Just Justice escrita por Sophie Queen


Capítulo 21
Além do Bem e do Mal




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DISCLAIMER: Eu não sou proprietária ou dona da saga TWILIGHT, todos os personagens e algumas características são de autoria e obra de Stephenie Meyer. Mas a temática, o enredo, e tudo mais que contém na fanfiction JUST JUSTICE, é de minha autoria. Dessa maneira ela é propriedade minha, e qualquer cópia, adaptação, tradução, postagem ou afins sem a minha autorização será denunciado sem piedade. Obrigada pela atenção.
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N/A: Olá meus amores!

Como vocês estão? Espero que todos estejam bem, já animados com as férias e as festas de fim de ano chegando, certo?

Demorei a postar, porque bem... o capítulo foi complicadinho para escrever, teve um momento que eu travei que não ia nem para a frente, nem para trás, mas aquela coisa antes tarde do que nunca, tudo resolveu andar e consegui concluir esse que é um dos capítulos mais instigantes e importantes desta fic.

Muitas respostas, mas também inúmeras perguntas ao decorrer dele, espero que vocês de deliciem lendo! Vocês já devem estar notando que o caminho do fim com essa fic está chegando, e é isso mesmo... tudo um dia acaba, MAS antes de vocês ficarem órfãos de JUST JUSTICE, já digo que tenho uma nova fic no molde prontíssima para a assar, obvio que irei novamente puxar para o que eu tenho formação acadêmica: Direito, mas não será o criminal, será outro ramo do Direito que espero que vocês gostem igual (venho lendo várias fics sobre essa temática e acredito que vocês irão gostar!), porém essa "substituta" só vai aparecer lá pelo penúltimo capítulo daqui, mas já digo neste capítulo aqui eu dei umas 3 dicas sobre essa nova fic, inclusive um nome de local em que os personagem desta minha nova loucura freqüentarão.

Todos curiosos? Imagino que sim! Mas enquanto não tem essa nova, se deliciem com TEENAGE DREAM, ela tá tão fuffly! Amando escrever uma fic com plot bem levinho!

Esse capítulo ficou maior do que planejava, mas tem tudo o que eu queria nele. Então aproveitem! Chega de enrolar, porque todo mundo tá é interessado no capítulo!

Obrigada a todos, por tudo o que vocês me proporcionam. Obrigada realmente para quem lê, comenta ou não, favorita, recomenda, é cada gesto minúsculo deste que me deixa mais e mais feliz em escrever isto aqui.

AGRADEÇO MAIS UMA VEZ PELO CARINHO IMENSO DE VOCÊS.
OBRIGADA MESMO POR TUDO, AMO MUITO CADA UM DE VOCÊS
POR FAZER ISSO AQUI ALGO ESPECIAL PARA MIM.

Boa leitura e nos falamos mais adiante. ;D

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JUST JUSTICE

capítulo vinte
Além do Bem e do Mal

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"Aquilo que se faz por amor está sempre além do bem e do mal."
- Friedrich Nietzsche -

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James Scott

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Três semanas haviam se passado desde que Bella tinha ido à Boston para a homenagem que iria receber e presenciar em Harvard. Assumo que no inicio fiquei extremamente feliz por ela ter sido lembrada para algo que todos sabiam, mas nunca tinham conhecido ou visto alguém que foi. Todavia, fiquei igualmente surpreso que não seria só Bella que iria voltar à capital do Estado de Massachusetts; Edward, seu parceiro e sub-chefe de sua subseção, que por ironia do destino havia se formado com ela, iria junto.

Em um primeiro momento, quando Edward veio à Washington trabalhar na equipe de crimes organizados com minha noiva, fiquei meio perplexo com o tom irônico e raivoso que Bella tratava seu mais novo parceiro, aquilo era incomodo, a meu ver; e como todo especialista em informática e também um bom policial, comecei uma busca pelo nome dos dois, e sinceramente não gostei nenhum pouco do que descobri.

Bella e Edward compartilhavam de um extenso, memorável, duradouro e inquietante passado. Além de namorarem em 'segredo' por longos quatro anos, quase cinco, os dois dividiam outro grande segredo. Segredo este que me fez compreender o porquê ela estabeleceu que nosso casamento só poderia ocorrer após junho deste ano, por que na verdade ela não era Isabella Swan como fazia questão que todos acreditassem, ela era há quase cinco anos Isabella Cullen, esposa de Edward Cullen.

Quando soube desta surpreendente informação meu primeiro pensamento foi: impossível, os dois se odiavam amargamente, como poderiam ter compartilhado um passado e serem casados? Então a minha primeira opção foi enfrentar Bella, inquiri-la sobre isso, mas acabei mudando de ideia quando vi os dois interagindo sobre o maldito caso Camorra. Naquele segundo decidi que iria somente observar como os dois agiam em conjunto.

Ao decorrer desta minha observação não foi nenhuma surpresa que os dois pareciam extensões um do outro. Ela se movia, ele se movia, e vice e versa. Era como se fossem a terra e a lua, impossíveis de não co-existir juntos. Evidentemente tal revelação foi um trauma para mim, mas ela estava comigo, morava comigo, tinha um relacionamento comigo; poderia até existir um contrato que a ligava a ele, mas quem dormia ao seu lado toda a noite, a abraçava quando sentia frio e aquecia seu corpo, a amava de alma e coração era eu, mas será que era só eu? Será que Bella me traia com seu marido?

Era uma pergunta constante que parecia grudada em meu cérebro toda vez que ela estava longe de mim, em alguma missão fora da cidade ou do país. Mas o que eu faria? A abandonaria e deixaria o caminho livre para o Cullen ou então me fingiria de leigo e não comentaria nada, agindo como o mais perfeito corno-manso?

Tudo bem que eu tinha plena consciência de que escondia dela algo que a faria questionar o meu amor, mais do que eu questiono o seu, mas o dela ainda era uma traição, pois ela continuava em uma sociedade conjugal durante todo o nosso relacionamento. Eu pretendia contar a ela os meus segredos, mas quando ela me contaria os seus?

Desta forma, me submetendo a coisa mais indigna e baixa que se pode imaginar, contratei um detetive particular para seguir todos os seus passos e confirmar se ela me traia ou não. Obviamente não foi nenhuma surpresa que ela realmente transgredia nosso relacionamento para foder seu ex-atual, ou seja lá o que eles forem. As escapulidas dos dois não eram nada simples ou rápidas, era demoradas, cheias de juras de amor e palavras que estava acostumado ouvir Bella dizendo para mim quando estávamos juntos.

Claro que foi desagradável saber sobre isso, mas não podia enfrentá-la, eu a amava mais do que eu poderia imaginar e essa traição a meu ver era contornável. Assim quando eu sabia que ela estava longe junto com ele, ou então quando eu estava trabalhando em outra cidade sempre fodia: Marias, Elenas, Jennifers, Veronicas, Rachels, Christinas, e uma infinidade de outras mulheres que eu sequer fazia questão de saber o nome, mas que podia penetrar meu pau e pagar pelo que Bella me fazia na mesmíssima moeda.

Infantil, eu sei. Seria muito mais eficiente acabar com o relacionamento que tínhamos e pedir para que ela fosse viver seu casamento fodido com Edward, enquanto eu procuraria alguém que realmente me amasse, ou até mesmo procuraria a mãe do meu filho que estava muito bem disposta a ter algo comigo novamente.

Oh sim, meu filho.

A realidade era – por ironia do destino – que também fui casado, porém ao contrário do matrimônio de Bella e Edward que persistia até hoje, o meu durou apenas seis meses, em contrapartida, tive um relacionamento de longos cinco anos com ela, a mãe do meu filho, Alonzo. Cinco anos que vivi uma ilusão, crendo que vivia o mais perfeito e inigualável amor com uma mulher que tinha mais que absoluta certeza que era feita especialmente para mim, aquela que parecia se encaixar ao meu corpo, que me aceitava independente do que acontecesse. Ela era a mulher perfeita para mim, ou pelo menos assim eu pensava.

Afinal, mulheres perfeitas não existem, não adianta pensar ou acreditar no contrário.

E foi exatamente isto que levou ao fim meu relacionamento com esta 'incrível' mulher. Ela escondia algo que me fez sentir sujo quando tomei conhecimento, porém, tudo isto era indiferente, por mais que eu brigasse para ter direitos paternos ela me afastou do meu filho, usando o dinheiro sórdido de sua família para comprar autoridades corrompíveis como todos os membros da mesma há muito estavam acostumados a fazer, e agindo quase como piedosamente limitou as minhas visitas à ele uma vez por ano e no Canadá, nunca em solo estadudiniense, com medo que as autoridades os prendessem ou que eu agiria conforme a lei americana, exigindo meus direitos, e para afirmar que eram ainda mais piedosos do que eu gostaria de assumir estabeleceram que somente poderia lhe dar telefonemas semanais, mas quem acha que era para falar com meu filho, se engana. Quinze minutos toda a semana em que ela me prendia por longos catorze e somente deixava um mísero minuto para falar com meu herdeiro.

Tentei ir atrás da justiça para mudar este acordo, mas eles estavam irredutíveis, sustentando que uma criança deveria ficar com a mãe, com seus parentes maternos. Não demorou em que eu constatasse que este acordo ridículo era fruto do dinheiro de sua família, que era muito mais poderoso – ou criminoso a meu ver -, do que se poderia imaginar. Desta maneira há cinco anos tento procurar algo que possa incriminá-los e conseguir a guarda definitiva do meu filho, mas constantemente me enganava, sua família detém muito mais poder do que conseguia imaginar ou provar, e por mais que tentava fazer os mais absurdos tratos com eles, em nada estes eram eficientes.

Apesar de minha ex-esposa afirmar que para ter Alonzo em minha vida constantemente, bastava que eu voltasse para ela, assim num piscar de olhos, simples e praticamente indolor, contudo sua família insistia em dizer que eu precisava provar muito mais que isso, deveria ajudá-los, traindo minha nacionalidade.

De início, agindo imaturamente, aceitei o desafio, tudo para ser presente na vida do meu Alonzo, mas se eu soubesse o buraco que estava me enfiando nunca teria feito. Porém, era irrelevante, eu desisti, abandonei o que eles me exigiram que fizesse, quer dizer, pelo menos tentei abandonar, desistir, negar-lhes qualquer coisa, todavia, eles tinham outra fonte de informação, fonte esta que não estava se preocupando nenhum pouco com o bem estar de pessoas que tentei ao máximo proteger.

Como ninguém notava quem era o pérfido? Como Bella ainda acreditava nele, depois de tudo?

Enterrei minhas mãos no rosto, fechando meus olhos e tentando controlar uma dor de cabeça que parecia novamente me tomar. Lancei um olhar para o monitor a minha frente, ele marcava que ainda era quatro e meia da tarde. Minha subseção estava vazia, a não ser por mim e Heidi que lia algo em seu computador na sala de fronte a minha.

Tentei, em vão, retirar o pensamento que nos últimos vinte e um dias estava tendo. Para ser exato, desde o dia em que Edward Cullen retornou de Boston com um sorriso presunçoso em seu rosto, enquanto Bella foi para o noroeste do país, para sua cidade natal. Eu sabia que os dois tinham sido extremamente íntimos nesta viagem, mas acontecera algo mais, que o detetive que contratara não foi capaz de captar toda a informação, infelizmente.

Recordo-me exatamente de ter ficado a segunda e a terça-feira martelando o que podia ter acontecido e o porquê Edward mantinha aquele sorriso estúpido de quem havia acabado de ganhar uma medalha olímpica ou então um prêmio Nobel. Mas fora somente no meio da tarde de terça-feira quando o encontrei no corredor e o desgraçado me deu o seu maldito sorriso torto claramente zombando de mim que deixei a raiva, o ódio, o desprezo que sentia por aquele traidor me dominar.

Foi instintivo que o empurrei contra a parede, apertando com meu braço sua garganta, enquanto minhas pernas imobilizavam as suas, o deixando sem opção para reagir. Seu olhar assim que o ataquei foi de surpresa, mas este durou apenas poucos segundos, pois o olhar presunçoso que encheu seus olhos fez a minha raiva borbulhar.

- O chifre está incomodando? – questionou o desgraçado divertido.

- Cale. A. Maldita. Da. Sua. Boca. – respondi entre dentes, pontuando cada palavra que dizia.

O filho de uma puta riu em completo escárnio.

- Você é tão estúpido! – exclamou ainda deleitando-se da minha reação. – Sério mesmo que achou que não ia perceber que você já havia descoberto o que aconteceu e acontece entre eu e minha esposa? – perguntou cheio de gracejo, fazendo com que instintivamente apertasse meu braço contra a sua garganta, tentando realmente obstruir a sua passagem de ar.

- Cala. A. Sua. Boca! – exclamei, novamente entre dentes.

- Patético. Você é patético. – disse com a voz rouca pela falta de ar.

- Patético é você por deixá-la, por abandoná-la, por traí-la, e em nenhum momento ir atrás dela, lutar pelo amor de vocês. Se alguém é patético aqui nesta história é você, que a perdeu. – falei irritado.

- Vejo que você sabe bem a história toda, seu detetive que o colocou a par de tudo? Ele disse como a fodi maravilhosamente, como ela gemeu meu nome, e como chegou ao mais perfeito orgasmo proporcionado por mim? – questionou arrogantemente.

Novamente meu instinto gritou, e apertei mais ainda sua garganta, dificultando de maneira óbvia o ar de entrar em seus pulmões.

- Ela vai assinar a merda daquele divórcio e irá se casar comigo! – praticamente cuspi em seu rosto.

- Se ela tem prazer comigo e me procura para isto, ela nunca irá se casar com você. – disse em um fio de voz.

Desta vez, foi a minha vez de rir em escárnio.

- Eu sempre posso contar a ela o seu segredo sujo ou então acabar com sua vida. – expliquei friamente.

- Você... – ele começou com um fio de voz, mas naquele exato momento Jacob Black e Eleazar Campbell entraram no corredor em que estávamos.

- Mas que porra é essa? – surpreendeu-se Jacob, enquanto Eleazar somente estreitava seus olhos e olhava de mim para Edward.

- Scott, Cullen, os dois na minha sala imediatamente! – ordenou o secretário de defesa e principal responsável pela justiça estadudiniense.

- Eleazar, acredito que eu, como chefe do departamento, posso resolver este impasse. – afirmou Black ligeiramente ofendido.

- Não Black, resolva o que estávamos falando, enquanto eu mesmo cuido disto. – ponderou sem olhar para Jacob, somente para nós dois. – Qual parte do "na minha sala imediatamente" os senhores não compreenderam? – perguntou ferozmente.

Com esta ordem eu e o Cullen começamos a seguir para a sala de Eleazar que nos seguia atrás, deixando um Jacob aborrecido no meio do caminho. Não conseguia imaginar o que ele diria a nós ou o que faria, mas pela sua expressão eu poderia apostar que não era algo muito bom.

- Senhorita Mallory, não passe nenhuma ligação para a minha sala, diga que estou em reunião. – disse o secretário de defesa quando chegamos à sua sala para a sua secretária, mas quando ela foi abrir a boca para dizer alguma objeção o imponente homem completou. – Nem mesmo o Presidente, diga que retornarei assim que encerrar esta reunião de urgência. – e com isso ele marchou até a sua majestosa sala orientando para que o seguíssemos, para em seguida fechar a imensa porta a nossas costas.

Estive poucas vezes naquela sala, e em todas elas seu dono fora agradável e extremamente interessado no que acontecia em minha subseção, porém desta vez eu sabia que ele não seria agradável, pelo seu olhar decepcionado eu sabia que ali vinha uma imensa bomba.

- Me atrevo a perguntar, porque dois agentes com o currículo como o de vocês dois, que trabalham em subseções diferentes estavam agindo como dois adolescentes brigando por um prêmio que nenhum dos dois levará. Será que é por causa de certa agente morena? – questionou irritadiço de frente para nós.

Suas palavras me surpreenderam.

Mas engana se quem acredita que foi à imponência da afirmativa de Eleazar que chamou a minha atenção, foi o fato de que ele sabia sobre Edward e Bella. Como podia? Será que ele investigava cada um de seus agentes afinco, sabendo todos os seus podres? Será que ele sabia os meus e iria barganhar algo? Tinha absoluta certeza que consegui apagar todos os registros do meu passado, para ingressar na academia e não ter nenhum eventual problema.

- Tenho absoluta certeza que Isabella Swan ou Cullen, como for – ele sorriu torto em desprezo. -, não ficaria nenhum pouco feliz em saber que os dois estavam brigando por causa dela em pleno departamento do FBI, agindo como dois adolescentes mimados que querem o mesmo lugar no time de football ou então duas crianças que querem o mesmo brinquedo. Não é a escolha de vocês essa, é dela! – exclamou, batendo sua mão contra sua enorme mesa de madeira de lei. – Não importa se é casada com cicrano ou noiva de beltrano, não são vocês que decidirão alguma coisa e se querem agir como homens da caverna brigando como dois animais, façam isso longe do local em que trabalham. – explanou rudemente Eleazar, cheio de raiva.

- Poderia dar a ambos uma suspensão, mas não estamos no momento de ficar sem agentes com o conhecimento de vocês, por isto será apenas uma advertência, contudo se eu ver ou souber que os dois estão agindo como dois idiotas novamente vou esquecer que estamos em meio a uma guerra contra o crime organizado e suspenderei os dois, e, se mesmo assim não resolver de nada, pode ter absoluta certeza que não irei hesitar em expulsá-los desta corporação. Estamos entendidos? – questionou encolerizado.

- Sim senhor. – respondi ligeiramente ofendido.

- Está claro como cristal, senhor. – desdenhou Edward.

- Excelente. – saudou Eleazar, sentando-se em sua cadeira. – Agora volte a suas subseções e não se esqueçam deste aviso, porque eu estou falando sério, e como sabem não sou homem de voltar a trás em minhas palavras. – decretou.

Sem nenhuma palavra a Eleazar, eu e o maldito do Cullen deixamos a sua sala, mas fora somente quando estávamos do lado de fora da mesma que finalmente disse algo aquele bastardo filho de uma puta.

- Essa conversa ainda não acabou. – sentenciei.

- Fico feliz em saber. – respondeu Edward com seu maldito sorriso torto seguindo a direção contrária a que seguia.

Nas próximas semanas evitamos um ao outro como o diabo evita a cruz, mas em um prédio por maior que seja, é impossível afastar por muito tempo algo indesejado, e obviamente trombamos um com o outro pelos corredores, mas poupamos de dizer qualquer simples palavra ou cumprimento, evitando assim um embate entre nós dois.

Suspirei cansado, tentando retirar dos meus pensamentos o ódio corrosivo que sentia por Edward Cullen, todavia não fui muito feliz nisso, parecia que o desgraçado estava grudado em minha cabeça, como um lembrete de que Bella não era fiel a mim.

Lancei um novo olhar ao monitor a minha frente, ainda faltavam quinze minutos para as cinco da tarde. Me sentindo sufocado em minha maldita sala, desliguei o computador que trabalhava, peguei minhas coisas e sai o mais rápido que podia, sem nem mesmo olhar para trás. Precisava desocupar minha cabeça, e sabia exatamente aonde iria; o lugar que venho frequentando constantemente desde que descobri sobre Bella ser casada com aquele infeliz.

Dernier Plaisir uma casa de striptease em um dos bairros mais caros e familiares de Washington – por ironia, tal local fica a exatas duas quadras de onde era a casa de Sam e Emily, local onde foram brutalmente assassinados. Se eu soubesse que dentre algumas horas depois que deixei aquele lugar ambos fossem ser assassinados, não teria ido para a casa, teria pego aquele desgraçado em flagrante e acabado com tudo isso de uma vez por todas.

Porém, optei por não ficar ali por muito tempo depois que voltei do Vale do Silício, precisava enfrentar Bella e agir como o mais perfeito namorado na noite de antevéspera de Ano Novo.

De alguma maneira estranha Sam conseguiu desvendar, descobrir quem era o infausto do infiltrado, tudo bem que era uma informação que eu já tinha conhecimento há tempos, mas que para o bem estar do meu filho não podia divulgar, desta forma, manipulando nosso horário para que eu e Heidi voltássemos na sua frente para Washington, Sam ficou na Califórnia reunindo mais informações sobre o que havia descoberto.

E foi por conta desta premissa de que tudo estaria acabado e que provavelmente meus problemas com aquele desgraçado acabariam que fui ao Dernier comemorar.

Obviamente que aquele filho de uma puta havia grampeado Sam e este achando que estava totalmente seguro deve ter comentando com Eleazar no telefone que havia conseguido encontrar a solução para tudo. Descoberto quem era o desgraçado que frustrava todo o departamento do FBI continuamente.

Quem me dera tudo fosse tão simples assim, o lazarento tinha outros planos e de maneira tão nojenta, repugnante, ele acabou com a vida de duas pessoas incríveis, sem contar a vida inocente que a noiva de Sam, Emily, carregava em seu ventre. Quando soube do ocorrido uma cólera borbulhou em meu sangue, mas antes que eu pudesse dizer a todos o nome de quem era o filho da puta que acabou com aquela família, assim como havia acabado com a vida de Thompson e fazia de tudo para aquela maldita máfia conseguir o poder que tanto almejavam nos Estados Unidos, um telefonema de dentro do Dernier Plaisir clarificou qual seria o meu destino se desse com a língua nos dentes.

O recado fora tão sutil como um tornado: "se disser alguma coisa, você irá vestir um paletó de madeira, e pode dar adeus a sua noivinha e ao seu filho, porque vocês só irão se encontrar no purgatório, se é que você irá para lá."; evidentemente que depois desta ameaça tive que me fingir de cego, surdo e mudo sobre as informações que recolhíamos, ou nas investigações que eram feitas para a minha eterna frustração.

Como gostaria que fosse simples assim dedurar quem era o desgraçado, o filho de uma puta que fodia com todas as investigações que fazíamos dentro do FBI.

Eu deveria parar de ficar pensando nisso tudo, antes que eu morresse com meus próprios pensamentos, contudo, era algo meio impossível, pois enquanto eu dirigia para o Dernier o trânsito não ocupava cem por cento minha atenção.

- Boa tarde, senhor Scott, em que podemos ajudá-lo? – perguntou-me a elegante e curvilínea recepcionista do clube assim que cheguei ao local.

- Boa tarde querida, ficarei apenas alguns minutos aqui. – respondi já retirando o meu blazer e soltando minha gravata.

- Fique a vontade, irei pedir para Trish ir atendê-lo. – explanou a recepcionista ainda para mim. Era normal que em casas como esta existisse alguns funcionários que não exerciam a profissão mais antiga do mundo, em uma maneira escrota de burlar as autoridades.

- Obrigado, querida. – agradeci já me sentando-se à mesa que normalmente ocupava quando ia até ali.

Não demorou nem dois minutos para que uma incrível loira de corpo escultural e com figurino no melhor estilo burlesco – corpete vermelho escuro, com aplicações de renda preta, uma minúscula calcinha fio dental também de renda preta, meias sete oitavos do modelo arrastão e sapatos de saltos altíssimos surgisse para me servir.

- Senhorrr Scott. – cumprimentou a loira com seu sotaque germânico acentuado. – Sua bebida. – completou, entregando-me um copo da minha bebida preferida: uma dose dupla de uísque puro malte vinte cinco anos, ou simplesmente um Macallan.

- Muito obrigado, Trish. – agradeci, pegando o copo de sua mão com unhas longas pintadas de vermelho.

- Algo que eu possa fazer para o senhorrr? – perguntou sedutoramente, enquanto suas mãos acariciavam meu peito indo em direção ao meu pau. Sorri torto.

- Hoje quero que você me dê um espetáculo. – comandei. Ela riu sonoramente contra a minha orelha antes de subir no pequeno palco de frente para a cadeira em que estava sentado e começou meu show particular.

Por ser um clube frequentado diariamente por políticos e magnatas do Distrito de Columbia, o Dernier Plaisir mantinha uma qualidade impecável em suas 'dançarinas', todas elas tinham entre vinte e um e trinta cinco anos, todas também deveriam ter um cuidado excepcional com a saúde não tendo nenhum vício, nenhuma doença e uma boa forma, todas elas assinavam uma espécie de contrato estabelecendo em que elas concordavam em realizar tais atividades – de prostituição -, assim como o sigilo de seus clientes.

Todas as mulheres que ali trabalhavam tinham que obrigatoriamente manter sigilo, caso contrário elas seriam mais um caso para a CSI de Washington investigar, mas quando isto acontecesse não teriam muito sucesso em sua investigação, uma vez que seus donos tomavam extremo cuidado para que elas fossem ninguém.

Trish começou seu show para mim no pole dance, dançando sensualmente e realizando acrobacias no mastro, mostrando sua flexibilidade, força e destreza através de técnicas impecáveis e bem realizadas. Após um longo tempo mostrando suas acrobacias na barra, a loira começou um striptease bastante sensual para mim, ficando com somente suas meias sete oitavos e sapatos ao final, antes de iniciar seu lap dance sobre mim.

Eu sabia muito bem que a loira queria. Como um de seus clientes mais generosos, ela queria que eu a comesse, como fiz algumas vezes, até que o tesão já tomava meu corpo, mas hoje eu não faria isso, porque segundo informações do detetive que contratara para seguir Bella, este me avisou que ela estava voltando a Washington, e assim teria um sexo muito mais prazeroso quando chegasse em casa, por conta disso continuei a admirá-la esfregando seu rabo ou sua buceta no meu pau.

Após quase duas horas com a alemã se oferecendo para mim e duas doses do meu uísque preferido, notei que estava mais que na hora de ir embora, assim colocando algumas notas altas no topo de sua meia, saí do local rumo à minha casa.

Apesar de ser começo de fevereiro e alguns minutos após a hora do rush, o trânsito da capital federal estava bastante tranqüilo, notando isso decidi parar em uma mercearia e comprar um vinho para beber junto com Bella, eu não sabia ao certo que hora ela estaria chegando em casa, mas isso não era importante, pois eu necessitava bajular a minha noiva, mostrar o quanto a amo, e depois de saborearmos nosso vinho tinto, nos embrulharíamos em nossa luxúria e lasciva que tanto senti falta.

No momento que entrei na garagem do nosso edifício meu coração começou a bater em uma velocidade anormal, assim como a adrenalina que começou a correr em minhas veias, enquanto uma ansiedade atípica alastrava por todo o meu corpo. Três semanas longe de Bella era uma tortura, eu sentia falta de seu corpo quente contra o meu, sua pele macia acariciando a minha, seus lábios sedosos deliciando-se dos meus. Eu sentia completamente a sua falta, mais do que eu gostaria de pensar ou admitir.

O elevador subia tortuosamente lento demais até o nosso andar, e nem mesmo o fato que eu socava continuamente o botão deste parecia adiantar alguma coisa. Assim que a maldita caixa metálica parou no andar que comandei, ouvi a suave música clássica que vinha de dentro do meu apartamento. Era a música favorita de Bella, e eu não sabia exatamente o porquê dentre tantas composições clássicas ela escolheu aquela de Debussy – Claire de la Lune, mas ela era bonita e calma o suficiente para me deixar da mesma maneira.

Coloquei a chave na fechadura, surpreendendo-me por esta estar aberta, e não consegui evitar de pensar que provavelmente Bella estava tão ansiosa como eu estava para o nosso reencontro, e a partir desta enorme expectativa entrei no apartamento com um sorriso no rosto, que foi magicamente ampliado quando encontrei aquele incrível rosto em formato de coração, emoldurado por longos cabelos castanhos, possuindo a pele mais sedosa que já toquei e assim como os mais incríveis olhos castanhos.

Todavia, algo que estava totalmente fora do lugar a minha esquerda chamou a minha atenção. Ali estavam várias malas, todas pertencentes a ela como rapidamente reconheci. Imediatamente meu coração falhou uma batida, aquilo não poderia estar acontecendo, será que realmente ela iria me deixar e viver seu maldito casamento com aquele filho de uma puta?

Não consegui controlar o ódio que parecia novamente borbulhar dentro de mim, da mesma maneira que borbulhou quando enfrentei o desgraçado daquele pérfido. Foi totalmente sem um comando do meu cérebro que inquiri:

- Por que destas malas, Bella? – apontei com repugnância e ofensa para aquelas que guardavam seus objetos.

Imediatamente ela suspirou pesadamente, um sinal de que as coisas não estavam indo na direção que ela queria. Bella era fácil de ler, por isso que sua expressão seguido do seu ato me fez temer que algo muito ruim se aproximava.

- Quero dar um tempo em nosso relacionamento, James. – sentenciou nervosa, para em seguida recolher seus lábios e começar a mordiscá-lo.

Suas palavras caíram como uma montanha de pedras sobre a minha cabeça. Meus piores pesadelos ali, sendo ditos por ela. Ela ia voltar para aquele desgraçado. Ela havia perdoado tudo o que ele fez para ela, seja lá o que for. Ela estava completamente apaixonada novamente por aquele filho de uma puta. Ela estava com ele, com toda a certeza o tempo que esteve em Forks falou com ele, tirando sarro do que ela tinha comigo. Todos estes pensamentos dominavam a minha mente, e sem nem mesmo conseguir me controlar disse:

- É por causa dele, não é? O cara que te machucou e fez perder a esperança no amor, por estar tão quebrada quando te conheci. – a raiva começava a tomar meus sentidos, eu precisava que ela visse que ela estava cometendo um erro irreparável, que sua vida seria uma completa desgraça se ela voltasse para aquele filho de uma puta.

- James... – Bella começou, mas a interrompi.

- Bella, ele vai te machucar na primeira oportunidade, ele não sabe o que é amor, tudo o que ele te diz é uma mentira. Por favor, Bella, não jogue fora o que tão firmemente construímos; Edward não merece você, não merece seu amor e respeito. – explanei atordoado, mas o olhar de espanto e surpresa dela quando disse o nome daquele desgraçado me fez ficar irritado.

- Co-como voc-você sa-sabe? – questionou temerosa.

Dei um sorriso que era um misto de escárnio, ódio e incredulidade.

- Bella, não subestime a minha inteligência – disse em tom de aviso. -, eu sou um maldito agente do FBI que trabalha com crimes cibernéticos, você acha que realmente quando vi vocês dois interagindo de maneira tão íntima e sagaz não iria tentar descobrir o que tinha por trás de tamanha hostilidade no começo, mas que da noite para o dia virou uma bela amizade? – perguntei retoricamente.

- O-o qu-que vo-voc-você s-sabe? – devolveu com uma pergunta nervosa e tremida.

- De absolutamente tudo, Bella. – disse apático, sentando-se em uma poltrona de frente ao sofá que ela estava. – Que vocês tiveram algo desde quando ingressaram em Harvard, talvez um pouco antes, que vocês eram namorados 'secretos', e que inclusive vocês são casados até hoje, por conta de um pré-nupcial com uma cláusula questionável e contraditória. – expliquei cansado, já era hora dela saber o quanto eu tinha de conhecimento.

- De-desde qu-quando v-você s-sabe d-disso? – inquiriu confusa, mas ainda com a voz tremida.

- Desde quando vocês começaram a trabalhar juntos e você não suportava ouvir o nome dele. – ponderei.

- Então p-por que v-você n-nunca me d-disse n-nada ou en-então aca-acabou com n-nosso re-relacionamento? – questionou novamente inquieta. Sorri torto diante sua curiosidade.

- Porque eu também tenho os meus segredos e um passado que me segue até hoje. – clarifiquei.

- Q-que p-passado? – perguntou impertinentemente.

- No momento adequado irei te contar, ele merece uma atenção especial. – afirmei com um suspiro cansado.

- O-ok. – respondeu com um aceno de cabeça, voltando a mastigar seus lábios. O silêncio tomou a sala, mas a tensão da conversa, enquanto cada um matutava sabe se lá o que em seus pensamentos, deixava o ar tenso. Foram cerca de dez minutos depois que Bella quebrou o silêncio. – Você... er... você sabe...

- Que vocês dormiram juntos? Que vocês vêm transando pelos últimos meses? Que você me trai com seu marido? – conclui sua pergunta, soando como um insulto a ela. – Sim, eu sei Bella, infelizmente.

- James... oh meu Deus, me perdoa eu não deveria ter...er... te traído. – falou envergonhada.

- Não tem como voltar à água que já passou pela ponte, mas se te isenta da culpa eu também te trai. – falei com descaso.

Porém quando Bella iria abrir a boca para dizer alguma coisa, a interrompi mais uma vez:

- Claro que no meu caso não existia sentimento ou juras de amor. Eu venho fodido prostitutas como uma forma de – ri o quão ridículo aquilo soaria. – te punir.

Seus olhos se fecharam em fenda, ela parecia ofendida com o que eu disse, claro que ela estaria, Bella era uma mulher orgulhosa que apesar de ser infiel não aceitava que fossem infiel com ela.

- Quantas? – perguntou entre dentes. Sorri com seu ciúme, isso era algo interessante.

- Bella, Bella, Bella... vivemos um triângulo amoroso com você me traindo com o seu marido, enquanto eu te traio com prostitutas e ele também a trai com prostitutas e qualquer outra mulher que ele possa meter seu pau nela para conseguir seu alivio e você vem me questionar quantas mulheres eu dormi? – perguntei astutamente. – Talvez você devesse ter ciúmes de Edward ao longo destes cinco anos em que ele fodeu sabe-se lá quantas outras mulheres. Eu assumo sim que te trai, mas isto aconteceu pela primeira vez depois que eu soube que você tinha transado com ele. – expliquei.

- Como você soube que estávamos... er... dormindo juntos? – perguntou incerta.

Sorri enviesado para ela.

- Você é inteligente, Bella. – respondi vagamente sua pergunta.

- Oh! Você colocou um detetive atrás de mim. – afirmou com um aceno de cabeça.

- Sim, eu tive que fazer isto. Ter pleno conhecimento do que realmente acontecia. – completei.

- Por que você simplesmente não acabou tudo comigo? É uma punição justa levando em conta o grau da situação. – ponderou.

- Sim, seria e eu pensei nisso durante várias vezes, mas então me recordava de como nos conhecemos, de como éramos antes dele vir para Washington, e principalmente me lembrei de como você estava quebrada, desacreditada no amor quando te vi cheia de raiva e ódio naquela cabine no Quantico, e soube, naquele segundo, qual era a minha missão para com a belíssima morena da cabine de tiro ao lado da minha. – expliquei a encarando nos seus incríveis olhos castanhos intensos como chocolate derretido.

- Qual era essa sua missão? – perguntou com um sorriso singelo, mais curioso. Ampliei meu sorriso.

- Te proteger, ajudá-la a superar cada ruptura que ele fez com você. – explanei carinhosamente. Ela ampliou seu sorriso para mim, enrubescendo suas bochechas.

- E você fez muito bem tudo isso. – confirmou com um aceno de cabeça.

- Então Bella, você vai abandonar toda essa segurança que venho te dado nos últimos anos para voltar para alguém que te deixou aos farelos, sem expectativa, totalmente quebrada por algumas palavras doces ou uma revelação controvérsia? – perguntei intensamente.

Bella descruzou suas pernas e apoiou os cotovelos sobre suas pernas, enterrando o rosto em suas mãos, massageando seus olhos com a ponta dos dedos. Quando ela voltou a me encarar seus olhos estavam vermelhos e dançando cristalinos por conta de suas lágrimas. Sorri apologético para ela, que timidamente retribuiu.

- Eu não estive com ele nestes últimos dias, na verdade também não entrei em contato com ele desde que o deixei em Boston, eu simplesmente queria distância de tudo o que podia me influenciar, e sinceramente não foi o tempo suficiente ainda para avaliar toda a minha situação, o que eu quero. – ela suspirou pesadamente. – Sou perdidamente apaixonada por vocês dois. Ele é o meu primeiro amor, aquele que consegui descobrir o universo; já você – ela sorriu timidamente. -, você foi quem me ensinou o que é ser mulher, o que é ser adulta, forte, você foi o meu alicerce e o meu sol, alguém que estimo muito. – disse carinhosamente.

- Mas até mesmo o sol não pode deter um eclipse, não é mesmo? – devolvi num misto de divertimento com sentimento de perda.

- Talvez, mas eu não estou te pedindo um tempo para voltar para ele, ou viver alguns dias com ele, estou pedindo um tempo a você para que eu possa avaliar a minha vida. Investi muito em nossa relação, ela foi a melhor coisa que aconteceu em minha vida, foi verdadeiramente um relacionamento saudável, enquanto com Edward as coisas sempre são impensadas, ocasionais e principalmente voláteis. Eu confio nele porque o conheço tão bem como eu me conheço...

- Você tem certeza disto? – a interrompi surpreso com a sua afirmativa.

- Bem... não certeza, certeza, mas conheço suficiente seu passado. Você, por sua vez, eu conheço seu presente, você mesmo desde o inicio dizia que tinha segredos que um dia você me contaria, mas sempre achei que estes foram as coisas que você foi me revelando ao longo dos anos, mas com sua afirmativa no início dessa conversa percebo que não é só isso. – ponderou calmamente.

- Você está certa, Bella. – afirmei com um aceno de cabeça.

- Bom, não estou terminando com você James, para todos ainda somos noivos, eu só preciso avaliar tudo o que aconteceu e ver se eu quero continuar um casamento que não deu certo da primeira vez ou se quero passar o resto dos meus dias com você. – sorriu emocionada.

- Eu te entendo Bella, entendo perfeitamente e você está certa em avaliar tudo, por mais que meu instinto diga que eu esteja cometendo um erro deixando-a fazer isso, meu coração e minha cabeça me dizem que devo isto a você pelos momentos incríveis que compartilhamos e como prova do que eu sinto por você. – falei solidário. Ela sorriu largamente.

- Tive muita, mais muita sorte em te ter na minha vida. Sinceramente acho que não te mereço. – comentou.

- Isso é somente uma sinapse neural de maturidade, porque lhe devo isso, uma vez que você não está me pressionando para que confesse meus pecados, não sou sempre assim generoso com as coisas que lutei para conseguir, normalmente sou possessivo e bastante ciumento. – expliquei com um sorriso, apesar da seriedade da sentença.

- É isso que respeito em você: sua sinceridade. – elogiou. – Espero que em breve você esteja pronto para me contar todos os seus segredos.

- Em breve eu contarei, não quero que meu passado te influencie. – ponderei.

- Quem seria eu para te julgar, você simplesmente aceitou o meu. – deu de ombros. Sorri nervoso.

- Tive um tempo para me acostumar, apesar de ainda não estar cem por cento certo de que estou agindo corretamente. – expus.

- A única certeza da vida é a incerteza. – recitou.

- Exato. – confirmei. – Bella – a chamei, imediatamente seus olhos castanhos perfuraram os meus azuis. -, eu te amo, sempre amarei.

- Eu também te amo. – contrapôs apoiando seu rosto em sua mão.

- Sabe onde você irá ficar este tempo? – perguntei interessado.

- Hum... não com muita clareza. – deu de ombros. – Vou tentar naquele hotel onde o departamento tem alguns lofts.

- É um bom local. – sorri apologético.

- Sim, de qualquer forma eu deveria ir, mas espero que nos falemos quando apropriado. – expos levantando-se da cadeira que estava sentada, durante nosso intercambio.

- Eu também, você sabe onde me encontrar. – dei-lhe um sorriso.

- Obrigada James, por... compreender. – sorriu amplamente, imediatamente sorri com ela.

- Você é bem vinda. – confirmei.

Em seguida a ajudei a levar suas coisas em seu carro, fizemos tal ação em silêncio, Bella parecia presa em seus próprios pensamentos, enquanto eu tentava controlar meu gênio que estava exigindo que fosse menos compreensível, que agisse com repudio e a obrigasse entender o gigante erro que estava cometendo.

- Obrigada pela ajuda, James. – agradeceu mais uma vez quando coloquei sua última mala no bagageiro. Não confiando em minha voz somente confirmei com a cabeça.

Ela caminhou lenta e sensualmente até a porta do motorista, somente a observei, seu corpo cheio de curvas e extremamente erótico exigia que eu a tocasse, a tomasse para mim e provasse a ela que ninguém neste mundo a merecia mais do que eu, porém se eu queria ganhar essa guerra teria que agir como o mais perfeito cavalheiro. Prestes a entrar em seu carro ela parou no meio da ação e voltou seu rosto para o meu.

- James. – disse, encurtando a distância entre nós e avançando para os meus lábios com uma fome estarrecedora.

Seus lábios estavam urgentes, voluptuosos e luxuriantes contra os meus. Sua língua exigia que a minha entrasse em uma briga com a sua. Suas mãos se enterram em minha nuca, apertando-a e puxando os poucos cabelos que tinha ali. Seu corpo se moldou com exatidão ao meu, deixando que nossas pélvis entrassem em contato. Eu queria tomá-la para mim, possuí-la ali mesmo, provar o quanto ensandecidamente a amava, mas tive que me controlar, eu precisava provar a ela que acima de tudo aceitava sabe-se lá o que ela estava fazendo, ou tentando provar.

Por mais que eu gostaria de quebrar o beijo e dizer a ela que eu gostaria que ela ficasse, me permiti deliciar-me de seus lábios, de seu corpo contra ao meu o tempo que ainda tinha. Foi quando o ar se tornou absurdamente escasso que nos separamos encarando os olhos um do outro com paixão, desejo e amor.

- Eu te ligo. – disse ofegante entrando em seu carro, dando partida e saindo rapidamente da garagem em que estávamos. Fiquei observando atônico ela manobrar o carro e sair do estacionamento do prédio.

Pode ter certeza que faria qualquer coisa para tê-la de volta, nem que para isso eu tivesse que matar Edward.

Concluindo que esta noite eu não teria ninguém para me aquecer e que dormiria sozinho na enorme cama do meu apartamento, sustentando uma imensa e incomoda excitação, decidir ir ao único lugar que poderia encontrar boa companhia, bebida e alguém para foder: Dernier Plaisir. Para a minha sorte, ou assim dizer, Trish ainda não tinha feito nenhum programa, e pedindo um tratamento especial à loira convocou uma morena chamada Phoenix para participar da nossa festinha.

XxXxXxXxXxX

As próximas três semanas foras tranquilas, Bella e Edward pelo pouco que observei estreitaram seu relacionamento a algo estritamente profissional. A morena parecia se esquivar com maestria das investidas do ruivo. Era divertido ver aquilo, porém não sabia dizer se aquilo era só fachada ou se ela também tinha horas de ligações com ele como tinha comigo durante algumas noites.

Fora somente na última sexta-feira de fevereiro que as coisas começaram a seguir um caminho diferente, por assim dizer.

Quando cheguei para o trabalho de manhã notei que o carro de Bella não estava em seu lugar de praxe, procurei por todo o estacionamento, mas não encontrei. Curioso para saber o que havia acontecido para que ela se atrasasse, mas sem deixá-la irritada por querer saber de sua vida, telefonei ao RH perguntando sobre ela, e me surpreendi que Bella tinha tirado o dia de folga para fazer uma bateria de exames.

Eu tinha plena consciência que Bella fazia exames rotineiros de seis em seis meses, mas a minha surpresa fora porque ela nunca fazia isso durante um dia da semana, sempre tirando o sábado para tal finalidade.

Tentando evitar que a minha curiosidade tomasse proporções épicas e fizesse com que eu ligasse para ela, tirei-a dos meus pensamentos e voltei à atenção no programa que Sam vinha trabalhando para tentar descodificar o sistema que o infiltrado usava para realizar suas ligações. Estava tão concentrado no trabalho que nem percebi a hora passando, somente sendo atraído para esta quando meu telefone pessoal começou a tocar. Era Bella.

- Olá, linda. – saudei como sempre fazia quando ela me ligava.

- Hey James. – disse suavemente. – Como você está? – perguntou automaticamente.

- Bem e você? Não a vi no departamento hoje. – expus.

- Oh sim, fui fazer uns exames de rotina. – explicou incerta.

- Algum problema? – perguntei confuso.

- Não, nenhum problema é que... hum... será que você quer jantar comigo hoje naquele restaurante em frente ao Capitólio? – ofereceu.

- Aquele espanhol? – questionei incerto.

- Isso! – exclamou animada. – Será que você pode me encontrar lá por volta das seis? – pediu ansiosa.

- Claro, as seis estarei lá. – declamei. A ouvi sorrindo pelo telefone.

- Obrigada James, te vejo mais tarde. – disse antes de encerrar a ligação.

Animado com o fato de que jantaria com Bella aquela noite, continuei trabalhando, mas não demandando muita atenção ao que estava fazendo, devido à ansiedade que parecia tomar meu corpo. Às cinco horas resolvi abandonar o meu posto de trabalho para ir para casa tomar um banho e me arrumar de uma forma mais casual, retirando o rotineiro terno preto que usava quase como que um uniforme para trabalhar, assim como todos os homens que trabalhavam no prédio.

Como o programa que Sam desenvolveu, e que eu estava aprimorando, demoraria longas horas para carregar, optei por deixar meu computador o carregando durante a noite, e amanhã nas primeiras horas da manhã eu veria se os computadores não tão potentes como aqueles do Vale do Silício conseguiram chegar ao mesmo resultado.

Desligando somente o monitor para não chamar muita a atenção, sai da minha sala trancando a mesma assim que passei pela a porta de vidro; eu sabia que ninguém iria mexer nela, mas como dizia o ditado: "o seguro morreu de velho". Informei a Heidi que trabalhava em decodificar outro programa que o desgraçado do infiltrado usa; que estava indo para a casa e que qualquer coisa ela deveria me ligar imediatamente.

Por ser uma sexta-feira, final de expediente, o prédio estava estranhamente quieto e desértico. Talvez ainda alguns agentes estivessem trabalhando ou não se encontravam no local. Caminhando serenamente pelos corredores comecei a ler alguns emails a partir do meu telefone que se encontrava no meu endereço eletrônico pessoal, não era nada muito animador, era mais novidades dos meus pais e de minha irmã, infelizmente nenhuma palavra sobre Alonzo.

Estava tão distraído que mal notei que já me encontrava no desértico estacionamento do FBI. Ainda dando atenção aos meus emails, procurei em meus bolsos a chave do meu carro, localizando-a rapidamente enquanto apertava o botão para destravar o alarme, porém a poucos passos do mesmo uma voz odiosa me fez parar o que estava fazendo.

- Queria trocar uma palavrinha com você. – expos um Edward espumando de raiva.

- Eu não tenho tempo Cullen. Me procure na segunda no meu escritório. – respondi aprazível.

- Tem que ser agora! – exclamou, tocando o meu ombro com força, fazendo com que eu o encarasse.

- Que porra é essa? – questionei surpreso com sua astúcia em me obrigar a encará-lo.

- O que você falou para ela? – perguntou inquieto. O encarei confuso.

- O quê? Falei o que para quem? – inquiri.

- Bella! – exclamou irritado. - O que você disse para ela, que a convenceu a voltar para você? – interrogou frustrado.

- Eu não disse nada, talvez ela tenha recuperado o juízo e visto que você não é confiável, que pode novamente confundi-la com qualquer vagabunda e deixá-la definhando por causa dos sentimentos que ela acreditou que você tinha por ela. – ponderei.

- Cala a sua boca. – disse avançando para mim, tentando acertar-me um soco, mas que felizmente errou, pois desviei com rapidez.

- Eu não vou brigar com você, e não adianta ficar me incentivando a isso. – clarifiquei.

- Por quê? Você vai ir encontrá-la, para fodê-la? Aproveitar bem as minhas sobras? – vociferou.

- E depois você diz que a ama? Você a trata da mesma maneira que trata todas as vagabundas que você fode, seu idiota! – exclamei irritado pela ofensa a ela.

- Será que sou o único aqui que fode vagabundas? O que Bella vai achar quando souber que o precioso noivinho dela gasta milhares de dólares em um lugar como o Dernier Plaisir para meter a merda do seu pau em alguma prostituta? – questionou alucinado, com seus olhos brilhando maniacamente.

Sorri em total escárnio.

- Como se eu fosse o único aqui que vai até lá para foder alguma prostituta, não é mesmo Cullen? – debochei. – E outra, eu contei para ela que para puni-la por fazer sexo com você eu a traia. – expliquei.

- E ela aceitou de bom grado? – inquiriu descrente.

- Por que ela sabe que pode confiar em mim, algo que não pode fazer com você! – exclamei irritamente.

Vi as narinas de Edward inflarem, enquanto fechava suas mãos em punho, certamente para me socar. Seu rosto estava lívido de raiva, eu podia sentir que o maior prazer dele neste momento era me causar algum dano físico.

- Eu. Mandei. Você. Calar. A. Maldita. Da. Sua. Boca! – exclamou entre dentes, em seguida desferindo um soco contra a minha barriga.

- Seu filho de uma puta. – revidei dando uma joelhada em seu estomago e um surdão em suas orelhas. Imediatamente Edward cambaleou, mas sorriu animado com a premissa de uma briga.

- Que bom que você sabe brigar, Scott. – desdenhou, vindo novamente para cima de mim para acertar um soco que felizmente consegui desviar, acertando um em seu olho esquerdo.

- Eu não quero brigar com você Cullen, eu não tenho tempo para suas infantilidades. – disse me afastando dele.

- Você terá, porque você não vai foder a minha esposa hoje, quem vai fazer isso sou eu! – gritou, dando uma rasteira que me fez cair no chão e bater minha cabeça, que imediatamente começou a latejar, senti seu punho contra meu rosto, e o sangue enchendo a minha boca.

Edward ria maniacamente enquanto socava meu rosto, consegui de alguma maneira articular meus braços para que minhas mãos fossem ao seu pescoço para obstruir sua passagem de ar, enquanto minhas pernas trabalhavam em uma maneira de derrubá-lo. Felizmente quando o ar deve ter ficado escasso em seus pulmões, consegui fazer com que ele perdesse o equilíbrio e caísse contra o chão de piche do estacionamento, batendo da mesma maneira que eu bati a cabeça.

Aproveitando-me da vantagem inesperada, levantei-me do chão em que agora Edward estava estirado e comecei a socá-lo, eu sabia que não deveria, mas toda a raiva que sentia pela forma como ele havia tratado Bella, a abandonando quando mais precisava dele, como ele havia a ofendido e principalmente por tê-la possuindo quando estávamos em um relacionamento saudável e promissor; todo o ódio e rancor que senti durante todo esse tempo eu depositei em minhas mãos, que desferia golpes duros contra seu rosto, o sangue escorria pela face, manchando a camisa branca que ele usava.

Fora só quando este não mais oferecia resistência que sai de cima dele, parando de desferir golpes contra seu rosto. O mesmo estava manchado de vermelho, por causa de seu sangue, o colarinho se sua camisa também se encontrava da mesma maneira. Afastei-me de seu corpo relativamente inerte, mas do que seu dono gemia e tossia sangue e o olhei com superioridade, antes de afirmar:

- Isso é para você aprender a ficar longe de algo meu, e principalmente para aprender a não ofender a mulher que eu amo. – explanei.

- Você... – tossiu sangue, manchando o piso cinza ao seu lado. – Eu vou te... – agora ele cuspiu uma bola de sangue. – eu vou te matar na primeira oportunidade. – sentenciou.

- Não se eu acabar com sua raça primeiro, Cullen. – vociferei. Ele riu através de um gemido.

- Você é um homem morto já, Scott! – ponderou, quando estava mais afastado dele, somente ignorei sua ameaça, ele não iria me matar, não se fizesse isso primeiro com ele.

XxXxXxXxXxX

Como o desgraçado do Cullen havia me atrasado não teria muito tempo para me arrumar da forma que gostaria em casa, então usando a sirene que ficava em meu carro, consegui abrir caminho pelas ruas apinhadas na hora do rush em Washington até a rua onde ficava o meu apartamento. Optei por não guardar o carro na garagem, pois isso iria me atrasar, enquanto corri até o hall onde ficavam os elevadores, felizmente encontrando um ali.

Enquanto a enorme caixa metálica subia lentamente até meu andar, observei meu rosto no espelho. Havia um corte no meu supercílio esquerdo, nada que um curativo simples não estancaria e esconderia o ferimento. Todavia, a sombra arroxeada que aparecia sob meu olho direito era preocupante. Meu lábio superior estava inchado e cortado. Ao todo o meu efeito não era tão ruim, já tive ferimentos piores do que este desde que ingressei na academia, mas para ir encontrar com Bella ela ficaria curiosa para saber a origem dos mesmos.

Finalmente o elevador chegou ao andar que demandei, e rapidamente sai do mesmo abrindo a porta do apartamento e indo diretamente ao banheiro tomar um banho rápido. Assim que terminei, enrolei a toalha em meus quadris enquanto fazia o curativo onde era necessário.

Concluído o curativo mínimo sai do banheiro em direção ao closet para pegar uma roupa mais informal, optei por uma calça jeans escura, uma camiseta cinza combinada com uma camisa preta e uma jaqueta de couro também preta. Calcei um par de botas e finalmente estava pronto para ir ao encontro de minha noiva. Sai do apartamento fechando as portas atrás de mim e indo em direção onde havia estacionado o meu carro.

Assim que ocupei o lugar no motorista constatei que demorei exatos quinze minutos, e que se fosse rápido não chegaria atrasado até o restaurante que ficava próximo ao Congresso Nacional. Novamente fiz uso das sirenes do FBI, para poder me locomover pelas ruas congestionadas de Washington, DC., e com a sorte sorrindo para mim consegui chegar exatamente às seis horas no imponente restaurante espanhol.

Bella já se encontrava em uma das mesas na parte onde tinha um jardim de inverno no restaurante. Ela bebia tranquilamente um copo de água enquanto observava a noite surgindo no horizonte através da estrutura do local onde estava. Assim como eu, ela vestia uma roupa casual, calça jeans, botas pretas baixas, uma blusa de gola alta e uma jaqueta de couro, ambas pretas. Sorri com o fato de que estávamos combinando.

- Boa noite, linda. – murmurei próximo ao seu ouvido. Rapidamente ela virou seu rosto para o meu com um sorriso brilhante.

- Boa noite, James. – disse animada, mas rapidamente seus olhos perspicazes analisaram o meu rosto, notando os ferimentos conseguidos a menos de uma hora. – O que aconteceu com seu rosto? – questionou afagando com a ponta de seus dedos as lesões.

- Nada de mais. – dei de ombros, sentando-me em uma cadeira a sua frente. – Me acompanha em um vinho? Creio que aqui tem o carménère de Valladolid que tanto procuramos. – comentei, pegando o cardápio com a carta de vinhos do restaurante.

- Vou deixar para a próxima, mas acredito que você deveria beber. – disse com um sorriso em seu rosto.

- Tem certeza, Bella? – perguntei incerto.

- Absoluta. – afirmou sorrindo, enquanto voltava sua atenção para o cardápio que estava em suas mãos. O som de uma música flamenca preenchia o restaurante conforme pouco a pouco este foi enchendo.

Bella e eu comentávamos sobre os pratos que ali tinham, e qual deles deveríamos escolher, por fim optamos por pedir gazpacho (sopa fria de vegetais) e tortilla de patatas (omelete com batatas) para a entrada, como prato principal uma paella (tradicional prato espanhol que consiste em um farto risoto de frutos do mar, galinha e chouriço), um pistos manchego (um tipo de ratatouille) com molho de carnes finas e ervas, acompanhados de uma salada de grãos variados.

Após feito o nosso pedido continuamos conversando um assunto leve e descontraído. Eu sabia que ela tinha algo para me dizer, por isso me chamou para acompanhá-la ali, mas não seria eu que iniciaria esta conversa, por mais benéfica que fosse para mim, uma vez que pela reação de Edward ele saiu perdendo.

Saboreamos os pratos de entrada com demasiado prazer. Bella e eu, nas nossas últimas férias juntos, havíamos ido para a Espanha, tudo bem que foi somente por uma semana, mas foi intensamente prazeroso andar com ela pelos monumentos hispânicos e cidades históricas espanholas. Nesta incrível viagem sempre saboreávamos algum prato regional e logo selecionamos nossos preferidos.

Logo que terminamos as entradas os pratos principais foram colocados diante de nós e da mesma maneira que o anterior, saboreamos estes com uma conversa leve e animada. Eu bebia o vinha que havia selecionado, enquanto Bella bebericava um suco de uva. Tinha consciência que assim que os nossos pratos fossem retirados ela iria me comunicar o porquê da nossa ida aquele restaurante.

Dito e feito, assim que o garçom veio e retirou nossos pratos e questionou se já gostaríamos de pedir nossas sobremesas, a belíssima morena que era a minha noiva mudou de postura para iniciar finalmente nossa seríssima conversa.

- James, chamei você aqui porque gostaria de lhe dizer que decisão eu cheguei. – pontuou séria, encarando o meu rosto com seus olhos.

- Certo, Bella. – concordei. – Você tem certeza sobre essa sua decisão, pensou tempo suficiente? – perguntei cavalheirescamente.

- Absoluta certeza. – concordou com um aceno de cabeça. – As coisas se tornaram mais claras para mim desde que voltei para Washington.

- Acredito que um tempo na paisagem bucólica e nostálgica de Forks que lhe ajudou. – sorri descontraído. Automaticamente ela ampliou seu sorriso, concordando com um movimento de cabeça.

- Com toda a certeza aquele tempo de chuva ou neve incessante de Forks me mostrou porque gosto tanto daqui. – gargalhou no final e eu a segui.

- Tenho certeza que sim. Você é uma pessoa solar, Bella. – comentei divertido.

- Sim eu sou. – concordou. – Amo o calor do sol, ele é como o calor que emana de você. – pontuou me encarando e mudando drasticamente de assunto.

- Bella... – comecei, mas rapidamente ela me interrompeu.

- James, eu tenho certeza, eu quero ter uma vida ao seu lado, com você me amando como fez nos últimos anos. Edward é um passado bom, mas que também tem coisas ruins, amargas, que eu simplesmente não posso esquecer ou apagar, independente de que se foi armado ou não. Ele aceitou aquelas conseqüências, fez questão de esquecer seus próprios erros, deixou que eu definhasse em frente aos seus olhos e em nenhum momento pediu uma sequer palavra de perdão ou querendo saber como eu estava. Amor não é isso. Amor é se preocupar, e em nenhum momento ele fez isto, ele parecia se preocupar consigo mesmo, agiu de uma maneira egoísta. – explicou concisamente.

- Como você sabe que eu não sou assim? – perguntei curioso. Ela deu de ombros.

- Apenas sei. – sorriu largamente. – A audiência para a homologação do nosso divórcio irá acontecer em vinte e cinco de junho, minha advogada já preparou todos os documentos para a separação ocorrer, como também desvincular o sobrenome dele do meu. Eu quero fazer tudo certo James, quero ser a sua esposa ainda esse ano. – afirmou com uma certeza quase que ultrajante.

- Fico feliz por você estimar tanto o nosso casamento, mas posso saber o que mais é a causa dessa sua mudança? – perguntei astutamente. Ela sorriu brilhantemente.

- Você é muito sagaz, James. Você sempre sabe que tem algo a mais. – comentou.

- Ossos do ofício. – respondi, no mesmo instante em que sentia um golpe doloroso na parte inferior da minha costela esquerda, na região abdominal. Levei minha mão onde senti o impacto silencioso, um líquido vermelho viscoso jorrava dali e se acumulou em minha mão. Aquilo era sangue, o meu sangue.

Fiz uma compressão na ferida, enquanto voltei meu olhar para a Bella, que parecia não ter notado nada e continuava sua longa reflexão sobre o porquê tínhamos que estar juntos. Eu precisava interrompê-la, mas ela parecia tão animada contando sobre algo que aconteceu hoje em seu exame, tentei me focar em sua voz, mas era um pouco difícil devido à dor lacerante.

- Então senti algo gelado sendo espalhado junto com uma pressão, e lá estava o que veio para mudar a nossa vida. – consegui entender o que ela dizia, no mesmo instante em que um novo golpe doloroso acertou o meio de minhas costas, obstruindo quase que imediatamente minha passagem de ar.

O gosto de sangue junto com o acumulo deste se encontrava em minha boca. Quem quer que fosse que tinha me acertado na primeira vez, desferiu um novo golpe contra mim acertando um dos meus pulmões.

- Bella. – consegui balbuciar, deixando o grosso liquido viscoso e vermelho sair por minha boca. Imediatamente Bella notou que eu tinha levado um tiro.

- Socorro! – gritou. – Meu noivo acabou de ser baleado! – gritou freneticamente, enquanto todo o restaurante explodia em pânico, com pessoas arrastando cadeiras, mesas sendo viradas, louças sendo quebrados, talheres tintilando no piso linóleo.

Bella continuava a pedir freneticamente ajuda, mas parecia que ninguém gostaria de auxiliar a morena que estava desesperada em minha frente.

- James, querido, me mostre onde foi o tiro. – pediu se postando ao meu lado, ajudando a abrir meu casaco e camisa, rapidamente Bella viu que foram dois tiros e não um só. – Oh meu Deus, dois tiros? – perguntou retoricamente. – Amor, faça pressão nesta ferida aqui. – pediu, levando minha mão a apertar o primeiro tiro, enquanto ela pressionava a segunda.

"Aguente firme James, vou pedir ajuda." – afirmou buscando em sua bolsa seu telefone. Suas mãos tremiam nervosamente, mas mesmo assim ela conseguiu localizar o objeto prateado e discar algum número. Distingui ela dizendo nossos nomes, o local em que estávamos e o que tinha acontecido em poucos segundos, porém eu sabia que quando os paramédicos chegassem seria tarde demais para mim.

- Bella. – chamei soltando mais uma bolha de sangue por minha boca.

- Shiii amor, não fala nada. Já estão vindo cuidar de você. – disse tentando convencer não só eu, como ela também.

- É... é... tar-de. – balbuciei em meio à grande quantidade de sangue que acumulava em minha boca. – Vo-cê de-ve to-ma-r... cui-da-do. – alertei.

- James, calma, você não deve fazer esforço. – pediu com a voz tremida e com grossas lágrimas inundando seu rosto.

- É... é... tar-de. – repeti com um fio de voz. – Bel-la... o-olh-a pa-ra m-mim. – supliquei. Seus olhos castanhos que tanto admirei estavam grudados em meu rosto, apesar de minha visão estar turva ainda podia facilmente admirar suas feições.

- Shiii... amor, não se esforce. Lembra: eu te amo. – pediu desesperadamente.

- E-eu ta-tam-bém. – confirmei. Ela sorriu tristemente.

- Shiii... calma baby... já vai passar. – ela pediu afagando meu rosto.

- Na-ão. – murmurei quase sem fôlego. – É... é... tar-de. – repeti mais uma vez. Bella negou com a cabeça, enquanto lágrimas grossas caiam de seu rosto e tocavam o meu.

- Você não pode morrer James, eu te proíbo! – exclamou. Sorri enquanto mais uma torrente de sangue saia por minha boca. – Eu preciso de você! – pediu, exercendo uma pressão maior em meu pulmão afetado.

Mas eu tinha plena certeza que era o fim. A pouca consciência que ainda tinha sabia que era o meu fim. Infelizmente o dia de minha morte chegou. Decidido em alertar Bella enquanto ainda conseguia, murmurei com um fio de voz, mas com clareza para que ela compreendesse:

- O infiltrado... é... alguém próximo... a... você!

.

N/A: Hey meus amores!

Todos ainda estão sem palavras com esse final? Claro que vocês estão! Esse final foi uma das certezas que sempre tive sobre o plot dessa fic, que James ia ser assassinado! Mas quem será o assassino dele? Será que foi o infiltrado ou será que foi Edward? Ou será que Edward é o infiltrado?

É... apesar de muitas revelações neste capítulo muitas coisas ficaram sem ser dita... muitas lacunas esperando para serem respondidas, e muitos mistérios clamando resposta. O que será que aconteceu? O que vai acontecer? James era uma peça chave de todo o mistério, ele sabia coisa demais, coisa que metade do FBI não fazia ideia, mas porque ele sabia tudo isso? E o que será que motivou a Bella a escolhê-lo invés de Edward?

O final da fic tá começando a chegar... temos mais seis capítulos regulares e finalmente o epilogo... mais mistérios e soluções vem por ai, e tudo no fim será encaixado perfeitamente, quem está se arriscando em palpitar algo? Olha, nem eu to palpitando mais nada! *HUAHUAHUAHUAHUA*

Se você era uma pessoa que acreditava com todas as forças que James era o infiltrado, observe que você estava errado, a resposta ainda não é essa! Mas tudo no seu tempo. Espero que vocês tenham gostado desse POV do James, ele ainda não vai ser rapidamente esquecido, tem algumas respostas para as perguntas desse capítulo que só o tempo nos ajudará a responder, ou no caso eu, porque... eu sei todas as respostas, ou quase todas! *HIHIHIHIHIHI*

Obrigada por lerem este que foi um dos capítulos mais complexos de toda a fic para escrever. A demora dele é justamente por causa disto! Se tudo soou meio ilusório e ridículo, peço milhões de perdões.

Agradeço imensamente a todos que leram, comentaram, favoritaram, recomendaram, são vocês com estes pequenos gestos que me animam a cada dia escrever mais e mais. Obrigada mesmo por todos que lêem e comentam, e aqueles que não comentam, façam: qualquer palavrinha de incentivo, de apoio, qualquer mínima coisinha é algo imenso para quem escreve.

Bem... obrigada mais uma vez pelo carinho e atenção de vocês, eu realmente AMO muito cada um de vocês, que me ajudam de maneira desconhecida a superar muitos problemas. Obrigada mesmo!

Nos vemos no próximo capítulo! ;D

Beijos,

Carol.

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N/B: ESTOU EMOCIONAAAAAAAAAAAAAADA QUE SÓ!

Esse capítulo foi o MAIS DIFÍCIL de todos! Primeiramente porque um POV sem ser da Bella ou do Edward, numa fanfic que gira loucamente entre a relação dos dois, já é um imenso desafio, e segundo, porque o James, quando fosse dar finalmente as caras, ia ter que passar TUDO NUM POV SÓ. Pois é, eu sabia que ele ia morrer e senti toda a pressão que isso ia causar no "começo do fim" de JUST JUSTICE.

A Carol realmente deixou escapar umas coisas que vão compor o universo da predecessora de JUST JUSTICE, e vocês não imaginam como essa fanfic fica cutucando os neurônios da Drama Queen, viu? Confissão de beta, ela tava PIRANDO MESMO! Mas com muito amor, dedicação, uma ajuda daqui, outra de lá, outra de novo acolá, o POV ganhou vida e foi que foi.

Eu me surpreendi, no começo eu só enxergava um James querendo se explicar, depois eu vi que ele realmente estava com raiva! Adiante ele tentou segurar a onda, mas o Edward não deixava (cacete, Bells! A gente vive a vida tentando encontrar um cara foda, você vem e caçapa dois? Tem mel, benhê? Hauhahuahuauhauha), aporrinhando o coitado ao máximo, até que ele foi obrigado a lhe dar uma surra cheia de testosterona (o que fez a Carol e eu gamar nessa coisa de macho-possessivo-pagando-de-Capitão-Nascimento... TÁ, PAREI XD)... pra no fim não conseguir compartilhar o motivo do porque a Bella voltar com ele e PIOR, morrer assim, como se fosse uma cena de um filme.

EU ME MORRO E ME MATO SEMPRE COM JUST JUSTICE! A Carol que o diga, defendo com unhas e dentes e se deixar rolo na lama e arranco os cabelos também!

Pena que o cheirinho de final já está no ar, e sei que as revelações vão ser cada vez maiores e os capítulos vão exigir muito mais dos esforços que a Carol já vem dando. Então, paciência fiéis leitores (e fiel beta! Oi?), temos que deixar a autora confiante e, principalmente, respirar fundo e buscar inspiração.

Sabem como fazer isso, né? MANDEM SUAS REVIEWS! Opinem, chutem quem é o infiltrado, desejem a morte da Bella porque ela escolheu o James, ou desejem a ressurreição do James pra saber os motivos dela ter ficado com ele! Mas comentem e se animem, pois toda boa ficwriter precisa da constante atualização de vocês!

E é isso, amores! JAMES MORREU! Prontos pra'queles funerais bonitos e emocionantes, com discurso, tiros, bandeira nacional e o cacete a quatro? Porque eu ia ver se a Carol ajeitava um desse pra gente no capítulo 21... HAUHAHUAUHHUAHUAAHUUA.

Bjos,

Tod.

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Quer fazer uma pobre autora feliz? oO

Deixa uma review para mim, dizendo se você gostou, ou se odiou, se você tem alguma sugestão! Pois sugestões e palpites aqui são fundamentais! *.*

Ficarei encantada em ler!

É isso meus amores, obrigada novamente pelo carinho por essa minha fic.

Amo vocês!
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ps.: tem uma certa pessoa devendo muitas explicações, e algo me diz que é ela que vem dar estas explicações, inclusive com direito a inquérito policial e depoimento criminal! ;D


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