Tales of Lost Love escrita por Drix


Capítulo 48
Are We There Yet




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Ela tentava não se mexer pra não acordar Katherine, mas, não conseguia pregar os olhos. Um dia apenas, e já tinha acontecido tanta coisa, que parecia ter se passado uma semana. E, desde que Stefan surgiu na sua vida, as coisas estavam sendo assim, um redemoinho de acontecimentos. Mas, não era culpa dele, Jô tinha dito. Linhas de força e a importância das cópias. Na verdade, Katherine era o grande motivo de sua vida nunca ter sido calma. Aliás, coitada, estava sendo injusta. Tátia era. Não, não! Klaus, foi com ele que tudo começou! Se apaixonara pela sua bisavó, causando a morte prematura dela, e depois a sua própria, se esquivando de seu amor. Foi tudo por conta dele! E, todas aquelas coisas na cabeça dela, ali, era ele de novo! Como podia ainda mexer com ela daquela forma? Ainda era tão lindo! Sorriso largo, olhar penetrante e debochado. Um lorde inglês, como sempre. Ela pensava, e tentava esquecer. Decidiu descer e pegar uma bebida, pra ver se relaxava.

— Ah, desculpe, achei que estavam todos dormindo, já. – ela disse.

— Não consegui dormir. Muita coisa pra entender. E você… – ele respondeu.

— Eu… o quê? – ela questionou se aproximando.

Ele ofereceu um copo, já cheio de bourbon e ela aceitou. Os dedos roçaram e ela sentiu um arrepio subindo a espinha. Já se passavam mais de 500 anos e ele ainda provocava arrepios, como se ela fosse uma menina tola. Ela se segurou e continuou encarando aguardando a resposta.

— Não esperava te encontrar, ainda mais aqui. Depois de tantos anos. – ele continuou – E ruiva.

Os dois sorriram. Ela corou e abaixou a cabeça. Ele admirou silenciosamente. Era a mesma menina, linda, que conhecera. Estava mais forte, mais independente e brilhante. Mas, tinha a mesma docilidade.

— Das vantagens de ser mulher. Uma infinidade de possibilidades de mudanças. – ela respondeu se afastando. Dando um gole longo na bebida, e olhando pro fundo do copo.

— Eu gostei. Realçou seus olhos. – Ele se aproximou – e suas sardas. – e passou as costas da mão no rosto dela, levemente, afastando o cabelo dos olhos.

— Você sempre gostou delas. Eu odiava, mas, me acostumei. – ela levantou o rosto, encarando.

— Sempre. Era o que te diferenciava dela. Os olhos e as sardas.

Ela se afastou novamente, num ímpeto. Lembrou que tinha sido usada. Deu um novo gole longo, pousando o copo na bancada.

— Bom, já está tarde. Boa noite. – Disse, secamente.

— Adrienne, espera. – ele chamou, baixinho. – por favor, preciso te dizer uma coisa.

Ela parou, próxima a porta, ainda de costas pra ele. Não sabia se queria ouvir, mas, não conseguiu avançar.

* * *

Stefan rolava de um lado a outro, preocupado com todos. Não conseguia evitar. Pensava em Elena, em Jeremy e no perigo de trazer Bonnie de volta. Pensava nas consequências que poderiam vir se Silas sumisse no mundo, após tomar a cura. Pensava em como Adrienne ficaria devastada se algo acontecesse a Katherine, após isso. Estava ensopado de suor. Decidiu descer até a lavanderia e pegar lençóis secos. Usou todos do armário para acomodar os outros. Na escada ouviu Klaus chamando Adrienne. Quase que ela o viu, e ele não queria atrapalhar. Não queria ouvir a conversa, mas, se escondeu.

* * *

Klaus se aproximou devagar, indo até ela. Pousou sua mão sobre o ombro, quase nu. Ela vestia um pijama de alcinhas. Camiseta e short. Jamais tinha visto ela assim, tão despojada. Não no seu tempo, onde vestiam-se camisolas enormes, com muito pano. Mas, ele conhecia cada centímetro daquele corpo. Nunca esquecera. Passou séculos estudando cada pedacinho de pele desnuda, que se arrepiava ao leve toque. E, não foi diferente. Assim que a tocou, sentiu os pelos eriçando. Ela ainda estava de costas pra ele, e assim permaneceu. Ele chegou por trás, e aproximou a boca de seu ouvido.

— Eu te amei com toda a minha força. Cada milímetro da minha existência, era seu. Eu te amei mais do que qualquer mulher que eu tenha conhecido nessa minha longa vida. E eu sei que fui um idiota em não confiar em você.

Ela tentava se manter firme, mas, tremia por dentro. Não queria escutar aquilo, não queria vacilar. Não pretendia perdoá-lo. Não sem lutar. Ele continuou.

— Meu ódio cego pelo meu pai, e todas as atrocidades que ele me fez sofrer, me tornaram isso que eu sou, e nunca vou conseguir me livrar disso. Eu teria uma mínima chance antes, com você, e deixei escapar pelos meus dedos quando soube da possibilidade de haver outra cópia. Mas, eu não sou mais aquele. E, talvez, a minha estadia aqui nessa cidade tenha me mudado. Essas pessoas que você está ajudando e eu tentei destruir diversas vezes, de várias formas, me mudaram. Stefan foi um grande amigo, e por mais que tenhamos nossos problemas, sei que posso contar com a ajuda dele, e isso fez diferença pra mim.

Stefan ouvia a conversa, secretamente. Se sentia mal com isso, não era pra ele estar ali. Mas, achou que se ela o visse, atrapalharia a conversa dos dois, como aconteceu mais cedo quando Jeremy chegou. Permaneceu quieto, tentando se distrair pra não ouvir o que Klaus dizia. Por sorte, ele falava baixo, no ouvido de Adrienne.

— Onde você quer chegar com isso, Klaus? – Adrienne se mostrou impaciente.

— Desculpe! Eu deveria ter te contado, desde o início. Não deveria ter mentido pra você. Eu sabia que você era diferente. No momento que te vi naquela colina, eu sabia. E eu te amei. Com toda a minha alma. Mas, meu amor é doente. E eu machuco as pessoas….

Ela sentiu um calor invadir o corpo. Ele pedia desculpas. Niklaus, o seu Nik, admitindo seu erro. Ali, pra ela. Após todos esses anos. Mystic Falls devia ter um poder imenso mesmo, pra mudar ele daquele jeito. Ela pensava e tentava evitar que as lágrimas invadissem seus olhos.

— Nik… – ela disse, com a voz trêmula, virando-se pra ele e pousando sua mão leve em seu rosto.

Ele sentiu o afagar com doçura. Ficou calado, encarando-a por alguns segundos. Antes de repetir. - Perdão por todo o mal que eu te fiz. E… você realmente, ficou muito melhor sem mim.

Ela não conseguiu mais controlar e deixou as lágrimas caírem. Ele as secou. Ouviram um barulho e se afastaram.

Stefan estava ficando com as pernas dormentes na mesma posição. Tentou se ajeitar, segurando no corrimão, e pisou numa tábua que rangeu. Antes que pudesse pensar, resolveu subir na velocidade de vampiro. Não queria que soubessem que ele ouviu a conversa, seria melhor assim. Klaus pedindo desculpas, era incomum, e Adrienne merecia isso.

— Bom, é melhor eu subir mesmo. Está bem tarde. – ela disse, secando o rosto. – Nik… eu…

Ele levou o dedo aos lábios dela, calando-a – Eu precisava dizer isso antes de ir. Até qualquer dia. – Deu-lhe um beijo no rosto e saiu.

Ela olhou pro copo vazio e viu o bilhete que ele havia deixado.
“Preciso voltar pra New Orleans. Se precisarem, sabem onde me encontrar.”


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