Tales of Lost Love escrita por Drix


Capítulo 32
Waterfall




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— Você conhece a cachoeira? – Stefan pergunta ainda pilotando a caminho do local.

— Fui buscar vocês naquele dia, lembra?

— Hmm, verdade! Era de noite, você precisa ver como é linda de dia!

Eles seguiram em direção ao local. Stefan não sabia bem porque tomara aquela decisão, porém, acreditou que faria bem espairecer a cabeça depois dos últimos acontecimentos.

Parou a moto na parte de baixo e fizeram uma pequena trilha até chegar no local das quedas d’água. Assim que entraram na clareira, Stefan esticou a mão pra Adrienne, guiando-a.

— Nossa! Que lindo!!! Que lugar lindo, Stefan! – ela falou enquanto olhava em volta, admirando tudo. A cachoeira caía do alto, e vinha num paredão de pedras e árvores em volta, e era realmente lindo aquele visual. Nunca tinha estado ali, na verdade, nunca teve curiosidade em conhecer a cidade, a experiência de Katherine não tinha sido boa, então, ela nunca nem se aproximou.

Stefan observava a admiração dela. Era como uma criança descobrindo as coisas. Olhava de um lado pra outro, girando o corpo, de braços abertos. Os olhos brilhavam e faziam o sorriso dela ser mais brilhante ainda. Era incrível como ela tinha essa aparência de menina e era tão forte e determinada. Os séculos de vivência, apesar de ter passado tanto tempo fugindo, a transformaram.

— Nós podemos ir até lá? – ela perguntou apontando para o paredão – Tem algum caminho?

— Tem sim. Por aqui. – Ele oferece a mão para ela, novamente, e a guia pela trilha, sinuosa e pedregosa.

Ela se encanta com a gentileza dele, aceita a ajuda e sorri. É como se ele esquecesse que ela é uma vampira, muito mais velha, e portanto, bem mais forte.

— Eu costumava vir aqui quando era mais novo, ahn, quer dizer, humano. Damon e eu vínhamos nos verões, com outros jovens de outras famílias.

— Deve ser divertido descer dali. – Adrienne aponta para o topo.

— Parece ser perigoso.

— Não agora, não pra nós. – ela diz, piscando e sempre sorrindo.

— Huuum… não tinha pensado nisso. – Ele olha pra cima e pergunta – quer tentar?

— ah… não sei… vamos nos molhar… ah e daí, vamos!

O espírito aventureiro dela surpreendia Stefan. Era destemida e divertida, não se privava das descobertas. Isso causava um certo fascínio nele.

Deixaram celulares e documentos junto à moto e num arranque os dois foram para o topo da cachoeira, descer pela corrente de água. Adrienne correu na frente, se jogando primeiro, de roupa e tudo. Stefan seguiu logo atrás, provando uma sensação fenomenal de liberdade na descida.

— Uhuuuuul!!! Sensacional!!! – Adrienne exclamou, empolgada, ao chegar lá embaixo novamente! Saiu de dentro d’água em seguida. – Vou de novo!!!

Stefan achou graça. Parecia mesmo uma menina. Era curioso a forma como ela encarava as coisas. Tão leve se divertindo e tão séria quando precisava ser. Ela conseguia fazer com que ele enxergasse a vida dele com outra perspectiva.

Não subiu, ficou dentro d’água, olhando a menina descer. Ela chegou no topo e se jogou novamente. Quando caiu, sumiu no lago que se formava ali embaixo, demorou a subir à tona e preocupou Stefan. Ele aguardou um pouco e nadou até local onde ela caiu, mergulhando para procurá-la.

— Rá! – Ela apareceu por trás dele, dando um susto. Ficou mais tempo debaixo d’água pra isso. Stefan riu da brincadeira, e se aproveitou para pegar Adrienne no colo e jogá-la de volta na água. Brincaram assim, se divertindo muito, durante um tempo, até cansarem.

— Nossa, estou faminta! Vamos pra casa?

— Vamos, também estou!

Os dois saíram encharcados da água. E decidiram ir embora assim mesmo. Era verão, secariam com o calor e o vento da estrada. Colocaram os capacetes. Adrienne percebeu que o fecho do seu agarrou nos cabelos molhados e Stefan ajudou a tirar, ficando de frente pra ela.

Se encararam por alguns segundos, olhando nos olhos, como se quisessem dizer algo, mas, ficaram em silêncio, somente se olhando. Quando, finalmente, o fecho se soltou, e se afastaram.

— Obrigada, Stefan! Me diverti muito hoje!

Ele acenou positivamente com a cabeça. Subiram na moto e seguiram de volta pra casa. Ela se segurou nele como na ida, o abraçando por trás, e apoiou a cabeça de lado em seu ombro. Stefan sentiu o sangue esquentar com a aproximação. Foram assim, calados, até chegar.

— Por onde vocês andaram? – Alex, estava na sala lendo e perguntou logo que os viu entrarem pela porta. – e, mais importante, por que estão molhados?

Adrienne e Stefan se olham e começam a rir, se enganaram, o vento não foi suficiente para secar as roupas ensopadas.

— A gente deu uma paradinha numa cachoeira pra esfriar as ideias. – Adrienne responde, ainda rindo se dirigindo a cozinha – Ah, Stefan conseguiu convencer o irmão a nos ajudar, quer dizer, mais ou menos, e Elena fez uma exigência. Cadê a Jô?

— Foi se encontrar com os outros. Estão planejando o feitiço para neutralizar Elena.

— Hummm…

Adrienne pegou uma bolsa de sangue e entregou a Stefan. Ele abriu, servindo ela e ficando com o restante. Ela pegou o copo e se encaminhou para a escada.

— Bom, estarei no quarto, preciso tirar essas roupas. – Ela finaliza e sobe.

Stefan continuou na cozinha, terminando de se alimentar. Alex se aproximou.

— Você está bem? Tem se alimentado direito?

— Hum, sim. Não hoje, acabei saindo sem comer, por isso voltamos famintos.

— Stefan, eu preciso perguntar uma coisa importante. Eu vi, semana passada, Adrienne te guiou para fora da pista, e eu sei bem o que ela costuma fazer. Bom… enfim… você tomou direto da veia?

Ele fica surpreso com a pergunta tanto tempo depois, mas, a semana foi realmente meio agitada com tudo o que aconteceu, e Alex procurando as bruxas. Foi sincero, sabia que ela só queria ajudar.

— Sim, bem… ela me controla… quer dizer, ela me ajuda a me controlar.

— E como você tem se sentido sobre isso? Está sentindo falta, acha que consegue estar com um humano sem perder o controle?

— Não sei. De verdade, não faço ideia! Não quero ser assim, não deveria hipnotizar alguém pra fazer o que eu quiser com essa pessoa, não sei se é certo. Aliás, não acho certo!

— Eu também penso assim. Não acho certo e depois das bolsas de sangue, não faço mais. Mas, não os julgo, são mais velhos que eu e sentem que precisam. Na verdade, eu sei que o sabor é diferente, mas, consegui me acostumar.

— Sim, é muito diferente… a bolsa apesar de ajudar… Mas, acho que não quero pensar nisso, Alex. Realmente, não sei ainda se consigo sozinho.

— Tudo bem, é que eu sei que a Addy e o Danny vão querer que você faça, mas, você não precisa tomar da veia, se não achar certo. Quero que você se lembre disso, sempre, ok?!

Stefan concorda e vai pro seu quarto pensando nas palavras dela. Seu grande dilema é este. O sabor do sangue direto da veia é algo inexplicável, e como vampiro é o que ele sente falta, contudo, não precisa se alimentar direto do pescoço de alguém, ele pode usar as bolsas. Pode fazer isso e não machucar ninguém. Embora, saiba que sente falta do sangue quente, do gosto de ferro, da sensação maravilhosa que é o sabor do sangue fresco.

Ele resolve mudar o foco dos pensamentos, e lembra das brincadeiras com Adrienne na cachoeira mais cedo.


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