Tales of Lost Love escrita por Drix


Capítulo 126
Far From Yesterday


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal.
Se ainda tem alguém acompanhando, me desculpe pelo longo período de sumiço.
Tenho pra mim, que conforme vou chegando perto do meu final, mais difícil tem sido desapegar e concluir essa história.
De todo jeito, mais um capítulo pronto.



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Adrienne e Stefan, ainda acordados, conversavam sobre a volta, no dia seguinte.

— Você acha que a gente consegue voo pra todo mundo, amanhã?

— Eu não sei, mas temos que voltar de carro, esqueceu? - Ele lembra, enquanto faz cafuné na cabeça dela.

— Ah, é! Estrada de dia? Quero nããão... - ela faz uma pausa - Quer alguma coisa? Vou pegar uma bebida.

— Não, fica. - ele beija o topo da cabeça dela, abraçando mais.

— Eu tô com sede. - ela resmunga.

— Então vamos. - ele levanta junto.

Ela veste a camiseta dele, que fica parecendo um vestido, e ele põe apenas a cueca. Pela hora, acreditam que estão todos devidamente em seus quartos, e saem, com risinhos.

Adrienne separa os copos e Stefan a abraça por trás, dando beijinhos no pescoço e fazendo cócegas.

— Assim eu vou derrubar tudo. - ela diz, tentando se desvencilhar. Ele para, tenso.

— Ouviu isso? - os dois param. Um barulho na porta, do lado de fora. Eles se aproximam, quietos, tentando ouvir mais, mas só escutam alguém tentando forçar a entrada.

Stefan se posiciona pra abrir, Adrienne assume posição de ataque, quando ouvem uma risada e vozes conhecidas. Stefan abre a porta, menos tenso, e Damon cai, dentro da sala.

— Heeey. - ele reclama, se levantando. Danny tenta ainda abrir a porta com o cartão, Stefan percebe que estava ao contrário quando tira da mão dele, ajudando a entrar.

— Vocês estão trêbados! - Adrienne comenta, rindo. - Não se alimentaram?

— Uhum... de duas gêmeas deliciosas. - Damon diz.

— Muito magrinhas, ainda bem que eram gatas. - Danny responde, rindo. - Eu vou tomar banho e dormir.

Ele começa a andar em direção ao quarto e Adrienne o para.

— Você vai morrer se acordar a Katherine, vem cá, toma banho no meu quarto. - ele concorda, e ela segue o ajudando.

Stefan olha Damon se servindo de whisky e comenta. - Você não acha que já bebeu demais?

— Caramba, Stefan. Eu achei que você tinha ficado legal depois que começou a namorar a ruiva. Você vai ser sempre esse chato, irmãozinho?! - ele se aproxima passando o indicador pelo nariz de Stefan, que se incomoda.

— Você bebeu demais. Vem, vamo pro banho também. - Stefan diz, tirando o copo da mão dele e levando direto pro chuveiro.

— Credo, como você é certinho...

— É meu cabelo de herói. - Stefan responde, debochado.

Damon gargalha e pede silêncio pra si mesmo. - Shiiiiu. Hey, você tá pelado, vai se vestir!

— E você vai ficar já já, vem, anda!

Stefan e Adrienne conseguem conter a bebedeira dos dois, apesar de recusarem a se alimentar. Decidem colocar ambos no mesmo quarto, pra evitar que Daniel acorde Katherine, que já foi dormir de mal humor, e Adrienne queria evitar um problema maior.

Depois de deixarem os dois roncando, voltaram pro quarto, achando graça da situação.

— Eu nunca imaginei que esses dois pudessem se dar bem. - Adrienne disse, subindo na cama.

— Sério?! Eu achei que seriam grandes amigos, assim que conheci o Daniel. São tão desapegados, divertidos... Por que não dariam? - Stefan se joga do lado dela, se aninhando.

— Ah, sei lá, por serem parecidos demais. Egocêntricos. Não sei explicar. Só achava. - ela dá uma risadinha.

— Hum... Faz um pouco de sentido. Mas esse seu pensamento não tem nada a ver com a Alex, né?!?

— Ahn? Não, eu... - Adrienne fica sem saber o que responder e muda de assunto voltando a falar da viagem no dia seguinte. Um tempo depois ela se lembra. - Ih, esquecemos a bebida. Vou pegar. - Ela levanta rápido e vai até a porta, assim que abre, para, olhando pra fora. Stefan nota e se preocupa.

— Que foi, baby? - ela não responde e ele se ajeita, quase levantando. - Baby, o que que foi?

Ela olha pra ele assustada, fecha a porta rápido e encosta, ficando de frente pra Stefan.

— Nada. - responde com os olhos arregalados.

— Como nada? E essa sua cara? - ele levanta e vai até ela, querendo abrir a porta.

— Não, espera. Eu conto, mas você tem que prometer que não vai se meter.

Ele olha desconfiado, não promete nada e aguarda ela contar.

— Stefan...

— Tá, conta. - ele responde, concordando.

— Teu irmão entrando no quarto da Kath.

— É o quê?! Ele tá bêbado, vou tirar ele de lá...

— Stefan... - ela o repreende com o olhar.

— Que foi? Você acha... Não! O que você viu? - ele insiste.

— Ele bateu na porta, ela abriu. Eles se beijaram e ele entrou. Não foi inconsciente. - ela diz e Stefan se surpreende com a notícia. - Aconteceu alguma coisa esses dias, Stef. Desde aquele dia que eles saíram sozinhos. Eu sabia.

— Mas... Ele tem a Elena e... Por que ele faria isso com ela? Não, isso tá totalmente errado.

* * *

Daniel se mexeu na cama, acordando Damon. Ele olhou pro lado e se deu conta que estava ao lado da pessoa errada. Se levantou, ainda meio tonto, e atravessou a grande sala comum da suíte. Bateu na porta uma vez, sem resposta.

Respirou, pensando em voltar, mas insistiu. Bateu mais forte e aguardou, ouvindo o movimento dentro do quarto. Katherine abriu a porta sonolenta e ficou confusa quando o viu.

— O que foi? - perguntou, ainda se situando. - Aconteceu alguma coisa?

— Não aconteceu. - ele respondeu sério. - Deveria ter acontecido isso.

Damon segurou-a pelo pescoço e se aproximou pra beijá-la. Katherine não ofereceu resistência. Ele entrou no quarto e fechou a porta atrás de si.

— Espera. - ela segurou ele. - Você tá bêbado.

— Só um pouco. Não o suficiente. - ele voltou a segurá-la.

— Não, Damon, eu não quero assim. Eu quero você sóbrio. Não quero fazer algo que você vá se arrepender depois. - Katherine reclamou, o afastando novamente. Ele se alterou.

— Você só pode estar de sacanagem?! Todos esses dias, com esse joguinho de sedução, perturbando minha mente. Que palhaçada é essa agora?!?!

— Se for pra ser desse jeito, é melhor você voltar pro seu quarto. - ela responde, resoluta.

Damon se irrita. Abre a porta e sai, voltando em segundos bebendo uma bolsa de sangue.

— Pronto, tô sóbrio agora. - ele fala da porta, num tom bem mais baixo. - E sóbrio, eu sei que tô fazendo merda. Eu amo a Elena. E isso seria um erro sim, mas eu estava pronto pra assumir os riscos. Agora, eu não sei mais.

Damon ficou encarando Katherine por um momento, decidindo o que fazer. Ela, parada no meio do quarto, de braços cruzados, ainda se mostrava convicta da decisão. Ele, parecia confuso.

— Eu tô sóbrio agora. - ele repetiu.

— E?

— Eu não sei. - ele foi andando devagar em direção a ela, que permanecia parada. - Eu acho que a vontade não passou. Mas eu vou me arrepender disso amanhã. Bem mais do que se estivesse bêbado. Ao menos eu teria o que culpar. - ele colocou a mão na junção do queixo dela e continuou encarando.

— Eu tô aqui, é você quem tem que decidir o que quer. - ela respondeu, mansinho.

— Eu sei, é que... - ele parou e se afastou, levando a mão até a testa, ainda duvidando da decisão.

— É o corpo dela, mas ela não tá mais lá. Elena se foi. - Katherine respondeu, segurando as mãos dele, se aproximando novamente.

— É um vazio estranho, mas ela está lá, Kath. Em algum lugar, longe, mas está. E quando ela voltar, eu não sei como explicar isso.

— Se ela voltar... - Katherine reforçou.

Damon a encarou, confuso. Ela se aproximou mais, levando as mãos até o rosto dele. Ele continuou encarando e, segurando-a pela cintura, olhou seus lábios e afirmou com a cabeça., sem dizer nada. Juntou seu corpo no dela e a beijou. Katherine se entregou ao toque e ele a conduziu pra cama.

* * *

Bonnie ouviu vozes e acordou assustada. Percebeu algo como uma discussão e parou pra prestar atenção. Percebeu Damon reclamando e a voz de Katherine o mandando voltar pro quarto. Ouviu a porta abrindo, e após uns minutos de silêncio, decidiu ver se Katherine estava bem.

Abriu a porta devagar e percebeu o quarto de Damon fechado. Seguiu pro lado e ouviu a voz dele de novo. Falando tão baixo, que ela não podia ouvir. A porta semiaberta, ficou preocupada. Ia interromper, mas percebeu que ambos falavam de Elena e parou. Logo em seguida notou que se aproximaram, devagar, e se beijaram.

Bonnie segurou uma expressão de surpresa e terror. Mas decidiu não se meter. Voltou depressa pro quarto e ficou quieta, tentando esquecer a cena que viu. Mas logo teve a mente invadida pela raiva que sentia de Damon estar traindo sua melhor amiga.

Pensou em Elena, sendo aprisionada por aquela bruxa, enquanto o namorado estava ali aproveitando. E pior, com Katherine, a pessoa que Elena mais odiava no mundo. Queria entrar no quarto e gritar com os dois, e ao mesmo tempo se sentia suja por não ter coragem de fazer. Mexeu na bolsa e pegou os fones de ouvido, escolheu uma musica relaxante no celular, pra tentar se acalmar e decidiu dormir novamente, mentalizando coisas boas, até adormecer.

* * *

Stefan se aborreceu, andando de um lado a outro, indignado com a informação. Adrienne apenas observava. Ele bateu uma mão na outra, num soco imaginário e resmungou. - Ele não merece estar com ela.

Adrienne não se controla e acaba questionando.

— Você tá dizendo isso porque acha que a atitude dele é errada ou porque você ainda questiona a escolha dela? - ela pergunta séria, encarando ele, que se assusta.

— Eu... - Stefan para, sem saber o que dizer. Ela continua.

— Ela escolheu ele, e ele não dá valor a essa escolha. Mas você sim, você merece, porque nunca faria isso. É isso que tá passando na sua cabeça, não é?!

Stefan ficou calado e absorto com a pergunta. Sentou na beirada da cama tentando entender os próprios sentimentos.

— É isso, Stef, não é?! - Adrienne insiste, se ajoelhando de frente pra ele, segurando suas mãos. - Eu entendo, de verdade. Passei bastante tempo me martirizando com essa dúvida na minha cabeça, e percebi que não era justo comigo. Eu não posso ser responsável pelas escolhas das pessoas, mas eu sou responsável pelas minhas escolhas.

Stefan respirou fundo, olhando dentro dos olhos dela, ainda colocando a mente em ordem. Ele lembrou da trajetória ao lado de Adrienne e toda a dúvida que andou cultivando nos últimos meses, evitando comparar ela com Elena.

Pensou na dor que foi imaginar tê-la perdido pra morte, depois pra Klaus, e toda a felicidade que sentiu quando ela sorriu dizendo que o amava. Ainda sem conseguir dizer nada, segurou o rosto dela com uma das mãos. Ela continuou, quebrando o silêncio.

— Isso é uma coisa que somente eles podem resolver. Não você. Elena está adormecida no próprio corpo. Damon sabe disso. Ele sabe das escolhas dele, assim como ela sabe das dela. E você precisa escolher também. Eu falei isso aquela vez na floresta. As coisas aconteceram, mas parece que você nunca deixou seu passado pra trás. E eu não sei lidar com isso, Stefan.

— O que você tá falando? - ele finalmente decide falar.

— Eu não sei ficar nesse muro. Sabe por quê eu nunca falei que te amava antes? Porque eu tinha medo. De admitir e perceber que tô vivendo isso sozinha. E me vi numa situação que me arrependeria por nunca ter dito. Mas eu consegui desfazer meus nós com o passado.

— Adrienne, eu te amo! - ele interrompe - Eu fiquei aterrorizado pela possibilidade de te perder sem ter dito isso também. - Stefan fala, se ajoelhando de frente pra ela. - Eu não consigo nem imaginar a minha vida agora sem você. Eu fiz essa escolha há um mês. Eu escolhi olhar pra frente.

— Fez mesmo? Não me pareceu isso agora. Me pareceu que na menor possibilidade de voltar, você voltaria correndo.

— Baby... - ele gagueja, pensando no que escreveu no diário e todas as lembranças sobre Elena. - Eu nunca menti sobre ela, e ainda sinto uma mágoa grande por isso. Existem várias lembranças ainda, que me machucam, e você sabia disso. E eu me preocupo com ela, me sinto responsável por tudo o que aconteceu depois que entrei na vida dela, mas isso não quer dizer que eu queira estar com ela de novo. Uma vez eu te disse, a Elena que eu amava morreu naquela ponte. As lembranças que eu tenho são de alguém que não existe mais. E, eu não tô dizendo que se fosse diferente, eu iria querer voltar. Minha vida agora é com você. Eu aceitei ser um vampiro, por tua causa. Com a sua ajuda eu consegui controlar meu vício. Meu presente, apesar de tudo isso que tá acontecendo, é onde eu quero estar, porque tem você. O passado é um lugar que eu não pertenço mais. Eu não quero voltar pra lá.

— Mas...

— Não tem um mas. É só isso, eu me preocupo com ela, como um amigo. Como me preocupei com Caroline e Klaus. É estranho pra mim? É. A primeira coisa que você falou sobre ela ter escolhido ele e ele não merecer estar com ela, sim, sempre pensei isso. Elena é muito melhor que Damon, e ele sempre dá um jeito de provar isso. E, da mesma forma como você também disse, a escolha é dela. A minha tá aqui na minha frente. E eu todo dia faço tudo que eu posso pra merecer continuar sendo a sua escolha.

Adrienne escutou tudo, atentamente, e se emocionou com cada palavra dita. Não tinha o que dizer, se apoiou e o beijou, tentando segurar as lágrimas que brotavam nos olhos.


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