Redenção escrita por Srta Snow, Tahy S Snow


Capítulo 4
Capítulo 3 - A insanidade preenche o ar


Notas iniciais do capítulo

Olá.. Nathy, Tais kkkk... espero que gostem do cap e logo eu postarei o proximo..respondo aos comentarios hj a noite..
Beijoss



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O olhar determinado do homem atrás do volante tornava tudo ainda mais sombrio para a jovem que encontrava-se sentada ao seu lado no automóvel, extremamente caro. Nikko dirigia em silêncio com as portas travadas e os vidros fechados, ele não pretendia explicar a situação á assassina de sua esposa e muito menos dar-lhe algum conforto, apesar de entender os sentimentos dela diante daquela situação.

-Não vai parar o carro? – Melanie indagou arrogante ao quebrar o silêncio ao perceber estar se afastando cada vez mais do centro da cidade – Olhe, eu não sei o que minha mãe disse, mas...

-Ela te vendeu – Nikko tornou com a voz cruel ao olhar para ela com a raiva transbordando em seu olhar – Não entende? Você é minha, é um objeto a partir de hoje.

A vontade de Melanie era de chutar o rosto de homem com quem tentava conversar. Ela bufou ao bater no vidro da janela do carro com o intuito de atrair alguma atenção, sorrindo satisfeita ao ver Nikko acelerar o carro. Ela continuou a bater e a gritar ao mesmo tempo, não para chamar ajuda e sim para atormentá-lo de alguma forma.

-CALE-SE – Nikko gritou enfurecido – Qual é o seu problema?

-O meu problema neste momento é você. Deveria ser outro? – indagou fingindo surpresa – Então diz ser o marido da... – apesar de não querer demonstrar nenhum sentimento a voz de Melanie saiu fraca, quase, inaudível – mulher que...

-Você matou. A mulher que assassinou. Sim, sou o marido dela. Eu era a sua família antes de você a matar.

-Eu entendi, eu a matei, não precisa repetir tanto isso – disse ao virar o seu rosto para a estrada – então irá se vingar de mim? É esse o seu plano? – perguntou sem olhar para ele.

-Sim.

-Acho que deveria começar agora – Melanie murmurou ao retirar o cinto de segurança e sem que Nikko percebesse o que ela iria fazer, ela segurou no volante girando-o para o lado esquerdo. A expressão na face de Melanie não tinha como ser vista por Nikko, o qual encontrava-se surpreso e estupefato pelo que ela estava fazendo. Ela pretendia matá-los ao jogar o carro contra um caminhão que passava. Ao perceber o que ela pretendia, Nikko a empurrou com força e com extrema precisão parou o carro a poucos centímetros do caminhão causando uma confusão no transito. A respiração dele encontrava-se ofegante, o seu coração batia descompassado e ao olhar para o lado a viu sorrindo. Melanie estava sorrindo abertamente com os olhos fechados e ao abri-los e encarou. – Não queria me matar? Porque não aproveitou a chance? Isso não iria matá-lo, mas a mim sim. Deveria ter me deixado continuar, mas foi fraco. Muito fraco.

-É louca? VOCÊ É LOUCA? – gritou enfurecido ao segurar-se para não envolver o pescoço dela com as suas mãos e vê-la sufocar em buscar de oxigênio.

-Estava querendo lhe ajudar – argumentou ao dar de ombros e olhar para trás – parece que causei uma grande confusão – comentou sorridente com o olhar sombrio. Ao voltar a sua atenção para Nikko ficou séria – O que pretende ao me levar para a sua casa? Estou curiosa para saber como pretende se vingar.

Nikko a encarou demoradamente tentando compreende-la, mas sem perceber um sorriso sombrio passou pelos seus lábios.

-Eu estava pensando em ser mais sutil em minha vingança, mas percebi que não precisa, és forte o suficiente para sobreviver a qualquer dor, não é?

-Todos somos – respondeu ao se ajeitar na poltrona tentando não fazer algum barulho ao sentir dor. Ao ser empurrada por Nikko bateu a cabeça e as costas para não demonstrar a dor que sentia fez o possível para sorrir. A dor começava a incomodá-la, mas optou por continuar a provocá-lo. – Diga-me, como vai me torturar?

-Nunca tem medo? – Nikko indagou ao ligar o carro e voltar a dirigir desta vez com atenção redobrada na jovem sentada ao seu lado – Na próxima vez que tentar nos matar, sugiro que escolha nos jogar de algum lugar alto, pois será a única forma que conseguir me impedir de fazê-la sofrer com as minhas próprias mãos.

-Muito bem, aceitarei o seu conselho – Melanie disse fria ao levar a mão a cabeça, discretamente – “Preciso fugir dele e ir atrás de Christopher” pensou ao perceber para aonde estava indo. – Irá me deixar presa em sua casa? Essa será a sua forma de se vingar ou irá me levar para algum lugar remoto e me matar? – indagou recebendo como resposta o silêncio dele, o que a deixou desconfortável – “Então é assim... é assim que eu irei morrer” pensou após suspirar e se acomodar no assento – Se vai me matar, não irá se importar se eu durma um pouco – disse antes de fechar os olhos. Ela não queria chorar, ela havia prometido a si mesma que jamais tornaria a fazê-lo. Nikko optou por ignorá-la ao continuar a seguir em direção a sua casa. A sua casa mais afastada da cidade. Nem ele mesmo sabia por que estava levando-a para lá quando pretendia deixá-la no apartamento tornando-a mais acessível a ele. Entretanto, logo percebeu que começava a voltar a si. Nikko nunca foi um homem conhecido por sentimentalismo, com exceção do carinho que demonstrava para com a sua esposa, pois para todos sempre utilizou a lógica e a razão para conseguir o que queria, e era exatamente isto que encontrava-se fazendo naquele momento. Olhou de soslaio para a jovem que aparentava estar adormecida.

-Uma cobra prestes a dar o bote – Nikko disse antes de voltar a sua atenção para a estrada. Demorou mais alguns minutos ate ele avistar a sua casa de campo. Com cuidado acionou o controle que abriu os portões e logo o carro seguia por uma estrada de terra ate ser estacionado em frente a sua casa, a qual encontrava-se vazia. Destravou as portas esperando que ela abrisse os olhos e corresse para longe dele, o que não ocorreu. – Acorde – tornou autoritário e ao vê-la ainda desacordada aproximou o seu rosto do dela, ao erguer a mão para sacudi-la, a viu abrir os olhos e encará-lo com surpresa, expressão que logo foi substituída por uma irônica.

-Irá me violentar agora e me jogar em meio ao seu jardim? Isso o tornará uma lenda entre os policiais – Melanie disse com a voz firme ao abrir a porta e sair – Então me trouxe para o meio do nada. Devo dizer que não estou surpresa – confessou e ao se virar para encará-lo, se deparou com ele próximo a ela – Então, deveria começar a gritar agora? – perguntou sarcástica ao desafiá-lo com o olhar – Faça logo o que deseja e me deixe viver.

-Viver? Acredito que este termo não lhe diz mais respeito – Nikko tornou sombrio ao segurar em seu pulso e a puxar em direção a entrada da casa. Por todo o caminho o coração dele batia freneticamente em seu peito. Ele desejava matá-la, ele deseja vê-la sem respirar entre os seus dedos e perceber que o seu destino havia sido o mesmo que o de sua esposa – Espero que seja muito valente – comentou ao subir as poucas escadas que davam para uma grande porta vermelha, colocou uma chave na fechadura e um barulho foi escutado antes da porta ser aberta. Nikko continuou a puxar o braço de Melanie, a qual não demonstrava resistência. Andaram por um saguão vazio ate ele caminhar em direção as escadas. Subiu apressado sem prestar atenção a jovem que puxava pelo braço. Melanie nada dizia apenas permaneceu em silêncio, pois por mais que estivesse receosa, ela estava curiosa. Curiosa para saber como ele pretendia puni-la.

-É assim que irá me punir? Irá me deixar aqui solitária? – Melanie indagou ao olhar em volta, pois sabia que o certo seria fugir dele assim que tivesse chance.

-Para fugir? Não é preciso ter esperança, pois permanecerá do jeito que eu quiser, como eu quiser e ate quando assim desejar.

-Irá me fazer uma prisioneira então ou esta pensando em algo mais divertido? – Melanie perguntou com um sorriso na face quando sentia um tremor passar pelo seu corpo – Me tornarei um tipo de escrava sexual?

-Só em pensar em tocar o seu corpo, sinto nojo de mim mesmo e não conseguiria controlar a minha vontade de matá-la. Não irei tocá-la desta forma, não precisa se preocupar, pois tenho meus meios para fazê-la sofrer.

-Não acho que deva ter pesquisado sobre mim – Melanie disse aparentando calma ao vê-lo parar em frente a uma porta – É aqui que ficarei? – perguntou ficando em silêncio assim que Nikko empurrou a porta com o pé. O rangido dela a fez recusar, gesto este que a fez ter raiva de si mesma por ter demonstrado o que sentia por alguns segundos. O quarto encontrava-se envolto em escuridão, apesar do sol que brilhava do lado de fora. Os olhos de Melanie percorreram o cômodo ate sentir o seu corpo ser empurrado para dentro por Nikko, ao se virar apenas encontrou a porta fechada – ERA ISSO? IRIA ME PRENDER EM UM QUARTO ESCURO? – gritou sorrindo ao tatear a porta. Forçou a maçaneta e percebeu estar trancada pelo lado de fora – Obrigada, mamãe. Sempre tão atenciosa – balbuciou ao suspirar. Ao sentir lagrimas virem aos seus olhos, beliscou-se – Uma dor sempre será curada por outra – disse a si mesma ao voltar a tatear a porta. Continuou com isto ate sentir uma superfície mais áspera – É a parede – murmurou ao erguer e abaixar a mão, continuou fazendo isto ate sentir algo, e ao pressionar o botão uma luz iluminou todo o quarto. Os olhos dela arderam por alguns segundos, impedindo-a de identificar, corretamente, o local que estava. Ao abrir os olhos, Melanie se deparou com um quarto grande com portas retratos em uma cômoda, sua cama, seu guarda-roupa. –O que.. isso esta fazendo aqui? – se perguntou perplexa ao chutar a porta – SEU CRETINO, ABRA ISSO – gritou chutando novamente – O que ele quer afinal? – se perguntou confusa ao sentir o desespero tomar conta de si.

Nikko encostou na parede ao lado do quarto onde havia trancado Melanie. Um sorriso brotava em sua face, um sorriso que ele não conseguia distinguir a origem, apenas sentia vontade de sorrir apesar de sentir uma lagrima cair pelo seu rosto – Eu irei lhe vingar, minha querida, basta esperar. – murmurou ao fechar os olhos ao escutar o grito da culpada pelo seu tormento.

***
Christopher abriu a porta do quarto de sua mãe e a encontrou sentada, em sua cama, tranquila, assistindo um programa.

-O QUE FEZ COM ELA? – gritou furioso diante da passividade dela – Onde ela está?

-Já lhe disse. Por que insiste tanto? – Maria perguntou sem paciência ao encará-lo friamente – Se eu disser, vai atrás dela? E depois? Eu não a suporto mais. Não aguento olhar para ela, é tão difícil entender?

-Porque não me colocou para fora também? Sabe tão bem quanto eu que o responsável por aquele acidente fui eu.

-CALE-SE – levantou-se e com raiva no olhar ergueu a sua mão, batendo em sua face – Nunca mais diga isso, a única culpada foi ela.

-Não foi – tornou a dizer sério – se não me falar aonde ela está, irei a delegacia.

-E o que falará? – perguntou divertida.

-Que ela foi sequestrada.

-Faça isso – disse divertida – faça, será divertido ver o rosto dela estampado mais uma vez nos noticiários desta vez como uma vitima. Uma vitima – repetiu gargalhando – sua irmã uma vitima, isso é uma piada.

-Porque sempre foi tão cruel com ela? – Christopher indagou após permanecer em silêncio, indignado com o comportamento dela – Porque sempre a odiou?

-Eu não a odeio – desmentiu séria – apenas a desprezo.

-Por qual motivo? Eu não entendo.

-Nunca irá entender, mas é apenas isso o que sinto por ela, e espero que mude seus sentimentos: de irmão devotado para um desconhecido. Ela não retornará para esta casa.

-Aonde... a levou? O que fez a ela?

-Se eu não responder nunca me deixará em paz, não é? – perguntou e ao vê-lo assentir, sorriu – a mandei para o inferno.

Christopher titubeou, apoiando-se na parede próximo a si. Encarou, perplexo, a sua mãe e com a voz falha perguntou o que temia.

-A...matou?

-É claro que não. Apenas... a entreguei a alguém que estava.. ansioso para tê-la consigo.

-Do que esta falando?

-Ela foi morar com um amigo meu, ela está bem. Amanhã estará no colégio. Me deixe sozinha, sim? – o viu assentir ainda confuso e sair do quarto – Espero que ele esteja se divertindo – murmurou sorridente ao voltar a sua atenção para a televisão.

***
-Isso foi uma péssima ideia – Melanie murmurou para si mesma ao começar a descer pela sacada do quarto, segurando em uma corda que fizera com os lençóis e algumas peças de roupas suas. A luz do quarto estava apagada para não atrair suspeitas, enquanto o jardim possuía pouca iluminação. Para ela, era o cenário perfeito para fugir sem que ele percebesse. Suas mãos tremiam a medida que forçava o seu corpo a ir para baixo, enquanto segurava, com toda a força que sentia, a corda em sua mão. Seus movimentos, extremamente, cuidadosos eram lentos. Demorou alguns minutos para que ela olhasse para baixo e sentisse segura para pular. Assim que sentiu a maciez da grama, olhou para cima percebendo ter demorando para descer dois metros, talvez dois metros e meio. Ao se virar para ir embora colidiu com alguma coisa. Cambaleou e ao forçar a visão dada a pouca luminosidade, sentiu o sangue sumir de sua face. – Eu... – antes que pudesse terminar a frase sentiu a mão de Nikko ir de encontro ao seu rosto. Ela não soube dizer se foi dado a força ou a surpresa, a sua mão logo foi de encontro ao local onde estava vermelho – Como ousa..

-Eu já falei, você é minha agora. Irá sofrer comigo, é tão difícil entender? – Nikko indagou frio ao encará-la. Ele esperava que ela chorasse, ele desejava vê-la implorar para ele, todavia não conseguiu encontrar nenhuma emoção em seu olhar.


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