Tales of Lost Love escrita por Drix


Capítulo 119
Half Asleep




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Caroline enrolava na cama esperando que a bruxa saísse antes dela, porém, a falsa Elena tinha a mesma esperança do outro lado do quarto e permanecia imóvel, da mesma forma.

O celular de Caroline apitou e ela foi obrigada a se mexer. Olhando as mensagens, viu que Jô havia respondido pra Alex, e levantou num embalo. Pediu que ela evitasse mandar as respostas diretamente, caso não estivesse próxima ao celular e Qetsiyah pudesse ver. Se encontrariam em algum lugar pra isso. Tinha medo que a bruxa pudesse descobrir que estavam desconfiando dela e sumisse de vez com o corpo de Elena.

Por causa da súbita empolgação da companheira de quarto, Qetsiyah ficou curiosa. Na iminente possibilidade de notícias de Silas, acabou perguntando o motivo da agitação.

— Ahn... Nada demais, a Alex quer organizar um evento pra hoje no Club, e está todo mundo fora. Fiquei meio ansiosa agora. Mas, você sabe, né?! Eu amo desafios!

— Se quiser, vejo o que posso fazer pra te ajudar. - se ofereceu, como achou que Elena faria.

Caroline pensou que de certa forma, mantê-la ocupada distrairia e daria tempo pra que ela mesma buscasse as informações que precisava. Pensou em algo simples e rápido que a própria Elena pudesse fazer.

— Bom, eu acho que não vou conseguir ir as aulas hoje, se você puder ir e fazer as minhas anotações, já ajuda bastante. - e sorriu, francamente, disfarçando as intenções.

Apesar de não achar que era esse tipo de ajuda que Caroline queria, aceitou tranquilamente, ao menos se distrairia enquanto esperava a informação que tanto buscava.

***

> Mini Flashback

Bursa - Turquia – semanas atrás

— Achamos alguma coisa, parece um sarcófago. - um dos escavadores comentou.

A pá bateu numa superfície de metal, e houve comoção. A equipe toda escavou mais profundamente, pra verificar o que poderia ser, e Silas tinha certeza que afinal conseguiram encontrar sua amada. As coordenadas indicavam aquele local, o feitiço de localização dos 13 não podia estar errado, não dessa vez.

Foram levados a uma escavação Inca por conta da informação incorreta de Bonnie e ele já tinha perdido tempo com isso, andava furioso. Achou que poderia ser obra da bruxa que o enfeitiçou, pra atrasá-lo de propósito. Mas, naquele momento seu coração se aqueceu de esperança.

Havia um ser humano lá dentro, e estava embalsamado. Não poderiam afirmar quem seria, a menos que abrissem tudo. Precisavam mudar de local, ambiente esterilizado, o ar em volta poderia gerar consequências desastrosas. Apenas tiraram o objeto de dentro da terra e conduziram ao laboratório da universidade mais próxima.

Finalmente ao abrirem o sarcófago o que encontraram ali era uma figura feminina aparentemente morta, extremamente desidratada, mantida intacta pelas ataduras. Contudo, os especialistas perceberam uma respiração fraca. Silas se aproximou. Se sentiu sufocado ao constatar que, finalmente, era sua amada, e estava mesmo viva, mantida num feitiço de sono, que nem ele mesmo poderia desfazer.

Hipnotizou toda a equipe da universidade, todos os envolvidos na escavação e somente queria tirar Amara dali. Contudo, um dos especialistas o alertou antes, que naquelas condições de saúde, o melhor a fazer era levá-la pra um hospital, e observar as atividades cerebrais pra detectar um possível coma. Não sabendo que a moça estava sendo mantida viva por mais de 2 mil anos.

Foi o que ele decidiu fazer em seguida. Tirou-a daquela situação excruciante e a levou ao hospital mais próximo, solicitando socorro de emergência. Assim que foi internada, foi notado que as atividades cerebrais estavam intensas, mas, ela não acordava.

Estava inconsolável. Achou que assim que achasse Amara, era uma questão de minutos até que ela acordasse. Não esperava que após milhares de anos ela ainda estaria enfeitiçada.

Silas pediu ajuda ao bruxos, precisava entender o que estava havendo, precisava tirar Amara daquele sono profundo, apenas não sabia como. Tentaram inúmeras formas de quebras de feitiço, todas as que ele conhecia. Porém, tinha algo muito errado naquilo e ele ia descobrir.

***

Foram diversas tentativas pra acordar Amara. Desde a entonação de cânticos até ervas mágicas. Nada funcionava. No hospital, tentaram de tudo, choques, transfusão, até alimentá-la de sangue, fizeram, mas, ela permanecia imóvel. Com a respiração fraca e os olhos, embora fechados, inquietos.

Silas estava desesperado, irritado descontando sua raiva em tudo que podia. Se sentia frustrado sem resultados. Achava que a solução era recuperar sua própria magia. Mesmo o grupo de bruxos que o acompanhou sendo de famílias bruxas muito antigas, nenhum era de linhagem mais velha que ele mesmo. Vinha de uma dinastia ancestral de sacerdotes do Egito, e serviu à Cleópatra na sua época áurea. Tinha orgulho de sua história de louvor, até se apaixonar pela própria criada.

Não sentia vergonha disso, o amor não tem barreiras, porém, no momento que deixou sua noiva no altar, que também era de uma família de bruxos poderosos, sabia das consequências da sua atitude. Estava disposto a lutar pela própria felicidade, mesmo que disso dependesse fugir pra sempre.

Contudo, a vingança de Qetsiyah foi além do que ele mesmo poderia imaginar. Jamais pensou que ela usaria o feitiço de imortalidade para transformar Amara num vegetal eterno. Presa num invólucro, embaixo da terra, tendo sua alma consumida por mais de 2 milênios. Aquilo era cruel demais até mesmo pra bruxa traída.

Ela queria uma vingança e, realmente, conseguiu. Ele passou a eternidade preso sem viver seu amor, e sua amada naquele estado lastimável. Só o que sentia era sofrimento por não conseguir ajudá-la. Cansou de tentar e resolveu agir. A única solução que encontrava não estava ali.

Foram horas de viagem cansativa. Precisou compelir muita gente pra conseguir tirar Amara do hospital e viajar com alguém em estado de coma, mas, não podia voltar sem ela. Estava convicto que qualquer coisa que precisasse descobrir, não ia ser naquele corpo imortal que conseguiria. Precisava da cura pra voltar a ser bruxo e assim conseguir tirar sua amada daquela situação impassível.

Voltou à Mystic Falls convicto de que se voltasse a ser bruxo, conseguiria realizar a quebra daquele feitiço que a prendia num sono eterno.

A mansão de tijolos aparentes nunca pareceu tão acolhedora. Bastava apenas pegar Katherine, tomar a cura, e logo salvaria seu amor daquela agonia infinita. Entrou na pequena estrada em direção a porta da frente e percebeu que o feitiço de proteção havia sido quebrado.

Mesmo assim, não tinha intenção de ser mal recebido, queria apenas continuar sua batalha, não estava disposto a brigas, respirou e tocou a campainha.

Jeremy descia as escadas com pressa, já estava atrasado pro colégio, e achou estranho alguém a porta, naquela hora da manhã. Pegou os livros, colocou de qualquer jeito na bolsa, e seguiu em direção a saída.

— Caçador! Que surpresa. - Silas reagiu com deboche.

O rapaz ficou confuso por um momento com aquela figura à sua frente, ainda era a cara de Alaric, mas, quem mais o chamava de caçador a não ser Silas.

— O que você faz aqui? Não creio que seja um bom momento.

Silas sequer deu atenção aquelas palavras, saiu entrando, apesar do certo bloqueio que Jeremy fazia, e olhando em volta, questionou.

— Onde ela está? Preciso da cura!

Jeremy respirou fundo, e tentando ser direto, respondeu – Ela não está aqui, e você tem um problema maior pra resolver. Não acho que seja mesmo uma boa hora pra voltar.

Silas já estava impaciente. Nada podia fazer contra o caçador, porém, não se importaria em tentar, e o ameaçou.

— Vem comigo, te explico no caminho.

— Preciso resolver uma coisa antes. - respondeu ainda impaciente. - não posso ficar andando por aí com um corpo.

Jeremy se assustou. Num primeiro momento, achou que ele tinha matado alguém, entretanto ele apenas pediu ajuda pra manter Amara a salvo, e então seguiria pra entender tudo.

— Aqui não é seguro pra ela ficar. Vamos, eu já sei onde podemos deixá-la.


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