Damon permaneceu calado até chegarem em casa. Elena não percebeu, pois também estava quieta, se consumindo no próprio ciúme.

Deixaram Bonnie em casa, e seguiram pra mansão. Jeremy foi pro seu quarto e os dois subiram logo em seguida.

— Você acha mesmo que Stefan está bem com aquela gente? - ela tocou no assunto, enquanto trocava de roupa.

— Acho.

— Mas, Damon, ele está bebendo sangue, e se embriagando, e fazendo coisas que ele não faria normalmente e...

— Como beijar uma garota na sua frente, você quer dizer?

Damon não se aguentou. Estava cansado daquela história sendo repetida incessantemente, que Stefan estava diferente, que aquela garota, que blábláblá, e naquele noite tinha certeza, Elena estava se corroendo de ciúmes do irmão dele, e já tinha dúvidas se aguentaria isso por mais tempo. Ela se virou, indignada com a acusação. Ele continuou.

— Você está arrependida! Elena, estou cansado de ficar na corda bamba com você, está na hora de se decidir! Ou você fica comigo e esquece o Stefan de uma vez, ou me abandona e vai viver com ele. Mas, das duas uma! - ele começou a se alterar – Você não pode mais ficar com um, querendo que o outro fique o tempo todo disponível pra você!

— Eu não...

— Sim, você está! Toda vez que você vê meu irmão com aquela garota você tem uma crise incontrolável de ciumes! Afinal, o que você queria, dar um pé na bunda dele e que ele continuasse aqui, beijando os pés da princesa? - ele já falava gritando.

— Damon, eu...

— Você está sendo mais egoísta que a Katherine. - ele falou, mais brando. - ao menos ela está apoiando o romance da amiga.

Foi o suficiente pra que ela se alterasse. Ser comparada com a sua cópia era pior do que qualquer coisa que a xingassem. Não respondeu, pegou suas coisas e saiu do quarto batendo a porta. Pegou o telefone e ligou pra Caroline, na esperança de que pudesse dormir por lá. Mas, como a amiga não atendeu, apenas procurou outro quarto vazio e se trancou. Remoendo as coisas que o namorado disse e a raiva que sentia por ter visto Stefan beijando outra.

* * *

Estavam bem alterados etilicamente. Beberam bastante sentados no Club, e achavam graça de qualquer coisa, até de um morcego que passou próximo às cabeças, e fizeram piada o chamando de Drácula.

— E, agora, vamos pra onde? - Caroline perguntou. Era quem estava menos alterada.

— Tem alguma coisa aberta nessa cidadezinha, essa hora? - Klaus questionou.

Adrienne e Stefan começaram a rir, já tinham passado por isso, e antes das aulas, nada ficava aberto. Já sabiam. As noites que tentaram sair, acabavam voltando mais cedo do que pretendiam.

— Tem um bar de beira de estrada no caminho da casa de vocês. - Cadu respondeu, sem saber que era um segredo.

— Bom, então, vamos pra lá. - Klaus decidiu.

Katherine olhou pra Adrienne, meio tensa. Mas, ela ficou tranquila, o feitiço de ocultação os protegeria. Afinal, estar na estrada não indicava o caminho correto, ele jamais encontraria a casa branca se não soubesse exatamente onde é.

— Nunca vimos esse bar, vamos te seguindo então. - Stefan respondeu. - Caroline vai com a gente?

Ela olhou pro amigo, e de volta pra Klaus. Segurou o braço dele e respondeu. – Não, vão vocês, eu vou com Klaus.

Dividido os casais, cada um foi em direção a um carro diferente. Katherine seguiu com Cadu, observando os outros dois. Pediu que ele aguardasse um pouco pra dar a partida.

— Por que, o que houve?

— Ahn... eu... Bom, confesso que sou uma romântica e quero que esses quatro se acertem de uma vez!

O rapaz riu da afirmação. Já conhecia ela a tempo suficiente pra saber que suas intenções nunca eram puras, mas, fez o que ela pediu, aproveitando pra dar uns beijos extras antes de se reencontrarem com o restante.

Stefan abriu a porta pra Adrienne, e esperou que ela entrasse. Ela se posicionou, mas, antes de entrar, olhou pra ele. Levou sua mão direita ao rosto dele, e desceu pro pescoço, puxando a cabeça dele, suavemente pra perto da dela, e o beijou. Ele largou a porta e aproximou o corpo do dela, passando uma das mãos pela nuca e a outra segurando sua cintura, retribuindo o beijo. Estava aliviado por não ter que tomar a iniciativa pela terceira vez.

Klaus estacionou o carro mais próximo da saída, pois chegou mais tarde, por isso, ele e Caroline, ainda tiveram que andar um pouco até o veículo. Foram conversando coisas aleatórias. Quando chegaram, ele também abriu a porta, aguardando que ela entrasse. Ela sentou e puxou o cinto. Ele entrou do outro lado e ficaram aguardando o DJ sair. Sentiram uma certa demora, e ele buzinou pra chamá-los.

Stefan e Adrienne se beijavam encostados na lateral do carro e nem se tocaram com o barulho da buzina, mas, Cadu acabou piscando os faróis pra chamar os dois. Adrienne percebeu a claridade e alertou Stefan, se separaram rindo, passando a mão na boca, disfarçando. Ela entrou no carro depressa e ele, em seguida. Antes de dar partida, olhou pra ela e sorriu. Ela retribuiu com um sorriso largo de quem fazia uma travessura.

Chegaram no bar muito rápido, Estava vazio, com alguns poucos caminhoneiros encostados, terminando suas refeições. Escolheram uma mesa de quina, que coubessem todos sentados no sofá. Stefan e Adrienne deixaram Katherine e Cadu ficarem no meio, entre eles e Klaus, que ficou posicionado na outra ponta, ao lado de Caroline.

Deixaram Katherine escolher o que queria comer e pediram o mesmo, junto com uma garrafa de tequila. Começaram a brincar o jogo da moeda, contando histórias que já tinham passado em bares de beira de estrada.

Caroline só ouvia, não tinha muito o que contar, era um bebê perto de todos ali. O mais novo era Stefan que já tinha mais de 160 anos. Mas, ela se divertia muito com os casos contados e observando o chamego explícito de Stefan e Adrienne.

Num certo momento, o pedido chegou. Vieram 3 lindos pratos de Brownie com bolas de sorvete de creme, e calda de chocolate fumegante por cima e 6 colheres pra eles aproveitarem. Caroline entregou a de Klaus, mas, ele deixou pra ela. Cadu fez o mesmo com Katherine, que estava faminta. Adrienne insistiu que Stefan pegasse a colher dele pra dividir com ela alegando que engordaria só de olhar. Ele riu.

Caroline aproveitava o doce, feliz, e vez por outra insistia que Klaus comesse também. Mas estava mesmo curiosa pra saber do que tanto Adrienne e Stefan riam, porém, achou melhor conter-se, porque não estavam sendo deseducados, participavam da conversa em grupo, mas, entre um assunto e outro dividiam as colheradas entre brincadeiras, risinhos, e segredos ao pé do ouvido.

A comida acabou, a bebida também. Decidiram ir embora. Klaus pediu a conta e fez questão de pagar. Se levantaram. Stefan foi na frente com Adrienne, Klaus foi logo atrás, seguido por Caroline, que foi puxada por Katherine pra ir ao banheiro e pediu pros dois rapazes esperarem lá fora.

— Meu Deus, o que deu em você? - Caroline perguntou, sendo empurrada pra dentro.

— Você vai ficar nessa enrolação muito tempo? - Katherine perguntou indignada.

— Do que você está falando? Ficou maluca, deixa eu sair!

— Queridinha, você já parou pra pensar que este cara que está te fazendo companhia a noite inteira viajou horas só pra estar contigo? Quando você vai parar de fazer jogo duro e aproveitar?

— Katherine, eu vou machucar você, sai da minha frente!

— Não! Só quando você admitir que está louca pra estar com ele! Admite, Caroline, não é vergonha nenhuma! Até a songa da sua amiga Elena conseguiu escolher o Damon. Você não vai ser pior ficando com o Klaus. Ele vai embora hoje, e amanhã você já vai pra faculdade! Qual o problema de curtir um momento?

— Você não entende. Ele é a personificação do mal! Ficar com ele é admitir que a escuridão me encanta e não quero isso pra mim. Sou uma vampira boa!

— Hunf! Você é uma vampira julgadora, isso sim! Ninguém é totalmente mau, muito menos totalmente bom. Até o Stefan, que conhecemos, fez coisas horríveis. Somos vampiros, Caroline, e vampiros são cruéis!

— Katherine, você não é mais vampira! Agora, sai da minha frente. - Caroline falou e saiu, deixando a parada, perplexa.