Tales of Lost Love escrita por Drix


Capítulo 21
Heart beats


Notas iniciais do capítulo

Stefan sucumbiu a ideia de entrar pra faculdade, após tantos anos resistindo.
Como será daqui pra frente?



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Os três novos calouros da Universidade de Whitmore terminaram o café e decidiram voltar para suas casas.

Já estava escurecendo, e Caroline pegaria estrada sozinha. Seguiram juntos até o estacionamento, enquanto as duas meninas convenciam Stefan que a vida universitária faria bem pra ele.

— Pelo que eu tô vendo terei praticamente um fã-clube pra me convencer, né?! As duas se aliaram e eu perdi a guerra, é isso?!

Os 3 riram e enquanto andavam, um rapaz que treinava futebol quase acertou as meninas. Stefan pegou a bola com rapidez. O rapaz se aproximou se desculpando.

— Me desculpem, meu amigo ali exagerou no arremesso, acabei perdendo o tempo da bola. Machuquei alguém?

— Não, sem problemas, ele pegou sua bola antes. – Caroline respondeu, apontando pra Stefan que entregou a bola pro Rapaz.

— Vocês são novos aqui? Aliás, sua pegada é excelente, você joga? – O rapaz perguntou pra Stefan, que hesitou, então, Adrienne respondeu.

— Sim, somos, começaremos próximo semestre. E, sim, ele joga, com meu irmão. Você deve conhecer o Daniel, ele está no time com vocês.

— Ah, sim, ah muito bom, temos mesmo uma vaga no time. Ei, você é a irmã caçula do Daniel? Ele me falou de você. E você? – olhando pra Stefan – Eduardo - Ele se apresenta, esticando a mão.

— Stefan.

— Bem vindo, Stefan! Ficaremos contentes em te receber no time!

Stefan agradece, mas, lembra às meninas que precisam seguir e se despedem do jogador.

Elas continuam a conversa animadas, com os planos, mas, Stefan permanece atento.

— Quem eram, cara?

— Calouros. – Eduardo responde. – Amigos do Daniel. Aliás, A ruiva é a caçula que ele falou, lembra?

— Nossa! Gostosa, cara! Vai estudar aqui ela? E a loira? Delícia!

— Hey, seu idiota! Cala a boca! Ela é a irmã do Danny! Respeita! E o cara vai entrar pro time, parece. Você viu a pegada dele?

— Nossa! Ele é muito bom. Mas, ele é namorado de alguma delas?

— Eu não sei, não perguntei.

— Huuuum… Tomara que a loira seja solteira.

— Espero que a ruiva seja. Ela tem um sorriso lindo!

— Caramba, Edu, você mal viu a garota e já tá apaixonado?! Sorriso… Que mané sorriso, olha o traseiro dela!

— Você é um idiota mesmo! Bom, chega, vamos voltar ao treino! – Eduardo finaliza a conversa.

Stefan achou o diálogo curioso, não as via dessa forma, como mulheres. Eram suas amigas. Pensou em contar, mas, estavam tão entretidas que mal lembravam da presença dele ali.

— Obrigada por me acompanharem até aqui. – Caroline diz.

— Imagina, vamos combinar um dia pra você nos fazer uma visita. Quando a Jô voltar, é claro.

— Jô, por quê? Quem é? – Ela pergunta, muito curiosa.

— Ah, desculpe, não falei dela. É a guardiã da casa. Ela meio que toma conta da gente. Né, Stefan?

— Você vai gostar muito dela. – Ele concorda e finaliza. – Vamos, então?

Caroline entra no carro e os dois seguem para o deles.

— Gostei muito dela, Stefan. Você tem bons amigos. Não deveria se afastar.

— Eu… bom… não estou me afastando deles. Você sabe.

— Sim, mas, tudo bem… nós vamos cuidar disso. Prometo que logo essa dor não será tão grande.

Stefan se lembra novamente de Elena, e o peito dói. Ele recomeça a se consumir com as lembranças ruins. A fome volta a aparecer com força.

— Estou faminto! Tem alguma bolsa no carro?

— Ai, não! Desculpe! Culpa minha, fui eu que te lembrei! Pensa em algo bom! Pensa na Caroline, olha, como o dia foi divertido! Pronto, já vamos pra casa, olha, o carro tá logo ali. Por favor, consegue segurar até lá?

Ele responde que sim e tenta se concentrar, mas, só consegue pensar em tudo que passou; os dias ruins, a escolha de Elena, seu irmão e ela juntos, o tanto que se sacrificou por eles, seu pai…

— Droga, eu não trouxe nada! Que idiota! Vamos, Stefan, respira! – ela começa a ficar tensa percebendo a mudança do vampiro.

Stefan tenta. Então, eles sentem cheiro de sangue.

— Ah, só faltava essa, alguém deve ter se machucado! – Adrienne olha em volta e vê uma menina se levantando do chão do estacionamento, um pouco próximo à eles.

Stefan começa a se transformar e ficar nervoso. A fome é insaciável! O cheiro e tantos humanos por perto, só consegue ouvir as batidas dos corações e o pulsar do sangue.

Adrienne, percebendo essa mudança, coloca a mão no rosto dele, e olha nos olhos.

— Hey, eu sei que te lembrei algo muito ruim, mas, olha, tô aqui, e nós vamos superar isso juntos, ok?! Eu não vou deixar você fazer nada que se arrependa. E, se você está com fome, nós vamos resolver isso agora! Vem comigo.

Segurando a mão dele, ela vai procurando um local afastado. Ele segue confuso, mas, realmente, não conseguia se controlar dessa vez, nem o jeito doce e preocupado da moça foi suficiente para fazer ele esquecer essa maldita fome interminável. Tudo que ele precisava era se alimentar. Os dois seguem e param próximo a um muro ao lado da universidade, onde não havia ninguém.

— Aqui tá ótimo! Vamos ficar aqui.

— Acho melhor irmos. Consigo me controlar até chegarmos.

— Eu acho que você precisa disso, agora. Além do mais, o que eu irei fazer será totalmente desaprovado pela Alex, e portanto, será nosso segredo, tá?

— O que você pretende fazer?

— Você precisa disso, Stefan. Não é só fome que você sente, você também sente dor. Isso é angústia! Você não se alimentou hoje direito, já lembramos da morte da Lexi. E pra completar, ainda teve esse aditivo. – ela fala fazendo uma careta sobre a moça do estacionamento – Não vai ser uma dieta restritiva que vai ajudar.

Enquanto eles conversavam, sentiram um cheiro forte de cigarro, um dos zeladores parecia voltar do intervalo.

— É agora, Stefan. Se prepara. - Ela se aproximou do homem, com seu jeitinho doce, pedindo informação. Stefan se aproximou, o homem se assustou.

Ele estava totalmente transformado, praticamente atacando o zelador, quando Adrienne o parou.

— Senhor, acalma-se, por favor, não grite, nem corra. Fique aqui, que tenho um propósito pro senhor. - e continuou guiando O vampiro - Stefan, por favor, consegue ouvir as batidas dele? O coração está desacelerando, percebe? O corpo dele é rígido, pega. Isso. - ela observou ele segurando o homem. — Agora, você vai dizer que ele não vai sentir dor, e vai te avisar quando estiver cansado e então, pode morder.

Stefan teve medo, não queria machucar o homem, mas, estava faminto e assutado. Ele seguiu as instruções e avançou no pescoço do Zelador.

— Se mantém atento às batidas do coração. Ele é forte, você consegue beber uns 5 litros, sem acontecer nada, após isso, ele começa a perder a rigidez e o coração desacelera. Tá notando? - Ela perguntou acompanhando a pulsação do zelador pelo punho.

Stefan ouvia as palavras dela, atento, e se saciando. Prestava atenção no que ela dizia e na pulsação do homem desacelerando.

— Eu não consigo parar! - ele disse. - Vou acabar matando ele!

— Sim, você consegue. Não é tão ruim assim, Stefan, você pode! É nossa natureza. Somos caçadores. Não precisamos ser monstros assassinos, mas, precisamos deles para nos alimentar. Fomos criados assim. E temos o poder de tirar-lhes a dor. Basta saber se controlar. Vamos, Calma, respira... Sua fome acabou. Agora você pode parar! Você não precisa da morte desse homem nas suas costas.

Stefan respirou fundo e parou. Ficou absorto, olhando para ela e o homem entre eles. Não só tinha parado, como não tinha feito nenhuma sujeira. Se alimentou o suficiente pra saciar a fome, e não machucou o homem que ainda estava de pé, olhando pra ele, calmamente.

Apesar de pensar que não poderia fazer isso, se apossar de algo que ele não tem direito, ela estava certa, era a natureza dele caçar. E precisava de sangue humano para viver e diminuir sua dor.

Adrienne deu uma gota de sangue para o homem, o fez esquecer aquilo e voltar ao trabalho. E os dois vampiros voltaram correndo para o carro antes que alguém notasse a estranha movimentação.

— Eu não acredito! Eu parei! Parei antes mesmo dele desmaiar! Isso é incrível! Obrigado! - ele falou, segurando as mãos dela, entusiasmado.

— Eu sabia que você conseguiria! Agora, é só uma questão de prática. Prestar atenção na pulsação e na rigidez. E na sua fome também, não na dor. O Danny chegaria um pouco mais tarde neste passo, mas, adiantei o processo por necessidade.

— Você acha mesmo que não devemos falar pra ele?

— Agora não, vamos esperar mais um pouco. Pode ser? A Alex é totalmente contra provar da veia, mas, não havia jeito agora. Além do mais, essa é a minha fraqueza, eu preciso sentir a pulsação, e, se ela souber que fiz isso com você, vai comer meu fígado com batatas no jantar! - Ele ri.

— Você dirige agora? Não gosto muito, e já que você sabe o caminho de volta...

— Sem problemas – Ele abre a porta do carona pra ela entrar e vai pro lado do motorista.

— Obrigada, senhor Salvatore. hum... vou ligar o som, ok?! O que você gosta de ouvir, além de Bon Jovi? - Ela dá uma risadinha.

— O que você quiser tá bom. - Ele responde sorrindo pra ela.

Os dois entram no carro, ele só consegue pensar em como conseguiu, com a ajuda dela, não matar o homem.

Eles voltam pra casa conversando, coisas leves novamente. Sobre viagens, passeios, diversão. Ela aumenta o som quando ouve algo que gosta e interrompe a conversa para cantar junto, fazendo coreografias.

Stefan observa e acha graça desse jeito da garota. Tão espontânea, e divertida. Ele tem certeza que, com ela ao seu lado, vai ser muito mais fácil seguir daqui pra frente.


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