Contra as Regras escrita por Nina Malfoy


Capítulo 4
Capítulo III - Ato Um


Notas iniciais do capítulo

Hey! :) Como vão?

Tenho leitoras fantasmas... Apareçam, poxa!

Boa leitura e desculpem qualquer erro. Sugestões são bem-vindas.



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- A vítima é Carie Rey. 30 e tantos anos. Sem data da morte definida. – disse Flack a Mac e Stella abrindo a porta de um dos quartos de um hotel que havia se tornado cena de um crime.

Stella olhou para os restos mortais do que um dia já fora uma pessoa e desmaiou em seguida. Mac, com um reflexo rápido, a segurou pelos braços com uma leve expressão de dor, afinal ele havia recebido um tiro há duas horas.

- Realmente não é uma coisa agradável de ver às dez da manhã. – disse Mac a pegando no colo. – Vou colocá-la no quarto ao lado.

Com certa delicadeza, ele a colocou na cama e sentou na cadeira ao lado.

Stella acordou minutos depois. Deparou-se com Taylor lendo uma revista sobre televisão.

Ela não queria ter caído em cima dele. Porque não cair em cima de Adam, sua companhia para o almoço? Ou porque não cair em cima de um policial desconhecido? Ou até mesmo o chão. Sim, o chão seria melhor do que ser carregada por ele. Ela percebeu que seu vestido estava torto, que tinha que ir para casa e se cobrir o máximo possível. Calças largas e um casaco grosso seriam ideais. Mas ela tinha que falar algo para o homem que agora a estava encarando.

- Não deveria estar trabalhando?

- Eu sabia que você não ia demorar.

- Ah, sim. Então porque está lendo uma revista?

- Foram 5 minutos. Juro. E é interessante, veja. – Mac mostrou a capa, que continha um garfo com um título grande escrito ‘Hannibal’.

Stella se levantou pronta para encarar a mulher esquartejada, mas não consegui deixar de fazer uma piada – Hannibal defeca pessoas?

Mac riu - Então, como diz o ditado "você é o que você come", que faz com que Hannibal seja o ser humano mais humano de todos nós.

- Essa é uma piada cruel. – ela disse entrando novamente no quarto.

- Temos notícias bem perturbadoras. – disse Sheldon. – O conteúdo do estomago da vítima – ele apontou para um pedaço de ser humano perto de um armário, Stella sentiu o seu estômago revirar. – Continha carne humana e restos de órgãos reprodutores.

- Oh, Deus. – disse Stella. Mac a segurou instintivamente, mas ela não havia desmaiado.

- Bem, nossa vítima defecava pessoas. – a frase de Mac não soou como uma piada, mas sim uma acusação.

...

- Adam, eu só preciso passar em casa.

- Não está cancelando o almoço, está? – ele perguntou desconfiado pelo telefone.

- Não.

- Certo. Passo na sua casa em 15 minutos.

A ideia de se cobrir o máximo possível foi por água abaixo quando percebeu que não tinha roupas de inverno. Até porque não era inverno. Stella tinha deixado para comprar casacos quando ela chegasse. Ela não esperava que aquilo fosse acontecer. O impulso por se vestir bem a fez escolher uma roupa que não condizia com ‘se cobrir ao máximo’ (http://www.polyvore.com/cgi/set?id=97593696&.locale=pt-br)

Adam bateu na porta.

- Pode entrar, está aberta. – disse, se olhando no espelho em cima do aparador rústico do corredor e passando lentamente o batom vermelho.

- Apartamento maneiro. – ele disse.

- Era da minha avó, então é meio antigo. – Stella apareceu na sala – Mas eu gosto. E tem muitos livros. Ali, ali e ali. – ela disse apontando para três estantes em partes distintas da sala. – A coleção de uma vida inteira. Tem algumas relíquias. As primeiras edições das primeiras edições.

- Você herdou o lugar?

- Sim. A única neta. – Stella balançou a cabeça – Não é um bom assunto.

- Espero que goste de comida chinesa, tem um lugar incrível aqui perto.

- Comida chinesa está ótimo. – ela disse colocando o blazer e o cinto com o distintivo e a arma.

As duas horas com Adam haviam passado rapidamente. A conversa fluía facilmente enquanto comiam lombo xadrez e lula apimentada, entre assuntos aleatórios como a primeira lembrança ou música. A lida de biscoitos da sorte foi interrompida por uma ligação de Mac, dizia que a vítima do hotel assassinou e, bem, se alimentou de quatro pessoas nos últimos dois anos.

- Então procuramos a assassina da assassina? – Adam perguntou.

- Sim. – respondeu Mac. – A mãe de uma das garotas que foi morta por Carie está perto de onde você e Stell estão. Já lhe digo o endereço.

- Ok. Já estamos indo.

Adam balançou a cabeça e anotou o endereço em um guardanapo e entregou para Stella.

- Vamos, Stell. Acho que temos muito trabalho a fazer. – ele disse, enfatizando o apelido.

Adam estranhou que Mac havia passado tão rápido de um muito formal ‘Srta. Bonasera’ para um apelido que nem ele dizia. Ele sentiu que metade da intimidade que havia adquirido no último par de horas havia ido pelo ralo.

Adam e Stella bateram na porta de Emma Kera sem nenhuma expectativa em conseguir algo.

- Sim? – A mulher bem vestida sorriu para os dois.

- Polícia de Nova York. Podemos conversar? – Stella mostrou o distintivo e a Adam a imitou.

- Claro, entrem. Aceitam um pouco de chá?

- Seria ótimo. – disseram juntos.

O apartamento da senhorinha era excessivamente rosa. O papel de parede rosa claro com desenhos de anjos, a mobília branca com flores rosa, os quadros abstratos com a cor predominante rosa, os bibelôs de porcelana e o tapete rosa-bebê davam a impressão de uma casa de boneca. Apesar de muito fofo, todo esse rosa deixava ambos enjoados.

- Parece que um flamingo vomitou aqui.

Adam riu alto, mas Stella o repreendeu quando Emma apareceu com o chá em xícaras de porcelana. Rosa.

- Bem, sabemos que é um assunto delicado. – Stella olhou para a foto da filha em cima da mesa de centro. – Mas a assassina de sua filha foi encontrada morta em um hotel, perto da Times Square.

- Isso é realmente reconfortante. – ambos levantaram a sobrancelhas. – Agora ninguém mais vai ter que sofrer sabendo que aquela monstra está andando por aí.

Boom, como diria o Danny, a senhorinha rosa acaba de passar para a primeira da lista.

- Certo. – disse Adam lentamente. – Onde a senhora estava... – ele olhou a informação no guardanapo. – anteontem, aproximadamente às 2 horas da tarde?

- As duas são quando eu saio para passear com minha cadelinha.

- E onde ela está?

- Um minuto.

Ela saiu da sala, latidos finos e desesperados foram ouvidos.

- O que você acha? – Adam sussurrou.

- Não acho nada.

A senhora voltou com um poodle branco minúsculo com um laço rosa maior que sua cabeça, cuja coleira dizia Amy. Não era um bom nome para um cachorro, Stella pensou.

- Tem alguém para confirmar que estava passeando?

- Sim. – ela pensou por alguns instantes e disse: - Eu comprei esse lacinho no pet shop da esquina. Uma mulher morena me atendeu.

- Tem nota fiscal?

- Comprei à vista.

- Ok. Era só isso. – Adam disse se levantando.

- Obrigada pelo chá. Sinto muito pela sua filha.

A mulher assentiu e fechou a porta. Eles a tinham deixado exausta. Sorriu para o cachorrinho e resolveu devolvê-lo a vizinha.

...

Sebastian repensou. Não sabia se estava pronto para um ato tão grande.

Ia ser um processo muito lento que envolvia muitas pessoas importantes. Era arriscado demais. Ser condenado por todos os crimes que já fez iria dar prisão perpétua ou pena de morte. Mas ele pensou na criancinha que pulava no sofá de couro. O maior orgulho dele e a prova de que assassinos frios podem ter coração.

Veronika tinha os cabelos cacheados da mãe e o mesmo jeito curioso. A mãe não tinha conhecimento sobre a filha – em uma morte fraudada por ele e um médico pago. Ele sabia que ele e a filha correriam sérios riscos se a mãe soubesse que ela estava viva. Quando Sebastian tinha que trabalhar a filha ficava em uma creche próxima e Veronika acreditava que o pai fazia o bem, salvava pessoas, como ele dizia.

A menina de 10 anos sorriu para o pai e pediu sorvete, Sebastian a pegou no colo e a girou no ar. Tão linda. Tão parecida com ela. Quando ele recebeu a ligação, a menininha soube que algo estava errado. Nunca vira o pai chateado, e não sabia o que fazer. Talvez abraçá-lo. Ela se aproximou e abriu os braços, mas o pai a rejeitou.

O pai nunca havia a rejeitado. Ela voltou a se sentar, emburrada.

- Tenho que ir trabalhar. – ele disse sério, e pegou sua maleta, a qual Veronika nunca ousava tocar. Era preciosa e secreta demais.

- Mas, pai...

- É importante, Vik. - O pai bateu a porta, fazendo os cabelos da menina voarem.

Veronika adormeceu depois de 4 horas se entupindo de sorvete e assistindo algum programa infantil da Nickelodeon. Ela acordou assustada, tinha tido um pesadelo em que sua mãe era má com seu pai.

E era isso que ela sabia sobre ela. A mãe de Vik era má com papai, por isso que ela morreu no pior momento possível e os amaldiçoados, quando ela era pequena. Ela achava injusto, mas quando pensava que a mãe era má, ela ficava feliz por ela não estar aqui.

Mas a menina tinha a impressão que ela iria voltar, mesmo não entendendo o quão a morte é complicada.

...

- O álibi da senhorinha não foi confirmado. – disse Stella, balançando um bloco de anotações.

- Os das outras mães foram. – disse Sheldon.

- O que indica que precisamos daquela Sra. Kera aqui o mais breve possível. – disse Mac.

A mulher estava na delegacia dez minutos depois. Lindsay e Danny a estavam interrogando, mas a mulher não admitia nada. Todos tinham certeza que tinha sido Emma.

Lindsay entendia a senhora, ela sabia o quanto ela devia ter sofrido com a morte de sua filha e de mais 3 garotas.

- Senhora Kera. – Lindsay a chamou, a mulher levantou a cabeça – Não temos provas forenses suficientes para mandá-la para a prisão sem uma confissão formal.

Emma sorriu, ela sabia o que fazer. A mulher se levantou e saiu da sala. Danny encarou Lindsay.

- Ela matou uma pessoa.

- Ela tinha um bom motivo.

- Se não mandássemos para a prisão todos os assassinos que tem bons motivos, ela estaria pela metade.

- Carie matou 4 garotas!

- E Kera uma.

Lindsay revirou os olhos. Sabia que estava errada, mas era injusto colocar aquela senhora simpática na cadeia.


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Notas finais do capítulo

REVIEWS S2