Uma escolha escrita por hollandttinson


Capítulo 31
Inocence.


Notas iniciais do capítulo

Que demoraaaaaaaa :c



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POV: DRACO.

Sabia que os ataques de ciúmes de Astoria não tinham o menor cabimento, não para mim. Enquanto Astoria dormia, me lembrei daquele dia e o porquê de ter demorado tanto para chegar em casa. Sabia que devia ter contado á Astoria o que houve, mas aquilo ia desencadear mais momentos de ciúmes e apesar de ser um pouco fofo, não queria que Scorpius acordasse novamente.

O que aconteceu foi o seguinte: Eu estava pronto para ir para casa, estava exausto e louco para abraçar a minha esposa e meu filho, quando Pansy entrou na minha sala aos prantos e desesperada. Eu sei que não sou do tipo que ajuda as pessoas, mas não podia deixar meu escritório sozinho com alguém que eu não confio. Esperei até que ela se acalmasse para me explicar o que tinha acontecido, mas ao invés disso ela me beijou. Me lembro bem de ter tentado afastá-la de mim, mas não consegui porque ela segurava a barra da minha calça com força e ainda chorava. Repetiu milhares de vezes que me amava, disse que Astoria não merecia um marido como eu e disse que sabia que eu sentia falta das nossas noites de amor. Eu e Pansy nunca tivemos noites de amor, era tudo sexo. Só isso. Quis dizer isso olhando em seus olhos, mas ela me beijou de novo e eu estava contra o braço de um sofá, totalmente encurralado.

Quando finalmente consegui afastá-la de mim, estava com a camisa totalmente desabotoada e o cinto da calça estava perto de estar bem longe do meu corpo, e ela já estava quase nua(ela mesmo fez tudo isso sozinha, é claro). Mandei ela se arrumar e pedi explicações, ela começou á chorar de novo, pediu desculpas e disse que não sabia o que estava acontecendo com ela, pediu para que eu não a demitisse. É claro que eu não demitiria, nosso time teria um desfalque agora que a Potter estava saindo do time, precisávamos de gente nova. Mas eu cortei relações com ela e espero que tenha entendido o recado.

Astoria nunca entenderia isso.

Apesar disso, estava decidido á contar á ela, porque eu confiava nela e ela devia confiar em mim. E era melhor saber disso pela minha boca do que pela boca de outra pessoa. É a cara de Pansy Parkinson. E foi exatamente o que ela fez.

Com certeza aquele foi um dos dias mais difíceis no meu casamento. Quando cheguei á sala de estar, Astoria segurava um Scorpius aborrecido no colo, sentada no sofá com o olhar fixo na janela. Pensei que ela estava olhando para a paisagem, mas quando me aproximei percebi um envelope vermelho em cima do móvel.

– Bom dia, meu amor. Porque não me acordou? Oi, filho.- Eu disse quando Scorpius começou á empurrar Astoria para vir para o meu braço, ela não deixou e não me respondeu, fazendo meu coração perder algumas batidas.- O que tem lá fora que você tanto olha?

– Não tem você, pelo menos.- Ela disse. Sua voz parecia controlada, então eu percebi porque ela segurava Scorpius com tanta força.

Era sempre assim para nós dois: Se estivermos perto do descontrole, pegamos Scorpius para nos acalmar, ou para pelo menos ter força de vontade para tentar acalmar. Costuma funcionar.

– O quê?- Eu estava perguntando só por perguntar, sabia que aquele envelope tinha alguma coisa á ver com Pansy e sabia que Astoria estava prestes á me matar.

– Eu poderia ter pedir explicações, mas acho que eu não agüento mais tanta mentira.- Ela ainda não tinha tirado os olhos da janela e agora Scorpius também estava olhando para lá, provavelmente procurando um ponto de atenção.

– Do que você...?

– Você sabe muito bem do que eu estou falando, você sabe o que fez. Achou mesmo que eu não fosse descobrir? Eu te dei a oportunidade de dizer ontem á noite, mas não! Você preferiu mentir, não é mesmo? Talvez você goste muito de transar regularmente e não quis acabar com isso ontem.- Agora ela sorriu, eu odiava vê-la sorrindo desse jeito.

– Transar regularmente é uma boa.- Eu disse, tentando manter a minha voz calma. Ela fechou a cara, Scorpius olhou para mim confuso.

– Como você pôde? E chegar aqui com a maior cara lavada!- Ela virou o rosto contra mim. Eu peguei o envelope em cima da mesinha, lá dentro tinha mesmo uma carta, acompanhada de uma foto. Ela estava sobre mim e eu estava quase sem caminha, ela estava quase nua e eu estava envolvendo a sua cintura. Aquele foi o momento que eu a afastei de mim, mas é claro que a câmera não mostrou isso.

– É claro que você vai preferir acreditar em Pansy.

– Tem uma foto, seu animal!- Ela alteou a voz, levantando do sofá e levando Scorpius junto. Depois colocou ele sentado no sofá, ela não queria ter controle.

– Certo, me deixe corrigir: Você vai preferir acreditar em uma carta e em uma foto?

– Imagino o quanto você ficaria feliz! Acordar e encontrar um envelope na sua porta, abrir e dar de cara com a sua esposa agarrada com um outro homem. Com certeza você ficaria super feliz!- Ela estava sendo sarcástica de novo. Eu revirei os olhos. Ela tinha razão.- Mas não, né? A babaca aqui nunca nem pensou em trair você, esse tipo de coisa nunca iria acontecer. Meu Deus, como eu pude achar que você podia ser sincero. Essa não é a primeira vez que isso acontece...!

– E você já percebeu que Pansy está sempre envolvida? E percebeu que em todas as vezes você estava equivoca? Sinceramente, assim você me ofende!- Eu disse, pegando Scorpius antes que ele pegasse o envelope. Ele não precisava ver aquilo.- É a única coisa que ela quer, acabar com a nossa família.

– Não sei o que você pensa sobre isso, mas eu sei que ela está conseguindo.- Astoria não falou mais nada, deu as costas e foi para o nosso quarto. Deus sabe o quanto eu detesto quando ela faz isso. Respirei mais algumas vezes. Ela não ia me ouvir agora, mas também não ia me ouvir mais tarde.

– Quer saber o que eu penso? Eu vou dizer a você o que eu penso, Astoria. Você acha mesmo que eu ia estar casado com você e me encontrando com outra mulher, mulher essa que eu repudio? Acha mesmo que eu teria um filho com você e deixá-la sozinha cuidando dele? Que eu sou esse tipo de homem? Porque se Pansy confundiu a sua cabeça á essa altura, você tem razão: Ela conseguiu estragar o nosso casamento. Eu pensei que você fosse melhor do que isso que está me mostrando com esse ciúme idiota, acreditando em tudo o que falam, se deixando levar por qualquer coisa... Mas como você me disse ontem, a gente se decepciona com as pessoas.- Eu disse, colocando Scorpius sobre a nossa cama. Eu estava com fome e toda essa discussão estava acabando comigo, minha cabeça latejava.

Eu me sentei á mesa e tentei tomar um café tranqüilo, mas era impossível. Eu só queria estrangular Pansy, mas eu não podia também, não sei onde ela mora. Minha mão dava batidinhas na madeira da mesa. O que Astoria ia fazer? Será que ela ia arrumar todas as coisas e ir embora? Será que ela levaria Scorpius junto? A única coisa que eu tinha certeza era que ela não ia deixar barato isso, que não ia me perdoar. Ela tinha fotos comprometedoras. Que ódio da Pansy!

– Papai?- Scorpius estava de pé do lado da minha perna. Sua mãe tinha lhe dado banho e ele estava vestido com as cores do time da Inglaterra, o que me lembrou que hoje tinha um jogo importante, por isso eu estava de folga. Tinha prometido levar ele hoje em seu primeiro jogo. Balancei a cabeça. Como eu pude esquecer?

– Ah... Você já está pronto!- Eu disse, pegando ele e colocando no meu colo, ele estava sorrindo animado. Não tinha a menor noção do que estava acontecendo comigo e Astoria e eu lamentei por não poder ter a inocência dele.- Eu vou me trocar, está bem?- Ele concodou com a cabeça e deu um beijinho estalado na minha bochecha. Deixei ele sentado no chão e fui para o quarto.

Astoria estava usando uma camisa que eu lhe dei do time, ela amava aquela camisa mas eu não sabia que ela ia com a gente. Preferi não comentar nada. Tomei um banho rápido e quando saí, ela não estava mais lá. Na varanda, ela tentava tirar a areia da roupa de Scorpius, que parecia estar se divertindo com a agonia dela.

– Filho, por favor, não faz isso!- Ela pedia, segurando os braços dele enquanto ele dava risada. Eu revirei os olhos.

– Se você continuar fazendo birra, eu não vou poder levar você.- Ele deu de ombros, coisa que ele estava aprendendo á fazer ultimamente, já que repetia tudo o que as pessoas faziam e eu vivo dando de ombros. Astoria sorriu com o movimento porque seu cabelo caiu nos olhos, estava enorme.

– Alguém precisa cortar o cabelo.- Ela disse, jogando os cabelos dele para trás novamente, fazendo ele rir.

– Vamos.- Eu disse, segurando a mãozinha dele quando ele correu até mim. Fomos para a lancha, já que Scorpius não podia aparatar e Astoria detesta viajar de pó de flu.

Ele dava altas gargalhadas quando o vento batia no seu cabelo e bagunçava de novo. Olhava para a água e ria dos peixes assustados. Sempre foi muito difícil segurar Scorpius quando ele está assim, meio anestesiado. Astoria ria junto. Nem parecia que nós estávamos enfrentando um sério problema em nosso casamento. Saber fingir é um dom.

Quando chegamos na Arena tinha muita gente lá, afinal hoje era a despedida da Weasley, agora Potter. Muita gente segurava cartazes com o nome dela e tudo mais. Toda a família dela estava lá, dos dois lados. Scorpius batia palma para tudo o que via, estava no colo de Astoria e ela dava risada da animação dela. Vi seu sorriso murchar rápido e percebi o porquê. Pansy vinha de braços abertos e um sorriso mais aberto ainda em minha direção.

– Draco!- É claro que eu não deixei que ela me abraçasse, não porque Astoria estava aqui e não queria que ela ficasse mais brava e triste do que já está, mas porque eu estava com muita, muita raiva dela.

– Olá.- Dei de ombros e apertei um das suas mãos. Ela me olhou confusa. Qual era o problema dela? Astoria parecia se perguntar a mesma coisa, afinal, ela quem tinha mandado aquele envelope para Astoria! Talvez ela estivesse fingindo ou pensando que eu não sabia do envelope, porque eu e Astoria não parecíamos estar brigados como na Copa.- Onde está o resto do time?

– Estão... Lá atrás. E esse é o seu pequeno? Você é muito lindinho, lembra muito o seu pai.- Ela deu um sorriso gentil para Scorpius, que se escondeu atrás de Astoria, o que era muito estranho já que ele adora pessoas e é muito sociável. Crianças realmente conseguem ver além das pessoas.- Bem, Draco não era tímido.

– Ele não é tímido, só não gostou de você. Onde eu devo ir?- Astoria olhou para mim pela primeira vez. Sua sobrancelha estava erguida e era claro que ela detestava essa situação. Eu suspirei e ela revirou os olhos.

– Papai...- Scorpius ergueu as mãos para mim. Astoria suspirou.

– Certo, seu traidorzinho, fique com o seu pai.- Ela entregou Scorpius á mim, mas ele parecia triste olhando para ela virando as costas e indo para a arquibancada.

– Astoria! Não faz isso. Anda, fica aqui comigo, quando for a hora a gente vai. Juntos.- Eu pedi, mostrando Scorpius. Ela revirou os olhos e voltou.

Gina estava abraçando todo mundo que via, quando encontrei com ela, ela estava sorrindo.

– Malfoy! Está tudo tão lindo lá fora! Espero que nós ganhemos, isso é essencial para a minha despedida. E esse é o seu filho? Olá, pequeno Malfoy. Parece muito com você, Draco.- Scorpius não se escondeu em lugar algum, até ergueu as mãos para ela, como se quisesse que ela pegasse ele.

– Seu cabelo deve estar chamando a atenção dele. Crianças adoram cores!- Astoria parecia mais animada agora. Gina concordou com a cabeça.

– Sei bem como é. Meu cabelo parece ser alvo fácil na mão das crianças, vivem querendo pegar, não sei como ainda os tenho na cabeça!- Ela riu colocando as mãos sobre a cabeça. Eu revirei os olhos. Caleb estava vindo na nossa direção, ele sorria.

– Está todo mundo muito animado.- Ele disse e eu sorri.

Esse devia ser um dia perfeito, eu devia estar animado com tudo isso, afinal esse era o meu trabalho e esse era um dia importante, era a primeira jogadora que eu ia aposentar. Mas é claro que eu não estava animado, Astoria não estava segurando a minha mão e estava bem longe disso. Pansy me dava sorrisos estranhos e eu só queria que ela morresse.

Eu não sabia o nome do locutor do jogo e eu não estava nada interessado em saber. Quando nos sentamos, Scorpius ficou no meu colo e batia palmas para tudo que via.

– Ai, mas ele é lindo!- Disse a Granger, eu fingi que não ouvi porque sabia que ela estava falando com Astoria. Scorpius virou o rosto para a voz e seu olhinhos brilharam. Virei o rosto para saber o porquê: Era o cabelo da filha dela. Era de um laranja vivo e tinha uns cachinhos. Hermione sorriu para o meu filho quando ele ergueu a mão para a menina, que se escondeu atrás do cabelo dela.- Você é lindo! Parabéns.

Tinham muitas crianças ali. Hermione estava com uma menina, mas o seu marido estava com um menino quase recém-nascido. Potter estava ali também, mas ele estava com 3 crianças. Thamyris e Blásio estavam ali, Dafne também. Cecília e Liam corriam de um lado para o outro, um dos filhos do Potter parecia animado e de repente começou á correr junto. Ninguém pareceu se preocupar em fazer eles pararem, pelo menos estavam animando aquele lugar. Scorpius continuava batendo palmas e elas aumentaram quando Liam caiu, Scorpius, Cecilia e o Potter deram risada mas Liam fechou a cara e foi ficar perto de Dafne que revirou os olhos e disse algo como “eu te avisei”. Depois o jogo começou.

É claro que nós ganhamos, mas essa foi a única parte em que eu prestei atenção, porque todos começaram á gritar e pular e Scorpius começou á ficar muito agitado no meu colo, mais do que já estava antes. Astoria tirou ele do meu colo e levou ele para mais perto, para poder ver melhor e ele pareceu ainda mais feliz, e eu parecia á cada momento mais arruinado, mais jogado na lama. Sabia que quando voltássemos para casa Astoria me ignoraria, ou pegaria as suas coisas e ia para outro lugar, provavelmente a casa de Thamyris. Eu não estava preparado para isso e Scorpius também não.

– Você devia estar feliz, sabe? Ou será que já está pensando no desfalque do time sem a Weasley, ou Potter?- Perguntou Blásio, se sentando onde Astoria estava antes. Eu revirei os olhos.

– É claro que estou triste por isso, ela é uma das melhores não é? Mas não.- Eu disse, dando de ombros e cruzando os braços. Blásio balançou a cabeça.

– Pansy parece extraordinariamente feliz, Thamyris acha que isso é preocupante.- Blásio estava analisando o meu rosto e eu sabia que ele já tinha uma teoria.- O que ela fez?

– Nasceu.- Blásio riu pelo nariz, ele sabia que eu não ia falar nada, mas pelo menos agora sabia que ela tinha feito algo.

– Acho que ele está com fome.- Disse Astoria, se aproximando com Scorpius que parecia estar com mais sono do que fome, mas estava chorando.- Oi, Blásio!

– Olá. Bem, eu estou indo. Tchau, Scorpius. Tchau Astoria e Draco.- Ele acenou.

– Eu preciso ver Weasley antes de ir.- Eu disse, enquanto nós saíamos do cômodo. Ela deu de ombros. Ela já estava me ignorando. Scorpius não tinha parado de chorar então ela me entregou ele, eu sempre faço ele parar de chorar e funcionou mesmo.

Gina estava rodeada de pessoas, me veio falar comigo. Agradeceu por uma centena de coisas que eu não prestei atenção e se despediu. Iam fazer uma festa de despedida para ela, me perguntou se nós não queríamos ir, mas eu não estava animado e Astoria não iria deixar Scorpius sozinho de noite, então nós fomos para casa.

Assim que desliguei a lancha, Astoria saiu e colocou Scorpius na areia, tirando os sapatos dele e os dela.

– Vai tomar banho agora? A água deve estar fria.- Eu disse, mas ela deu de ombros, deixando Scorpius só de frauda.

– Está fazendo muito calor, ele precisa ficar um pouco nessa água. Ele nunca toma banho de mar. De que adianta morar numa cara na praia se você não toma banho?- Perguntou, tirando a própria blusa e a calça. Sua lingerie era preta, a lua estava reluzindo seu corpo e ela estava apelativamente sexy e com certeza sabia disso. Balancei a cabeça.

– Pensei que ele estivesse com fome.

– Eu só queria ir embora daquela alegria toda, pessoas alegres demais são irritantes quando você só quer soltar uma bomba num lugar fechado e matar todo mundo.- Ela disse, colocando Scorpius no colo e andando até a beira da praia. Eu fui atrás. Ela se ajoelhou e colocou Scorpius sentado, molhando ele com um pouquinho da água. Ele deu risada e depois fez uma careta quando a água bateu na sua boca.- É salgado?

– Sadado.- Ele confirmou, balançando a cabeça. Os cabelos meio úmidos dele caíram nos seus olhos e ele afastou com as mãozinhas gordas.

– É, você precisa mesmo cortar o cabelo.- Eu disse, e ele balançou a cabeça de novo, rindo quando o cabelo caiu nos olhos.

– Você quer ir mais fundo? Ir para lá?- Astoria apontou para o resto da água e ele bateu palmas. Ela olhou para mim.- Você vai entrar na água vestido?

– Eu... Não ia entrar.

– E porque não? É o primeiro banho de mar noturno do nosso filho. O primeiro banho de mar de verdade.- Ela disse, levantando com ele no colo. Eu dei de ombros, ela tinha razão. Nós NUNCA deixamos ele ficar na areia, morremos de medo de ele correr para a água e se afogar, não ia ser nada, nada divertido. Eu comecei á tirar a roupa e Scorpius estendeu a mão para mim.

– Calma, eu já vou.- Eu disse, jogando a roupa de lado e segurando a mão dele, Astoria segurou a outra e nós guiamos ele á andar pela areia molhada até dentro da água. Ele gargalhou quando a água chegou na altura da sua barriga e as ondinhas batiam ali. Eu gargalhei junto. Era tão inocente.

– Você gosta não é? Gosta de ficar aqui com a mamãe e o papai, não é?- Astoria perguntou, se abaixando na água. Dava para ficar sentado na areia e ainda tinha muito do meu corpo descoberto. Scorpius começou a jogar água e gargalhar.

Ele estava lindo, lindo mesmo. Seu cabelo estava grudado na testa e sua pele muito branca parecia bem angelical. Ele sorria o tempo todo e ficava jogando água na gente e parecia tão feliz, totalmente oposto á minha situação com a sua mãe. Ele me deixava em paz, eu me sentia bem, calmo quando tinha ele por perto, assim sorrindo. Quase dava pra esquecer de todo o resto.

– Podia ser assim pra sempre.- Eu falei meio que sem querer, eu estava só pensando alto, mas Astoria ouviu.

– Seria assim, se você não tivesse...

– Não comece. Não estrague a paz do momento.- Eu pedi, segurando Scorpius quando ele começou á deitar. Segurei suas costas e fiz ele boiar na água. Ele pareceu feliz, calmo. Até fechou os olhinhos. Astoria olhou para o céu e eu a acompanhei. Um sorriso apareceu nos meus lábios quando eu vi a constelação de escorpião. Astoria pareceu pensar a mesma coisa.

– Quando eu escolhi esse nome para ele, eu estava querendo dar adeus é tudo o que tinha no passado, e queria que fosse algo para me lembrar, algo para me dar paz, apesar de ser estranho.

– Quando eu aceitei, eu estava concordando.- Eu suspirei. Ela precisava entender o que eu estava dizendo.- Pansy foi alguém do meu passado que eu agradeci por deixá-lo lá, porque você insiste em trazer ela de volta sempre que tem a oportunidade? Com Scorpius aqui, eu não vejo necessidade de lembrar dessas coisas. Só quero olhar para ele e agradecer por ele estar nas nossas vidas, por você tê-lo me dado ele. Pansy não se encaixa em nada disso, em nada que me traga alegria, em nada que me faça bem, que me deixe em paz.

– Eu sei.- Ela suspirou. Eu olhei para ela e ela ainda estava olhando para o céu. Scorpius se mexeu e eu coloquei ele em pé. Foi andando devagar até o colo da mãe, agora ele estava com sono.

– Então porque...

– Tenho medo de quando eu vou começar á fazer parte do seu passado também. Tenho medo do que vem depois.

– Nada vem depois. Nada vai vir depois de você.- Eu não estava entendendo nada do que ela estava falando. Ela balançou a cabeça e olhou para Scorpius.

– Se não o tivéssemos, será que as coisas seriam como são?

– Mas nós o temos, pra quê ficar pensando em probabilidades? Sabe qual é o seu problema? É exatamente esse! Você quer enxergar as coisas além do que elas são, mas elas são só isso, Astoria. Ou tudo isso. Será que não basta ficar comigo pelo resto da sua vida e ter o filho mais incrível do mundo?- Perguntei. Ela sorriu, dando um beijinho na testa de Scorpius que fechou os olhos de novo. Ela olhou para mim.

– Basta. Claro que basta.

– Então...?

– Então eu acho melhor você ficar bem longe daquela putinha porque eu não sei o que eu vou fazer se olhar para ela novamente. E por favor, veja se tranca a porta do seu escritório e não fica sozinho por ultimo. Não quero ela te atacando de novo...

– Como você sabe?- Perguntei, me levantando com ela. Astoria balançou a cabeça.

– Blásio Zabini, querido, Blásio Zabini.

– Santo Blásio!- Ergui as mãos para o céu com um sorriso. Precisava fazer algo por Blásio, não podia ficar na divida.

– Eu falei serio sobre a putinha, Draco.

– Eu sei.- Eu disse, segurando a cintura dela antes que ela abrisse a porta. Scorpius abriu os olhos e eu podia ver ele daqui onde eu estava.- Eu amo vocês.- Os dois sorriram.

– Anda, filho. Diga que ama o seu pai. Diga “eu te amo, papai”.- Disse Astoria, sorrindo para Scorpius que concordou com a cabeça.

– Eu te amo, papai.- Ele estava morrendo de sono e eu ri.

(...)


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