Ouça enquanto lê.

Stefan e Adrienne se divertiram tanto que nem perceberam a pista esvaziando. Eles beberam tanto, que tiveram de ser carregados para os seus carros. Como não poderiam dirigir nessas condições, Alex e Danny dirigiram para eles.

Levaram-nos para a casa de Adrienne, um lugarzinho afastado da cidade. Uma casa branca, de arquitetura vitoriana, com um jardim frontal lindo e uma varanda. Na porta, Stefan resistiu, não podia entrar, teria que ser convidado. Mas o rapaz que o estava carregando era forte, muito forte. Será que bebeu tanto que não conseguia se desvencilhar? Stefan pensou em o que fazer, ainda tonto, mas enquanto tentava resistir, aconteceu o que ele temia, ficou parado na porta e não sabia como explicar o motivo disso.

Estava bêbado, mas ouviu o diálogo, que ao primeiro momento lhe pareceu estranho, mas logo ficou muito claro.

— Acho que ele precisa ser convidado. – Disse Danny.

— Vou chamar Jô, mas vou deixar Adrienne no quarto primeiro. – Disse Alex, entrando na casa.

Stefan ficou confuso. Eles sabiam o seu segredo? Será que fez algo que o denunciou e não percebeu? Ele não tinha se alimentado esta noite, embora tenha ido ao Club pensando nisso.

Alex voltou acompanhada de uma senhora simpática, de cabelos brancos e olhos tão azuis quanto um céu de outono. Ela olhou para os dois rapazes na porta e disse:

— Venha Stefan, entre e seja bem vindo à nossa casa!

Stefan, então, apagou.

Acordou um pouco confuso, sentiu os lençóis macios, estava numa cama confortável, abriu os olhos devagar, sem entender muito bem o que realmente aconteceu. Por que aquelas pessoas resolveram acolhê-lo e confiaram nele sem nem mesmo conhecê-lo? Olhou em volta, viu o quarto arrumado, cheirando a lavanda. Tinha uma janela virada para o leste, com cortinas novas, cor de vinho, entreabertas, deixando um pouco da luz do sol da manhã entrar.

Levantou, foi até o banheiro e jogou água gelada no rosto. Pensou em sair de fininho, mas não seria o certo. Ele precisava descobrir o que acontecia ali. Além disso, não lembrava onde estavam as chaves do carro. Começou a lembrar de como entrou na casa. Como foi praticamente arrastado até a varanda, e como foi convidado a entrar. Não entendia muita coisa, mas, de uma ele tinha certeza: eles sabiam que ele era um vampiro!

Ao abrir a porta do quarto, Adrienne estava descendo a escada, ainda vestida num pijama de malha curto, bastante colorido, que ressaltava sua pele branca.

— Bom dia, Stefan, dormiu bem? – Ela o olhava com aqueles olhos encantadores e o sorriso estonteante.

— Sim. – Respondeu, ainda meio tonto.

— Vamos tomar café da manhã? – E eles desceram juntos rumo a cozinha, calados.

Ele a seguiu, ainda observando o ambiente, cheio de dúvidas. Seguiram para cozinha, a senhora que o convidou para entrar na casa, fazia o café. Ela sorriu, oferecendo uma xícara de café fresco e bem quente. Stefan aceitou. Adrienne pegou uma xícara e bebeu seu conteúdo.

— Huuuummmm, de chocolate, meu favorito! – disse ela, pegando uma fatia de bolo e servindo outra pra Stefan.

Alex e Danny desceram logo em seguida. Pegaram uma caneca e sentaram em volta do balcão. De repente, Stefan percebeu que eles o fitavam, aparentemente, aguardando alguma explicação da noite passada.

Engoliu seco, e tentou explicar, mas Danny acabou se adiantando:

— Você parece confuso. Deve estar se perguntando como sabíamos sobre você. Não fique, só pense um pouco.

Adrienne, então, sorrindo, encerrou o mistério e as dúvidas dele. Stefan a olhou, incrédulo.

— Somos iguais, Stefan!