Adrienne saía da biblioteca, conversando com Edu sobre as recentes descobertas sobre o tal espírito obsessor e estava animada com tudo. Tinham encontrado um livro muito antigo, que explicava sobre sentimentos e as antigas crenças de poder em cima dos sentimentos humanos e o que bruxas experientes eram capazes de fazer canalizando a favor delas.

Stefan a esperava do lado de fora, próximo a lanchonete, observando os dois saírem sorrindo. Adrienne não o viu, e foi direto pra aula, acompanhada do novo amigo. O que deixou Stefan bastante incomodado. Qetsyah, ainda no corpo de Elena, ficava a espreita, e se aproximou, bastante venenosa.

— Puxa, como ela estava distraída. O papo devia estar mesmo interessante! - falou se fazendo de desentendida.

Stefan olhou, um pouco furioso, desencostando da mureta onde estava, rapidamente, mostrando insatisfação. No que a bruxa dissimulada, respondeu.

— Ah.. Desculpe, Stefan, esse é aquele que era interessado nela? Nossa, eu não reparei, me desculpe.

— Tudo bem, eu vou pra minha aula, Você vem?

Os dois seguiram juntos, e a bruxa piorava a situação, fingindo querer melhorar com frases dúbias, para deixar Stefan encafifado. Chegaram na sala de aula, e Adrienne já estava na porta, aguardando por ele. Ela sorria, querendo contar a novidade, quando ele se aproximou e passou direto, deixando-a bem confusa.

A falsa Elena vinha ao lado e deu de ombros com uma expressão de estranheza, como se não soubesse o motivo da atitude dele, e sorriu com uma certa satisfação, um pouco antes de passar por Adrienne que desconfiou daquilo.

Adrienne entrou na sala e tentou sentar-se ao lado do namorado, como fazia sempre. Stefan colocou suas coisas na cadeira vazia, impedindo que sentasse ao seu lado. Elena olhou e sorriu não muito discretamente, se certificando que Adrienne visse o sorriso vitorioso.

Adrienne desistiu, não queria brigar. Apenas pegou suas coisas e saiu da sala, sem entender direito a atitude de Stefan, mas, não ia discutir ali. Queria apenas sumir. Caroline vinha pelo corredor, cercada por várias pessoas, como era o comum. Tinha se tornado uma garota extremamente popular na faculdade, e sempre tinha gente ao seu redor. Porém, assim que avistou Adrienne saindo da sala, foi atrás, saber o que tinha havido.

— Hey, o que houve? - perguntou Caroline, recuperando o fôlego.

— Ah, eu... - Adrienne olhou em direção a sala e respondeu – Nada, estou sem paciência pra esta aula hoje, só isso.

— Hum, ok. Vou assistir então, não quero levar falta. - E saiu, não muito convencida. Se tinha alguém que adorava as aulas de marketing era Adrienne, mas, se ela não queria contar, Caroline não insistiria.

Entrou na sala buscando Elena e Bonnie, e sentou-se. Mandando um bilhete pra Elena, questionando se tinha visto algo. No bilhete dizia: “Sabe o que houve pra Adrienne ter saído da sala?”

No que a bruxa, no corpo de Elena leu, aproveitou imediatamente pra criar intriga. “Não sei. Acho que ela se aborreceu quando viu Stefan vindo comigo, parece que se desentenderam por isso, mas, não sei, não perguntei.”

Caroline achou bem estranho, mas, lembrou que há algumas semanas, Adrienne estava receosa da amizade de Stefan e Elena, achando que poderia haver algo entre eles ainda. E, perguntou outra coisa:
“mas, você os viu discutindo por isso, ou só acha?” e Elena respondeu: “Só vi a cara feia que ela fez quando vínhamos entrando, e acho que isso o aborreceu porque ele nem parou, entrou direto e sentou do meu lado, deixando ela mais aborrecida ainda.”

Era o que ela queria, envenenar a todos, lentamente. Inventar histórias, criar intrigas e aumentar a sua força. Só precisava agora colocar Bonnie contra Caroline, mas, era quase impossível manipular a bruxa Bennet. Era tão compassiva e preocupada com todo mundo que qualquer coisa que se falasse, ela tentava resolver conversando. Qetsyah se irritava muito, mas, tinha que continuar fingindo. E, talvez, precisasse da magia da Bennet num futuro próximo.

Caroline achou bastante estranho. Adrienne não era de ter atitudes passionais, muito menos por ciúmes. Ainda mais de Elena, que ela já tinha acostumado a ver sempre presente. Algo estava errado, e ela queria descobrir. Caso fosse o espírito rondando novamente. Pegou suas coisas pra sair da sala, alarmando a falsa Elena.

— Onde você vai? - perguntou, sussurrando.

— Vou descobrir que história é essa. E se aquela força estiver de volta? - respondeu, aflita.

— Imagina, Caroline, aquilo estava atrás de mim e da Katherine, não atingiria a Adrienne.

— E como você pode garantir isso? Todos foram afetados naquele dia, esqueceu?

A impostora se calou, qualquer coisa que dissesse naquele momento poderia destruir seu disfarce. Preferiu apenas perguntar como ela pretendia sair sem ser vista, mas, antes de abrir a boca, Caroline já estava longe.

Qetsyah estava satisfeita, de certa forma. Fez com que Stefan desconfiasse da fidelidade da namorada, e esta por sua vez, nem tentou se explicar. Dando margem para outros ardis que ela criou.

Caroline foi até o quarto, e Adrienne estava lá, envolta numa pilha de papéis e livros, e buscando coisas no computador. Chegou perguntando o que era tudo aquilo.

— Estou desconfiada de uma coisa, mas, não sei se posso te falar agora, Care.

— Ah não! Você precisa me contar! Não consigo conviver com segredos, você sabe disso!

— Bom… - Adrienne hesitou, pensando em como contaria a sua teoria, mas continuou. - Eu desconfio que há algo errado com a Elena e tem a ver com aquela força estranha. Andei lendo umas coisas, e… Ai, eu realmente não sei se é uma boa ideia falar disso sem certeza, Caroline, desculpe.

Adrienne falou tentando guardar as pesquisas, mas, só deixou a amiga mais curiosa ainda, querendo saber o que estava havendo com sua amiga de infância.

— Agora que você já começou e me deixou mais curiosa, continua. Não vou sossegar até entender tudinho que está espalhado aqui nessa estante. - disse segurando um dos livros, e lendo uma parte destacada que dizia:

“Se o objeto possuído não oferecer resistência, há probabilidades de ser suprimido pelo possessor. E, este uma vez forte, poderá nunca mais deixar o corpo.”

Caroline arregalou os olhos, e gaguejou - Adrienne, o que é isso? - tentou recuperar o fôlego e continuou - Você… quer dizer, não. Não pode ser, quer dizer… Você acha que a Elena pode estar sendo usada por aquela força estranha?

Adrienne sacudiu a cabeça positivamente, e começou a explicar sua teoria, pedindo que Caroline fosse muito discreta, pois, se fosse verdade, poderiam haver consequências que ninguém sabia ainda.