginar o lugar, eu os fechei mesmo assim para imaginar o local exato de meu pouso, assim como Apolo havia me ensinado.

Só não imaginava que minha mãe pudesse ter resolvido trocar alguns moveis de lugar, o que fez com que o lugar imaginado, alguns passos entre o sofá e a TV, virasse exatamente onde o sofá estava agora. O resultado foi ver-me caindo em cima do sofá, me desequilibrar para frente pela surpresa do impacto e ao tentar apoiar-me das costas do móvel, levando-o comigo em direção ao chão em uma queda desengonçada digna de Percy Jackson, o garoto que amava comida azul e os peixes dourados do aquário da cidade, e não Perseu Jackson, o deus das ondas. Tal pensamento me deixou mais animado, mesmo que eu ainda me mantivesse no chão com o sofá pesado em cima de mim, e mesmo que com o susto eu tivesse gritado enquanto atingia o chão.

Imagine a cena. Não é tão engraçado quando é você caindo.

Confesso que esperava encontrar a sala vazia, esperava que minha mãe e Paul estivessem trabalhando no momento, mas não foi bem isso que aconteceu. Ao levantar os olhos –ainda no chão, só para constar- vi minha mãe e Paul sentados na mesa, jantando. Bem, eles estavam jantando, mas agora estavam encarando-me de bocas abertas, surpresos demais para fazerem qualquer coisa. As mãos de minha mãe estavam em sua boca me sinal de surpresa, já a de Paul estavam em uma garfada de alface que congelara com o choque em direção a boca, e que lá permaneceu por alguns segundo, até que nos três saíssemos se nosso estado de choque.

Eu, por teoricamente ser treinado para ter reflexos mais rápidos, mesmo que a situação provasse o contrário, fui o primeiro a me mexer, tentando tirar o enorme sofá de cima de minhas costas, mas era difícil já que eu estava deitado de barriga para baixo no chão. Era impossível mover meu peito. Minha mãe foi a segunda, que em um desespero materno correu até mim para me ajudar, só depois foi a vez de Paul, que ajudou a me socorrer. Às vezes eu me esquecia que Paul era apenas um professor, e que não estava completamente acostumado a loucuras semideusas.

Em segundos eu já estava fora do sofá, e minha mãe já me apertava em um abraço forte demais.

–Percy.... Percy, meu filho, onde você esteve? Você está bem, querido? Como você chegou aqui? Meus deuses... obrigado!

–Mãe... Calma, eu vou explicar tudo. –tentei argumentar, mas ela não parecia estar brava com minha demora, apenas grata por minha aparição mesmo que atrasada, o que foi como um tapa na cara de culpa para mim.

–Pode explicar assim que me abraçar também, Percy. –disse Paul, eu abriu os braços para me receber. Minha mãe quase não deu espaço para que ele o fizesse. –calma Selly, assim vai matar o garoto!

–Acho difícil conseguir. –brinquei comigo mesmo, e apenas depois que vi os rostos confusos deles, notei que eles nem ao menos sabiam... –droga.

–Percy, -perguntou minha mãe, agora em um tom sério e preocupado. –o que aconteceu? Como chegou aqui tão rápido?

Suspirei, mal sabia por onde começar.

–Eu consegui, eu salvei o Olimpo com Annabeth e Grover. Eles estão bem, assim como eu também. –eles continuaram calados, como se esperassem eu chegar na parte surpreendente da história. –e Zeus e meu pai, Poseidon, me ofereceram um presente como recompensa.

Minha mãe me pegou pelos braços, preocupada.

–Que presente? –ela perguntou.

–Bem, mas se foi um presente, é algo bom, não é? –perguntou Paul, com um sorriso vacilado.

–Depende do ponto de vista. –dei de ombros. –eu, bem... –olhei par ao cômodo a minha volta, onde notei ter, na verdade, quebrado um pedaço do sofá antigo, mas ninguém parecia se incomodar com isso. –vejam vocês mesmos.

Fechei meus olhos, e imaginei o sofá como ele era antes. O sofá antigo que pulava quando era pequeno e que, calmamente como sempre, minha mãe mandava que eu me comportasse. O sofá que Gabe, meu ex e odiado padrasto, tantas vezes havia manchado de cerveja e que manchei de azul ao dividir com minha mãe um saco de doces de tal cor quando ele finalmente se foi, e quando ela estava tão feliz que nem ao menos se deu o trabalho de dar qualquer bronca. E quando abri os olhos, foi com o mesmo sofá concertado que me deparei, ele parecia até mais novo, como se minhas lembranças o rejuvenescessem.

A reação de minha mãe foi extremamente oposta à de Annabeth, que se afastou para depois me abraçar, minha mãe apertou ainda mais meus braços, como se pudesse me proteger de meus próprios poderes, e em seguida me puxou para outro abraço forte, como se temesse por mim.

–Como você fez isso? Como... –ela perguntava, mas aprecia ter medo da reposta que eu daria.

–Eu não queria aceitar, eu juro que não. –lamentei. –mas eu sofri um acidente no acampamento, uma aranha enorme... se eu não aceitasse, eu morreria. –ela me apertou ainda mais, e eu notei que talvez fosse melhor ter omitido essa parte. –eu sou um deus, mãe.

Ela se afastou de mim, me pegou pelo rosto e disse.

–Eu juro por todos os deuses, que se você se ferir com isso eu dou um jeito de matar o seu pai! –ela disse de uma maneira que fez com que fosse impossível não sorrir. –não dou a mínima se ele é imortal, eu o matarei!

–A boa notícia é que eu também sou, então não precisa mais se preocupar tanto.

Ela me olhou com dúvida, e quando a dizer algo, ouvi Paul dizer:

–Espera ai! Então você é um deus, assim como Zeus, Hades e seu pai?

–Mais ou menos... Mas em uma escala menor, pode-se dizer que sim. –pela primeira vez, vi alguém sorrir com a notícia. Ele veio até mim e me abraçou, me parabenizando pelo título. Ele provavelmente sabia que era perigoso e que tinha todos os seus desencantos, mas ele devia saber, ele me conhecia mesmo que não fosse a muito, deveria saber que tudo que eu precisava era que alguém tratasse a notícia como algo bom. Eu precisava disso.

–Não acredito! Meu enteado é deus!

Foi quando O sofá tombou novamente, mas dessa vez, o deus mais experiente não pulou, e sim se manteve em pé nele, apoiando um pé nas costas no sofá e caindo como se surfasse no sofá, com todo o estilo que eu obviamente não possuía. Pulou do sofá caído em seguida, olhando para o móvel novamente no chão.

–Ops! Foi mal! –estralou os dedos e o sofá estava novamente em pé. –Percy, o que você está fazendo? Eu tenho que...

–Apolo! –uma segunda voz invadido a sala, mas essa veio da porta de entrada. –eu disse que era para usar a porta!

–Desculpe, Poseidon. –Apolo sorriu um de seus sorrisos brilhantes. –Percy, não seja mal educado! Não vai em apresentar sua mãe e seu padrasto?

Ele cobrou, como se zombasse de mim, mas era obvio que ele sabia quem eram.

–Apolo, essa é minha mãe, Selly, e meu padrasto Paul. –me virei para ambos, como se me desculpasse por Apolo para eles. –Mae, Paul, esse é Apolo.

–O deus do sol? –Paul perguntou.

–Em carne e osso. –disse, dando um sorriso brilhante, mas esse era quase como um pedido de desculpas, e não um esnobe. –e sinto muito pelo sofá, senhora Jackson.

–É a segunda vez hoje, fique tranquilo. –minha mãe respondeu.

–O que vocês dois estão fazendo aqui? –perguntei aos deuses.

–Zeus. –foi só o que Apolo disse.

–Ah, merda...

–Percy!

–Desculpe, mãe. –Apolo riu com cena, mas meu pai o cortou no meio.

–Supreendentemente, meu filho, Zeus lhe traz notícias boas!

–Jura? –perguntei, surpreso. –boa mesmo?

–A notícia é boa, mas a melhor parte é que dessa vez você tem a oportunidade de recusar, se quiser. Mas acredite, sei que não irá. –ele piscou para mim e sorriu, e já sabia que algo realmente bom estaria por vir.

–Acho que tenho que ir. –disse a Paul e a minha mãe, que acenaram com a cabeça.

–Se você for ficar no olimpo, Percy, venha nos visitar todo o mês! –ela disse, quase como uma ameaça. –não ouse burlar ou pular meses, mocinho!

–Prometo! –disse, e ia dar um último abraço, mas Apolo estralou os dedos e no instante seguinte estava já no Olimpo, bem em frente aos tronos meia lua, porém, vazios. –você nunca vai me deixar terminar uma despedida, não é mesmo? –disse sem nem mesmo olhar para o deus, que eu sabia estar atrás de mim assim como meu pai.

–Não até que você aprenda a ser rápido. –ele passou por mim, me dando um tapa no ombro e em seguida aparecendo e reaparecendo em seu trono, assim como meu pai e, para a minha surpresa, agora Zeus.

Ao vê-lo, abaixei minha cabeça em respeito, e o vi sorrir.

–Por favor, sente-se. –ele ergueu o braço, e um trono extra apareceu na ponta da meia lua, o mesmo trono que havia me sentado da última vez, reapareci sentado nele, para poupar o tempo. –é uma conversa de igual para igual, Percy, e pela primeira vez em muito tempo estou aqui para não declarar mortos ou dar-lhe uma notícia sem escolhas.

–Do que se trata?

–Bem, não sei se soube, mas Dionisio estará fora por um tempo. –ele disse, e eu fiquei surpreso.

–Por que? Pensei que ele estaria preso no acampamento por anos!

–Na verdade. –Zeus continuou, com a voz firme com sempre. –Eu dei a ele um tempo de folga, para que ele visite sua esposa, Areadine. Ele fez muito na guerra de Cronos, pensei que merecesse um descanso para si também.

–Além do mais, -Apolo quem disse, é claro. –depois dele tê-la traído com uma ninfa, acho que não foi assim um grande prêmio para ele. O velho senhor D vai ouvir muito ao chegar em casa.

–A questão. –continuou Zeus. –é que o acampamento estará temporariamente sem a presença, proteção e liderança divina. E como todos os deuses tem algo importante para fazer, reconstruções e planos após a destruição de Cronos, resolvemos acatar a sugestão de Apolo. –me virei para Apolo, que piscou para mim. –E como você conhece muito bem o acampamento, estamos pedindo, dando a você todo o direito da recusa, a cuidar do acampamento meio-sangue, e permanecer lá até a volta de Dionisio.

Demorei alguns segundos para absorver a notícia. Ficar no acampamento? Com todas as pessoas que amo, gosto e me importo no mundo? Estar novamente no lugar que mais fielmente pude chamar de casa? A parte da liderança ainda me assustava um pouco, mas o próprio Dionisio também nunca foi bom nessa parte. Como poderia eu dizer não?

–É claro! Eu adoraria! –disse, entusiasmado, e mandando a Apolo um olhar agradecido, afinal fora ideia dele. Olhei também para meu pai, que sorrira para mim com orgulho.

–Pois bem, você começa essa noite. Dionisio já foi a um tempo. –em com um Puff! Zeus nem Poseidon estavam lá, apenas eu e Apolo.

–Isso vai ser demais! –disse Apolo. –prepare o seu acampamento, Percy, por que eu vou fazer de lá uma maldita festa!

–Por favor me diz que isso é uma metáfora.

–Não sou um deus de metáforas, meu caro. Qual é! Foi por minha causa que você conseguiu isso! Eu mereço uma festa de agradecimento! Além do mais, todos os campistas vão amar!

–Eu não sei...

–Qual é, Percy! Cá entre nós, sua vida tem sido uma merda, e agora, por minha causa, diga-se de passagem, você é o líder do lugar que mais amou na sua vida e pode ficar lá e fazer o que quiser! Acho que é justo que tire um pouco de proveito disso.

Se eu sabia que Apolo estava me manipulando para que eu desse a festa que ele tanto queria? É claro que sim. Posso até ser meio lento as vezes, mas não sou estupido. A questão é que Apolo tinha razão em um aspecto: eu realmente tinha apenas me dado mal até que ele me ajudou, e, bem, acho que já era hora de começar a levar a vida com menos seriedade.

–Tudo bem então.

–Serio mesmo? –ele parecia surpreso com eu finalmente concordar com ele.

–Serio mesmo. – respondi antes que eu mudasse de ideia.

–Ah! Isso vai ser demais! –ele socou o ar em sinal de alegria e trunfo. –Vou chamar todo mundo! Afrodite está louca por uma festa a séculos! Temos que decidir se chamamos Hefesto ou Ares para que não tenha brigas e....

–Espera, espera! Eu concordei com uma festa de semideuses não com o Olimpo todo!

–Serio, se você for começar com caretice de novo, Percy, eu me jogo do Olimpo. –revirei os olhos, mas fiquei quieto. –vou considerar seu silencio como um: “desculpe querido amigo Apolo, vou fazer tudo que você quiser e vou dar a sua festa.” Ótimo! Agora vamos para o acampamento! E vê se pelo menos uma vez você se transporta sozinho! Aliás, qual o lugar?

–Já é noite, vamos para o refeitório, eles já devem estar jantando.

Rápido, simples e fácil, eu já estava no acampamento graças as lembranças vívidas daquele lugar. No segundo seguinte eu estava no refeitório do acampamento meio-sangue, com dezenas de semideuses me encarando surpresos. Apolo pareceu logo depois, e cochichou em meu ouvido.

–Uma coisa que eu deveria ter lhe contado antes. –ele disse. –lembra-se que Zeus disse que não era para que você contasse que era um deus até que seu treinamento estivesse completo? Então... Meio que ninguém sabe que você é um deus ainda, nem que é o novo líder. Acho melhor começar com isso.

–Apolo?

–Hum?

–Você não poderia ter me dito isso antes? –disse me controlando para não soca-lo, pois estava simplesmente parado na frente de dezenas de pessoas que me encaravam incrédulas. Enquanto eu permanecia parado, semideuses começavam a conversar entre si, encarando-me e a Apolo.

–Percy? –foi Quíron quem chamou, se levantando de seu lugar, já sem a cadeira de rodas e com seu corpo de centauro exposto. Ele pareia tão confuso quanto os campistas. –o que você está fazendo aqui? E... Meus deuses.

Quíron abaixou a cabeça ao notar que quem me acompanhava era, na verdade, Apolo.

–Senhor Apolo. –ele disse, e os demais campistas imitaram o gesto. Apolo apenas sorrio, como se apreciasse o gesto e nunca, nunca mesmo se cansasse dele, em seguida fez um gesto para Quíron e o resto descansarem. –Agora, Percy, estamos a dias sem noticia alguma sua! Ficamos preocupados com voce! O que faz aqui com Apolo?

–Zeus não lhe contou nada? –perguntei, realmente surpreso que Quíron não soubesse de nada.

–A tempos não tenho contato direto com os deuses. –ele explicou.

–Você e Dionisio não conversam? –Apolo perguntou a Quíron. –Bem, parece que temos grandes novidades para passar, não é Percy?

Sem nem mesmo olhar para Apolo, sabia que ele sorria sarcasticamente para mim, como se me desafiasse a lidar com a situação. Dei uma cotovelada nele, o que fez com que Quíron me olhasse com os olhos arregalados, como se esperasse que eu fosse fulminado, notei que naquele momento, todos do acampamento seguravam o folego. Porém, tudo que Apolo fez foi rir alto e devolver o gesto.

–Bem, na realidade... –comecei a dizer, a Quíron fez um gesto, para que eu me dirigisse também ao acampamento. Eu estava perdido, realmente não sabia falar em público. Foi quando finalmente vi Grover no refeitório, reunido perto de alguns outros sátiros, e que agora me encarava, como se tentasse me desejar sorte com os olhos. Tomei folego e continuei a falar. –Todos se lembram quando eu fui atacado por uma aranha gigante na caça a bandeira e quase morri, certo? Quando isso aconteceu, vocês receberam a notícia que como presente divino por derrotar Cronos, eu havia reconquistado minha saúde mas... Era mentira. –observei enquanto todos os campistas cochichavam entre si, pude ver até alguns filhos de Hermes trocando dracmas, provavelmente de apostas sobre o assunto. –Zeus não queria que eu contasse até que fosse treinado, por isso essa é a versão da história que conhecem. A verdade é que, bem... Eu aceitei a imortalidade.

Observei enquanto os campistas se levantavam de seus acentos e se ajoelhavam, até o próprio Quíron se ajoelhavam em referência. Me lembrei então do dia que fui reclamado como filho de Poseidon, o respeito, expectativa e até um certo receio vindo de cada um que me cercava. Mas agora era diferente, era pelo menos dez vezes pior, por que com certeza eu via um sério respeito, até medo em seus olhos.

–Não. Não. –eu disse, balançando as mãos. –Por favor, se levantem. Sem formalidades para mim, sou horrível com formalidades e todo mundo sabe disso!

Disse, e vi sorrisos aparecerem, principalmente naqueles que realmente me conheciam, e sabia que eu jamais faria o tipo deus mal. Então observei as reações mais distintas. Vi filhos de Ares com os queixos caídos, filhos de Hermes apontando os dedos um para o outro, como um grande “eu te disse!”, e até sorrisos largos de campistas que eu havia passado boa parte de minha vida junto.

–E eu estou aqui por que, como devem ter notado, Dionisio saio para visitar Areadine.

–Foi por isso que ele foi embora? –Quíron perguntou-me.

–Não sabiam? –Apolo deu um passo à frente, intervindo.

–Outro detalhe que eu esqueci de dizer Percy... Zeus ainda não disse nada a ninguém, ele esperava que você o fizesse como líder. Acho que deveria ter dito antes.

–Eu concordo.

–Líder? –Quíron perguntou.

–Posso, por favor, terminar? –perguntei, e tanto Apolo quanto Quíron e todos os outros campistas se calaram. –Obrigado. Bem, Zeus me contou que havia deixado Dionisio fazer uma visita a Areadine, sua esposa, por um tempo, ele não me disse quanto. –falei, antes que me perguntassem. –e, já que sou um deus jovem e passei boa parte da vida aqui, foi escolhido para o substituir.

Todos as mesas de todos os chalés se levantaram em comemoração, a não ser a de Ares, que tentou disfarçar o receio de ter a mim- um dos principais antigos inimigos da caça a bandeira, e que ainda tinha uma história não tão legal com a chefe do chalé, Clarisse- como novo líder.

–E agora, a parte mais legal da notícia. –Apolo começou a falar, me cortando imediatamente, como se não pudesse segurar a animação das palavras em sua boca. –festa de comemoração! Com todos os campistas convidados!

Agora sim, todo o lugar virou um caos de adolescentes gritando e comemorando.

–Agora boa sorte para organizar a festa dessa noite. –disse Apolo, me dando um tapa no ombro.

–Calma, gente, calma.... –foi então que percebi que eu não tinha o dom da liderança, nem o de falar em grupo. –ok então, se é assim que querem. –com um movimento de dedos, fiz com que as tochas que cercavam o refeitório apagarem com um estrondo realmente desnecessário, gerando a escuridão total no lugar, e também o silencio total.

–Um ajudinha? –Apolo disse, e ele preencheu com um estralar de dedos, as tochas voltarem a brilhar novamente, e dessa vez anda mais fortes, como se miniaturar do próprio sol estivessem postas em cima delas. –de nada.

–Obrigado pelo silencio. –disse aos campistas. –Agora me digam, você querem festa? –um urro em confirmação me respondeu. –ótimo! Por que será essa noite e agora já passam das oito, mas nós temos dezenas de semideuses e dois deuses para ajudar, então...

–Na realidade, eu preciso ir agora, então... Boa sorte, cara! –E Apolo sumiu com um estralar de dedos antes mesmo que eu me desce conta.

–Tudo bem... Inda temos um deus e dezenas de semideuses. Então o que me dizem?

Novamente, ouvi um coro afirmativo e animado em resposta.

–Tudo bem. Então... Chalé de Hermes, Stolls, vocês tem música, certo?

–Nós sempre temos música! –gritou ambos em coro.

–A música eletrônica é com vocês, chalé de Apolo, cuidem da música ao vivo. Chalé de Dionisio, organizem as bebidas. Atena, façam o esquema que bem entenderem com a decoração junto com Afrodite. –os dois chalés se encararam, como se não gostassem muito a ideia de um trabalho em grupo, mas concordaram. -Hecate e Hefesto, qualquer tipo de efeito que quiserem, é com vocês. Hipnos, por favor, não durmam durante essa festa! Demeter, e Perséfone.... Bem, façam o que sabem fazer de melhor com esse gramado. E o resto... ajudem no que for preciso.

Assim que terminei de falar, cada chalé foi fazer o que lhe foi mandado o mais depressa possível. Adolescentes, semideuses ou não, apenas se movem rápido pela motivações certa: festas ou perigo mortal. Era bom saber que dessa vez se tratava da primeira opção.

Todos os chalés já haviam saído em busca de suas tarefas, prontos para transformar aquele lugar em uma festa incrível em menos de duas horas com tudo que sabiam fazer de melhor! Era assustador e empolgante esperar pelo resultado. Tínhamos um pouco –muito, em alguns casos. –de cada divindade naquele lugar.

Éramos um grupo de extremos, tínhamos os mais violentos e os mais inteligentes, os mais sérios e os mais divertidos, todos misturados. Essa poderia vir a ser a melhor festa de todas, ou a pior também. Eu apenas torcia para a primeira opção.


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Notas finais do capítulo

Se algume não le as notas inicias mas le as finais (seila se alguem faz isso) eu pergunto a voces, semideuses: Filhos de quem voces são? Eu (Livia) sou filha de Nemesis e Elisa de Dionisio! E voces? São filhos de quem?

Enfim, agora sobre o capítulo... O que acham que vai acontecer na festa? Quem voces acham que estaram lá? Acham que vai dar tudo certo na liderança de Percy, nosso novo deus preferido? Digam também o que voces acham que vai acontecer e vamos ver se descobrimos um novo oraculo entre os leitores!
Bem, até daqui duas semanas, já que esse é o praso que estamos tentando manter!