Uma escolha escrita por hollandttinson


Capítulo 10
Liga britânica de quadribol.




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POV: DRACO MALFOY.

Fiz uma careta para meu reflexo no espelho. Eu estava com uma aparência terrível. Não tinha dormido bem essa noite e isso explicava as olheiras fundas. Minha barba já estava crescendo e meus cabelos estavam chegando á baixo das minhas sobrancelhas, me obrigando a jogá-lo todo para trás. Eu estava idêntico ao meu pai na época em que ele estava na minha idade, mesma época em que se casou com mamãe. Á partir daí o Sr. Malfoy nunca mais cortou o cabelo, deixava sempre ele longo, pelo que ele me dizia quando eu era pequeno "dava um ar de superioridade á ele". E desde quando o tamanho da porcaria do seu cabelo muda alguma coisa na vida de um homem? Não sei, mas essa aparência não está me dando nenhuma alegria.

Eu podia voltar para o banheiro e fazer a barba, ou podia pedir ao meu pai para avisar á Kingsley que eu ia me atrasar, assim eu podia ir no barbeiro para cortar o cabelo. Mas eu nunca pediria um favor ao meu pai e eu não quero me atrasar. Conseguir esse emprego seria o primeiro passo para a minha liberdade, quero dizer, eu vou me casar, eu vou ter a minha própria casa, meu próprio emprego, minha mulher, minha família. Eu não vou mais precisar espelhar em meu pai. Eu posso tentar tirar o peso da miséria do meu pai das minhas costas, e eu precisarei trabalhar para isso. Astoria merece um marido que preste.

Depois que conheci Astoria, depois que ela começou á me ver do jeito que eu sempre quis que ninguém visse, do jeito que ninguém conseguiu ver, eu comecei á pensar que eu talvez possa querer me esforçar para surpreender alguém bom. Eu sempre fiz isso pelo meu pai quando era mais novo e agora eu faria isso por Astoria, mas eu tenho certeza que não me arrependeria de agradar a mulher dos meus filhos.

O reflexo no espelho sorriu. Qualquer pessoa ingênua e inocente diria que eu estou apaixonado por Astoria, bom, eu concordo. Mas não é essa paixão que as pessoas vêem nesses livros idiotas, não é esse amor que faz uma pessoa casar com a outra, não é o amor que o faz construir uma família. Tudo bem que tudo isso eu e Astoria vamos fazer, mas não é. É o tipo de paixão encantadora, admiradora. Admiro Astoria demais, e olha que ela tem só 17 anos.

– Draco, você pretende ir para o Ministério hoje ou?- Mamãe entrou no quarto. Ela deu um sorrisinho para mim e se aproximou, apertando a minha gravata. Revirei os olhos.

O excesso de carinho que minha mãe tem por mim sempre foi a melhor coisa do mundo, ela sempre cuidou de mim, se preocupou, ela me ama e isso eu tenho certeza. Mamãe foi a primeira e única pessoa que eu amei de verdade, e ainda amo, e vice-versa. Não acredito que alguém seja louco o bastante para amar um ex-comensal da morte como eu, mas mamãe me ama o tempo todo e não se importa com nada disso, ela nunca vai se importar. Nenhuma outra pessoa poderá me amar assim. É simplesmente impossível. A natureza fez a família assim: amor. Bom, pelo menos da parte de mamãe existe amor.

– Quando eu vou ver essas cortinas abertas novamente?- Mamãe perguntou, apontando para as enormes janelas do meu quarto que eram cobertas por pesadas e grossas cortinas verdes conseguidas em meu tempo Sonserino. Nunca mudei. Na verdade, nada no meu quarto mudou, só eu.

– Quando eu me casar com Astoria, vou embora daqui e você pode fazer o que quiser com essas cortinas.- Eu disse dando de ombros e vestindo o paletó. Mamãe suspirou.

– Está frio lá fora, é bom que não as abra, de qualquer maneira.- Ela disse, dando de ombros.- Vai tomar café da manhã aqui?

– Não estou com fome.- Eu disse. Ela concordou com a cabeça.- Pode procurar Astoria e avisar que vou almoçar com ela no lugar de sempre?

– É claro.- Disse mamãe com um enorme sorriso no rosto.

– Obrigado.

– Astoria é uma menina incrível, não é?- Concordei com a cabeça.- Estou feliz que eu e seu pai tenhamos, pela primeira vez, escolhido certo pra você.

– Eu também. Não imagina como.- Eu disse, passando por ela para sair do quarto. Ouvia o barulho do salto da minha mãe me seguindo.

– Seu pai já foi, ele tinha me pedido pra vir te chamar quando eu fui.- Disse mamãe quando eu já estava no jardim. Eu me virei para ela.

– Me deseje sorte.- Eu pedi, abraçando ela. Ela me soltou e deu um beijo leve na minha bochecha enquanto segurava meu queixo. Mamãe sorria com os olhos agora.

Maior parte das pessoas podem dizer que mamãe é o tipo de pessoa fria e esnobe, mas minha mãe é a pessoa mais quente e sensitiva que eu conheço, então...

– Você não precisa de sorte.- Ela disse, sorrindo ao final. Eu concordei com a cabeça. Dei um passo para trás, acenei para ela, vi seu aceno e aparatei.

(...)

Tamborilei a mesa ansiosamente enquanto esperava Astoria chegar em nosso bar. Eram quase uma hora da tarde e ela ainda não tinha aparecido. Será que mamãe não conseguiu lhe dar o aviso? Será que ela estava ocupada demais com o assunto do casamento para vir até aqui? Eu já estava cansado de esperar quando o sino que anuncia a chegada de alguém tocou. Ela revirou os olhos exausta quando me viu. Sorriu quando estava próxima o bastante, eu sorri de volta. Me levantei para abraçá-la.

A neve estava derretendo em seu cabelo e casaco. Ela me deu um selinho antes de tirar o casaco. Eu e Astoria nos beijávamos agora. Não importa se somos apenas amigos, vamos nos casar e temos que nos acostumar com todas essas coisas.

– Você já pediu?- Perguntou, se virando para mim com um sorriso. Neguei com a cabeça.- E como foi no ministério? Conseguiu o emprego?- Ela perguntou enquanto analisava o cardápio. Como se tivesse alguma coisa que preste aqui. Balancei a cabeça.

– Você está de frente para o mais novo secretário-chefe da liga britânica de Quadribol.- Eu disse com um sorriso orgulhoso. Astoria me olhou com os olhos arregalados. Eu também estava chocado. Conseguir um cargo desses não era nada fácil. E eu não era só o Secretário, eu era o Secretário-chefe.

– Você disse Secretário-Chefe?- Ela perguntou devagar, como se estivesse tentando processar as minhas palavras. Meu sorriso não saiu do meu rosto.

– Eu disse Secretário-Chefe. Fui recebido por Kingsley e o Presidente da Liga, que não é mais Bagman, se você quer saber. O nome dele é Evan Lansnaster. Ele pareceu um cara legal, mas eu não sei, Kingsley estava lá... Bom, não importa. Eu sou o Secretário-Chefe e você vai se casar com uma pessoa que poderá te sustentar sem a herança da família.- Eu disse. Astoria revirou os olhos.

– Draco, seu bobo, eu não estou orgulhosa por você por conta disso, querido.- Ela disse, se aproximando de mim.- Eu sempre soube que você era capaz de me sustentar, com ou sem dinheiro, nosso sustento viria com a alegria por estarmos juntos, isso seria mero detalhe.- Ela disse, dando de ombros. Eu ergui a sobrancelha achando tudo aquilo muito gay. Acho que ela leu minha mente porque mostrou a língua para mim.- Parabéns, Secretário-Chefe.- Ela disse, me beijando.

Não era um selinho e também não era nenhum daqueles beijos inocentes que ela costumava me dar por sermos amigos. Dessa vez eu pude sentir a essência da mulher, dos hormônios e desejos que viviam dentro de Astoria e meu Deus, porque estamos num bar e não num quarto?


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Notas finais do capítulo

Pequeno, pequeno.