Tales of Lost Love escrita por Drix


Capítulo 106
Best Part of Me


Notas iniciais do capítulo

Já se passou bastante tempo desde que Elena fez sua escolha, mas, Stefan ainda não conseguiu esquecê-la completamente. Contudo, ele sabe, Adrienne é a melhor parte dele no momento.



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— A gente precisa levantar, acordar a Docinho, se alimentar e começar a procurar alguma pista. - ela disse, sem sair do abraço.

— Hum... Eu acho que ela já acordou. - Stefan respondeu, meio resmungando.

— Ela já veio aqui? Não ouvi nada. - Respondeu, olhando pra ele.

— Acho que sim, alguém bateu na porta, acredito que foi ela.

— E você não foi ver, Stef?

— Não. Tava bom aqui, como tá agora.

Stefan não estava completamente deitado, se encostava um pouco na cabeceira da cama, usando os travesseiros de apoio. Adrienne estava deitada no seu peito, o braço dele a envolvia, e sua mão acariciava os cabelos e rosto dela. Ela curtia o cafuné, e como ele, não tinha disposição de sair dali. Porém, infelizmente, não tinham ido de férias, e os problemas pareciam gritar seus nomes.

— Precisamos levantar. - ela falou, buscando apoio.

— Uhum. Só mais um pouco. - ele respondeu sem se mexer.

Ele passava os dedos pelos fios longos de cabelo dela, que cobriam a nuca, roçando o polegar pela bochecha. Ela o envolvia com um dos braços, acariciando sua barriga. Ficaram assim alguns minutos a mais. Em silêncio. Aproveitando o momento de paz que precedia o caos.

Buscar o paradeiro dos vampiros mais antigos do mundo não seria tarefa fácil. Ambos sabiam disso. Não tinham sequer uma pista que pudessem usar. E ainda precisavam esconder o fato de serem, também, vampiros numa terra de bruxas.

Stefan se mexeu, a abraçando mais, e beijando o topo da sua cabeça. Se espreguiçaram um pouco no abraço, esticando as pernas, e alongando a coluna.

— Vamos. - ele disse, se afastando um pouco e olhando pra ela. - Coragem!

Adrienne abriu um sorriso largo e ele quase ficou em dúvida se queria mesmo sair dali. Teve vontade de agarrá-la mais ainda, e passar o dia desse jeito. Sentindo o corpo dela, o cheiro, o gosto. Mas, já tinha tomado coragem de se levantar, e a puxou pra fazer o mesmo.

Os dois se vestiram e saíram do quarto. A porta de Katherine estava aberta, e ouviram o barulho de TV que vinha de lá. Adrienne se aproximou da mesa cheia de gulodices e pegou um pão com creme que parecia delicioso. Apontou a guloseima pra Stefan e foi em direção ao cômodo onde a amiga estava.

— Bom dia! - disse, abrindo mais a porta.

— Nossa, finalmente os pombinhos acordaram. - Katherine respondeu debochada. - Bati duas vezes, fora a campainha que não é discreta.

— Desculpe, eu estava bem cansada e a cama é tão macia...

— A cama, né?! Sei.

— Te contei que lutei com 15 vampiros ontem? - Falou, sorrindo e sentando próxima a Katherine.

— Como assim, lutou? Você nunca brigou além das aulas, me conta isso? - Katherine se ajeitou, com os olhos arregalados e curiosa.

Adrienne começou a contar o episódio do grupo de vampiros que esbarraram. Stefan fez um adendo da sala.

— Usando o líder como escudo!

Ela riu e continuou a história, Katherine ouvia atenta e curiosa. Stefan aproveitou esse momento das duas, pegou uma xícara de café e voltou pro seu quarto. Mexeu rapidamente nas suas coisas, e pegou seu diário. Precisava escrever tudo pra não esquecer todas as sensações daquela noite maluca.

Olá, diário.

Escrevo hoje de New Orleans. Doido né?! Ontem eu nem estava pensando em viajar, e hoje estou aqui. Viemos resgatar os Originais.

Já explico, porque quero começar mesmo com a tarde de ontem. No momento em que me deixei influenciar por ciúmes e quase tive uma briga desnecessária com a Adrienne. Inclusive, já adianto, achamos que Elena está possuída por uma bruxa maligna de mais de 2 mil anos, e talvez, por isso eu tenha sido influenciado.

A verdade é que eu estou confuso. Eu sei o que sinto por ela, e sei que sou correspondido. Mas, me sinto inseguro quase todo o tempo. Imagino que isso abriu a porta pra bruxa conseguir me envenenar. Não sei o motivo, acredito que venha pelo fato de que apesar de tudo que fiz, Elena, ainda assim, escolheu meu irmão. A impressão que tenho é que essa ferida não cicatriza. E, isso quase fez com que eu estragasse o relacionamento que estou construindo. Não posso deixar que a falta de confiança destrua a melhor coisa que tem acontecido na minha existência.”

Parou um minuto de escrever e observou as gargalhadas que vinham do outro cômodo. Estavam entretidas em assuntos que não o interessavam no momento. Continuou relatando os motivos do resgate, a decisão de dirigir por toda noite, e o acontecimento na parada no Alabama. Observou sobre as coisas que a namorada contou, e continuou até o momento que chegaram no hotel.

Eu me assustei um pouco com ela hipnotizando o carregador. Já que havíamos combinado de tomar cuidado aqui. Depois entendi que ela tinha prestado atenção em coisas que eu não. Preciso observar melhor meus sentidos e dominá-los. De todo jeito, foi sensacional poder ter controle absoluto sobre a quantidade que eu estava bebendo de sangue. Me saciei e não precisei matar ninguém. De acordo com minhas contagens, foram 4 meses de treinamento pra chegar até aqui, e foi libertador!

Pelo que aconteceu em seguida, acredito que ela também pense assim. Foi motivo de comemoração, de fato. Estávamos tão envolvidos em nós mesmos, com o sangue fervendo, que nos deixamos levar pelo tesão e sequer percebemos Katherine abrindo a porta. Foi bastante embaraçoso e tive vontade de me enterrar em algum buraco. De todo modo, é sempre maravilhoso estar com ela, porque até nisso, ela sabe lidar melhor que eu.

O bom disso é poder acordar com ela aninhada no meu peito. Eu poderia dizer que estou apaixonado. Mas, é estranho ter tantas memórias recentes e vivas de Elena, ainda. Eu sinto uma felicidade singular ao ver Adrienne sorrindo. O movimento que ela mexe os cabelos, a forma como ela anda quando vem pedir alguma coisa, o jeito que ela me olha, terno e manso. A vida com ela está sendo fantástica. Mesmo com os problemas que insistem em nos perseguir, é como se ao lado dela, tudo ficasse mais leve.

Por outro lado, não me sinto capaz de verbalizar meus sentimentos. Imagino que tenha a ver com essa minha insegurança infundada”

Adrienne voltou pro quarto, então ele parou de escrever, fechando o diário, imediatamente. Não que quisesse esconder alguma coisa dela, mas, aquilo era uma confissão que ele não estava pronto a fazer.

— Atualizando as notícias? - ela perguntou, sorrindo e interessada.

— Faz parte do treinamento, certo? - Ele respondeu com um sorriso tímido.

— Vou pegar algumas roupas pra Katherine, acho que ela precisa voltar na mansão de Klaus e pegar as coisas dela, apesar de perigoso pra ela, não acho prudente irmos lá, podemos ser notados. Concorda?

Stefan acenou positivamente com a cabeça. Se ficassem de fora dos caminhos que os Originais traçaram tinham mais chances de não serem percebidos. Se infiltrariam como turistas e talvez tivessem mais sucesso assim.

Adrienne pegou algumas peças de roupa, olhou-se no espelho como se verificasse a combinação e sorriu. Ele observava o movimento, encantado. Ela se aproximou e deu-lhe um beijo na testa.

— Vou deixar você terminar. - disse, saindo do quarto, em seguida.

Stefan a acompanhou com o olhar, pra fora do quarto, sorrindo. Havia algo nela que lhe transmitia uma paz indecifrável. Abriu o diário, novamente e releu o que tinha escrito até ali e continuou.

Bom, não é exatamente infundada, visto que tenho razões pra me sentir assim. Mas, não com Adrienne, apesar da longa história com Klaus, nesses quase 30 dias que estamos juntos, ela nunca me deu motivos pra isso. Aliás, faremos um mês juntos em breve e nessa confusão toda acontecendo, nem pensamos em nada.

Eu só queria conseguir resolver esse turbilhão de sentimentos dentro de mim. Estar com ela é mais do que desejo físico, o que nunca fiz questão de esconder, até porque ela sabe muito bem o quanto me excita. Mas ela merece saber, também, que desperta o melhor que há em mim.

Só que não consigo esquecer o que sinto pela Elena. Não dói mais como antes, mas as lembranças insistem em aparecer, como a pedra no sapato que incomoda se não nos livrarmos dela.”

Finalizou por ali, sem saber muito o que dizer, queria entender os próprios sentimentos, e isso estava levando mais tempo do que pensava. Guardou o livro novamente, e foi pra sala comum, ver se já estavam prontas.


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