Tales of Lost Love escrita por Drix


Capítulo 100
Youth Knows no Pain


Notas iniciais do capítulo

O que pode acontecer quando você esquece que sua namorada tem mais de 900 anos e se surpreende com ela agindo como uma vampira?



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Acabaram de comer o que pediram e foram pro estacionamento. Numa parte escura, mais afastada da lanchonete, eles perceberam uma certa movimentação.

Aprumaram a visão e os ouvidos e notaram que tinha um grupo de vampiros fazendo uma pequena festa particular. Pela algazarra, Adrienne deduziu que eram novatos e por isso decidiram não se aproximar. Era melhor manter distância e não arrumarem confusão. Não aquela noite. Porém, um deles os viu, e quando se viraram, o sujeito estava de pé em frente a ela.

— Hey, não faça nada que você vai se arrepender. - Stefan disse, se adiantando.

— Ah é, e o que você pretende fazer? - o sujeito disse com um sorriso debochado, transformado e enfrentando Stefan. Se aproximou mais de Adrienne que apenas olhava de um jeito um pouco blasé. Não tinha paciência para novatos arrogantes.

Ela olhou em volta, ninguém tinha notado o distanciamento do encrenqueiro no meio do grupo.

— Ele não precisa fazer nada, mas eu tô com fome, e você vai ser meu jantar. - Ela disse já se transformando e atacando o cara que não teve tempo nem de gritar. Num minuto, já tinha sido drenado e estava desmaiado aos pés dos dois. - Daqui a pouco ele se recupera, foi só um susto. - falou, olhando pra Stefan, meio surpreso. - Vamos, precisamos encontrar sangue humano.

Adrienne foi andando na frente enquanto Stefan ia um pouco mais atrás, quase catatônico. De repente, ele gargalhou. Ela parou, e se virou.

— Que foi?

Ele não conseguia parar de rir, parecia uma minhoca se contorcendo na frente dela. Ela segurava a risada, e perguntava. - O que foi, Stefan, o que é tão engraçado? Shhh eles vão ouvir e vão vir pra cá.

Os dois ainda estavam no estacionamento, no meio dos carros, e ele se apoiou em um pra não cair.

— Que cena hilária! Desculpa. Um toquinho de gente desse, um marmanjão, daquele tamanho todo, achando que ia machucar alguém, e de repente, tá ele lá no chão, desmaiado porque você atacou primeiro. Sabe quando eu pensei em ver isso na minha vida? Nunca! - Falou em meio as gargalhadas.

— Stefan! Ri baixo. - ela tentava se controlar pra não rir também. - Se eles vierem pra cá, eu vou ter que matar todos. E só quero me alimentar um pouco.

Ele se recompôs. Levantou, mas, enquanto caminhava ao lado dela, dava umas bufadas de quem está controlando a risada.

— Para! - ela disse cutucando ele e segurando a risada.

— Meu Deus, foi incrível! “Você vai ser meu jantar” Uaaaa – falou fazendo careta e levantando os braços como se tivesse assustando alguém - Poderia ser a fala de um filme B. Ai, ai...

— Eu não tenho paciência pra iniciantes. Só isso. - disse, categórica.

* * *

Caroline se ajeitava no sofá enquanto Daniel pegava algumas bolsas de sangue pra se alimentarem. Tentava esfriar a cabeça naquela taça de vinho branco, tão delicioso, que jamais tomara um igual. Olhou o celular verificando a localização dos viajantes. Respirou aliviada quando percebeu que já estavam a menos da metade do caminho. Em algumas horas, estariam em Nola, e dariam notícias.

Daniel voltou, ela sorriu. Estava tranquila ali. Apesar de tudo acontecendo, sentiu que de alguma forma, conhecer aquelas pessoas colocou a vida dela, e de Stefan principalmente, num eixo. Eram vampiros adultos. Com aspirações de futuro. A adolescência tinha ficado pra trás, no colégio. Estavam na faculdade, tinham um emprego, e novos amigos. Saíram da cidade natal, resolviam problemas.

De alguma forma, ela encontrou conforto naquelas pessoas. Os problemas, pelo visto enquanto fosse amiga de Elena, parecia que não iam parar. Os Salvatore, de alguma forma, estavam envolvidos em quase tudo. Como se um cerco místico estivesse sempre prejudicando os 3. Ah, e tinha Katherine, que começou tudo, de certa forma. Era estranho, inclusive, descobrir que as coisas vêm de um tempo bem além deles, bem além dos próprios originais.

Mas, então, tinham aqueles novos amigos, que se propunham a ajudar. Adriene, um amor, dedicada e decidida. Daniel, com aquele olhar calmo, que buscava uma razão pra tudo. Se sentiu em paz. Sabia que agora tinha apoio. Aproveitou mais um gole de vinho depois de se alimentar.

* * *

Famintos, Stefan e Adrienne seguiram pro carro, não viam possibilidade de conseguir algo ali. Havia muitos vampiros naquele grupo, não conseguiriam se alimentar sem chamar atenção do grupo, e poderia ser desastroso.

— Ei, o Danny costuma deixar um cooler debaixo do banco. Dá uma olhada. - Ela lembrou.

Stefan, então, afastou um pouco o banco, procurando e achou. Quando abriu, havia apenas uma bolsa, que daria pra segurar a fome, mas, não alimentá-los. Mostrou pra namorada, meio decepcionado.

— Tudo bem, pode tomar tudo. - ela disse, tranquila.

— Dá pra gente dividir – ele disse – mas, vamos precisar fazer uma parada logo.

— Não precisa, aquele desastre me alimentou. - disse, apontando o polegar pra trás, identificando o sujeito caído no estacionamento.

Stefan gargalhou de novo, abriu a bolsa e se fartou. Não sem oferecer pra ela, assim mesmo. Adrienne negou novamente.

— Como você sabia que era um novato? Aliás, como você identificou que o grupo era?

— Bom, novatos costumam achar que nada vai os atingir agora que são vampiros. Se acham invencíveis. É uma arrogância natural da nossa espécie. Só o tempo mostra que não somos, somos mais fortes, mas, se esbarrarmos em alguém um tiquinho esperto, já era. Uma estaca de madeira, uma injeção de Verbena, e somos derrotados. Você sabe disso.

Ele acenou concordando. Ela continuou.

— De todo jeito, o coração bate mais forte pela adrenalina. Se você observar, mesmo um humano no meio de um exercício, não tem batimentos tão intensos. E o cheiro de sangue seco. Com o tempo a gente aprende a não carregar nossa comida conosco. - Ela riu. - Acabei aprendendo, depois de tanto tempo, a perceber cheiro, pele, e batimentos pra não entrar em confusão.

Stefan nunca tinha parado pra observar essas características. Não tinha tanto contato com vampiros, preferia tentar viver uma vida normal entre humanos. Mesmo conhecendo vários vampiros, ultimamente, e ficou interessado. Facilitaria algumas coisas, e explicava como souberam que ele era um vampiro na noite que o conheceram. Ele nunca tinha perguntado e tinha essa dúvida guardada.

— Como é, se alimentar de outro vampiro? - ele questionou.

— Igual um humano. Não, nem tanto. - se corrigiu - É menos saboroso que o sangue fresco de alguém vivo de verdade. Mas, chega a ser melhor que a bolsa. E sem dúvidas, muito melhor que animais fofinhos e peludos. - respondeu fazendo uma careta.

Ele riu da careta. - Isso não é justo, eu não tinha controle. E, bom... de fato, nunca pensei em usar um vampiro pra isso.

— O Mikael, pai do Klaus, só se alimentava de vampiros. Katherine foi drenada por ele. A vantagem é que a gente se recupera.

— É, eu também fui drenado por ele, uma vez. Mas, nunca me veio na cabeça essa alternativa.

— Bom... não é, exatamente, delicioso. Mas é quentinho. A bolsa tá sempre gelada, eu não gosto muito, você sabe. Mas, se quiser provar... - disse oferecendo o braço pra ele.

Stefan teve um pequeno dejávu com a cena, lembrou de quando Elena se ofereceu pra ele voltar a beber sangue e se fortalecer. Ficou olhando o braço de Adrienne esticado alguns segundos.

— Stef... - ela se mexeu, colocando a mão na trava da porta.

Quando Stefan olhou, o vampiro que ela tinha atacado se aproximava com o resto da turma. Ele deu partida no carro.

— Vamos sair logo daqui, antes que isso vire uma guerra.

— Não. Espera. Eu vou resolver. - e saiu.


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