Naquela manhã, todos acordaram cedo. Stefan e Adrienne, madrugaram. Foram os últimos a dormir e os primeiros a acordar para correr. Ela estava disposta, mas, ele resmungava e se arrastava.

— Sou um vampiro, uma criatura da noite. Você precisa parar de me acordar tão cedo!

— Ah, que lindo. Agora você quer ser um vampiro? - ela respondeu, com as mãos na cintura, sem parar de correr.

Ele riu tentando diminuir o ritmo, sem sucesso. Ela continuava e o estimulava.

— Vamos, Stefan! Falta pouco pra chegar, corre!

Stefan apressou as passadas e a agarrou pela cintura, tirando-a do chão. Adrienne esperneou, gargalhando, ele a colocou de volta ao chão, sem soltar, a abraçando por trás, e dando vários beijos no pescoço, fazendo cócegas, e falando entre um beijo e outro.

— Não – gosto – de – acordar – cedo - e – sempre – vou – reclamar – enquanto – estiver – vivo!

— Bom, então pode parar, já que você já morreu!

Os dois riram e ela se remexia no abraço dele. No fundo, estava adorando aquela ousadia do vampiro, e não esperava que aquele carinha tímido que conheceu, tomasse atitudes como esta, tão alegre e divertido. Conheceu Stefan tão sombrio e melancólico, e vê-lo daquele jeito, sorrindo e brincando era algo que a deixava muito feliz. Se virou, ficando de frente pra ele, sorrindo sempre, e o abraçou forte.

Ele retribuiu o abraço, da mesma forma, passando a mão pela cabeça dela, num gesto carinhoso. Estava mesmo feliz, e ela era o motivo. Sorria e olhava pra cima, as árvores desenhavam formatos no céu azul. Ele sentia a batida do coração de Adrienne ritmando com o seu e agradecia, intimamente, por ter parado, aquele dia, na estrada.

Ela se afastou um pouco, pegando o celular e olhando pra ver quem era. Atendeu com Daniel reclamando pela espera. Adrienne se desculpou, rindo e tentando se justificar, dizendo que já estava próxima.

— Vamos, antes que ele resolva arrancar minha cabeça. - se virou pra Stefan, assim que desligou o telefone.

Correram de volta pra casa, onde os demais já esperavam pra tomar café. Aquele último, que combinaram, com direito a mesa posta, bolo, pães, geléia, panquecas e tudo o mais de gulodice que Jô adorava fazer e observá-los comer.

Adrienne subiu correndo pra pegar a câmera e registrar. Tinha mania de fotografar essas reuniões, sempre que estavam juntos. Colocava a máquina no tripé e fotografava. Tinha um acervo incrível de fotos, impressas e digitais de todos, e Stefan só percebeu quando a ajudou a organizar na biblioteca, semanas antes. Ele sabia que ela fotografava, mas, não achou que tivesse tantas fotos.

Terminaram o café e se aprontaram pra ir. Alex e Katherine não sairiam tão cedo, apenas ficaram pra acompanhar o combinado. Katherine estava fazendo hora pra não encontrar Elena na mansão, e Alex ainda ia levar Jô até a estação de trem. Se despediram com abraços acalorados. Adrienne e Katherine demoraram na despedida, mas a morena prometeu que ligaria sempre. Os rapazes entraram em seus carros e saíram, Adrienne foi em seguida, se despedindo das três, com cara de choro.

— Ande, meu bem, vai se atrasar no seu primeiro dia. Nos veremos logo! - disse Jô, tentando confortá-la.

Adrienne entrou no carro, ainda dando adeus, deu partida e seguiu os dois que estavam na frente. Daniel, com seu 4x4, seguido por Stefan, que foi com o utilitário, carregando a maioria das coisas dela que não cabiam no seu compacto.

Chegaram no Campus e foram buscar as informações de adaptação. Os horários de matérias, turmas, os prédios que ficariam. Daniel avisou que após pegar sua grade, iria pro apartamento deixar as coisas e se separou deles, como já estava há um ano lá, era veterano e a grade era diferente. Stefan e Adrienne seguiam, juntos, em busca da documentação que precisavam.

Conseguiram pegar todas as informações que precisavam e decidiram deixar as coisas no dormitório, onde Adrienne ia ficar com as meninas. Stefan já sabia que ficaria com Daniel no centro e já tinha estado lá, seguiria depois.

Voltaram até o estacionamento pra descobrir o caminho para o prédio onde ficava o alojamento e deixar o carro o mais próximo possível pra descarregar. Conseguiram duas vagas ótimas, e enquanto Stefan tirava as coisas dela do seu carro, ela o agradecia com beijinhos, que ele fingia que atrapalhava, mas estava adorando.

Adrienne pegou uma caixa e subiu as escadas do prédio, o dormitório ficava no último andar, por causa do tamanho do quarto, e tinha apenas dois no andar. Eram os maiores do prédio e por isso ficavam tão altos. Ela sabia que Caroline tinha usado de influência pra conseguir um quarto tão bom, e o local era ótimo. O estacionamento era próximo, tinha uma espécie de bosque ao lado, e uma cafeteria logo embaixo.

O quarto ficava na parte frontal do prédio e assim que subia a escada, via-se a porta. Estava aberta. Ela foi entrando e percebeu que já tinha gente.

— Elena, oi. Bonnie, tudo bem? - disse com um sorriso simpático, mas, retraído. - Caroline já chegou também?

— Na realidade, não. Achávamos que ela estava com você, não conseguimos falar com ela desde sábado. Você sabe de alguma coisa? - Bonnie respondeu.

— Ahn... Eu não. Vocês falaram com a mãe dela sobre isso?

— Sim, ela disse que estava na sua casa. - Elena respondeu, seca.

— Hum... Não, não estava... mas, bom, se ela disse isso pra mãe, eu não me preocuparia. - Adrienne respondeu com um sorrisinho malicioso que deixou Elena furiosa.

— Como assim, “não se preocuparia”? Você tem noção do que já passamos neste tempo? Já fomos capturados diversas vezes, Caroline já foi sequestrada e... - Elena foi interrompida com a chegada de Stefan, que ouviu a voz alterada dela e chegou perguntando o que tinha havido, segurando algumas coisas de Adrienne.

— Foi que a Caroline sumiu e não retorna nossas ligações. - Elena falou, ainda alterada.

Stefan riu, olhando pra Adrienne e respondeu debochado – A festa dos dois, então, durou mais que pensávamos.

— Que dois, que festa? Stefan, do que você está falando? - Elena parecia furiosa, e Bonnie tentava acalmá-la.

— Gente, vocês sabem de alguma coisa? Conta logo, estamos preocupadas.

— Ah... saber, saber não. Mas, Caroline foi embora com o Klaus e...

Adrienne mal terminou de falar e Elena já estava se movimentando desesperada, xingando o híbrido querendo montar uma equipe de busca para a amiga, quando Caroline chegou, meio descabelada, com uma roupa que parecia ser de outra pessoa, mas, estava calma e sorrindo.

— Oi gente, o que tá acontecendo, morreu alguém?

Elena virou depressa e voou no pescoço da amiga, a abraçando, seguida por Bonnie, que perguntava:

— Por onde você andou? Estamos preocupadas!

— Ué, eu tava... - olhou pra Adrienne que balançava a cabeça informando que já tinha negado a informação – hun... eu fui ver se encontrava o Tyler, porque o Klaus falou que tinha visto ele. Foi isso. - ela terminou.

— Ah! Por que você não falou pra gente, teríamos te acompanhado, Care. Conseguiu encontrá-lo? - Bonnie perguntou solidária.

Stefan e Adrienne olhavam a cena, e tentavam ficar sérios diante da mentira deslavada de Caroline. Não sabiam bem o motivo da invenção, mas, ficaram calados.

— Bom, eu... Vou pegar o restante das minhas coisas. Vamos, Stefan? - Adrienne disse, tentando não rir.

Stefan a seguiu, e caíram na gargalhada em seguida, pois sabiam que, além de Caroline nunca se atrasar, ainda estava mentindo descaradamente.

Ela explicava pras amigas porquê não as avisou, e não atendeu. Disse que estava num local sem sinal de celular, e também não podia dizer a mãe que estava caçando o ex-namorado.

— E, vocês estavam curtindo os últimos dias de férias, não queria atrapalhar com meus problemas.

As duas se acalmaram e acharam fofo a preocupação da amiga. Se juntaram e começaram a ajeitar as coisas.

— Cadê sua mala, Caroline? - Bonnie questionou.

— Ahn... eu... Vou lá embaixo, já volto! - ela respondeu, atônita.

Lá embaixo, Stefan e Adrienne se recuperavam da crise de riso, sabiam que Caroline estava com Klaus e acharam mais graça ainda quando perceberam que ela mentia. De repente, ela brotou atrás dos dois.

— Minha mala, eu não trouxe minhas coisas! Stefan, você precisa me ajudar!

— Calma, Caroline, a gente pega depois. Por que você mentiu?

— Eu não sei, quando eu ouvi a Elena xingando o Klaus eu tive vergonha de dizer, não sei porque fiz isso. Vocês trouxeram tudo? Eu nem terminei de arrumar tudo, ficou faltando terminar, eu ia fazer ontem, mas... - ela levou a mão a cabeça, ajeitando o cabelo – eu sou uma pessoa horrível! Não ajeitei minhas coisas, não passei em casa pra ver minha mãe, menti pras minhas amigas... Meu Deus! Que coisa terrível!

Adrienne se preocupou com a reação da amiga e tentou acalmá-la. - Ei, você não é uma pessoa horrível por querer se divertir. Isso não significa nada. Calma, vai dar tempo de fazer tudo, hoje é só o primeiro dia de ambientação, a gente nem precisa dormir hoje aqui. Vamos ajeitar as coisas lá em cima, e depois vamos buscar suas coisas. E, se você quiser, contar a verdade pras suas amigas.

— Stefan... - Caroline balbuciou esperando uma palavra do amigo – você me acha uma pessoa horrível por ter ficado com ele? - perguntou com medo de ser comparada com Elena, por ter escolhido Damon.

— Não, claro que não! De onde você tirou isso? Você é uma das melhores pessoas que eu conheci na vida. - Stefan respondeu sem dúvidas.

Caroline respirou aliviada, se acalmou e subiu com eles.