Redenção escrita por Srta Snow, Tahy S Snow


Capítulo 13
Aliado




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O quarto silencioso e escuro era a única companhia de Melanie aquele dia. Seus cabelos presos exibiam em seu semblante o olhar triste ao acariciar o seu pulso ainda avermelhado. Nikko havia a levado para casa e sem dizer uma palavra, a puxou para o quarto, trancando-a em seguida. Por mais que ele estivesse compactuando com a loucura dele começava a se questionar ate onde estava indo por um erro. O seu pulso doía enquanto a lua brilhava intensamente no céu. Levantou-se da cama e se pôs a caminhar pelo quarto parando em frente a janela, olhou para baixo e em seguida para cima.

–Cair daqui me farei quebrar uma perna – murmurou pensativa rindo em seguida de sua insensatez – É melhor ir dormir – voltou para a cama deitando-se com os pensamentos envoltos no olhar gentil de Alessandro – Essa família é realmente complicada – percebeu ao se recordar de tudo que acontecera antes de cair no sono.

***
O humor de Nikko Nicolai não era o mais agradável ao entrar em sua sala na empresa K’angus no dia seguinte. Comentários já circulavam pelos corredores sobre sua, suposta, affair e a disputa que os irmãos poderiam estar começando pela jovem que Fabriccio levou a festa. O secretario de Nikko já havia trabalhado com o pai dele, de tal forma que imaginara saber lidar com o humor do Nicolai responsável pela empresa, mas percebeu estar enganado aquele dia quando o abordou assim que ele chegou.

–Não ouse aparecer em minha frente ate eu chamá-lo – Nikko disse sério ao encarar o secretario com fúria. Ao se ver sozinho em sua sala, Nikko suspirou fortemente ao fechar os olhos por alguns instantes. Se viu envolto em recordações onde a risada de sua esposa ecoava pelo seu ouvido dando-lhe uma sensação de paz. Um sorriso tímido brotou em seus lábios antes de abrir os olhos e perceber que sua imaginação o enganara. Tifanni não estava ao seu lado e a sua risada não poderia mais ser escutada. –Eu a farei pagar por tirá-la de minha vida – murmurou imerso em sua dor ate perceber a porta ser aberta deparando-se com o rosto sério de um dos diretores da empresa – Vejo que perdeu a sua educação – Nikko disse ao se levantar, fechando o paletó – O que veio fazer aqui?

–Nikko, não acha que está na hora de deixar esta cadeira? – o homem com um sorriso cruel disse ao olhar para a cadeira da presidência. Ele possuía olhos claros e cabelos louros, cujos alguns fios já encontravam-se brancos.

–Deseja isso tudo tão fortemente, ao ponto de me enfrentar cara a cara? Esta sendo muito corajoso, Gusmon.

–Estou sendo o mais sensato entre nós dois.

–A curiosidade preenche o meu ser, então diga-me, o que faz pensar que terá tudo isto?

–A sua loucura já é um inicio.

–Minha loucura? – indagou sorrindo – Suas ideias começam a serem afetadas pela idade.

–Acha que ninguém sabe? Todos sabemos sobre aquela jovem.

–Jovem?

–Sim, Melanie, se não me engano.

–A jovem que meu irmão levou a reunião da noite anterior, presumo.

–Exatamente.

–Deve ter percebido que o meu irmão que a levou, não eu. Estou sendo culpado por algo que não fiz, que injustiça. – tornou frio ao caminhar pela sala ficando de costas para Gusman.

–Não me engana, sei que ela matou a sua esposa.

–E se ela o fez? Qual o problema?

–O problema é que deve estar aprisionando ou ainda a torturando.

–Esta supondo de forma leviana – disse frio ao se voltar, e encará-lo – Deveria saber mais do que ninguém, Gusman. Ninguem que se atreveu a me enfrentar conseguiu manter-se em pé, em seguida.

–É uma ameaça? - perguntou tremendo. – Está me ameaçando? Como ousa?

–Nunca ameaço, não antes de mostrar do que sou capaz.

–Sou o diretor..

–Eu sou o dono, o presidente desta empresa. Se coloque em seu lugar e nunca mais se atreva, a entrar nesta sala sem ser anunciado. És meu subalterno e assim continuara a ser. Saia daqui – mandou sério com a voz dura e implacável. Gusmon cambaleou pálido e antes que escutasse mais alguma palavra de Nikko, retirou-se. – Isso está ficando cada vez mais descontrolado – percebeu ao sentar-se em sua cadeira. – Como eu poderia usá-la a meu favor? – perguntou-se pensativo.

***
Melanie sabia que independente do lugar em que andasse no colégio, os alunos ainda a olhariam com curiosidade e medo. Todos se perguntavam sobre o homem que a levou para o colégio, e que ainda se encontrava sentado no carro do lado de fora a esperando. Melanie, esboçava um sorriso triste ao escutar a curiosidade deles, e se perguntava o quão chocante seria ao descobrirem que o homem apenas a estava vigiando, pois ela se tornara uma prisioneira. Seus passos ecoavam pelo corredor, enquanto seguia para o pátio, sem importar-se com a aula que estava perdendo. Ela já estava sentando-se embaixo de uma arvore quando sentiu uma mão segurar em seu ombro, por trás de si. Virou-se sem expressão, mas logo sorriu ao ver Christopher. O seu irmão a olhar com preocupação.

–Meu irmão – Melanie murmurou ao abraçá-lo afetuosamente – como entrou aqui? – indagou próxima ao seu ouvido.

–Posso não estudar aqui, mas fui um excelente aluno desta instituição – sorriu levemente ao abraçá-la ainda mais forte – estava preocupado. Não tinha noticias suas e..

–E? – o incentivou ao afastá-lo de si – aconteceu alguma coisa?

–Vi uma foto sua.

–Minha?

–Sim, em uma festa. Uma festa muito cara.

–Não se preocupe, não é nada com que preciso se preocupar.

–Como não é? – perguntou frustrado – Quem são essas pessoas?

–Essas..pessoas? – perguntou confusa – do que esta falando?

–DA FOTO – gritou impaciente.

–Não sei do que está falando – ponderou pensativa – a tem consigo? – o viu assentir ao retirar o celular do bolso e mostra-lhe uma foto sua com Fabriccio e em seguida com Alex. – Eles são Nicolai – respondeu séria esperando ver alguma reação na face de seu irmão, que não fosse o terror que ali se instalou. –Eu.. estou bem.

–Mells, não continue com isso, por favor – implorou com lagrimas nos olhos ao tocar em seu rosto – por favor, venha comigo e deixe isso tudo para trás.

–Não posso.

–E porque?

–Se eu não fizer isso, o que ele poderá fazer consigo mesmo? – indagou séria – Sou culpada por matar alguém que ele ama, a única coisa que ele faz é redirecionar a dor para mim. Essa é a única coisa que posso fazer por ele, não fugir.

–Mas..você..

–Está tudo bem, ficará tudo bem – garantiu segura ao tocar na mão dele – eu lhe prometo. – olharam-se com carinho sem perceber o homem que se aproximava deles com o olhar frio. Os cabelos negros e os olhos claros eram os mesmos que o de Nikko, mas a emoção contida neles era diferente.

–Não se é correto, fazer promessas que não pode cumprir – Alessandro disse atraindo a atenção dos irmãos para si. Melanie virou-se, se deparando com o olhar determinado do irmão de Nikko, e sem questionar o que sentia, apenas o olhou esperando que continuasse a falar, o que não aconteceu.

–Ele é um deles? – Christopher perguntou a Melanie, a qual assentiu em silencio. – O que ele faz aqui? – perguntou novamente. Melanie apenas meneou a cabeça em resposta ao encarar Alessandro, o qual olhava para os dois com curiosidade.

–Interessante – Alessandro disse ao sorrir – não se parecem em nada fisicamente, e ainda assim são irmãos tão unidos. – Christopher empalideceu e em resposta segurou na mão de Melanie, como se buscasse apoio.

–Alex, o que está fazendo aqui? – Melanie indagou ainda surpresa com ela – Como sabia que eu..

–Todos os Nicolai sabem sobre você, e é claro, onde estuda, o que faz, com quem anda e sobre seu irmão – Alessandro tornou calmo ao colocar as mãos no bolso de sua calça jeans.

–Veio dar algum recado de Nikko? – Melanie perguntou séria ao apertar a mão de Christopher contra a sua.

–Não, provavelmente, entraremos em conflito – anunciou sorrindo – vim lhe dizer que a partir de hoje poderá contar comigo.

–Contar com você?

–Sim – assentiu sorrindo – serei.. um anjo da guarda.

–Eu não preciso de um anjo – Melanie respondeu séria ao encará-lo.

–Serei o que precisar que eu seja- insistiu apesar do olhar desconfiado do irmão dela – Eu, Alessandro Nicolai, vim ate você, Melanie, para lhe ajudar a se livrar de Nikko.

Melanie olhou para Alessandro sem entender o que suas palavras diziam. Tudo a sua volta estava nebuloso e entorpecido pelas sombras.


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Notas finais do capítulo

O que estão achando? Muito parado, sem graça? rsrs
Beijos



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