Uma escolha escrita por hollandttinson


Capítulo 5
Febre




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POV: ASTORIA GREENGRASS.

Dancei com tantos garotos que já perdi as contas. Loiros, morenos, educados, rudes, inteligentes, idiotas, interesseiros, sonhadores, aventureiros... De tudo um pouco. Mas eu não prestava atenção nas coisas que eles diziam. Eu estava o tempo todo querendo voltar para os braços de Draco. Porque era sempre assim que eu terminava: nos braços de Draco. Após uma dança com um, Draco vinha e me pegava novamente, e nós falávamos em como aqueles outros caras eram idiotas, comentávamos e ríamos.

– Sabe, eu acho que você devia dançar com outros garotos além de Draco Malfoy. Só para variar. As pessoas já estão comentando, cunhadinha.- Disse Caleb, enquanto dançávamos. Eu dei de ombros.

– Deixe que comentem, que pensem, que falem... Depois de hoje ele será meu noivo, de todo jeito, não vai ter que como mudar nada.- Eu disse, e sorri. Porque era isso que eu queria. Queria que as pessoas soubessem logo que eu era noiva de Draco Malfoy e que Draco Malfoy se casaria comigo. Eu não via a hora de me casar logo com ele. Imagina que lindo, acordar e ver sempre aquele sorriso que hoje é tão quente que chega á esquentar seus olhos azuis, frios e cizentos? Acordar e ver ele todo dia. Estar com Draco me fazia bem. Com certeza, ele é meu melhor amigo hoje.

– Você anda muito rebelde ultimamente.- Disse Caleb, sorrindo.- Eu queria ter tido essa oportunidade.

– Ninguém te obrigou á dormir com Dafne. Arque com as conseqüências de seus atos, seu safado!- Eu disse, rindo. Ele riu comigo, balançando a cabeça.

– Pelo menos os meus filhos terão um futuro. Quero dizer, eu sou um jogador famoso. Eu vou sempre poder protegê-los. E isso me dá alegria.- Disse Caleb. Caleb sempre foi calmo e bom. Afinal, ele foi um Corvino em Hogwarts.

– Talvez você possa ensinar um pouco de educação, humildade e respeito á Dafne.- Eu disse, esperançosa. Dafne sempre foi muito difícil. Assim como Draco era. O problema é que Draco era porque queria, se esforçava para ser assim. Dafne não, ela nasceu assim, e não se esforça para mudar, tampouco para aprimorar.

– Bom, eu acho que não tenho mais esperanças em Dafne. Se eu fosse você, matava as que você tem, também.- Ele disse, com um ar tristonho. Eu sorri para ele.

– Eu nunca desisto. Se tem uma coisa que eu tenho com força é persistência, Caleb, querido. Além disso, ainda há esperança nos seus filhos. Dizem que crianças mudam as pessoas.- Eu disse. Ele sorriu para mim.

– Pessoas como Dafne ficam mais carrancudas. Não vê sua mãe?- Ele disse. Eu fiz uma careta e ele gargalhou.

– Com licença, eu poderia pegar a minha filha por um momento? Está na hora de um grande anuncio esperado.- Disse papai, se aproximando com um sorriso. Eu sorri para ele. Finalmente.

– Claro. Vou procurar Dafne. Aposto que ela deve estar morrendo de sono em algum lugar por aqui.- Disse Caleb, sorrindo e se afastando. Eu sorri para papai.

– Já sabe o que vai dizer?- Perguntou papai, sorrindo para mim enquanto nós andávamos em direção á mamãe.

– Não exatamente.- Eu disse.

– Ótimo. Deixe as palavras com Draco. Tenho certeza que ele é bom com esse tipo de coisa.- Disse papai, sorrindo. Eu concordei com a cabeça. Se é.

– Ah, querida. Que bom que você ainda está em perfeita ordem depois de dançar com tantos rapazes.- Disse mamãe, sorrindo para mim e me abraçando.- Já sabe o que fazer.

– Sei, mamãe.- Eu disse, com uma voz cheia de tédio, porque isso realmente me entediava. As pessoas vivem me dizendo isso.

– Ótimo.- Ela disse. Nós fomos até o meio do salão e papai pediu a atenção e o silencio de todos, com um enorme sorriso no rosto. Eu procurei Draco nas pessoas. Estava ao lado de Thamyris. Ambos com um sorriso enorme no rosto. Ele ergueu uma taça para mim, mostrando que iria brindar. Todos seguravam as taças, ansiosos para saberem o nome do felizardo. Ou não.

– Obrigado. Obrigado. Bom, todos sabem por que estão aqui. É uma ocasião muito especial para a nossa família, a escolha de um noivo para nossa filha mais nova, é realmente especial.- Disse papai, me puxando para um abraço. Eu sorri para ele, concordando com a cabeça.- Eu acredito que minha filha esteja ansiosa para declarar quem é o seu escolhido, mas antes eu quero agradecer á todos os outros rapazes que se esforçaram para conquistá-la.

– Trabalho difícil.- Eu comentei baixinho. Até porque, nenhum deles conseguiu. Inclusive Draco. Porque eu não estou apaixonada por Draco. Apenas fico feliz por sua amizade. Mas ainda não me esqueci do ódio por estar sendo obrigada á ficar presa á ele para sempre. Pelo menos é á ele, imagina se fosse um desses caipiras idiotas?

– Em todo o caso.- Disse papai, sorrindo para mim.- Parece que um de vocês conseguiu.- Ele disse. Eu fiz uma careta. Pra que tudo isso? Como se todo mundo não soubesse que eu estou aqui só para dar dinheiro á minha família.

– Acho que eles já entenderam, papai.- Eu disse, fingindo ansiedade, sorrindo. Mas o Draco percebeu. Eu sei disso porque ele ergueu uma sobrancelha para mim. Revirei os olhos.- Acho que eles já estão nervosos o suficiente.

– Ah, sim. Se você quer dizer logo quem é o moço, pode falar, querida. Estamos todos aqui para ouvir.- Disse papai, sorrindo. E então eu percebi que devia falar para toda aquela gente, jornais e tudo mais. Eu gelei. Nunca fui tímida, pelo contrario, sempre fui ousada á minha maneira elegante, mas isso era diferente de qualquer coisa. É a mesma coisa que gritar para todo mundo que você não é mais virgem. Nada a ver, mas da vergonha. Pelo menos, para mim daria.

– Bom... É...- Eu comecei á gaguejar e Draco revirou os olhos. Ele queria que esse momento passasse logo. Eu vi ele tocar o dedo indicador no bolso da calça. Ainda teria de me dar um anel. E eu tenho certeza que para ele isso seria bem mais difícil, afinal, ele teria de falar de sentimentos, no mínimo.

– Não precisa ficar tímida, querida. Se for muito difícil para você, apenas nos diga o motivo que a fez escolher tal rapaz.- Disse mamãe, sorrindo para mim, com a mão no meu ombro. Eu vi Draco erguer uma sobrancelha em sinal de desafio. O que eu diria? Que escolhi Draco porque ele tem muito dinheiro para me sustentar até a morte? Que frio.

– Acho que eu o escolhi porque ele se mostrou mais... Interessado que os outros desde o começo.- Eu disse, pendendo a cabeça um pouco para o lado para pensar em motivos que fariam escolher Draco em outra situação.- Ele não é como os outros garotos, eu acho. Ele não fica falando de si o tempo todo, e também não quer que eu viva falando de mim. Nos conhecemos, não precisamos de interrogatório, quando nos olhamos, conseguimos saber de tudo. Acho que deve significar alguma coisa.- Eu disse, pigarreei.- Bom, então... É.

– Diz logo quem é ele. Eu aposto que ele ta doido para colocar um anel no seu dedo e mostrar pra todo mundo que é noivo da garota mais disputada de Londres bruxo.- Disse Draco, com um sorriso descarado no rosto. Ele tinha gostado do que tinha ouvido e eu não tinha me dado conta de que o tinha elogiado. Eu revirei os olhos e fiz uma careta.

– Pra quê tanta pressa? Se você quer colocar essa porcaria de anel no meu dedo, vem cá e coloca logo que eu já estou começando á ficar impaciente.- Eu disse, estendendo a mão para ele. As pessoas ao redor aplaudiram enquanto Draco se aproximava de mim, sorrindo. Alguns garotos ficaram de cara feia e cruzaram os braços. Outros, sorriram aliviados. Nem todos queriam se casar. Eu sorri para Draco.- Parabéns.

– Obrigado.- Ele disse, e se ajoelhou á minha frente.- Se eu não fizer isso seu pai me mata, porque, você sabe, tem que ser tradicional.

– Claro.- Eu disse, sorrindo para ele. Ele pegou a minha mão e colocou o anel de brilhantes no meu dedo. Eu nem queria saber a fortuna que valia aquele anel. Pelo olhar de mamãe, devia valer mais do que nossa casa e uma gêmea dela juntas. Ela sorria triunfante.

– Parabéns, Sr. Malfoy.- Disse papai, cínico. Draco revirou os olhos e apertou a mão do meu pai. Logo se iniciaram os flashes em cima de mim e Draco. Nós sorriamos para a câmera. Tiramos fotos de nós dois e com nossas famílias. O pai de Draco parecia muito satisfeito.

– Bom, acho que as pessoas querem um beijo apaixonado na primeira pagina.- Disse um fotografo atrevido. Eu engoli em seco. É claro que eu já tinha pensado em beijar Draco, e sabia que isso seria preciso, nós íamos casar. Mas ainda assim, foi um choque para mim. Draco sorria para mim.

– Ah, finalmente alguém disse algo que preste.- Ele disse. Segurou a minha cintura e me puxou para si.

Assim como o seu sorriso, o beijo de Draco era quente. Eu me sentia com febre. E como se ele fosse minha cama. Quando estamos com febre, não queremos sair da cama.

(...)


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