Tales of Lost Love escrita por Drix


Capítulo 19
*Dear Diary




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— Stefaaaaan, tá na hora!!!

Stefan acordou com a batida na porta e pensou, ainda se espreguiçando: “como essa garota tem tanta disposição, essa hora da manhã?”
Era o quarto dia naquela casa, e já se sentia à vontade. A cama confortável, a vista para a Floresta, o ar fresco. Tudo ali era agradável. Menos o horário em que Adrienne cismava em querer correr. Levantou-se, lavou o rosto, colocou seu moleton, tênis de corrida e desceu.

— Não tem como ser um pouquinho mais tarde, não? – Ele perguntou ainda sonolento.

— Não! Já são 8h. Mais tarde, viraremos torrada no sol, praticamente! Além do mais, quanto mais sono você sentir, melhor dormirá a noite!

— Mas… ok. – ele desistiu, ela tinha razão, Tinha ficado tão cansado nas últimas noites, que batia na cama e dormia pesado. Até ela chamá-lo no dia seguinte.

Começou uma dieta regular, planejada por Danny, que a esta hora dormia, como Alex. Antes e após a corrida, tomava uma dose de sangue. Pra se fortalecer e se alimentar. Faria isso sempre que praticasse exercícios. E, conseguiu passar esses dias sem problemas.

As atividades também ajudaram bastante, já que ele se mantinha bem ocupado durante todo o dia, sem tempo pra pensar em nada do passado.
Estava vivendo seu presente e estava gostando disso.

— Quer café? Tá fresquinho. Tô começando a sentir falta da Jô. – Adrienne lamenta, oferecendo uma caneca.

— Sim, obrigado. E ela volta quando?

— Não sei, espero que logo!

— Hum… E, nós? Vamos pra que lado hoje?

— Hmmmm… Que tal sul?

— O que tem pra lá?

— Mesma coisa. Muitas árvores! Um dia, a gente para pra catalogar as espécies.

Os dois riem e saem pra correr. Sempre começavam no Bosque que havia por ali. Era como o jardim da casa. Alguns metros adiante da estrada, ele começava e escondia aquela casinha branca, quase que por mágica. O terreno pertencia todo à Adrienne, que construiu a casa bem no meio para aproveitar a natureza.

Havia, também, uma Floresta mais densa, que se estendia para os fundos e laterais, se misturando com aquele terreno e dando a impressão que a casa ficava em outra cidade. A estrada fazia uma divisão, e a Floresta também continuava do outro lado.

No meio da corrida, Stefan voltou a perguntar sobre “o clube dos cinco” e se Katherine também era sócia do club, como eles.

— Não, por ela estar sempre precisando fugir, por séculos, ela nunca pode ficar muito tempo no mesmo lugar. – Adrienne continua – e esse nome é coisa do Danny. Em todas nossas viagens aventureiras éramos sempre nós cinco. E Depois do filme, ele começou a nos chamar assim. Estávamos nos juntamos pelos motivos mais bizarros, e acabamos nos unindo, é dificil viver uma eternidade sozinho.

Stefan concordou em silêncio. Não vivera nem metade de Danny e sabia que se não fosse por Lexi, não teria suportado.

Os dois corriam por volta de uma hora e meia a duas horas, todos os dias. E conversavam pouco, só no início, enquanto se aqueciam, e, mais um pouco no retorno.

— Hey, quem te disse que o sul era pra este lado?

— O sol, ué!

— Então, o outro lado da estrada é o Norte?

— Sim, Stefan, o sol nasce no Leste, o lado do seu quarto, e cai à Oeste, o lado do meu. Logo, o sul é pra cá, vamos, larga de moleza, estamos quase chegando! Duvido você me alcançar sem seus poderes vampíricos!

Adrienne disparou na frente, de volta pra casa, mas, Stefan a alcançou com facilidade, a agarrando na cintura e colocando-a no ombro, como um pacote, até chegar na varanda. Enquanto ela se debatia.

— Aaaaaaah me soltaaaaa! Não vale, você usou poderes! – ela reclama, gargalhando.

— Não usei não! Quem manda ser baixinha de perna curta! – Ele respondeu, brincando e colocando a moça no chão novamente.
— Eu não sou baixinha, é você que é alto! Hunf!

Eles entram em casa rindo. Os outros já estão acordados, tomando café.

— Bom dia! Tá disposto, Stefan? – Alex pergunta, animada. Notando uma melhora considerável no humor dele. Enquanto Danny lê seu jornal matinal.
— Sim, sim. Apesar de ser obrigado a acordar tão cedo. – ele olha torto pra Adrienne que se finge de desentendida e vai subindo as escadas pra tomar banho, como sempre faz na volta.

Alex é responsável pelo controle de estoque das bolsas de sangue em casa, e controla a dieta de Stefan, para que ele não se descontrole.

— Pronto, sua dose de reforço! – Ela entrega o copo cheio a ele, que bebe com prazer.

— Stefan, como você tem se sentido a noite? – Ela pergunta e Danny observa.

— Tenho sentido bastante sono. Por quê?

— Sim, eu digo, você tem se sentido cansado, esgotado? Tem sentido alguma coisa incômoda? As lembranças estão te incomodando?

— Bem, eu tenho chegado muito cansado. Esses treinos físicos mais o trabalho no bar estão acabando comigo. Não tenho parado muito pra pensar. Chego e durmo.

— Hummm.

— Estive pensando nisso hoje. Faz quatro dias, e não tenho sentido fome, nem lembrado nada ruim.

Danny, se aproxima.

— Não se espante! Desde que ela foi ajudante do Dr Freud, acha que sabe tudo de psicologia! Fará algumas perguntas cada vez mais íntimas e dirá que faz parte do processo.

— Tudo está ligado ao inconsciente, Danny, é lógico que o problema dele é psíquico. Já sabemos disso, precisamos tratar isso em conjunto. – Alex responde sem notar que era mais uma implicância de Danny.

— Acho que ele está implicando contigo, Alex. De novo. – Stefan já percebia, era como se, implicando, Danny quisesse chamar atenção de Alex.

— Ah! Bom, então voltando, o ideal seria se você conseguisse conversar sobre isso com alguém, sei lá, algum dos seus amigos mais antigos podem te ajudar melhor.

— Eu não tenho muitos amigos antigos, só os de Mystic Falls, que nem são tão antigos assim e, bom, talvez … não, não tenho amigos antigos. - Stefan se lembrou da vampira original pelo tempo que passaram juntos nos anos vinte e desistiu em seguida, por não achar boa ideia. – Mas, tenho meus diários, e sempre escrevi neles, isso me ajuda a colocar alguns pensamentos em ordem.

— Bom, já é alguma coisa, mas, ainda acho que seria bom você conversar com alguém de confiança.

Stefan agradeceu a dose e o conselho, lavou o copo e avisou que subiria, pra tomar banho e, aproveitar, pra escrever em seu diário. Este era o momento mais calmo do dia. Quando ele parava tudo e refletia.

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31.05 – Olá, diário.

Mais um dia de exercícios.
Estou me esforçando para me controlar de verdade.
Os treinos intensificados tem me feito gastar bastante energia.
O bar a noite é divertido. Preparar os drinks que o Daniel tenta me ensinar é engraçado. Cada dia esqueço um ingrediente em algum, mas, as mulheres são compreensivas comigo. Aparentemente, sorrir pra elas, é o suficiente. Às vezes, me sinto como o Damon, flertando pra conseguir aprovação.
A Alex me perguntou sobre como tenho me sentido.
Tenho me sentido bem. Graças à eles.
As horas vagas são mais complicadas. Embora não tenha tido muitas, por estar ajudando nas tarefas de casa, também. Deixei de ser visita no segundo dia e passei a ser morador. Entrei na lista de afazeres.
Eles são como uma família de verdade, se preocupam. O Daniel está sempre atento ao que eu faço ou digo.
A Alex atenta aos movimentos e expressões e a Adrienne, bom, ela parece que observa tudo. É como se nada escapasse. Esconder algum segredo dela deve ser uma tarefa bem difícil.
Acordar cedo todos os dias, chegando tão tarde, só não tem sido tão ruim por causa dela. É sempre tão alegre e disposta. Quando desço, lá está ela, me esperando com um sorriso e uma caneca de café quente.
Tenho pensado na Elena. Queria vê-la, saber se está bem. Caroline evita me dar notícias, imagino que ela e Damon estejam se divertindo juntos. Espero que ele não a machuque, como faz com tudo que toca.
Sinto alguma fome, ainda, quando me lembro dos dois. Uma angústia. Mas, tenho estado tão ocupado que logo minha atenção é voltada para alguma tarefa e a fome passa.
Eu amo a Elena, e sempre amarei.
Porém, como as minhas duas melhores amigas já me disseram, preciso seguir em frente, preciso viver minha vida e deixar o passado pra trás.
Me dói deixa-lá pra trás. Me dói pensar que não a tenho comigo.
Mas, ela fez a escolha dela. Não tenho opção a não seguir com a minha vida.
Não é fácil, preciso me esforçar, mas, tenho 4 pessoas que estão me apoiando e me ajudando muito. Ao menos, devo isso a eles.
Fora as lembranças, os dias têm sido calmos e agradáveis.
Acredito que logo estarei no controle, e o sangue não será mais um problema.

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Stefan, releu o que escreveu, fechou o diário e foi tomar banho.


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