Redenção escrita por Srta Snow, Tahy S Snow


Capítulo 20
Segredos


Notas iniciais do capítulo

Olá...olha eu aqui de volta srsrs Espero que gostem do capitulo e comentem gente.. temos mais leitores e menos comentarios rsrss

Quero saber a opiniao de vcs sobre a história rsrs

Beijos e uma boa leitura..



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As mãos de Melanie lutavam contra Nikko e contra o estranho sentimento que surgia em seu interior. O calor do corpo dele contra o seu deveria fazê-la sentir-se enojada, mas apenas a fazia sentir-se estranhamente, estranha. Seus olhos permaneciam abertos encarando o olhar de Nikko que permanecia a olhando, enquanto a forçava a beijá-lo. Um beijo sem vida e sem emoção. Apenas um beijo para mostrar quem controlava quem. Assim que Nikko afastou seus lábios, um sorriso doloroso preencheu o rosto de Melanie.

–É assim que demonstrará seu ódio? – perguntou encarando-o, fingindo não temê-lo, apesar de ainda estar sendo presa pelas suas mãos, e seus corpos ainda estarem próximos.

–Isso não é nada. Nada do que farei com você – Nikko tornou sério, enquanto soltava um de suas mãos, mas pressionava a sua perna contra o corpo dela, prendendo-a ainda mais. – Me pergunto quando começara a sua vingança contra a sua família.

–Não é contra a minha família, apenas a minha mãe – argumentou reprimindo um gemido ao sentir a mão dele em sua perna. – Está tão ansioso para me ver sendo transformada em você?

–Você é pior do que eu – respondeu sorrindo ao tocar a perna dela com força – Não conheço nenhuma filha zelosa que se entregaria ao seu carrasco para se vingar de sua mãe.

–Uma mãe que me despreza.

–Mas ainda assim uma mãe, estou enganado?

Melanie quis gritar a verdade, mas optou pelo silencio. Para ela, Nikko não significava ninguém para ela. Ninguém para quem ela pudesse contar os seus segredos. Ele era apenas alguém que ela deveria ficar próxima para se vingar e depois sumir.

–Pode falar o que bem desejar, eu não me importo.

–O seu irmão se importa com tudo isso.

–Meu irmão? Do que está falando?

–Uma vez eu lhe disse, que faria de tudo para vê-la sofrer, e estou muito próximo disso.

–Não me diga que... – sua voz sumiu ao perceber o quão longe ele estava disposto a ir.

–Sim, seu irmão é a próxima peça que irei mover em nosso joguinho.

–O que pedirá em troca?

–Em troca do seu irmão? – perguntou feliz.

–Sim, exatamente.

–O que pode me oferecer que eu já não tenha? – questionou ao olhar para o corpo dela com lascívia.

–Você é realmente inacreditável – falou a si mesma – Terá o que tanto olha.

–E o que estou olhando?

–Para mim.

–Exatamente – assentiu ao passar a mão pelo rosto dela. Um gesto que a deixou enojada e com raiva de si mesma pelo que estava prestes a fazer. – Irá fazer isso? Irá se sacrificar por seu irmão?

–Sim – respondeu sem titubear, o surpreendendo – Eu me sacrifico pelas pessoas que eu amo.

–Até quando?

–Como?

–Até quando continuará com esta expressão de superioridade quando sou eu que estou no controle?

–Continuarei assim ate não ter mais razão para isso.

–Petulante – disse com raiva ao afastar-se dela – Vá ao meu quarto está noite. O futuro do seu irmão dependerá disso – sua voz fria adentrou na mente dela, e não saiu mais. Ela continuará repetindo aquela frase por horas em sua cabeça.

Nikko saiu do escritório com uma sensação de divertimento sádico em seu intimo. Ele sabia que estava indo longe demais ate para ele, mas não conseguiu evitar. Ele desejava vê-la sofrer ainda mais. Ele precisava disso.

Melanie deixou-se cair no chão gelado, sua mão pousou sobre o livro que havia segurado mais cedo, e curiosamente a pagina em que estava aberto relatava uma cena de amor.

–Amor? Isso realmente existe? – se perguntou imersa em desespero ao perceber o quão longe estava indo para ajudar o seu irmão – Isso é realmente o certo? Eu deveria continuar com essa loucura ou apenas... revelar todos os segredos de uma vez? – suspirou a espera de uma resposta, mas nada escutou. Ela sabia que ninguém poderia lhe responder, e muito menos teria coragem para mostrar a verdade a todos. A verdade que magoaria muitos, e beneficiaria apenas a ela. – Eu nunca fui egoísta – percebeu ao se levantar, apoiando-se na estante. Seus passos lentos e trêmulos foram para a porta, mas percebeu que ainda segurava o livro com força. Caminhou ate o seu quarto, e ao se ver sozinha sorriu com o rosto banhado em lagrimas. – Farei o que ele quer, mais uma vez. – se decidiu, mas ao abrir a porta para ir ate ele, hesitou. Seus pés não obedeciam ao seu comando e nada que pudesse pensar para seguir em frente, conseguia a fazer mover-se. –O que estou fazendo? – se perguntou angustiada quando deu dois passos para trás e fechou a porta atrás de si. Ela havia desistido.

Nikko sorria ao perceber que ela havia se colocado em primeiro lugar e desistido de proteger o irmão.

–Amanhã será divertido – falou a si mesmo antes de deitar-se na cama.

***
Christopher olhou para o edifício da K’Angus e se perguntou se o que estava fazendo era o melhor naquela situação. Optou por seguir em frente, pois somente assim poderia ter Melanie para ele novamente. Logo na entrada foi recepcionado por uma mulher que o encarava com firmeza.

–O senhor Nicolai o espera em sua sala. Ele deseja lhe falar a sua função – a mulher disse e com delicadeza pousou a mão em suas costas, o guiando ate o elevador.

–Não costuma ser o RH que direciona seus empregados? – Christopher perguntou ainda ingênuo de sua situação.

–Sim,mas o CEO Nicolai desejou fazer isto ele mesmo.

–Entendo – murmurou tomando consciência de sua situação. Permaneceu em silencio ate o elevador ser aberto no ultimo andar. Acompanhado pela mulher, andou com firmeza ate a sala de Nikko e assim que a mulher abriu a porta para ele, o seu coração parou de bater ao vê-la. A mão de Nikko pousava no ombro dela, e ela nada dizia ou expressava alguma coisa. Não ate vê-lo parado olhando para eles.

–Melanie – Christopher murmurou confuso ao vê-la encará-lo – o que..faz aqui?

–Ela é a minha mulher agora ou deveria dizer minha criança? – Nikko pronunciou-se com um sorriso frio na face. Aproximou o seu rosto do rosto de Melanie, e sussurrou – se fizer alguma coisa.. que eu não mande, estará assinando o atestado de seu irmão. O atestado de sofrimento, me entendeu? Lembre-se que tenho dinheiro e poder.

–Dinheiro e poder não são tudo na vida.

–Não são, mas fazem tudo acontecer – disse antes de afastar-se dela. – Sente-se, Christopher. Não sou um chefe mal educado. – sorriu ao indicar uma cadeira para ele. Christopher moveu-se por impulso e ao sentar-se na cadeira ainda mantinha a expressão de incredulidade. – Vejo que ainda está surpreso ao vê-la aqui comigo, mas não fique. Não tem visto os jornais? Já fomos manchetes – sorriu divertido ao ver a expressão de ambos. Uma expressão de sofrimento – Deveria estar feliz pela sua irmã, ela conseguiu um ótimo partido, e precisou apenas matar a sua esposa.

–Melanie.. ela não fez isso.. ela..

–Eu fiz Chris, não precisa falar nada – Melanie o interrompeu sentindo a crueldade de Nikko. Ele não havia nada para o seu irmão ou a ele fisicamente, mas suas ações a machucavam imensamente. Ações infantis que tinham um grande poder contra ela.

–Mas..

–Eu matei a esposa dele. Todos já sabem – assegurou ao olhar para Nikko – e agora.. só estou com ele por meus motivos. Nada mais que isso.

–Exatamente – Nikko assentiu ao passar a mão pelo rosto dela. – Seus próprios motivos egoístas – Prendeu a própria respiração antes de sorrir friamente e colocar os seus lábios sob os dela. Melanie tinha certeza que já havia se acostumado com os beijos dele, mas ao sentir os lábios dele sob os seus mais uma vez, não conseguiu parar de sentir-se enojada e péssima consigo mesma. Os olhos de Melanie fecharam-se para não enxergar a dura realidade que estava a sua frente, enquanto Nikko mantinha os seus abertos para captar toda a expressão dela. Ele não queria perder nenhuma. Christopher não conseguia acreditar no que seus olhos viam. Sua irmã nada fazia para afastar Nikko de si.

–O que..está fazendo, Mells? – Christopher perguntava-se em um sussurro. Ele não conseguia acreditar que ela beijava o homem que odiava. Em um impulso, levantou-se da cadeira, mas antes de ir afastá-la dele percebeu algo. Ele não representava nada naquela sala, apenas o homem que estava sentindo-se injustiçado ao ver a irmã, que desejava salvar, nos braços do homem que ela deveria odiar. –Você não deveria fazer isso – Christopher enfim disse em voz alta fazendo com que os dois se separassem.

–Porque não? – Nikko indagou divertido ainda com o rosto próximo ao de Melanie exibindo o seu sorriso ao ver a expressão de dor na face de Melanie.

–Isso não é certo! – Christopher tornou ainda sério – como você pode beijá-lo, Mells? Como você...

–Por você – ela murmurou ao olhar para baixo envergonhada.

–Como ela poderia não me beijar? – Nikko perguntou ao olhar para Christopher – Esqueci de dizer a sua função nesta empresa. A partir de hoje será o entregador daqui – sorriu.

–Entregador?

–Esperava que eu fosse colocá-lo em uma posição privilegiada?

–Não, mas não esperava..

–É esta posição ou nenhuma mais. Você é o único que pode escolher.

–Eu ficarei com esta – Christopher respondeu olhando para Melanie, a qual ainda mantinha o seu rosto fora de sua vista – Poderia ao menos me olhar, Mells.

–Eu não posso fazer isso agora – ela respondeu ao afastar-se de Nikko – Se já acabamos tenho que ir para a aula.

–Faça como desejar, querida – Nikko disse sombrio ao vê-la fugir da sala sem olhar para trás. Christopher não olhou mais para Melanie com medo do que veria. Medo no que ele havia transformado a vida dela por medo.

–E pelo o que ela está me protegendo agora? – Christopher se perguntou ao se lamentar.

***
Melanie correu por toda a empresa ate se ver fora dela. Ela não sabia o que iria suportar assim que Nikko entrou em seu quarto aquela manha e lhe disse que iria com ele para a empresa. Ela não esperava encontrar o seu irmão e nem sucumbir diante de Christopher. Ela não queria se mostrar tão fraca como aparentou. Não para ele. Não para a única pessoa que lhe apoiou toda a sua vida e lhe ajudou sempre que precisou.

–O que me tornei no final de tudo? – Melanie se perguntou ao olhar para o céu outrora azul e agora cinzento. Os passos lentos de Melanie tornavam tudo ainda mais melancólico. Ao parar próxima a pista, sentiu um pingo de chuva cair em sua cabeça. Um pingo que logo se transformou em muitos pingos. A chuva fria caia pelo seu corpo fazendo tremer de frio, mas o frio que sentia não era o da chuva, mas de seus sentimentos.

–Melanie? – a voz de Alessandro surpreendeu Melanie, que virou-se e o encarou.

–Uma cena clichê – murmurou ao sorrir para Alex que permanecia parado embaixo de um guarda-chuva a olhando com surpresa.

–O que faz aqui? Você está bem? – ele perguntou ao aproximar-se dela – Veio com Nikko?

–Se eu disser que sim? O que isso mudará? – perguntou ao encará-lo.

–Nada, conheço o meu irmão bem o suficiente para saber o motivo dele ter a trazido ate aqui – ergueu o guarda-chuva a protegendo da chuva – Você está bem?

–Acho que não – disse sincera ao olhar em seus olhos – o que poderia fazer? Eu estou cada vez mais perdida nisso tudo. Como posso saber até onde é real e correto?

–Está imaginando o quanto errada é a situação?

–Não – negou ao sentir seus cabelos molhados colarem em seus ombros e em suas costas – Me pergunto o quão errada estou em ocultar as coisas. Ser egoísta é tão ruim assim?

–Não – negou ao olhar para ela com carinho – Sabe, quando a água cai do céu podemos nos proteger com um guarda-chuva, mas quando a tempestade está em nosso coração e as lagrimas caem pelos nossos olhos, a única coisa que podemos fazer é sermos confortados. – Melanie apenas o encarou por longos instantes ate sentir as lagrimas que tanto sufocou caírem pelos seus olhos. Cada vez mais as lagrimas caiam pelos seus olhos deixando-a desamparada naquela chuva, mas antes que pudesse continuar a sentir aquela sensação, sentiu a chuva molhá-la com força, o barulho do guarda-chuva caindo na calçada e os braços de Alessandro segurando-a com força, dando todo o conforto que precisava naquele momento.

Essa sensação é muito boa. Eu realmente..queria poder voltar no tempo e impedir que tudo aquilo acontecesse” pensou angustiada ao recordar-se do que aconteceu.

Flashback

A chuva caia trazendo uma boa sensação a Melanie, a qual sorria entusiasmada para o seu irmão. Christopher havia ido buscá-la na casa de uma amiga sem ao menos preocupar-se consigo mesmo, pois aquele dia ele havia tido febre.

–Não deveria ter vindo me buscar – ela protestou pela milésima vez aquela noite.

–Alguem deveria vir e porque não eu? – Christopher sorriu ao continuar a dirigir o carro prestando atenção na estrada a sua frente.

–Porque você esta doente. Mal sabe o que esta vendo. Eu que deveria estar dirigindo.

–Você é minha irmã caçula, sou eu que devo protege-la – disse sério, sorrindo em seguida ao olhar para ela.

–Você está certo. Deve me proteger – falou antes de ligar o som, mas sem que Christopher perceber entraram em uma rua e um carro veio na direção oposta.

–Se segure! –disse sério antes de virar o volante com força fazendo com que o carro batesse e derrapasse em seguida. O corpo de ambos moviam-se de acordo com o impacto, sendo segurados pelo cinto. Após a batida, não se ouviu nenhum som naquela pista que não fosse o som da chuva caindo na pista. A rua escura não teve testemunhas daquele erro. Cada carro estava em um lado da pista e em apenas um deles alguém abriu os olhos. A cabeça de Melanie doía ao mesmo tempo em que ela abriu os olhos e viu o sangue escorrer de sua testa. Ela olhou ainda atordoada com o que havia acontecido e em pânico olhou para o seu irmão. Ele ainda permanecia com os olhos fechados e a cabeça apoiada no volante. Nada conseguia passar pela sua mente, apenas a dor de ficar sozinha no mundo sem ele. Com o resto de força que sentia, retirou o cinto e abriu a porta. Ela tinha que ter certeza que o outro carro estava bem. Ela tinha que ter certeza que todos estavam bem. Tropeçando em suas pernas e se apoiando no carro de seu irmão, ela foi ate o outro lado da pista. Encharcando-se com a chuva e com o medo que a assombrava, bateu no vidro do carro diversas vezes. Nada escutou, apenas viu a sombra de uma mulher com a cabeça no volante e o sangue escorrendo.

–Ei! VOCÊ ESTÁ BEM? –Melanie gritou sentindo dor em seu peito – EI! – Continuou gritando ate perceber que ela não acordaria. – É a única forma – percebeu após pensar e escutar sirenes longe dali. – Não posso ficar sem ele – nervosa, foi ate o carro onde ele estava e sem saber como fez aquilo, colocou Christopher no banco do carona e ficou em seu antigo lugar. Ela estava disposta a levar a culpa pelo acidente. Ela não poderia aceitar a ideia de ficar longe de seu irmão. Ela não aguentaria viver sozinha. Viver sem ele.

Flashback off

Essa foi a melhor escolha – Melanie sussurrou para si mesma ainda nos braços de Alessandro.


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Notas finais do capítulo

E agora.. o que vai acontecer? Opiniões?

Beijos



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