Stefan olha fundo nos olhos de Adrienne, ela retribui. Ele entra no quarto, a abraça e, com a outra mão, fecha a porta.

— Eu não vou te deixar sozinha agora. Não assim, desolada. – Ele fala em seu ouvido.

— Eu… – ela soluça e se agarra nele.

Realmente, não queria ficar sozinha. Deveria ter ficado com Katherine. Mas, não quer demonstrar fraqueza num momento que sua amiga precisa de força.

— Stefan… obrigada! Não sei o que fazer com ela. Não acho que nosso sangue seria suficiente, talvez… – Ela engole o que ia dizer, nem mesmo em pensamento é capaz de terminar.

— Talvez o sangue de um original, fosse possível, é o que você ia dizer?

Ela só sacode a cabeça afirmando. Se afasta de Stefan, e se senta na cabeceira da cama. Ele se senta ao seu lado.

— Você acha… bom, Rebekah não conseguiria chegar a tempo, será que conseguiríamos falar com Elijah? Eles estavam se entendendo.

— Não depois que ele achou que ela estava o usando pra negociar com Klaus.

— Mas… ela não estava fazendo isso. Ela estava feliz com ele. Ah, meu Deus! Será que meu docinho nunca vai ter uma chance de verdade?!

Stefan abaixa a cabeça, ele é um dos que não acredita nas boas intenções de Katherine, nunca viu um lado dela que não fosse egoísmo e auto-preservação. Mesmo quando se encantou por ela no passado, lembrou-se que ela o usava, como a um brinquedinho.

— Eu sei que ela não fez coisas boas, aliás, ela fez muita coisa reprovável. Mas, ela não é um monstro. Ela estava tentando sobreviver. Passar séculos fugindo faz com que a gente mude muita coisa. Ainda mais depois de uma convivência com Klaus e Rebekah. Eu mesma fiz muita besteira enquanto tentava escondê-la. Assim, como ainda faço. Se eu fosse íntegra como gostaria, jamais usaria um ser humano pra me alimentar, mas, eu não sou. Eu sou uma vampira, uma caçadora, e adoro a caça! Me controlo, mas, eu gosto. Quem pode me julgar? Assim como, quem pode julgar a Katherine por querer sobreviver? Todo mundo faz besteira. Ainda mais quando se vive por tanto tempo…

Quando ela parou de falar, olhou pra Stefan, que ouvia atento. Ele pegou a mão dela com as duas mãos.

— Ninguém. Só a sua consciência. Você sabe o que é errado, e é isso que te torna diferente dos outros.

Adrienne abaixa a cabeça, e sua franja cai, desenhando seu rosto. Stefan solta uma de suas mãos, e passa a mão no cabelo dela, tirando do rosto e colocando atrás da orelha dela. E quando faz isso, repara, novamente, na pequena tatuagem que ela tem no pescoço, que ele havia visto no dia que a conheceu. Ele passa o dedo por cima e pergunta.

— É um caranguejo?

— Sim.

— E o que é este desenho dentro?

— É o símbolo do meu signo. Lembra, no dia da cachoeira, a noite, você me perguntou que dia eu nasci?

— Huuum… não, eu perguntei isso? – Ele sorri, sem jeito.

Ela vira pra ele, sem acreditar, sorrindo, colocando as mãos na cintura.

— Você não lembra? Você me falou das estrelas, que seu signo é escorpião e perguntou meu aniversário!

— Não, desculpe, eu estava realmente muito bêbado pra falar disso. – Stefan dá uma risada mais aberta, envergonhado. – Bom, e então, qual é o dia?

— Hunf! Não acredito que você não lembra disso! – ela diz fingindo estar ofendida. – Dia 05 de julho.

— Ah, desculpe, vai… eu bebi demais aquele dia. Está perto, quase uma semana! Depois que isso tudo passar, faremos uma festa pra celebrar?

— Hum… eu acho que é uma excelente ideia, eu adoro festas! Só não sei se consigo organizar uma em tão pouco tempo.

— Eu conheço uma certa vampira loira e centralizadora que é capaz de te ajudar nessa tarefa.

— A Alex não é centra…

Stefan olha pra ela como quem diz: não, outra loira. Ela pesca a dica, rapidamente.

— Caroline? Jura? Ela também organiza festas? Isso é perfeito! Eu preciso mesmo de ajuda no club pra isso!

Stefan percebe que conseguiu distrair Adrienne do assunto Katherine-cura. Ela já estava sorrindo e fazendo planos pra uma futura festa. Pegou seu Ipad e começou a mostrar algumas coisas que tinha visto antes, sentou na cama, pediu que ele tirasse os sapatos e sentasse com ela.

Conforme conversavam e viam as fotos que ela mostrava, foram se acomodando, até ficarem encostados lado a lado na cabeceira. A conversa foi esmorecendo, até que Adrienne dormiu encostada no ombro dele.

Stefan continuou vendo mais algumas fotos. Havia fotos de viagens, dela com Katherine, com Alex e Daniel. Todos juntos, ou não. Pareciam se divertir bastante. Stefan começou a sentir os olhos pesando também quando percebeu que já estava quase amanhecendo. Ajeitou a moça que dormia na cama, e saiu do quarto, carregando os sapatos na mão pra não fazer barulho. Assim que saiu do quarto de Adrienne deu de cara com Damon saindo do dele.

— Ahn… eu…

— Não precisa se explicar, irmãozinho. Eu entendo. – Damon respondeu, dando uma piscadinha.

— Não é nada disso, Damon.

— Ei, calma, relaxa. Super normal, ela é uma graça mesmo. – Damon continuou debochando, o que acabou irritando Stefan.

— Cala a boca! Não tem nada a ver!

Elena acordou com o burburinho e foi atrás do namorado perguntando o que havia. Damon fez questão de responder.

— Acabei de pegar meu querido irmão caçula saindo de fininho do quarto da ruivinha.

Elena ficou confusa, olhando pra Stefan querendo uma explicação. Mas, não tinha direito de pedir e apenas se conformou.

— Damon, fala baixo, ela acabou de dormir, está cansada!

— Ah, imagino. O que vocês andaram fazendo cansa muito. – ele continuou em tom de deboche.

— Nós… Ah! Não te devo nenhuma explicação!

Stefan estava tentando voltar pro seu quarto quando Caroline aparece.

— Ei, o que está acontecendo? Por que vocês estão cochichando no corredor a essa hora?

Damon ia começar a responder, Stefan olha pra ele furioso. Ele levanta os braços conformado e diz:

— Tudo bem, não falo mais nada.

Elena e Damon voltaram pro quarto, enquanto Caroline aguardou que Stefan respondesse.

— Ele me viu saindo do quarto da Adrienne, com o sapato na mão e já pensou besteira.

— Hum… e por que você estava saindo de lá com os sapatos na mão?

— Porque… ah você também?

— Ah, você há de convir que é meio suspeito, né?! Você tava fugindo é?

— Não! Não, Caroline, nós ficamos conversando até ela dormir, os sapatos, foi pra não fazer barulho saindo.

— Ah tá. – a loira se conforma com a resposta fazendo uma careta desconfiada.

— Então, vou dormir que passei a noite em claro. Qualquer mudança nos planos, me chamem. E Não façam barulho!

Stefan descansou um pouco pela manhã. Já era mais de 10h quando Adrienne desceu, e ele já estava na sala com os demais. Quando ele a avistou sorriu pra ela. Ela retribui com um sorriso largo. Elena e Damon perceberam os olhares, e se entreolharam também.

Caroline já tinha conversado com Alex sobre o encontro com o Bruxo e combinado um encontro com todos pouco mais tarde para planejar como fariam pra neutralizá-lo.

As bruxas concluíram que Silas marcou 24h antes do Eclipse para ter tempo de se curar e voltar a ser bruxo. O processo de cura parece levar tempo, já que Katherine ficou 12h desmaiada. Seria o tempo que eles teriam para prendê-lo e fazer a troca com a Bonnie antes do Eclipse se completar. Já tinham todas as informações necessárias só precisavam se preparar. Os Treze continuavam no acampamento para reunir forças para o grande feitiço.

— Agora, só falta uma coisa. – Adrienne comenta com Stefan.

— O quê?

— Encontrar alguém com poder suficiente pra salvar Katherine!

— Certo, vamos chamá-la e ver o que ela acha da ideia?

— Sim, já passou um pouco da hora dela acordar.

Adrienne sobe ao quarto e volta gritando: - Stefan, ela não está no quarto! Katherine fugiu!