Tales of Lost Love escrita por Drix


Capítulo 16
The Family in the White House




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Após a conversa, terminaram o café da manhã, tranquilos. Stefan tentava se acostumar com aquela rotina. Já era o segundo dia naquela casa que sentava em volta da mesa, com outras pessoas, para um xícara de café quente. E parecia um hábito muito agradável. O costume o lembrou de uma época, assim que começou a se controlar, que viveu na casa dos Shuterland, em New York, quando ele já não tinha mais nada e após sair de New Orleans.

Ele observava as implicâncias de Danny com Alex, na cozinha. A conversinha paralela de Katherine e Adrienne, que pareciam duas adolescentes fogosas quando estavam juntas, e Jô, preparando alguma coisa apetitosa, embora inúteis, para alimentá-los. Cada um tinha uma tarefa. Enquanto Alex e Danny lavavam e guardavam a louça, as duas outras tiravam a mesa do café. Pareciam mesmo uma família.

Stefan se recordou de um tempo em que sua mãe era viva, e sua antiga casa era ainda um lar. Despertou dos pensamentos quando ouviu alguém o chamando. Era Jô.

— Stefan, essa moça, sua amiga, ela pode me dizer como é o feitiço que ela usou para a petrificação?

— Sim, acho que sim. vou ligar para ela.

Ele se afastou para ligar para Bonnie, mas ninguém atendeu. Stefan voltou, decepcionado.

— Deixei um recado, espero que ela retorne.

— Bom, não tem problema. Quando ela retornar, você pode me ligar, os meninos tem meu número, e está aqui na porta da geladeira também, se você precisar. Katerina, vamos arrumar as coisas, partimos em breve.

Katherine parecia uma adolescente rebelde, mas, nem discutia com a guardiã. Stefan se surpreendeu, jamais pensou que ela pudesse respeitar alguém além de si mesma. Acabando as tarefas, eles começaram a se movimentar. Danny chamou Stefan para a sala, e as meninas subiram pra ajudar a arrumar as malas.

— Então, temos um plano?

— Um plano pra quê? — Stefan ficou curioso com a pergunta.

— Pra começar o seu processo de desintoxicação.

— Huuuum... Não. Nem tenho ideia de por onde começo.

— Eu tenho. Pode começar pensando na Adri toda vez que você lembrar de algo ruim.

— Ahn? Por quê ela?

— Pensa que eu não reparei no seu olho comprido para a minha boneca?

Stefan ficou sem jeito, sem saber o que falar. Mal conseguiu responder a provocação.

— Eu? Não, impressão sua. Eu... Ahn... Vocês são um casal?

Danny riu alto do embaraço de Stefan.

— Não! Somos amigos, ela é como minha irmãzinha mais nova. Mas, você devia ter visto sua cara!

Ele continuou rindo. Stefan riu, meio sem graça, abaixando a cabeça, tentando desviar o assunto. A verdade era que algo nela despertou um sentimento em Stefan que ele não sabia explicar qual era. Algo em seu sorriso o lembrava alguém, os olhos verdes e brilhantes também.

— Bom, falando sério agora, Stefan. Você precisa pensar em algo bom para reduzir a vontade de se alimentar por compulsão. O que aciona o gatilho é alguma lembrança ruim. A dor por algo traz a fome de volta. Então, sempre que você sentir essa fome, precisa se concentrar em alguma coisa muito boa. Pra começar, o que a gente precisa fazer mesmo é identificar a raiz dessa dor.

— Eu tive uma conversa ontem antes de você me encontrar, e acho que já sei o que é.

— Bem, você não precisa me dizer se não quiser. Mas, vai precisar pensar nisso. E vai me dizer o que você sente pensando nisso.

Stefan não se importou em contar, já havia dito uma grande parte no dia anterior. Não havia muitos segredos entre eles agora. Pararam a conversa quando ouviram a porta do quarto se abrir e as vozes das meninas, que estavam descendo as escadas, Katherine vinha na frente. Danny se despediu e Stefan manteve distância. Adrienne acompanhou as duas viajantes até a garagem, Alex iria levá-las. Os dois rapazes continuaram a conversa.

Então, Stefan começou a lembrar do dia que se transformou. O tiro que levou, a ida até o encontro do pai. Tudo. Todas as lembranças desse dia o faziam sentir um arrependimento enorme, e com isso uma fome tão grande quanto. Ele foi descrevendo para Danny o que estava sentindo. Daniel pegou uma bolsa de sangue e abriu.

Quando Stefan sentiu o cheiro, se transformou. Tentou pegar a bolsa da mão de Danny, que o impediu. Como era bem mais velho, não tinha nenhum problema em controlar o Ripper. Stefan começou a se descontrolar, se debater, e Danny o segurou. Quando Danny percebeu Adrienne voltando para a casa, entregou a bolsa nas mãos de Stefan que pegou como se sua vida dependesse disso. Ele se conteve, assim que Adrienne entrou falando.

— E aí, rapazes, o que temos pra fazer de bom hoje? — ela perguntou animada, com um sorriso largo e contente.

Stefan parou de beber na mesma hora e se virou, e quase que instantaneamente, seu rosto voltou ao normal. Danny constatou, e mesmo que Stefan negasse, a garota era a chave!


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