Tales of Lost Love escrita por Drix
— O que houve, Stefan? — Adrienne perguntou quando o viu sujo de sangue.
— Estávamos fazendo um teste pra descobrir os gatilhos, o que incita a fome e o que a para. — Danny respondeu.
— E conseguiram descobrir? — ela perguntou, se dirigindo a cozinha.
— Sim! — ele continuou, contente.
Stefan olhou para ele, confuso. Danny apontou para a Adrienne, e Stefan não entendeu o que ele queria dizer.
Ela voltou da cozinha com um guardanapo na mão, se aproximou de Stefan e o limpou, suavemente.
— Então, conseguiram? O que ajuda a parar a fome?
— Você! — Danny falou, sentando no sofá se espreguiçando com um sorriso debochado.
Adrienne e Stefan se voltaram para ele, e disseram ao mesmo tempo.
— Eu?
— Ela?
— Como assim, Danny? — Ela perguntou, curiosa, se aproximando.
— Bem, como exatamente eu não sei, nem porquê. Mas, foi uma questão de observação. Muito simples. — Danny começou a explicar. — Na noite em que se conheceram, bom, pelo que ele me contou, ele se aproximou de você pra se alimentar.
Stefan concordou. Danny continuou como se houvesse descoberto a pólvora.
— Mas, foram para o Club, se divertiram e a vontade passou. Não tivemos nenhuma baixa naquele dia. O que me fez concluir que ele não atacou ninguém. Agora mesmo, o modo como ele segurou as bolsas de sangue, parecia que não se alimentava há dias, mas, só uma palavra sua e ele parou.
Stefan olhava confuso demais para falar alguma coisa. De certo, fazia sentido o que ele dizia, mas, nem ele mesmo sabia explicar o motivo disso. Adrienne se virou para Stefan e o beijou no rosto, em seguida o abraçou.
— Ah, Stefan, eu não sei o que fiz de tão bom para conseguir isso, mas, fico feliz que possa te ajudar também!
Stefan, ainda desnorteado, olhou pra Danny, cheio de dúvidas, mas retribui o abraço, sentindo todo o carinho daquela pessoinha em seus braços. Não sabia se ela o lembrava de sua amiga Lexi pela espontaneidade, ou se parecia com Caroline pela determinação. Mas, de uma coisa tinha certeza, o que realmente enxergava nessa moça, de olhos brilhantes e meigos, era justamente sua doçura. Era a capacidade de se preocupar e cuidar de todos à sua volta, com tanto amor e dedicação.
— Ei, está bom, ele já entendeu! — Danny separou os dois.
Adrienne soltou Stefan.
— E agora, quais os planos, mesmo processo de detox? — Ela pergunta sorrindo.
— O mais difícil a gente conseguiu descobrir de cara. Já que sabemos o que desliga a vontade, vai ser bem mais fácil. - Danny continuou - Agora, você só precisa ser a doce distração deste moço e tudo ficará bem!
— Não, eu... não, eu não posso pedir isso. Daniel, a gente precisa descobrir outra forma. Não posso pedir isso, desculpe, eu... — Stefan tentou se desculpar, não se sentia à vontade em prender Adrienne à uma função de distração. — Fora que, ainda nem sei o motivo e de onde saiu essa ideia que é ela que me faz esquecer — Se sentiu envergonhado por não saber explicar.
— Ah, Stefan, não precisa se desculpar. Me sinto lisonjeada. E a explicação pode ser mais simples do que você pensa. Você estava triste e magoado, eu te levei para se divertir. O cérebro faz umas associações muito malucas, tem coisas que nem tem uma explicação lógica mesmo. — A moça falou, rindo, com um jeito desajeitado.
Stefan concordou em ao menos ouvir as ideias dos dois. Por todos esses anos lutou com algo que não sabia explicar, e aparentemente, agora as coisas começavam a ficar claras.
— A primeira coisa a fazer é exercícios físicos. Parece idiota, mas, correr faz com que o sangue flua melhor e a fome reduz. — Danny começou as instruções. — Esta senhorita é ótima nisso, todos os dias de manhã ela sai pra correr, então, aí está, ela pode te acompanhar. A tarde, nós vamos treinar algum esporte. Faço parte do time de futebol da faculdade, talvez consiga uma vaga pra você por lá, você joga?
— Sim, fazia parte do time do colégio.
— Ah, que ótimo! E já fez sua matrícula na faculdade, Stefan? — ela perguntou, interessada.
— Não. Eu não vou para a faculdade. Até já perdi o prazo.
— Por que não? É uma ótima distração! Ah, eu tenho certeza que com as doações do “meu pai” vai ser fácil a gente conseguir uma vaga pra você.
Eles riram e Stefan perguntou, ironizando.
— Então, “seu pai” é um doador da Whitmore?
— Ah, sim, ele é, faz doações generosas regulares há alguns anos para garantir minha vaga. Tem um prédio todinho em homenagem! A biblioteca foi rebatizada com o nome dele. “Biblioteca Robert Backer” — Ela respondeu, fazendo uma menção e afastando as mãos como se estivesse mostrando uma faixa no ar.
— Este é seu sobrenome, então?
— Sim, neste período. — Ela gargalhou.
Notando a dúvida de Stefan, Danny explicou.
— Como voltamos há 3 anos, adotamos outros sobrenomes porque essa menina cismou que queria estudar de novo.
— Mas, por que vocês mudam os nomes?
— Para nos manter incógnitos. Você não muda? Sempre se apresenta como Salvatore? — Adrienne parece surpresa.
— Nunca pensei em mudar.
— Bom, já morei muitos anos aqui, outra Adrienne Beaumont causaria algumas perguntas que eu não conseguiria responder. Então, achei melhor mudar, mantemos só o primeiro nome e inicial do sobrenome. - respondeu - De qualquer forma, Stefan, esta semana preciso finalizar minha inscrição por lá, podemos fazer a sua também. Você entra para o time com o Danny, e seremos calouros juntos! O que acha?
— Eu não sei se quero levar uma vida acadêmica.
— Ah, vamos, vai ser divertido! — Ela insistiu, segurando as mãos dele e fazendo charme, deitando a cabeça de lado.
— Universitários são festeiros! Fora que, essas festas da universidade são perfeitas para uma comidinha fresquinha. — Danny falou, rindo. — Agora que você precisa aprender a se controlar, é ideal!
— E isso não vai ser um problema? Posso causar alguma morte no campus e levantar suspeitas.
— Ah, não, estaremos sempre com você! E, até começar as aulas, você estará bem mais tranquilo! — ela responde, com segurança.
Stefan tentou se convencer da ideia, mas, no fundo sabia o verdadeiro motivo: ele não queria esbarrar com Elena por lá.
— Tudo bem, faremos um teste, sem promessas! Lembra? Não pretendo ficar por muito tempo.
Os dois insistentes aceitaram a contra-proposta.
— Combinado! Até você se controlar, pelo menos! — Adrienne esticou a mão para um acordo de cavalheiros.
Stefan devolveu o aperto de mão.
— Sim, combinado!
E sorriu para ela.
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