Uma escolha escrita por hollandttinson


Capítulo 34
Filho de peixe, peixinho é.


Notas iniciais do capítulo

Ai que saudade de vocês! Como estão os melhores leitores do mundo? Eu avisei que estou postando a fic em outro site e ela está sendo super bem aceita e eu amo tudo isso? Enfim, amo vocês.



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POV: ASTORIA.

Fui acordada no pulo, pelo que me pareceu ter sido um minuto depois de ir dormir. Eu estava exausta e Draco estava sacolejando o meu corpo, se eu não tivesse visto a sua cara torturada, eu tinha voltado á dormir depois de lhe dar uns belos tapas.

– O que foi?- Olhei ao redor, procurando por sangue ou alguma coisa. Meu coração e a minha garganta se apertaram. Scorpius. Saí correndo em direção ao quarto dele e ele estava lá, sentado na caminha dele, segurando um livro preto e grosso. Estava assustado e parecia tenso.- Filho?- Me sentei ao seu lado, passando a mão na sua cabeça, me perguntando o que estava acontecendo. Olhei para a porta, Draco tinha cruzado os braços e olhava para o chão.

– Acho que esse é o momento perfeito para esclarecer algumas coisas á Scorpius, ele tem idade suficiente para isso, pelo que acredito. E me sinto melhor sabendo que ele vai procurar isso vindo de mim, não de um livro imbecil.- Disse Draco. Eu olhei instantaneamente para o livro na mão de Scorpius e e congelei.

– Onde achou isso?- Perguntei. Ele me olhou, escondendo o livro debaixo do travesseiro.

– Eu não sabia o que tinha aqui, estava morrendo de cansaço na Alemanha.- Disse Scorpius, cruzando e descruzando os dedos, um sinal de nervosismo que ele tinha herdado de mim. Eu suspirei. Sabia que essa situação era dificil para ambas as partes, mas não conseguia pensar em nada confortante para pensar, eu estava em pânico quase absoluto.

– Isso realmente não importa, Astoria.- Draco passou as mãos no cabelo, esse era o SEU sinal de nervosismo. Eu suspirei mais uma vez, pensando que essa seria a unica coisa que eu poderia fazer em toda essa conversa: suspirar e ouvir.

– Eu estou curioso.- Scorpius estava um tantinho vermelho e mordia o labio constantemente, ainda movimentando as mãos. Draco concordou com a cabeça, com certeza já esperando por isso. Se aproximou de mim e de Scorpius, sentando-se na ponta da cama.

– Eu estou aqui para esclarecer suas dúvidas, mas primeiro, gostaria de saber o quanto você leu do livro.- Disse Draco, tentando não transparecer todo o seu nervosismo, mesmo que eu soubesse que ele estava morrendo por dentro.

– Pouca coisa.- Scorpius disse, fazendo uma careta. Eu balancei a cabeça.

– Não tenha medo, querido.- Eu disse. Draco ergueu uma sobrancelha para mim.

– Ele tem bastante motivos para isso, não tem? Quero dizer, se ele leu o suficiente.- Disse Draco, cada momento mais abalado.

– Eu sei onde você quer chegar com isso, posso jurar que você está errado, mas vou esperar a coisa rolar para você ver que eu estou certa, como sempre.- Eu disse, começando á ficar irritada.

Afinal o que ele estava esperando? Que Scorpius o renegasse e dissesse que o odiava por ele ter sido uma droga de comensal? Bem, se Scorpius o fizesse, me mataria por dentro saber que eduquei-o tão mal.

– Draco, ele é apenas uma criança! Não importa realmente o que ele acha ou não dessa porcaria de livro, as suas ideias vão mudar quando ele crescer. De qualquer forma, você é o pai dele.- Eu disse. Draco balançou a cabeça.

– Ele tem 8 anos, eu era mais novo que isso quando descobri sobre o meu pai, e olha só no que eu me tornei!- Ele apontou para o próprio braço e Scorpius tremeu ao meu lado.

– Você está assustando-o.- Eu disse, passando a mão no cabelo do meu filho. Draco mais uma vez balançou a cabeça.

– É uma história de assustar, é por isso que o nome é trevas e não luz.- Disse Draco, virando o rosto para Scorpius.- Você está assustado.

– Não com o senhor ou com a minha família, estou com medo do que vai acontecer.- Scorpius falou abafado porque quando Draco o perguntou, ele enfiou a cabeça no meu cabelo. Eu suspirei.

– Nada vai acontecer, isso foi á muito tempo, tanto tempo que já é tão importante que você saiba de tudo agora. Não quer estar mais velho para poder entender tudo claramente?- Perguntei, passando a mão pelo seu cabelo. Ele negou com a cabeça, ainda escondido pela negritude. Draco suspirou.

– Você disse que estava curioso. Sobre o quê exatamente?- Draco perguntou, colocando a mão suavemente nas costas de Scorpius, que se afastou para olhá-lo.

– Não vai ficar bravo comigo?- Scorpius perguntou e eu ri. O medo dele era que Draco ficasse bravo e um dos motivos para isso era que Draco realmente era terrível quando estava bravo com ele. Draco negou com a cabeça.

– Não sei se tenho como ficar assim agora. Conte.- Disse Draco, colocando a mão no ombro dele. Scorpius concordou com a cabeça e olhou para mim, pedindo apoio e eu acenei para Draco, dizendo que sim.

– O que significa? Sei que é uma marca das trevas e sei o que as trevas significam. É o pior que existe no mundo bruxo, certo? Tem essa definição aqui.- Scorpius pegou o livro e folheou-lo, passando os dedos pelas linhas.- Algo como "em todo o mundo bruxo, não há nada pior do que as trevas, que são tudo o que há de negro e sombrio, como o próprio nome diz", mas não encontro!

– Certo, eu já entendi. Você quer saber o que a marca significa?- Perguntou Draco, pegando o livro e fechando-o.

– Sim.- Ele disse, fazendo uma careta. Algo me dizia que Scorpius já sabia o que significa, mas estava querendo que o próprio pai falasse, em sinal de confiança, acredito. Draco concordou com a cabeça.

– Quando você se une ás trevas, você tem que ter alguma coisa que represente isso. Na época em que essa imagem terrível foi grudada á minha pele, o maior bruxo das trevas se chamava Lorde Voldemort, mas nós não falávamos o nome dele...

– O chamam de "você-sabe-quem" no livro.- Scorpius observou, concordando com a cabeça, parecendo realmente muito interessado no assunto, algo que me preocupou.

– As pessoas tinham medo de chamar o seu nome, como se chamá-lo o atraísse, e eu realmente acredito que o fazia. Mas ele está morto agora, não tem com o que se preocupar.- Draco tranquilizou e Scorpius concordou com a cabeça.

– Foi o Harry Potter quem o matou, não foi? Tem algo sobre ele nas últimas páginas, mas não é nada muito bom.- Scorpius fez uma careta e eu balancei a cabeça.

– Alguns bruxos que se aliaram á Voldemort, realmente acreditavam em seus ideais e concordavam com tudo o que ele falava e faziam, confiando-lhes sua vida e até mesmo a sua alma. Muitos deles se sentiram humilhados com a vitória de seu Mestre, não queriam que Harry Potter triunfasse. Acreditavam que o mundo bruxo estaria á salvo se Você-Sabe-Quem estivesse no comando, por isso não tratavam Potter com toda essa realeza.- Eu disse, ajudando Draco, que concordou com a cabeça.

– Então, você tinha que detestar nascidos-trouxa e qualquer um que se aliasse á trouxas para entrar para o grupo das trevas?- Perguntou Scorpius, olhando para o pai.

– A maior parte deles também eram da Sonserina, a única casa de Hogwarts que não aceita sangue-ruins.- Eu bati no braço de Draco pelo termo que ele usou.- Digo, nascidos-trouxa.

– E o que eles iriam fazer com os nascidos-trouxa? Existem um monte!- Disse Scorpius, arregalando os olhos e balançando os braços em representação de tamanho absurdo. Eu quase ri, mas me controlei.

– O que você acha que eles queriam?- Perguntou Draco, estreitando os olhos. Scorpius tremeu.

– Ok. Então Voldemort queria que todos os nascido-trouxa fossem aniquilados do mundo para que todos fossem sangue-puro, e ele tinha seguidores, que eram os Comensais da Morte, que deviam ser da Sonserina e acreditar no mesmo que ele. O senhor queria matar as pessoas que não eram totalmente bruxas?- Perguntou Scorpius.

– Ser nascido-trouxa não faz de você menos bruxo, só o faz abençoado. Quero dizer, eles foram escolhidos em um milhão de outros, para viver em um mundo maravilhoso como o nosso.- Eu disse. Draco revirou os olhos, claramente incomodado com o meu comentário.

– De qualquer forma, eu não queria matar ninguém, só queria que o mundo vivesse em paz. Por um bom tempo eu achei que ele estava certo, totalmente guiado pelo meu pai, que era obrigado á aceitar tudo o que o seu Mestre mandava, o que hoje em dia me enoja. Enfim.

– Então você simplesmente foi lá e quis ser um seguidor de Voldemort?

– Não. O vovô estava em maus leçóis e alguém precisava cuidar da família e representá-lo para o Lorde, então eu fui. Achei que eu estava fazendo a coisa certa, que era maravilhoso, mas acabei descobrindo que não, que era terrível.- Disse Draco, perdendo o foco dos olhos, provavelmente lembrando-se da época terrível.

– O que você precisa saber, querido, é que na verdade o seu pai não teve escolha. Por mais que pareça que ele escolheu aquilo, ele estava guiado pelos sentimentos que sentia pelo pai e a vontade de proteger a sua mãe. Você consegue entender isso?- Perguntei. Scorpius concordou com a cabeça.

– Porque o vovô se aliou á Voldemort se ele não queria isso?- Perguntou Scorpius.

– Antes de eu, sua mãe e Harry Potter nascermos, os tempos eram sombrios e o Lorde das Trevas tinha todo o poder. Ou alguém o seguia ou morria. Pessoas de sangue-puro e família famosa, como a nossa, deviam mostrar devoção á ele. Estavam todos guiados pelo medo, e de certa forma, papai achou que seria bom ter apenas sangue-puros.- Draco disse.

– Ele não gosta de pessoas nascido-trouxas, eu sei.- Scorpius suspirou. Eu concordei com a cabeça.

– Isso explica o porquê de ele quase nunca ter ido assistir os Jogos de Quadribol. Ir até lá e ver Gina Weasley é terrível, a sua família foi uma grande aliada dos trouxas na época da minha adolescencia.- Eu disse, impressionada pela compreensão de Scorpius.

– Doeu?- Scorpius perguntou, olhando para a marca. Parecia preocupado, uma ruginha apareceu entre as suas sobrancelhas. Draco fez uma careta.

– Lembrar que ela vai estar aqui para sempre dói mais do que fazê-la, pode acreditar.

– Você entendeu tudo, querido?- Perguntei. Scorpius balançou a cabeça.

– Não, mas eu não quero entender. Papai não matou ninguém, e mesmo que tivesse matado, ainda foi para proteger a família, não foi?- Perguntou Scorpius, erguendo uma sobrancelha. Draco corou.

– Sua avó estava sozinha...

– Ele nunca deixaria nada de ruim acontecer com a família.- Eu disse, sorrindo para o meu marido. Scorpius sorriu.

– Então está tudo bem.- Scorpius disse, dando pulinhos sentado. Balançou a cabeça.- Mamãe, o café da manhã está pronto? Estou morrendo de fome!

– Porque você não vai tomar banho enquanto eu preparo?- Perguntei. Ele saltou da cama indo em direção ao banheiro. Draco soltou um suspiro demorado.

– Foi melhor do que eu pensava.

– Ele é um bom menino.- Eu disse, dando um beijo na bochecha do meu marido.

– Fizemos um bom trabalho, não fizemos?- Perguntou, preocupado. Eu concordei com a cabeça.

– Com certeza. Aposto que nós acabamos de mudar a ideia dele de "meu pai é o melhor porque sempre tem atenção para mim, mesmo sendo alguém importante do ministério" para "meu pai é o melhor porque ele arriscou a própria vida, alegria e sanidade para ajudar o pai e salvar a mãe".- Eu disse e Draco sorriu, passando as mãos no cabelo.

Mais tarde, eu e Draco esclarecemos todas as outras dúvidas que Scorpius tinha sobre tudo, ele ouviu com atenção e fez milhares de perguntas. Também começou á se interessar por Hogwarts, e por incrível que pareça, pareceu muito empolgado com a história de toda a sua família ter vindo da Sonserina.

– Então quer dizer que eu tenho de ir para a Sonserina também?- Perguntou, animado. Eu neguei com a cabeça.

– Não é uma regra.- Não queria que ele crescesse com esse trauma.

– É uma regra sim! Seu avô vai morrer se você ousar ir para outra casa, e eu também por sinal.- Eu sabia que Draco estava falando sério, mesmo que o seu tom não fosse carrancudo. Scorpius gargalhou.

– Não quero que o vovô morra, muito menos o senhor! Alguém precisa estar nas arquibancadas quando eu for eleito o capitão do time de Quadribol, inclusive, o time vai ser a Sonserina.- Disse Scorpius, ainda sorrindo. Eu balancei a cabeça.

– Não se preocupe com isso agora, é muito novo.- Eu disse. Ele negou com a cabeça.

– Mamãe, eu nasci para ser um Sonserino!- Disse Scorpius, passando as mãos pelos próprios cabelos. Draco gargalhou e eu revirei os olhos.

– Filho de peixe é o que mesmo?- Perguntei, erguendo uma sobrancelha. Os dois riram.

(...)


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Notas finais do capítulo

A pergunta que não quer calar é: quem aqui já recomendou a fic á algum amigo, parente, inimigo e afins?