Tales of Lost Love escrita por Drix


Capítulo 55
*Up In Flames




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Ela tentou se desvencilhar, mas percebeu que não conseguiria sem machucá-lo e desistiu. Estava curtindo a brincadeira, e mesmo sendo uma brincadeira de menino, Stefan não a machucaria. Deixou que ele ganhasse e sorriu.

Então, percebeu uma mudança naquele olhar. Aqueles olhos tão efusivos a olhavam diferente. Ela sentiu o corpo todo paralisar, e não era porque ele a segurava. Notou um frio na barriga e uma reviravolta como se mil insetos tentassem sair. De repente, sentiu o corpo arder, como se tivessem acendido uma fogueira abaixo deles.

Ele a olhava de um jeito incomum. Sentiu a boca seca e passou a língua nos lábios na esperança de molhá-los. Stefan olhou da sua boca para os seus olhos e aproximou o rosto do seu. Adrienne não pensou, não reagiu. O olhar dele era profundo e ela se sentiu flutuar, mesmo ali no chão, fechou os olhos e sentiu o beijo.

Tudo aconteceu tão rápido, numa fração de segundo, apesar de parecer uma eternidade por toda a sensação que percorreu seu corpo, mas, Stefan nem sabia direito o que estava fazendo, apenas reagiu ao impulso que estava controlando fazia tempo.

Aproveitou cada segundo daquele beijo enquanto ela retribuía. Tinha os lábios macios e o beijo era doce e quente como ele imaginou na primeira noite. Por alguns minutos ele esqueceu quem era. Sentiu o corpo leve, e os músculos relaxados. Mas, o arrepio na espinha permanecia.

Ela colocou a mão em seu peito, e o afastou, puxando o ar. - Stefan! - e o olhou profundamente.

Stefan sentiu como se tivesse acordado de um transe. Olhou pra Adrienne assustado e girou o corpo, saindo de cima dela e sentando no chão, ao lado. Abaixou a cabeça e se desculpou.

— Eu... desculpe, agi por impulso.

— É... eu sei. - Ela também sentou. - Melhor irmos.

Ele concordou, ainda envergonhado. Não sabia o que dizer, nem como agir. Nem sabia se era certo ou se estava errado. Ela também o beijou, ele tinha certeza. Não forçou nada. Fez por impulso, mas, não foi forçado, ele seguiu o momento.

Continuaram o caminho até a casa, em silêncio. Faltava bem pouco, deram graças. Alguns passos e já estavam dentro do terreno. Entraram mudos. Jô estranhou e perguntou. Os dois responderam juntos. “nada não, vou pro meu quarto” e subiram.

Adrienne entrou no quarto, ligou o som e ligou imediatamente pra Katherine contando o que houve.

— Mas, por que você o afastou?

— Eu não sei! Acho que... não sei. Mas, então, ele se desculpou.

— Mas é claro. Stefan é um cavalheiro. Se ele sentiu que abusou, ele vai se desculpar! Ah, Docinho, você não aprendeu nada esses anos todos?

— Ai, Katherine. Eu não conheci muitos cavalheiros na minha vida, você sabe disso.

— Ah, e eu presa nessa maldita mansão! Queria muito estar contigo agora!

— Vem pra cá!

— Não posso! Esqueceu que tem gente atrás de mim? Se saio daqui corro o sério risco de ser atacada por algum vampiro arrependido.

— Droga... Eu não sei o que fazer. Devo conversar com ele?

— Mas é claro que sim! Vocês moram na mesma casa! Espera... - Katherine percebeu movimentação nas escadas. Aguardou e voltou a falar, com a porta semi aberta. - Mas, me conta direito, Stefan te beijou! E aí?!

— Ué, Kath, e aí eu não sei o que eu faço. - Adrienne respondeu confusa.

Mas, do outro lado da linha, quem subia era Jeremy, levando algo pra ela comer. Ela agradeceu o almoço, e continuou a conversa.

— Espera... você está falando alto pra Elena ouvir? Katherine, ninguém pode saber disso, entendeu? Se eu desconfiar, eu mesma te mato!

— Calma, não vou falar, mas, bem que queria que fosse ela agora. Tudo bem, olha, vocês terão que conversar pra esclarecer isso. Ou não, sei lá. Espera ele falar alguma coisa. Conhecendo bem Stefan, ele vai falar! Aguarda.

Adrienne desligou o telefone meio aliviada. Não queria ter reagido daquela forma, mas, ficou muito confusa com a atitude de Stefan. Eles eram amigos e ela realmente acreditava nisso. Agora, estava tudo mudado. E, ela também já tinha visto esse filme.

* * *

Stefan entrou no quarto e foi logo pro chuveiro. Pensava melhor enquanto deixava a água cair no rosto. Agiu por impulso, sabia disso. Mas, não foi algo que ele não estivesse pensando há tempos. Só não havia admitido ainda. Ele a via como alguém que o ajudava, uma amiga. Mas, o interesse físico era latente desde a primeira vez que a viu, na estrada.

Adrienne mexia com ele, de uma forma que ele nunca soube explicar. O sorriso, o olhar, o jeito. Tudo nela fazia ele se sentir mais vivo. Mesmo com toda a incoerência daquilo, já que estava morto. Mas, a vivacidade dela o deixava livre. Stefan queria sentir aquilo. Gostava de cada minuto que passava com ela. Saiu do banho e resolveu escrever no diário pra encaixar as ideias.

— Olá diário -
Novamente, não sei por onde começar. Finalmente, as coisas sobrenaturais estão calmas. Mas, as reais não. Fiz algo que até agora não entendi, e não sei nem dizer se foi correto ou não. Mas, fiz.
Tomado por um impulso, beijei Adrienne. Sim, beijei, na boca, deitado na grama do bosque, enquanto estava deitado por cima dela. Os detalhes são importantes, porque acho que tudo corroborou.
Ela estava ali, linda, como sempre. Me olhando com aqueles olhos encantadores, e sorriso esfuziante. Tão frágil, tão incrível, tão doce.
Doce, que beijo doce. Os lábios macios, a boca gostosa. Um beijo delicado e quente. Como ela é. Aquela menina gentil que parece um furacão quando quer. Amável e forte.
Não foram mais que dois minutos, mas, pareceu a vida toda. Mergulhei naquele beijo como mergulhava na cachoeira quando era criança.
Mas, ela me afastou. Me desculpei. Não me arrependo, mas, não soube o que dizer. Nem sei se faria de novo. Não quero perder o que temos. Ela é importante demais pra mim, pra perdê-la por não controlar meus impulsos. Acho que preciso conversar com alguém. Acho que essa hora, eu conversaria com Lexi. Ou com meu irmão. Damon saberia exatamente o que dizer. Mas, acho que ele diria que amizade não existe, e diria “agarre a ruivinha, ela é gostosa”.

É... ele diria isso. Vou conversar com a Caroline!

Stefan fechou o diário e ligou pra amiga.


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