Tales of Lost Love escrita por Drix


Capítulo 9
Consoler of the Lonely *




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Adrienne não entendia porque Stefan foi embora. Mas no momento precisava se concentrar em Katherine. A recém curada estava histérica com a nova condição e não conseguia falar de outra coisa. Ela, mesma, ainda não compreendia como aquilo era possível. Uma vampira curada?

— Como um tubinho, de sabe-se lá o que, pode curar o vampirismo? - ela perguntou - Não estou entendendo nada, de verdade. Pensei que, já que morri pra me tornar vampira, tomando a cura, morreria novamente. Nossa, que complicado!

— Eu não sei como funciona, só sei que estou aqui, não sou mais uma vampira e só penso em matar aquela sonsa da Elena! - Katherine respondeu ainda com raiva.

A verdade era que, agora, Katherine se tornou um problema ainda sem solução. Ela passou a vida inteira se escondendo, fugindo e tentando sobreviver. Se acostumou a lutar, e agora, estava frágil. Precisava de ajuda mais do que nunca. E Adrienne não fazia a menor ideia de como poderia ajudá-la. As duas somente aguardavam a chegada da bruxa que era a guardiã da casa.

— Vamos esperar a Jô, ela deve ter uma resposta. Afinal, essa cura foi criada por uma bruxa, certo?! Com certeza, ela sabe de algo que possa nos ajudar.

Adrienne tentava acalmar Katherine. Com seu jeito doce e meigo, ela sabia que era a única que conseguia, desde sempre. As duas aprenderam a confiar uma na outra, e mesmo depois de tudo o que Katherine confessou, ela sabia que no fundo, a amiga era só alguém perdido.

***
> Flashback

Condessa Adrienne Valentine Beaumont

Século XI – Nice - França - Europa

 

— Você precisa ir! Nossas terras estão sendo invadidas e logo não haverá mais terrenos para plantio!

— Está bem, meu pai. Logo após o casamento, partiremos para a França e começaremos nossa nova vida.

O Duque de Beaumont designou seu filho mais velho para retomar os antigos negócios da família que foram abandonados após a peste, dando a ele o título de Conde. E o jovem casal Beaumont migrou de volta para a antiga casa no dia seguinte ao casamento, como foi pedido, e lá começaram sua família.

Depois de muitos anos de casados, e com os filhos já crescidos, a senhora Beaumont engravidou novamente. A chegada de mais uma criança deixava a família feliz. Uma menina, linda, de pele alva, cabelos escuros, olhos brilhantes e atentos nasceu. A caçula temporã de 7 irmãos. Seu parto foi difícil, e sua mãe, já de idade um tanto avançada, teve complicações.

A parteira entregou a menina nos braços da mãe.

— Adrienne, você terá este nome! Adrienne Valentine, por ser uma menininha valente! E vou te chamar, carinhosamente, de minha pequena Addy.

A condessa nunca se recuperou integralmente. Teve complicações no parto e a menina nasceu prematura. As duas tinham a saúde muito frágil, fazendo com que o Conde as transferisse para um Chateau afastado da Cidade, com mais natureza e ar puro. Logo após completar 5 anos de idade, sua mãe, que já estava muito fraca, faleceu. Deixando a menina aos cuidados de uma tutora. A morte da mãe, fez com que seu pai se afastasse ainda mais. Ele somente enviava dinheiro regularmente, para o sustento. Nunca mais lhe deu amor e carinho.

Os irmãos viviam com o pai na Cidade, e ali, no campo, somente ela e Adelle, a tutora, que cuidava de Adrienne como se fosse sua filha. Adelle era uma jovem senhora, de cabelos dourados e lindos olhos azuis, aparentando ter não mais que 35 anos. Foi noiva, aos 16 anos, de um jovem rapaz, morto num acidente. Acabou se escondendo num convento e viveu lá até ser chamada pela Condessa e se tornar tutora. Ela parecia ter um grande segredo, mas, nunca o contou a ninguém.

Adrienne era bem esperta para sua idade, muito inteligente, e bastante gentil. Se parecia muito com sua bisavó, era o que sua mãe sempre dizia. Mas da família conheceu somente uma tia, irmã de sua falecida mãe, que a visitava raramente.

— Você tem o rosto de sua bisavó, a gentileza de sua avó e a nobreza de sua mãe. - ela dizia.

Os anos seguiram no Chateau onde a menina foi criada. Após a chegada de Adelle, ela nunca mais adoeceu e continuava crescendo forte e saudável. Passava a maior parte do seu tempo em aulas de pintura, línguas, literatura e bordado. Mas o que mais gostava de fazer era ler. Sua biblioteca era vasta, recheada com todos os escritores famosos da época.

Adrienne já estava acostumada à solidão. Às vezes, sua tutora recebia a visita de uma prima que vinha acompanhada de sua filha, a moça tinha a mesma idade de Adrienne, e era quando ela se divertia mais. Mostrava suas bonecas e criava histórias para brincar. Nas tardes de verão, largava seus livros para um passeio pelas colinas. Adorava correr nos prados, se sentia livre.

— Adelle, já percebeu que todas as vezes que viemos passear, aquele cavaleiro está ali, naquele monte? - a menina perguntou, curiosa.

— É mesmo? Não havia percebido.

— É sim. Sempre que você me traz, ele está ali. Quando chegamos mais perto, ele vai embora.

— Hmmm... acho que é impressão sua, menina, você tem a imaginação fértil! - Adelle segurou com carinho o queixo da menina — Fica lendo aquele monte de livros e vive criando histórias, não é?!


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