Uma escolha escrita por hollandttinson


Capítulo 32
Surpreendente.




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POV: ASTORIA.

Depois que aquilo com Pansy foi resolvido, eu tentei aprender á controlar o meu ciúme e tudo que envolve Draco. Eu não queria sufocá-lo e não queria magoá-lo, sabia que tinha feito muito isso essa semana com todo esse ciúmes. Pedi desculpas por isso e nós acabamos como sempre: na cama.

– Bem, pelo menos você tem alguém com quem discutir, não é? Eu estou sempre sozinha naquela casa.- Disse Thamyris. Ambas estamos de folga hoje e decidimos ficar aqui na praia, tomando um solzinho.

– Está sozinha porque quer! Um monte de cara daria qualquer coisa para estar com você, só que é esnobe demais para isso. E até mesmo o Blásio é louco para voltar com você.- Eu disse, virando a pagina da revista. Ela balançou a cabeça.

– Não mesmo. Ele só quer ter aquela boquinha de sexo regular e tudo mais. E é claro: Poder ficar com Cecília sempre que quiser, coisa que não acontece agora, é claro.- Ela deu de ombros.

– Hm... Sexo regular é uma boa, você iria gostar.- Ela deu um tapa no meu chapéu e eu ri.- E quanto á Cecília, você sabe que ele sempre fica com ela quando quer.

– Cale a boca, Astoria!- Ela disse, rindo. Mas eu tinha razão, Blásio estava sempre com Cecília.

– E vocês parecem casados, mesmo.

– Nós temos uma filha juntos, temos que ficar perto um do outro.- Ela sempre tentava justificar.

– Você gosta dele e não me engana nem um pouco.- Eu dei de ombros. Estiquei o pescoço para enxergar Cecília e Scorpius, que estavam brincando de fazer castelinhos de areia na beira da praia. Scorpius já tinha crescido bastante, afinal ele tem 2 anos agora. Cecília é apenas 1 ano e alguns meses mais velha que ele e o adora. Uma fofa essa menina.

– E de que isso adianta? Nós nunca daríamos certo. Brigamos sempre e ele não é do tipo que agüenta um relacionamento serio, ele não fica com uma garota de cada vez.- Eu parei olhar para a revista.

– Você sabe que está mentindo feio, não sabe?- perguntei.

Blásio não era uma pessoa nova, é claro. Mas ele tinha mudado tanto depois que a Cecília nasceu. Noitadas eram cada vez menos freqüentes e 80% do seu dinheiro ia para Cecília e Thamyris, que ganhava tantos presentes quanto se pode imaginar. E ele realmente se preocupava com elas duas. Quando que você ia esperar que Blásio Zabini se preocupasse com alguém? Isso só aconteceu com Draco depois de me conhecer e ficou mais forte com Scorpius. Blásio ia pelo mesmo barco. Homens são tão previsíveis!

– Certo. E o que você quer que eu faça?

– Quero que tome atitude! Não estou dizendo para ir lá e dizer á ele que o ama e que a sua vida é ele...

– Até porque seria mentira.- Ela me interrompeu. Revirei os olhos.

– Certo, mentira.- Dei de ombros.- Mas também não pode ficar sentada esperando ele vir falar porque não vai acontecer, conhece ele melhor do que eu e deveria saber disso.

– Eu tinha... Tinha pensado em convidá-lo para jantar lá em casa no próximo fim de semana. Eu, ele e Cecília quase nunca estamos todos juntos e acho que seria bom para ela. E para nós.- Ela sorriu tímida. Thamyris Davis sorrindo tímida? Esse mundo ta perdido.

– Ótima idéia. Se vocês forem se casar algum dia, por favor me avisem com muita antecedência para que eu possa comprar o vestido mais perfeito do mundo, perdendo apenas para o seu, e por favor, não convide Pansy Parkinson.- Eu disse, unindo as mãos em gesto de suplica. Ela deu risada.

– Nunca seria capaz de fazer isso com você.- Ela disse, dando tapinhas no meu joelho.

Ouvimos um barulho e Draco tinha desaparatado perto das crianças. Scorpius deu um gritinho feliz e bateu palmas, Cecília ficou pulando e gritando “titio chegou, titio chegou”. Eu e Thamyris demos risada. Draco colocou um Scorpius todo sujo de areia no braço e bagunçou os seus cabelos, depois colocou Cecília no outro braço e veio andando até nós.

– Boa tarde, queridas.- Ele disse, fazendo uma reverencia estranha. Scorpius batia as pernas de um lado para o outro, sorrindo.

– Cansado?- Perguntei, quando ele colocou Cecília no colo de Thamyris que começou á arrumar o vestidinho florido dela. Estava molhado na barra e cheio de areia. Thamyris balançou a cabeça.

– Nem um pouco, foi tudo muito calmo hoje.- Ele colocou Scorpius no meu colo e olhou para Thamyris.- Blásio ia vir comigo, mas ele achou melhor ir na joalheria antes. Não me disse nada sobre não falar para você, então eu acho que não é segredo. Talvez seja para Cecília, mas acho que é para você. Ele não compraria algo tão caro para uma criancinha. Com todo o respeito.- Ele disse á Ceci que não estava prestando atenção.

– Espero que essa não seja a tentativa falha dele de me comprar.- Thamyris deu de ombros, mas eu sabia que por dentro ela estava explodindo de alegria e revirei os olhos.

– Espero que seja algo bem bonito para você usar em algum jantar.- Eu disse, piscando para ela. Draco não perguntou nada e era isso o que eu mais gostava nele, ele sabia o seu lugar.

– Vocês não acham que está muito tarde para ficarem aqui fora? Daqui a pouco vão torrar!- Disse Draco, colocando as mãos nos bolsos e olhando para cima. De fato, estava muito quente e estávamos aqui á muito tempo.

– Na verdade, sim. Leve Scorpius para dentro e tente dar um banho nele, se ele deixar.- Eu disse, passando a mão no cabelo de Scorpius, estava cheio de areia. Scorpius fez uma careta e começou á se debater quando viu onde Draco o levaria e eu ri.

– Certo.- Thamyris se levantou com Cecília no colo e levou ela até a água, limpando a areia das perninhas magrelas da garota. Isso ela puxou de Thamyris, é claro.

Depois que voltaram, entramos em casa para trocarmos de roupa. Thamyris e Cecília tomaram banho e trocaram de roupa no quarto de hospedes enquanto eu ia para o meu quarto. Era tão relaxante tomar um banho de água fria depois de todo aquele calor. Quando voltei para a sala, me despedi da minha amiga e da minha afilhada. Scorpius não queria que Cecília fosse embora e chorou o diabo por um bom tempo até Draco ter a enorme idéia de ensinar ele á jogar xadrez de bruxo. Dormi toda a tentativa de partida.

– Ele é uma ótima criança.- Acordei com essa voz no meu ouvido. Eu estava na minha cama, de pijamas e com um homem forte, bonito e musculoso me abraçando.

– O quê?- Eu olhei ao redor, procurando o nosso relógio. Eram quase 2 horas da manhã.

– Scorpius é uma ótima criança. Obediente e aprende fácil, acho que logo, logo ele estará pronto para participar daquele campeonato infantil de xadrez bruxo. Podemos matricular ele em um quando ele for maior, se ele ainda quiser jogar. Ele pareceu muito interessado hoje.- Ele disse, parecia feliz por tudo isso. Eu sorri, balançando a cabeça.

– Isso é porque ele ainda não conhece o Quadribol, com quantos anos você vai deixar que ele aprenda?- Perguntei. Sabia que ele estava fazendo uma careta, depois suspirou.

– Espero que tarde. Eu quero que ele tenha desejos quando for para Hogwarts, entende? Que ele queira algo além de ter notas maravilhosas lá. O quadribol pode salvar tudo naquele lugar. Se ele entrar não sabendo tanta coisa, não vai ter tanta expectativa. É bom ser surpreendido, ele faz isso o tempo todo comigo. Tenho certeza que ele vai ser alguém surpreendente.- Draco estava orgulhoso, tudo isso beirava ao extremo na sua voz.

– Quem está cheio de expectativas agora?- Perguntei e ele riu pelo nariz.

– Não é disso que eu estou falando. Eu com certeza espero que ele seja mil vezes melhor do que eu, mas nada grandioso. Só quero que ele seja ele mesmo e possa ser feliz com isso. Como eu não fui quando tive a oportunidade.

– A vida tem várias outras oportunidades.- Eu disse e ele fez um barulho com a garganta em sinal de concordância.

– É e eu espero que ele não as aproveite só quando o peso do “tarde demais” já estiver beirando na sua garganta.

– Ele vai ser melhor que você.- Eu disse, abraçando os seus braços. Ele sorriu de novo.

– Com certeza.

– E não vai ser jogador profissional de xadrez, eu não gosto de xadrez. É um jogo para bárbaros.- Eu disse, fazendo uma careta. Draco riu com vontade.

– Certo, vou dizer isso á ele.

– Não diga agora, espere até ele tocar em uma vassoura de verdade.- Eu disse dando tapinhas no seu braço, o sono estava voltando e quando Draco bocejou, ele pareceu ter vindo com uma torrente.

Dormimos abraçados como sempre. Uma mãozinha apertava o meu rosto e balançava ele um pouco. Abri os olhos e outros olhos azuis muito claros me olhavam, ele estava feliz. Sorri.

– Bom dia, filho.- Eu disse. Draco ainda estava deitado na cama e sorria para nós. Scorpius se sentou bem na barriga de Draco e ficou me olhando.

– Budia.- Ele disse todo atrapalhado e eu sorri.

– O que ele está fazendo aqui?- Perguntei á Draco.

– Ele acordou á muito tempo, mas parece que não quer comer nada que eu faça, então eu mandei ele te acordar. Demorou um século até ele se dar conta que a vontade de comer era maior do que a vontade de ficar admirando a mamãezinha linda dele dormir. Eu não o culpo, você estava mesmo linda. Sonhos bons?- Draco perguntou. Eu sorri.

– Tenho sempre sonhos bons quando tenho certeza que estou ao seu lado e meu filho está seguro.- Ele sorriu. Olhei para Scorpius.- Está com fome?- Sua barriga roncou confirmando. Eu e Draco rimos, fazendo ele rir tímido.- O que quer comer?

– Boo.- Bolo?

– Bolo?- Draco perguntou fazendo uma careta.

– Isso vai demorar pra ficar pronto, filho.- Eu fiz uma careta. Scorpius fez muxoxo. Quando ele ficou tão manhoso? Ah é, é o filho do Draco Malfoy.

– Fazemos assim, você toma um café da manhã delicioso que a mamãe vai preparar para você e quando terminar, você ajuda ela á fazer seu bolinho e a gente come de tarde.- A idéia de Draco era maravilhosa, mas Scorpius fez uma careta.

– Ou icar ujinho.- Ele disse, passando a mão no rosto como se já pudesse sentir o grude da massa ali. Eu ri.

– Nós tomamos cuidado.- Me levantei da cama e ele veio saltitando.

Fiz ovos mexidos com bacon e suco de laranja porque era o mais fácil á fazer e Draco ama suco de laranja quase tanto quanto ama suco de abobora. Scorpius também, então achei que seria maravilhoso.

Scorpius não ficou sujinho quando terminamos de preparar o bolo, ele ficou imundo! E ainda sujou toda a cozinha, então enquanto eu tentava dar um banho nele, Draco tentava arrumar a cozinha com magia sem se sujar, coisa que não deu certo. Logo éramos os 3 tentando tirar aquela massa grudenta do corpo, Scorpius ria da gente enquanto nós reclamávamos.

– Eu espero que pelo menos esse bolo fique bom. Tem que valer á pena todo esse esforço!- Disse Draco, vestindo a camiseta de botões. Ele foi o ultimo á tomar banho. Scorpius estava brincando com a varinha de Draco e não prestava atenção.

– Nós temos o melhor filho do mundo, não temos?- Ele parecia um anjinho concentrado na varinha. Ele devia estar se divertindo muito. Draco revirou os olhos e deu de ombros.

– Ele é melhor quando não está tentando quebrar a minha varinha no meio.- Se agachou ao lado da cama, bem onde Scorpius estava sentado com a varinha na boca. Ele estendeu a mão a Scorpius olhos desconfiado para ela.- Anda, devolve.- Scorpius arregalou os olhos e saiu correndo. Eu ri enquanto Draco bufava.

– Scorpius, querido devolva a varinha ao seu papai.- Eu disse, me levantando e acompanhando Draco fora do quarto. Scorpius ria da agonia do pai.

– Por favor.- Draco apelou depois de quase 20 minutos correndo atrás de Scorpius. A gente já estava na areia agora e sabíamos que Scorpius tinha energia para correr o dia todo. Scorpius sorri e se aproximou de Draco, entregando a varinha. Draco olhou para mim, incrédulo.

– Palavrinhas mágicas.- Eu disse, dando de ombros. Draco colocou Scorpius no braço, sorrindo.

– É, faz magia mesmo.- Ele disse e depois de um beijinho na bochecha de Scorpius que sorriu e bateu palminhas. Enquanto voltávamos para casa, Draco deixou Scorpius ficar com a varinha dele mais um pouco e Scorpius ficou balançando ela de um lado para o outro. Ambos ficamos boquiabertos quando feixes verdes saíram da ponta da varinha.

– Foi ele quem fez?- perguntei, mesmo que eu tivesse visto com os meus próprios olhos. Draco concordou com a cabeça. Scorpius estava sorrindo e ficava balançando tentando fazer de novo, aconteceu mais uma vez e eu e Draco quase explodimos de alegria, afinal essa era a primeira demonstração de magia do nosso futuro estudante de Hogwarts. Eu até já podia vê-lo usando as vestes e andando por aí com seus amigos. Esse era o meu garoto.

– Eu disse que ele era surpreendente!- Draco disse, orgulhoso.

(...)


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Notas finais do capítulo

Não me matem!