Uma escolha escrita por hollandttinson


Capítulo 24
Confiança.


Notas iniciais do capítulo

Cheguei. Vamos de Drastoria agora.



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POV: ASTORIA.

Draco dormia profundamente ao meu lado. Sua respiração grudada no meu colo. Estava tão acostumada á ver Draco dormir como um anjo, vê-lo com a expressão preocupada e triste acabou comigo... Vinha acabando comigo todo esse tempo, quando eu acordava um pouco mais cedo só para vê-lo dormir no quarto ao lado. Ele estava sempre preocupado demais, quieto demais, agarrado com o meu travesseiro. Eu achava engraçado e romântico, eu não podia acreditar que neguei á ele a oportunidade de dormir comigo e com o nosso filho quando ele existia. Lembrar disso trazia toda a culpa á tona.

Eu sabia que não devia sentir culpa por tê-lo perdido, mas não conseguia. Eu podia ter poupado isso... Se Draco soubesse da existência de nosso filho, ele cuidaria da gente, ele nos vigiaria e assim, não teria a menor possibilidade de eu perdê-lo. Suspirei. Eu devia mesmo ter contado á Draco que nosso filho existia.

Mas não posso ficar lamentando agora, posso? Eu tenho que seguir em frente, outros filhos virão... Apesar da dúvida dos médicos, eu tenho certeza de que sou plenamente capaz de gerar um filho saudável. Como eu prometi á ele antes de ele cair no sono... Eu ouvi todas as palavras que ele e o médico disseram e senti a dor de sua culpa nas palavras. Ele não era o culpado de nada e eu já o tinha perdoado á muito, era só meu orgulho falando mais alto.

– Astoria... Pensei que estivesse dormindo... Parece que o Draco está mais relaxado.- Disse a Sra. Malfoy entrando no quarto. Ela sussurrava e andava na ponta dos pés para não acordar o filho que pareceu se agitar um pouco. Eu tive medo que ele caísse da cama, então segurei-o com mais força. Ele pareceu relaxar depois de um tempo e Narcisa sorriu.

– Ele merece um pouco disso, não é? Ele não teve muita calma nos últimos tempos. Com nós dois brigados, o aborto... É coisa demais pra ele.- Eu disse, suspirando. Narcisa fechou a cara para mim e cruzou os braços.

– Eu pensei que quando Draco casasse, ele deixaria de ser um pouco mimado. Eu admito que sempre o mimei muito e Lúcia estava sempre certo quando me dizia que eu devia ser um pouco menos mamãe coruja, mas eu não me importava na época... Isso não vem ao caso, o que eu quero dizer é: você não pode achar que ele é criança. Não foram tempos difíceis só para ele.- Disse ela ainda de cara fechada. Eu revirei os olhos.

– Mas eu não passei por tantos momentos difíceis quanto ele.- Eu disse. Os ombros dela cederam e ela suspirou, se sentando em uma cadeira maltrapilha.

– Você tem razão... Como está se sentindo?

– Eu estou melhor do que ontem. Bem mais relaxada e calma também... Ainda não me acostumei com a ideia de não tê-lo aqui... Mas eu sei que vou me recuperar. Eu preciso me recuperar. Não dá pra viver sempre disso, não é? Eu e Draco somos jovens o suficiente e vamos ter um filho ou filha muito saudável no futuro. Eu não estou com pressa.- Eu disse a minha sogra sorriu abertamente.

– Muito bem, Astoria. É esse o espírito que eu quero sempre ver em você, querida. Eu sei que você é forte, disse isso ao Draco.- Ela disse, sorrindo.

– Eu não vejo a hora de sair daqui.- Eu disse.

– Ah, mas você vai ter que esperar, Sra. Malfoy.- Disse Thamyris entrando no quarto com um sorriso.- Trouxe o seu café da manhã... Acho que vai ter de dividir com o Draco, á menos que ele queira comprar um para ele.

– Eu não estou com fome.- Draco disse acordando e coçando os olhos. Depois ele abraçou a minha cintura com força e ficou ali. Ele não olhou para cima, ele não olhou para mim, mas eu sabia que estava sorrindo para Thamyris que revirou os olhos.

– Ótimo, assim Astoria pode comer... Mas ela não pode comer se você ficar assim agarrado nela, será que dava pra você se afastar um pouco, sabe? Pra ela comer?- Perguntou Thamyris, cutucando a perna de Draco com uma das mãos vazias. Draco negou com a cabeça e me apertou mais forte. Eu sorri.

– Deixa ele aqui, depois eu vou comer, prometo.- Eu disse e Thamyris fez uma cara preocupada.

– Astoria, você perdeu muito sangue, precisa de fibra e todo esse tipo de coisa.- Ela disse e eu revirei os olhos.

– Eu não vou comer agora, quando eu sentir fome, eu como. Juro mesmo.- Ela suspirou e colocou a bandeja de comida do lado da minha cama.

– Eu queria poder ficar aqui com vocês, mas eu preciso ir. Meu plantão só acaba ás 14:00hrs e depois eu tenho que ir na imobiliária... Eu vou comprar aquele apartamento que eu te falei... Eu tinha marcado de ir lá hoje... Mas eu juro que quando acabar, eu venho aqui e fico a noite toda com você!- Disse Thamyris sorrindo convincente. Eu revirei os olhos.

– Vá pra casa, compre seu apartamento e durma. Você está grávida, não pode ficar se esforçando tanto. Amanhã se manhã você vem.- Eu disse sorrindo porque sabia que amanhã era seu dia de folga. Ela fez uma careta.

– E se você não estiver mais aqui amanhã?- Perguntou.

– Então você vai até lá em casa, com certeza ela vai estar lá.- Disse Draco. Thamyris suspirou depois balançou a cabeça.

– Srta. Davis, o Dr. Oliver está chamando na recepção.- Alguma voz invisível falou. Thamyris revirou os olhos e tirou do bolso do jaleco um microfonezinho cinza.

– Eu já estou indo, Sra. Newton. Será que a pessoa não pode ter um segundo de paz?- Ela apertou em algum lugar o microfone e bufou olhando para a gente.- Eu estou indo agora. Quando eu tiver mais alguns segundos de folga eu volto.

– Não se apresse, talvez eles te liberem mais cedo.- Disse Narcisa sorrindo. Thamyris sorriu balançando a cabeça, acenou e se foi.- É um doce a sua amiga... Conversei muito com ela na madrugada.

– A senhora ficou aqui a noite toda?- Eu perguntei arregalando os olhos. Ela deu de ombros.

– O que mais podia fazer? Estava preocupada com você e o seu médico é muito ocupado, só consegui falar com ele depois das 3 da manhã, acredita?- Perguntou Narcisa balançando a cabeça.- De qualquer jeito, eu combinei com a Srta. Davis de ir embora com ela.- Disse Narcisa, cruzando os braços serena.

– Você vai com ela escolher o apartamento?- perguntou Draco. Narcisa concordou com a cabeça.

– Sim. E depois eu vou pra casa... Vou dormir um pouco e volto quando acordar.- Disse ela, colocando a mão no meu braço como se estivesse prometendo isso. Eu revirei os olhos.

– Eu estou bem, sério.

– Sei que está, mas eu tenho certeza que Draco não deixará você ficar sozinha, também uma oportunidade de ele ir em casa, tomar banho, dormir um pouco.- Disse Narcisa olhando para Draco que balançou a cabeça. Então ele se sentou na cama ao meu lado e cruzou os braços, fechando a cara. Estava mais pálido que o comum, provavelmente com fome.

– Eu estou bastante relaxado, já dormi o suficiente, não precisa se preocupar quanto á isso.- Ele disse.

– E o banho?- Perguntei e ele olhou pra mim. Bufou.

– Eu não vou sair de perto de você.

– São só alguns minutos. Você vai pra casa, toma banho e volta... Pode aproveitar e trazer uma roupa pra mim também, pra eu não ficar com essa roupa ridícula de hospital.- Eu apontei para a roupa. Ele revirou os olhos.

– Certo, mas só quando mamãe voltar.- Ele disse.

– Draco, eu não tenho hora certa para voltar... Talvez eu mande seu pai no meu lugar...- Ela fez uma careta esperando a recusa de Draco, eu também estava preparada pra ela, mas ele deu de ombros.

– Quando ele chegar, ou a senhora chegar, ou até mesmo Thamyris, eu vou, certo?- Ele disse.

– Certo. Mas eu estou aqui agora, vá comer alguma coisa. Eu fico com Astoria, ela vai comer também.- Disse Narcisa, levantando e indo até a cômoda onde estava posicionada a bandeja com meu café da manhã. Ela sorriu e Draco concordou com a cabeça.

– Eu já voltou. Eu amo você.- Ele disse, levantando e me dando um selinho. Eu sorri. Ele não era do tipo que se declarava ou me beijava em público, isso fez meu coração acelerar. Eu vi o sorriso no rosto da Sra. Malfoy quando confirmei meu amor por ele e ele foi buscar sua comida.

– Sabe, Astoria... Eu nunca imaginei que Draco fosse encontrar alguém tão... Você.

– O que quer dizer com isso?- Perguntei enquanto ela abria a embalagem do suco de abóbora que era totalmente industrializado. Ela fez uma careta e colocou o copo de papel e o canudo na bandeja enquanto eu tirava os talheres de um saco plástico.

– Draco sempre foi muito reservado, sabe? Desde criança, muito seletivo com as pessoas com quem andava e quando ele se aproximou de Blásio Zabini e Pansy Parkinson eu pensei que talvez houvesse alguma esperança além de Goyle e Crabbe.- Ela disse e eu fiz uma careta. Pansy Parkinson.

– Ele também era chegado á Dafne e Theodore Nott.- Eu disse. Narcisa fez outra careta.

– É, mas o Nott não era como Crabbe, Goyle e Zabini, e Dafne não é como você.

– Mas Pansy e Draco tiveram um caso no 6ª ano.- Eu disse, comendo um pouco mais da sopa de ervilha que estava horrível.

– Pansy nunca foi a pessoa certa para Draco, em hipótese alguma. Uma ótima família, é claro... Mas ela sempre foi forçada demais, atirada demais... Quando começaram á namorar... Eu sabia que não ia durar. Draco não gostava dela o suficiente, era a mesma coisa que namorar uma porta ou o espelho. De qualquer jeito, eles não durariam... Mas ele nunca se envolveu com mais ninguém depois disso, e eu estava com medo... Quando arranjamos o casamento de vocês, eu esperava que ele me perdoasse caso o casamento não desse certo...

– Eu estava empenhada em fazer não dar certo, admito.- Eu disse. Ela sorriu amarelo.

– Mas deu. Deu mais do que eu esperava. Uma semana depois vocês eram amigos e quando eu vi a forma que se tratavam, eu sabia que não podíamos ter feito coisa melhor. Vocês eram perfeitos um para o outro e eu sei que se amam muito. Astoria, você fez Draco encontrar uma parte dele que até eu, que sou sua mãe, pensei que não existia mais.- Disse Narcisa.

– E qual seria essa parte?- Perguntei bebendo um pouco do suco porque minha garganta estava começando á travar. Ela sorriu.

– Ele mesmo. Ele de verdade, aquele Draco que nem ele sabia que existia, e que provavelmente você pensou que não existia quando o conheceu, o Draco que ama de verdade.- Disse Narcisa. Eu sorri.

– Na verdade, Sra. Malfoy... Na primeira vez que me encontrei com ele, sozinhos... Ele sorriu e eu soube, ele era capaz de amar tanto quanto qualquer outro humano. Ele não precisa de muita coisa pra isso, apenas um sorriso. Eu o amei naquele momento, só não sabia disso... E eu sei, ele me amou também.

– Provavelmente.- Ela sorriu abertamente.- Mas não é isso que eu quero dizer... Eu queria te pedir para que não deixe que pessoas como Pansy Parkinson afaste vocês dois de novo. Vocês se amam e são um só, não deixa partir e virar pó...

– Pode deixar comigo, Sra. Malfoy. Pansy Parkinson nunca mais me fará ficar longe de Draco, nunca mais.- Eu disse e ela sorriu depois suspirou aliviada.

– Obrigada. Acho que você pode terminar de comer em paz agora.- Ela disse.

– Existe algum motivo para a senhora estar falando isso?- Perguntei. Ela balançou a cabeça.

– Eu fui até a casa de vocês nessa madrugada e eu vi uma carta dela lá, tinha acabado de chegar... Uma cínica essa Pansy Parkinson... Ela convidava Draco para uma social.- Disse Narcisa. Eu crispei os lábios. Mais uma.

– Ela mandou várias nesse tempo em que eu e ele brigamos, eu mandei todas de volta. Eu acho que ela esperava que o fato de nós termos brigados tenha feito dele livre. Ela é uma vadia! Depois eu acabei descobrindo que ela começou á abordá-lo no Ministério... Soube disso por uma amiga que me prometeu ficar de olho nele... Mas ela me disse que o Draco sempre mandava ela ir embora.- Eu sorri vitoriosa. Ela sorriu de leve para mim.

– Isso é bom... Mas eu também queria te pedir que... Você não duvidasse mais dele.- Eu mordi o lábio inferior.

– Eu sou... Sou muito insegura, Sra. Malfoy. Desculpa não poder prometer isso á senhora.- Eu disse, bebendo um pouco mais.

– Não precisa ser insegura, você está casada com Draco Malfoy. Draco pode ter muito defeitos, mas ele é leal, Astoria.- Disse Narcisa me olhando profundamente. Eu suspirei e concordei com a cabeça.

– Eu vou tentar confiar nele.

– Não há motivo para não fazê-lo.- Ela disse, crispando os lábios. Eu sorri e concordei com a cabeça.

– Amor, eu trouxe torradas para você.- Disse Draco entrando no quarto, ele sorria e parecia bem mais saudável, segurava um saco com torradas que parecia deliciosas. Eu sorri.

– Glória! Essa comida é terrível, você não tem noção! Como alguém pode ser saudável com isso?- Perguntei fazendo careta para o prato de sopa. Ele sorriu e revirou os olhos me entregando o pacote.

– Mãe, a Thamyris mandou dizer que conseguiu ser liberada mais cedo. Vai sair antes do meio dia.- Ele disse, se sentando na cama e sorrindo para Narcisa que suspirou aliviada. Eu ofereci torradas á eles e Draco comeu um pouco da torrada.

Antes do meio dia Narcisa e Thamyris já tinham ido e eu e Draco estávamos deitados, ele fazia cafuné em mim e eu agradecia por ter um marido tão bom.

Narcisa tinha razão... Não havia motivos para desconfiar de Draco, ele era meu. Meu marido, meu homem, meu companheiro... Como ele sempre disse. Para sempre.

(...)


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Notas finais do capítulo

Awn.



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