Uma escolha escrita por hollandttinson


Capítulo 1
Ódio.


Notas iniciais do capítulo

Espero que vocês gostem. Eu simplesmente adoro esses shipper e nunca encontro uma fic dessas. E eu fico imaginando que as pessoas também passem por esse problema, então, eu decidi escrever essa. É um pouco clichê, mas espero que gostem. Bom... Let's go.



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POV: ASTORIA GREENGRASS.

Respirei fundo mais algumas vezes antes de me levantar. Estou deixando Hogwarts e tenho que voltar ao mundo normal, aquele onde as coisas ruins se passam. Apesar da queda de Lord Voldemort e seus comensais, ainda há muito com o que se preocupar. Já se passaram 2 anos desde a guerra horrível e da vitória de Harry Potter, mas as pessoas ainda querem prender e julgar todos os Comensais da Morte aliados á o maior bruxo das trevas do mundo. Por todos os lados se via Aurores e eles colavam papéis com as fotografias dos Comensais mais procurados, os que mais valiam dinheiro e tudo mais. Haviam recompensas pelas cabeças de alguns deles.

- Vai demorar muito? Eu ainda quero passar na Gemialidades Weasley antes de ir para casa.- Disse Thamyris Davis. Minha melhor amiga de Hogwarts. Ela tem 17 anos, assim como eu. Uma mestiça, não aprovada por minha família. E essa foi a única coisa que eu fiz na vida e que meus pais não aprovaram: Ser amiga de Thamyris Davis. Mas logo eles se acostumaram com a loira. Era uma Sonserina, afinal de contas.

- Ah, Thams, eu não sei se eu quero ir lá... Eu preciso mesmo ir para casa e tomar um banho.- Eu disse, descendo do trem. Estava escuro lá fora e não tinha mais ninguém lá. Ninguém para nos buscar, como eu pedi. Mamãe e papai ficaram irritados quando eu impus isso em casa, mas logo concordaram. Eu tinha crescido, afinal.

- É rapidinho. Só quero comprar uns doces, e nada mais.- Ela disse. Eu revirei os olhos. Quando deixamos a estação de Kings Cross, aparatamos num beco. Logo estávamos no movimentado Beco Diagonal. Fomos direto á loja dos Gêmeos, que agora era a mais movimentada do Beco. Estava lotado. 

Apesar da morte de Fred Weasley, na batalha, a loja nunca deixou de funcionar. "As pessoas precisam se alegrar." Era o que Jorge Weasley dizia quando perguntavam o motivo disso tudo. Eu sempre  os achei muito simpáticos, apesar de serem Grifinórios. Sempre trouxeram uma alegria ruiva á Hogwarts.

- Poção do amor.- Gina Weasley disse, se aproximando de mim e Thamyris, que segurava uma garrafinha rosa nas mãos.- Não é muito poderosa, se quer saber. Mas ainda é melhor do que aquelas que aprendemos em Hogwarts.

Gina Weasley é um ano mais velha que eu e Thamyris. E parece que agora namora Harry Potter. Acho que eu li isso no Profeta Diário á uns dias atrás.

- Mas eu posso conquistar quem eu quiser com ela?- Perguntou Thamyris. Eu revirei os olhos. Thams estava decidida á conquistar Blásio Zabini. Um garoto dois anos mais velho que nós duas que pertenceu á Sonserina. Papai e Mamãe vão fazer uma festa de aniversário para Dafne, minha irmã mais velha, lá em casa, amanhã, e ele é um dos convidados. 

- Isso depende. Se a pessoa não for apaixonada por ninguém, vai ser mais fácil. Quando a outra pessoa já é apaixonada por alguém, o efeito passa rápido.- Disse Gina. Thamyris abriu um grande sorriso.

- Eu tenho certeza de que ele não é apaixonado por ninguém. É isso mesmo que eu vou comprar. Asty, me espera aqui, já volto.- Disse Thams. Eu revirei os olhos enquanto via ela sair saltitando. 

- Parece que ela está mesmo apaixonada.- Disse Gina, sorrindo para mim. Dei de ombros.

- Eu não acho certo usar magia para conquistar alguém. Todos já tem sua própria magia interior.- Eu disse. Gina sorriu para mim.

- Bom, parece que os seus pais não concordam com isso, certo?- Ela perguntou, estendendo o Profeta Diário para mim, com uma expressão séria. Eu abri o Jornal e na primeira página tinha uma foto minha.

"Família Greengrass pretende crescer. Dafne Greengrass, a mais velha herdeira da família, com 19 anos, irá casar em menos de 2 meses com o pintor famoso, Caleb Ockerman, de 21 anos. Astoria Greengrass, a mais nova da família, retorna de Hogwarts hoje e já está marcada para a semana que vem sua festa de boas-vindas, onde a jovem de 17 anos escolherá seu noivo. 'Nós não temos nada o que esperar, elas vão ter tempo de curtir a vida depois de casadas e com nossos netos.' Disse Steven Greengrass, pai das garotas."

- Como é?- Eu disse, depois de terminar de ler. Estava chocada. As pessoas estão sabendo de algo que vai acontecer comigo e eu não sei disso?

- Comprei!- Disse Thamyris, voltando sorridente. Sua expressão se fechou ao ver a minha.- O que foi?

- Eu estou ficando noiva.- Eu disse. Porque é isso, tecnicamente. Todos esperam que daqui á uma semana, eu fique noiva de um cara qualquer de Londres. E eu nem sei se serão todos de Londres. Deveria haver um motivo para que papai e mamãe tenham me forçado á aprender 14 línguas. Bufei. Eu não posso ser tão material assim! Eu tenho sentimentos, caramba!

- Como assim?- Perguntou Thamyris, vindo ao meu lado e começando á ler o jornal por sobre meu ombro. Olhei para a frente de Gina Weasley não estava mais ali, agora estava ao lado do irmão, conversando com uma criança pequena e loira que aparentava ter entre seus 4 á 5 anos. Bufei novamente.

Aquela criança devia ter pais que se amavam, devia ter uma família feliz. E meu futuro filho não, estaria preso á uma família criada por uma farsa, uma fantasia que daria dinheiro e prestígio.

- Ah, Asty, isso é terrível.- Disse Thamyris, com uma expressão triste, e a mão na boca.- Eu sinto muito.

- Pois eu não sinto. Isso não vai acontecer. Eu não vou comparecer.- Eu disse, cruzando os braços e me dirigindo para a rua. O jornal ainda apertado nos meus dedos. Thamyris me acompanhou.

- Mas Astoria, seus pais vão ficar altamente bravos quando souberem que você está impondo uma ordem deles.- Disse Thamyris, balançando a cabeça. Eu dei de ombros.

- Que se dane! Eu estou cansada de ter de fazer tudo que eles querem. Quando vão se dar conta de que eu não sou uma bonequinha que eles podem brincar e mostrar aos amiguinhos quando querem?- Perguntei, parando numa praça. Thamyris balançou a cabeça.

- Você é a única que pode honrar a família.- Disse Thamyris, falando baixinho. Eu suspirei. Dafne se casaria daqui á 2 meses e já exibe sua barriga de 6 meses. Todo mundo comentou muito quando ela engravidou. E todo mundo sabe que o Caleb só vai casar com ela por causa da criança.

- E a minha dignidade, quem honra?- perguntei. Thamyris balançou a cabeça de novo.

- E quem se importa com dignidade quando se tem um nome em risco, Astoria? Dafne sujou o nome de sua família com a impureza física. O minimo que você pode fazer e trazer orgulho.- Disse Thamyris, depois suspirou.- Como se você não tivesse passado a vida toda fazendo isso.

É verdade. Dafne erra, eu conserto. Sempre foi assim, desde pequenas. Se Dafne aparecesse muito gorda, eu devia ser magra e mostrar que a culpa não era dos meus pais. Se Dafne tirava notas ruins, minhas notas deviam ser as melhores. Qualquer coisa ruim de Dafne fizesse eu devia cobrir. 

- Vamos para minha casa.- Eu disse, estendendo a mão para ela e pegando a varinha. Ela concordou com a cabeça antes de aparatarmos nos jardins da mansão de meus pais. 

Estava tudo absolutamente iluminado lá dentro. Eu franzi a sobrancelha. Minhas bagagens não estava nos jardins, como ficava sempre que eu demorava á chegar em casa(Eu enfeiticei minhas bagagens para serem enviadas á minha casa quando chegasse em Londres). Eram 21:18 da noite e eles ainda estavam acordados. Eu devia estar muito encrencada. Olhei para Thamyris e ela tinha uma expressão confusa. Uma pessoa apareceu na janela da sala de estar e cruzou os braços, com uma expressão raivosa.

Minha querida mãe, Adélia Greengrass, estava ali, me esperando. Eu suspirei e olhei para Thamyris de novo.

- Me diz que eu estou muito encrencada.- Eu disse. Ela olhou para minha mãe de novo.

- Você está muito encrencada.- Ela disse, eu balancei a cabeça.- Acho melhor eu ir para casa. Não acredito que papai e mamãe estejam com uma expressão mais amigável.

- Que grande amiga é você!- Eu disse, irônica. Ela sorriu e revirou os olhos.

- Amigas, amigas, encrencas á parte.- Ela disse, com as mãos para o alto. Eu sorri e esperei até que ela aparatou. Respirei fundo e caminhei com passos pesados até a minha casa. Não tive tempo de abrir a porta por papai fez isso.

- Espero que tenha uma boa explicação por ter chegado tarde.- Ele foi logo dizendo.

- Ah, não está tão tarde. Eu estive no Beco Diagonal por um tempo. E demorei um pouco no trem também. Sabe, é dificil acreditar que nunca mais voltarei para Hogwarts.- Eu disse, tirando a jaqueta enquanto entrava. Ele bufou.

- Você tem visitas.- Disse. Eu olhei ao redor e vi Caleb, Dafne, mamãe... E a minha visita.

- Boa noite.- Eu disse, constrangida. Eu não esperava ver a família Malfoy na minha sala de estar. Pelo menos, não depois que eles foram inocentados de seus crimes como comensais. Harry Potter foi o maior culpado por isso. Eles acenaram. Mas Draco Malfoy não olhou para mim.

Acredito que nunca o tenha feito. Sempre foi muito amigo de minha irmã e Pansy Parkinson, e Blásio Zabini(paixão platônica de Thamyris) mas nunca me notou. E eu nunca quis ser notada por ele, também. Sempre o achei muito prepotente. E aliás, é amigo de Dafne, não é?

- Você está atrasada.- Disse Dafne com uma expressão irritada e a boca franzida. Eu dei de ombros.

- Perdão, eu não esperava uma visita hoje.- Eu disse, me dirigindo ao sofá e me sentando. A Sra. Malfoy deu um sorrisinho quando eu o fiz.- Eu sou Astoria Greengrass.- Disse, estendendo a mão para ela, que foi a única que pareceu se importar com a minha presença em minha própria casa.

- Ah, nós sabemos.- Ela disse, estendendo a mão.- Estávamos esperando a Srta.

- Ah... Mas existe um motivo por trás disso?- Perguntei, olhando para meus pais, que agora sorriam. Um elfo doméstico se aproximou e me entregou uma taça de vinho, que eu ignorei. Todos estavam com suas respectivas taças, menos eu. Eu quero estar sóbria quando for discutir com os meus pais.

- Bom, nós lemos o Profeta Diário.- Disse Lúcio Malfoy, pela primeira vez desde que cheguei. Draco Malfoy fez uma careta e balançou a cabeça. Parou-a na minha mão, que ainda segurava o jornal. Olhei para o jornal.

- E?- Perguntei, esperando que eu estivesse absurdamente enganada quanto o motivo para a familia Malfoy estar na minha sala de estar agora.

- Desde as sete horas da manhã estamos recebendo visitas e corujas, Astoria.- Disse Dafne, agora ela sorria. 

- Sobre o quê? O que eu tenho a ver com isso?- perguntei, eu queria ouvir da boca deles.

- Bom, você está com o jornal em suas mãos. Você deve saber o motivo.- Disse Caleb. Eu crispei os lábios. Eles estavam me vendendo para Draco Malfoy. Dei um sorrisinho.

- E quanto vai custar?- Perguntei.

- Como é?- Perguntou papai. 

- Quando vai custar meu casamento com Draco Malfoy?- Perguntei, olhando diretamente para o loiro, que me encarou de volta. Ele não expressava nenhum sentimento quanto ás minhas palavras. Seus olhos eram de um azul cinzento frio, assustador.

- Custar?- Perguntou mamãe, sua voz declarava a sua irritação perante á minha petulância.

- Ah, me corrija se eu estiver errada, por favor.- Eu pedi, largando o jornal ao meu lado, e olhando diretamente para a Senhora Malfoy agora.- Eu preciso me casar para limpar o nome de minha família, porque minha querida irmãzinha foi ingênua e engravidou de um jogador famoso.

- Me deixa fora disso!- Disse Caleb, irritado. Eu ignorei ele.

- E agora, eu preciso me casar e mostrar para eles o que é um casamento de verdade. Um casamento puro. Estou correta?- Perguntei á Senhora Malfoy.

- Tecnicamente.- Ela foi sincera, depois deu de ombros. Eu sorri.

- Eu pensei que fosse haver um baile para que eu pudesse escolher o meu noivo.- Eu disse, pegando novamente o jornal.- Tenho certeza que li isso em algum lugar por aqui.

- Ah, não seja ridicula. Quem seria melhor para você á Draco Malfoy? Sangue-puro. Sonserino. Rico.- Disse Dafne. Eu sei que eles estavam esperando que eu dissesse  que ele era um comensal da morte. Olhei para meus pais e vi que era isso que eles queriam. Eles não queriam Draco Malfoy para mim. Mas eles não os podia expulsá-lo de casa. Afinal, eles foram perdoados, não existia motivo para o preconceito. 

Mas não era preconceito. Eu não tinha nada contra Draco Malfoy. Apesar de ser um completo babaca. O fato de ele ter sido um comensal não mudou em nada minha opinião quanto á ele. Afinal, era só um título. Como aqueles que me dão de "bonequinha de porcelana". Apenas um título. 

- Então, daqui á uma semana, eu terei de dançar com todos aqueles garotos mesmo sabendo que já sou tecnicamente noiva de Draco Malfoy?- Perguntei, olhando para o Sr. Malfoy agora. Seus olhos eram  ainda mais frios que os do filho. E ele era muito mais assustador.

- Ninguém disse isso. Nós viemos aqui apenas para que o conhecesse. Não estão noivos.- Disse ele. Olhei para Draco e percebi que a ultima coisa que ele queria no mundo era se casar comigo. Sorri.

- E então?- Perguntei, olhando para ele. Ele deu de ombros.

- Tanto faz pra mim.- Ele disse. 

- Então está fechado. Podem convidar os idiotas que dançarão comigo, e podem avisar aos Jornais que Astoria Greengrass está imensamente encantada por Draco Malfoy.- Eu disse, sarcástica. Me levantei.- Posso conversar com você?- Chamei Draco Malfoy. Ele se levantou sem olhar para ninguém, nem mesmo para mim. Fomos até o jardim. Ele estava com as mãos nos bolsos quando me virei.

-  E então?

- Você deve saber que não existe alguém tão odiosa com essa relação quanto eu.- Eu disse, ele sorriu um pouco, olhando para mim. Era um sorriso frio e triste.- Eu estou sendo vendida.

- Eu também estou, se é que você não percebeu.- Ele disse, irritando-se um pouco.- A única diferença é que eu não me importo e não tenho nada á perder.

- Pois eu me importo. Então, trate de deixar as coisas bem facéis para mim.- Eu disse, me aproximando dele.- E lembre-se que esse casamento é uma farsa. Tanto quanto sua frieza.- Ele me olhou assustado.- Não me olhe assim.

- Eu não sei do que está falando.- Ele disse. Eu revirei os olhos e sorri.

- Ah, você sabe.- Eu disse. Dei um passo para trás.- Então, Draco Malfoy. Eu sou sua noiva agora e eu espero que o meu noivinho venha me visitar mais vezes.

- Mas é tudo mentira.- Ele disse, passando a mão no cabelo.- Além disso, pra quê diabos eu viria aqui se as pessoas devem acreditar que não nos conhecemos tão bem assim?

- Ah, eu quero que as pessoas saibam. Quero que elas tenham menos esperanças. Imagino eles lutando para serem mais encantadores que você.- Eu disse, sorrindo. Ele sorriu um pouco.

- Sonserina.

- Para sempre.- Eu disse, sorrindo e me aproximei dele novamente, erguendo a mão. Ele a apertou.

- Vai ser uma honra fazer negócio com a Srta.

- Igualmente.- Eu disse.

Mas eu só pensava no ódio que eu estava sentindo. O tempo todo.

(...)


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Notas finais do capítulo

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