POV: DRACO.

Já passava das 10 da manhã quando eu acordei sentindo falta dos braços quentes de Astoria no meu peito. Era um dia de folga pra mim, mas isso não significava que ela podia ficar em casa comigo, bem que Dafne podia dar um crédito... Eu duvidava que Dafne fosse demitir Astoria, mas Astoria parece ter um apelo especial pela honestidade, e sim, essa criatura era Sonserina. Balancei a cabeça sorrindo. Astoria parecia qualquer coisa, menos Sonserina. Será que ela meio que obrigou o Chapéu Seletor á colocar ela lá tipo "olha aqui, seu chapéu velho e chato, se você não me colocar na Sonserina, eu te queimo vivo, entendeu?", essa seria uma atitude totalmente Sonserina.

O sistema de jornal chegava até aqui e na primeira página eles estavam anunciando a Copa de Quadribol. Tinha uma foto minha assinando os contratos e apertando a mão dos outros Chefes da Liga, o Ministro estava ao meu lado, sorrindo e apertando a minha mão na terceira foto. Sorri para aquilo, eu nunca imaginei que depois de tudo o que aconteceu, de tudo o que eu fiz, poderia ser considerado alguém de confiança pelo Ministro e tudo mais, estava orgulhoso de mim mesmo.

Astoria é a melhor esposa do mundo, eu pensei sorrindo quando encontrei o meu café da manhã pronto na mesa com bilhete dela dizendo que me amava. O bacon e o suco de abóbora estavam incríveis, ainda tinham uns biscoitinhos que ela aprendeu á fazer com mamãe, estavam maravilhosos! Astoria era uma cozinheira de mão cheia, ela só era um pouco preguiçosa, mas eu não ligo muito pra isso. Somos só eu e ela aqui, não precisamos de um banquete. Mas uma empregada bem que viria á calhar, pensei olhando para toda a sujeira que estava começando á acumular na sala de estar por motivos de: maresia e areia. Talvez ter vindo morar na praia não tenha sido a melhor opção.

Tomar café da manhã sozinho depois de estar acostumado com a presença diária de Astoria não foi nada fácil para mim, senti falta de sua gargalhada e dos seus resmungos. Principalmente de quando ela me dava um beijo e desejava que tudo fosse bem no trabalho e eu só esperava que ela se cansasse logo da loja e voltasse para casa, ela sempre reclamava comigo por isso e nós acabávamos rindo e indo ao trabalho felizes. Estar com Astoria me fazia feliz demais, desde o primeiro dia em que decidimos que queríamos ter uma relação saudável. Ninguém esperava que nós fôssemos nos apaixonar... Meu Deus, como isso tudo soa patético.

Tomei um banho demorado sem saber muito bem o que ia ficar fazendo o dia todo. Ler? Eu já tinha lido todos os livros que eu tinha em casa e o jornal também. Cozinhar? Cozinhar só pra mim parece bastante chato e sem sentido e uma perda de tempo... Se bem que eu quero que o tempo passe, mas não ia passar do jeito que eu queria. Decidi ir ao Beco Diagonal e comprar mais livros.

– O Senhor vai montar uma biblioteca?- A gerente da livraria perguntou quando eu cheguei com mais ou menos uns 10 livros. Eu olhei para ela com a sobrancelha erguida, tenho certeza que a minha vida não é da conta dela. Ela deu de ombros e empacotou os livros.

– Draco?- Me virei para ver quem me chamava. Era Thamyris, ela sorriu para mim e se aproximou, me dando um abraço meio estranho porque eu segurava uma sacola bem grande.- Vai para casa? Me deixe te ajudar.

– Obrigado. Na verdade, eu estava pensando em ficar na praça, ler algum desses livros e esperar Astoria sair da loja pra buscar ela.- Eu disse, ela sorriu para mim.

– Um bom plano, mas eu acho que a Astoria não vai sair muito cedo da loja hoje. Eu acabei de ir lá, precisava comprar uma jóia para dar de presente e ela parecia bastante ocupada. Dafne não esteve hoje, parece que o garoto está doente e o Caleb teve treino.- Disse Thamyris, dando de ombros. Suspirei.

– Bom, uma hora ela vai ter que sair.- Eu disse, dando de ombros. Ela concordou com a cabeça.

– Ainda acho que você devia ler algum livro em casa, na calma daquele marzão.- Disse Thamyris, sorrindo. Ela tinha ido lá em casa só 1 vez desde que nos mudamos, ela anda muito ocupada ultimamente para ir lá, ela trabalha no s.t mungs então...

– Mas o que você está fazendo aqui? Não devia estar trabalhando?- Perguntei e ela sorriu de novo. Ela fazia muito isso.

– Hoje é meu dia de folga também, alguma hora eu devia ter um não é? Tirei o dia para fazer compras, mas não é tão fácil assim... Enfim, eu comprei umas coisas e agora estou sem nada para fazer.- Ela disse. Eu sorri.

– Bem vinda ao clube.- Eu disse. Ela concordou com a cabeça.

– Mas você vai voltar pra casa? Porque eu podia ir com você e esperar Asty também... Ou fazer qualquer coisa lá. O almoço a janta, eu só não posso ficar parada.- Ela disse, fazendo uma careta.

– E o Blásio?- perguntei, me lembrando da proximidade dos dois no dia do meu casamento. Ela fechou a cara.

– Ah, o Zabini anda altamente preocupado em ser um babaca.

– Eu pensei que você estavam bem.- Eu comentei, começando á andar para a praça, eu estava mesmo empatando as outras pessoas de andarem pelo Beco. Ela concordou com a cabeça.

– Estávamos. Mas ele não se conforma com o fato de eu estar trabalhando, ele acha que esse é só um motivo que eu tenho para me mostrar para os outros caras, o que é ridículo porque eu e ele nem somos namorados nem nada.- Ela disse deixando a voz morrer no final. Eu revirei os olhos.

– Uma coisa que você vai ter que aprender sobre nós, homens Sonserinos: nós gostamos da posse. Mas por aí, você já parou para pensar que talvez o Blásio ache que você não precisa de um pedido pra ser chamada de namorada dele?- Perguntei me lembrando do fato de Blásio espalhar para todo mundo que Thamyris era namorada dele e que ninguém podia chegar perto dela.

– A culpa não é minha se ele é um babaca, é? Eu tenho certeza que não. Em que mundo ele vive para achar que pode chamar alguém de namorada sem pedir em namoro? Ele fez isso não fez? Ah, mas eu vou pegar ele e...

– Opa, opa, opa! Eu não disse isso! Eu só estou dizendo que o Blásio pode ser mais complexo do que você imagina e eu acho que ele gosta de você... Se você contar pra alguém que eu estou servindo de conselheiro amoroso, eu minto até a morte!- Eu disse, olhando para ela. Ela arregalou os olhos e sorriu.

– Relaxe, eu não pretendia, mesmo. Bom, eu não assinei nenhum contrato que dizia que eu tenho que aceitar tudo o que Blásio Zabini diz, assinei?

– Bom,você gosta dele... Devia estar lutando para ficar com ele e não levando ele para mais longe.- Eu disse, me sentando num banco de cimento e colocando os livros de lado. Ela suspirou e concordou com a cabeça.

– Você está dizendo isso porque a sua relação com Astoria é ótima, você acha que Blásio é uma pessoa fácil de lidar? Você acha que Blásio se preocupa comigo nem que seja um pouco? Eu acho que o Blásio está comigo por aparências, na maior parte do tempo. Tipo, vai ter uma festa, vou chamar a Thamyris porque ela é bonita e de boa família, as pessoas vão se aproximar, ponto pra mim! Ele não gosta de mim.

– Talvez você esteja certa sobre a parte de aparências, você deve saber como é... Aliás, não foi por isso que eu e Astoria casamos? Mas fora isso, acho que o Blásio gosta de você.

– Eu queria que esse "gostar" fosse o suficiente, sabe?- Ela disse, suspirando.- mas enfim, você não voltar pra casa?

– Você quer voltar comigo? Eu e você podemos fazer um jantar surpresa para Asty... Com certeza ela vai ficar surpresa.- Eu disse, sorrindo. Ela concordou com a cabeça. Eu estendi a mão e nós aparatamos na areia. Ela sorriu.

– Este lugar é incrível, Draco!- Disse Thamyris, abrindo os braços pra sentir um pouco mais do ar de verão. Eu sorri.

– Você pode ficar aí curtindo um pouco, eu vou lá dentro.- Eu disse, mas ela não ficou para curtir um pouco. Ela veio comigo.

– Nossa, isso tudo aqui está uma bagunça. Vamos fazer o seguinte, você faz o jantar e eu arrumo a casa?- Ela disse. Eu sorri.

– Estava mesmo precisando de uma empregada... Feito.

(...)

– Meu Deus, que maravilha!- Astoria disse quando entrou em casa e encontrou ela incrivelmente arrumada. Thamyris fez um ótimo trabalho.

– Gostou? Eu achei que isso aqui estava mesmo precisando de uma arrumação. Eu peguei umas roupas suas, espero que não se importe.- Disse Thamyris apontando pra si.

– Depois da arrumação ela estava terrível e eu mandei ela pegar uma roupa sua, você tem tantas... Não é problema, é?- Perguntei, me aproximando e dando um beijo em Astoria. Ela sorriu.

– Problema nenhum. Acho que essa blusa ficou bem melhor em você com essa pele terrivelmente branca.- Disse Astoria, revirando os olhos. Thamyris mostrou a língua para ela.

– E eu fiz o jantar, amor... Fiz tudo o que você gosta.- Eu disse.

– Macarronada com almôndegas e batata frita, e vinho francês.- Disse Thamyris, com uma expressão de pura satisfação. Astoria sorriu abertamente e passou a língua nos lábios.

– É um jantar muito especial para estarmos bebendo vinho francês...

– Nós não sabemos quando Thamyris virá de novo, é bom comemorar.- Eu disse, dando de ombros enquanto Astoria tirava o casaco. Ela concordou com a cabeça.

– Apenas me esperem tomar banho.

(...)