Redenção escrita por Srta Snow, Tahy S Snow


Capítulo 21
Rendida


Notas iniciais do capítulo

Sei que estou super sumida rs e espero que vcs nao tenham me abandonado rsrs...trago um capitulo com o inicio da vingança de Nikko rsrsrs e ai.. o que será que vai acontecer? ansiosos? Ah sim..antes que esqueça.. quero agradecer a todos os novos leitores e as que comentam,..sao vcs que me fazem ter animo para escrever o proximo capitulo..
Agora.. estou pensando em mudar a capa da fic para algo mais.."compativel" com a atmosfera dela srs o que acham?

É isso..boa leitura..



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Alessandro sentiu os braços de Melanie envolta de seu corpo, o seu cheiro e escutou o sussurro de sua voz próxima a seus ouvidos. A água que caia do céu cobria seus corpos, deixando-os ainda mais unidos. A respiração de ambos, ofegantes e olhos envoltos em lembranças. Ele apenas manteve seus braços envolta do corpo dela sem nada dizer, pois sabia que nada deveria ser dito naquele momento. Um momento reservado para eles. Sem perceber, a sua atenção ficou voltada para o corpo que estava próximo ao seu. O corpo que começava a lhe trazer devaneios. Inspirou fortemente trazendo consigo o aroma dos cabelos de Melanie. Um aroma que ele jamais esqueceria. O cheiro da tristeza emanava dela por todos os seus poros. Um cheiro asfixiante com toque de menta.

Melanie fechou seus olhos com receio de mostrar fraqueza e revelar, naquele momento, tudo que lhe atormentava. Todos os segredos que escondia. Ela sentia vontade de trazer a tona e ficar livre, mas sabia que não era possível, pois muitos dependiam dela. “Eu não posso” seu pensamento ecoou ate sentir-se fraca. Ela começava a fraquejar diante de si mesma. Diante de uma situação que criou para proteger a pessoa que amava. Ciente da situação, e do quão perigoso e louca estava sendo ao abraçar o irmão do homem que desejava destrui-la, ela retornou a realidade.

–Me desculpe por isso – Melanie murmurou antes de tentar se soltar dele. Mas percebeu ser impossível assim que ele a apertou em seus braços – O que..

–Não quero que se afaste de mim – confessou ao grudar seus corpos mais ainda – Não quero que fuja de mim como faz com todos. Quero estar ao seu lado.

–O que está fazendo? Você...nao tem ideia do que fala – disse confusa – O mais...

–Não diga nada, apenas se mantenha em meus braços. Eu farei toda a sua dor ir embora.

–Não imagina o tipo de dor que guardo comigo.

–Está correta, mas é por isso que peço para que fique ao meu lado. Somente assim saberei o quão doloroso é.

Melanie calou-se sentindo as lagrimas virem aos seus olhos. Ela nunca imaginou existir alguém como Alessandro em sua vida.

–Não pode ser real.

–O que?

–Você – murmurou ainda abraçada a ele.

–Eu sou muito real. Tão real que estou disposto a tudo para salvá-la de si mesma.

–Porque faria isso?

–Porque...eu sou assim.

–Busca a redenção de todos?

–Não – negou ao apoiar a sua cabeça em cima da dela – eu desejo a sua salvação porque é especial. Para mim. O que me diz? – perguntou sorrindo levemente.

–Eu..não sei – respondeu inquieta ao erguer a cabeça e encará-lo. Seus rostos banhados pela chuva apenas representavam o coração deles. Banhados em tristezas. –Sabe que.. Nikko não gostará nada disso.

–Eu sei.

–E porque faz?

–Porque gosto mais de mim não sendo um objeto nas mãos dele.

–E eu..sou um? – Alessandro passou uma de suas mãos na face dela, carinhosamente, acariciando o seu rosto.

–É, você é apenas um objeto nas mãos de Nikko, mas não será nas minhas, eu lhe prometo.

Melanie sabia que estava sendo tola e infantil, mas existia muito mais em jogo que si mesma. Abraçou Alessandro fortemente antes de soltar-se dele, e o encarar mantendo-se distante.

–Obrigada, mas.. sou apenas um objeto nas mãos dele assim como ele nas minhas. –O encarou por mais algum tempo antes de dar as costas e seguir caminhando embaixo da chuva. Alessandro não sabia o que dizer, mas manteve-se a olhando ate vê-la sumir. Seu olhar acompanhou seus passos ate perde-la de vista.

–O que ela está protegendo com tanto afinco? – se perguntou inconsciente do homem que o observava de longe.

O semblante de Nikko mantinha-se raivoso. Ele sabia que algo estava estranho ao ver o modo passional com que Melanie havia saído de sua sala. O guarda-chuva em sua mão caiu no chão da entrada do edifício. Ele tinha ido atrás dela para lhe entregar o objeto, todavia presenciou uma cena que o deixou atônito. O seu irmão e Melanie estavam abraçados, desenvolvendo uma intimidade que o deixava afundado em ciúmes e raiva. Para ele, ninguém poderia tocá-la ou tê-la, apenas ele e mais ninguém. Ele era o único que tinha o poder sob ela.

–Até onde pretende jogar comigo? Parece que não sabe o quão perigoso posso ser, Melanie – Nikko murmurou imerso com o olhar em cólera.

Alessandro ao sentir o olhar de alguém sob si, virou-se e olhou de relance para o seu irmão, o qual retornava para dentro do edifício.

–Até onde irá por isso, meu irmão? – se perguntou sentindo o vento frio passar pelo seu corpo.

***
O corpo de Melanie tremia a cada passo que dava em direção ao horizonte. Nem ela sabia para aonde estava indo. Seus pés já doíam, seus olhos ardiam por causa das lagrimas e seu corpo começava a doer. Ela não se lembrava aonde estava ou o quanto ainda faltava para chegar a casa de Nikko.

–O homem que me aprisionou em minha própria dor – falou a si mesma ao perceber o quão insana estava todo aquele tempo. Ergueu a sua cabeça deparando-se com o céu escuro da noite nublado começando a dissipar as nuvens. – Se ate as nuvens vão embora levando a chuva consigo, então posso levar os segredos embora e ficar livre um dia? - Tornou a caminhar abraçando o próprio corpo. Seus lábios tremiam e sem perceber sorriu. – A dor realmente nos faz perceber que estamos vivos. – seus passos misturavam-se ao som da chuva, nada era diferente ou familiar a ela. Por onde caminhava, não era nada. Nada fazia prestar atenção para onde estava indo. Não escutava nenhum som e muito menos importava-se consigo. Ela estava confusa, temerosa e acima de tudo arrependida. Arrependida por ter tentado salvar o seu irmão e, consequentemente, o colocado em um perigo ainda maior. Estava tão distraída que passou a andar no meio da pista vazia e silenciosa. Uma pista que ela não sabia como tinha chegado ali, mas apenas sentia o frio passar pelo seu corpo mais uma vez. Um barulho a assustou e ao olhar para trás, viu uma luz branca, cegar-lhe momentaneamente. Piscou inúmeras vezes ate escutar o barulho da porta ser aberta e em seguida uma mão segurar o seu braço. O olhar assustado de Melanie fez um sorriso surgir no rosto do homem.

–Como..me achou? – ela perguntou encarando-o firmemente.

–Já disse mais de uma vez, seu futuro me pertence – Nikko disse com a voz dura. Seu olhar pousou em corpo tremulo e em seguida em seus olhos firmes que o encarava de forma perplexa – Não fique tão surpresa, vi a forma como estava com meu irmão. Saiba que isso eu não irei suportar – segurou o seu braço com mais força ate arrastá-la ate o carro. Abriu a porta com fúria e a empurrou para dentro. Melanie não sabia como reagir. Aquela era uma das poucas vezes em que isso acontecia. O seu intimo lutava contra a sensação de medo que começava a apoderar de si, mas não ousou demonstrar. Ela iria permanecer forte ate o final. Nikko ligou o carro, pisou no acelerador e nada foi dito ate ultrapassarem um sinal vermelho próximo de onde estavam.

–Se deseja se matar, não me leve junto. Não desta forma – Melanie disse séria ao segurar no cinto de segurança com força. Ela temia morrer e deixar Christopher encarregado de tudo que ela fizera.

–Não pretendo morrer antes de matá-la, não se preocupe – sua voz gelou algo em Melanie. Aquela era a primeira vez em que ele falava com tamanha seriedade.

–É isso que pretende fazer quando parar este carro?

–Ainda não – a assegurou sem olhar para ela – irei lhe ensinar uma lição. Uma lição que espero que não esqueça.

–Está usando o meu irmão, porque não posso usar o seu? Acho justo.

–Justiça? Está me falando sobre algo tão ilusório? A única que começou tudo isso foi você – vociferou ao apertar o volante com força – a única que implorou para ser levada ao desespero por mim foi você, em troca da desgraça de sua mãe. E é isso que estou fazendo.

–Mas ainda não fez nada para ela.

–Ainda não, estou esperando falar, mas começo a perceber que este dia nunca chegara. Não tens o que é preciso para isso – sorriu diabolicamente ao estacionar o carro em uma via afastada e vazia. Retirou o cinto de segurança que o prendia e virou-se em direção a ela – O que imagina que será o seu castigo? – perguntou friamente. Os lábios de Melanie tremiam, não de medo, mas de frio, entretanto manteve-se firme ao pronunciar as suas palavras.

–Se é desta forma que acha que conseguirá me fazer sofrer, vá em frente, mas admito que esperava mais – soltou o próprio cinto de segurança e com firmeza, retirou a blusa que vestia por cima de sua cabeça. Trajando apenas a calça jeans e a lingerie o encarou, ciente da pouca visibilidade dele. – Faça o que quiser, isso apenas demonstrará o quão baixo és.

–Baixo? – repetiu incrédulo – BAIXO? – gritou ao olhar para ela controlando-se para não bater em sua face – Onde pretende ir com meu irmão?

–Isso não irá para lugar nenhum. Mate-me ou me torture de uma vez, se precisa escutar de mim, escute bem: pode começar a vingança contra a minha mãe, mas deixe-o em paz. Chris não merece nada disso. Deixe-o ir.

–Está sacrificando o que lhe resta de orgulho por ele?

–Sim, sacrifico tudo por ele.

–Interessante – sorriu ao tocar o rosto dela parando em seus lábios – fará tudo por seu irmão?

–Sim – respondeu ciente do que ele estava prestes a propor.

–Então saia do carro – sorriu ao puxar a blusa que ela segurava em suas mãos – saia do carro como está e pare o próximo carro que passar. Se o fizer, deixarei o seu irmão.. livre, por enquanto. – Melanie sentiu o nojo de si mesma aumentar assim como a auto piedade que começava a sentir. Ela não sabia o quanto estava disposta a ir, entretanto o olhou seriamente antes de abrir a porta tomando cuidado para deixar o braço em cima de sua barriga. O braço que tapava uma parte de sua dor. Uma dor que todos desconheciam. Seu corpo tremia ao suspirar e seguir para longe do carro de Nikko.

–Por quê? – Nikko se perguntava ao vê-la pelo retrovisor – porque está indo tão longe por ele? – questionava-se perturbado ao vê-la parada na calçada com a mão na barrida e a outra em frente aos lábios. Ele permaneceu sentado a olhando por alguns minutos, escutou buzinas, gritos masculinos, mas seu olhar permanecia nela. Os olhos dela não demonstravam sinal de lagrima e seus lábios continuavam firmes, não havia nervosismo ou medo neles – O que isso diz sobre você? – ele já estava prestes a ligar o carro quando um carro estacionou em frente a ela. Nikko a viu olhar para onde ele estava e em seguida aproximar-se do carro. Ele não soube quando saiu do carro e muito menos quando tirou o seu paletó e depositou nos ombros dela, apenas percebeu que tinha feito tudo aquilo ao conduzi-la para o carro. Segurou em seu braço, com delicadeza e a colocou para dentro. – Porque ir tão longe? – perguntou antes de ligar o carro sem olhar para ela – O que a faz ser tão impulsiva?

–Não importa os meus motivos, não acha que está demorando para vingar-se de mim? Se continuar assim acharei que não me odeia, mas apenas gosta de minha companhia – o provocou para esconder a vergonha que sentia – Quanto mais demorar...

–CALE-SE – gritou ao pisar no acelerador. O carro seguiu avançando todos os sinais vermelhos que encontrava em seu caminho. Melanie olhava assustada para o motorista, mas logo se pôs a sorrir. Em poucos minutos o carro entrou na propriedade de Nikko, o que a fez relaxar de alguma forma. Assim que o carro parou, ela abriu a porta, apertando o paletó contra o seu corpo. Ela caminhava o mais rápido que conseguia, entretanto logo sentiu a mão dele em seu braço, impedindo-a de continuar – Seja minha.

–O que?

–Seja minha esta noite e prometo fazer um acordo com você.

–Acordo? Deseja o meu corpo a tal ponto?

–Não, desejo vê-la entrar em desespero ao ver alguém que despreza tendo-a. É isso que desejo.

–Bastaria pegar a força, então qual o motivo de me pedir?

–Não preciso forçar mulher alguma a deitar-se comigo.

–Mas é o que está fazendo agora.

–Não, estou fazendo uma troca. Seu corpo em troca da liberdade de seu irmão. – encararam-se friamente durante longos minutos. Os minutos mais longos da vida de Melanie.

–Qual a diferença entre você e o homem que parou aquele carro? Nenhuma. Ambos são uns animais, mas a diferença maior é que você, é o único que pode me acorrentar desta forma.

–Qual a sua resposta?

–Como se não soubesse. Irei para a sua cama, não é isso que deseja?

–Desejo que sofra, todavia não precisa preocupar-se, pois serei o mais carinhoso que a situação..

–Seja o mais monstruoso possível, pois assim poderei lhe odiar com mais firmeza – afirmou ao soltar o seu braço.

–Agora irei lhe enviar para o primeiro estagio da dor: a negação. – murmurou sombrio ao andar com calma, seguindo-a.


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Notas finais do capítulo

E ai..leu? gostou? nao gostou? comenta para que eu possa saber o que achou rsrs
Beijis pessoal