Um conto velho como o tempo
Tão verdadeiro quanto pode ser
Dificilmente seriam amigos
E então alguém se curva
De maneira inesperada

– Você está bonita, mamãe. – elogiou-me Roza agora com 15 anos e prestes a viajar para o Brasil e ficar hospedada em Copacabana para voltar a ver seu noivo, Bernardo, um ex-escravo negro de incríveis e brilhantes olhos verdes que fora libertado.

Estamos no nosso closet, hoje é o meu aniversário de casada com Duque.

Benjamin começou sua paixão de cavalos com o pai e então, acabou se apaixonando por Emily, sua professora de Equitação e depois de alguns meses começaram a namorar. Emily é muito atenciosa e amiga, nós nos damos muito bem. Ela parece amar mesmo ele e espero que logo nos dêem um netinho. Ou vários.

Meu peito se encheu de orgulho do quanto viajados, crescidos, educados e inteligentes meus filhos estavam. Olhei para o reflexo de minha crescida filha e comecei a chorar.

– Oh, meu Deus, mãe! – Ela riu alisando meus ombros. - Já está chorando? Bernardo é um bom homem, em breve voltaremos. Não fique com saudades.

– Eu estou com medo. – Eu a abracei. Ela ficou alisando meus cabelos enquanto eu brincava com o laço da parte de trás de seu vestido. – E se você desistir de voltar? O Brasil é lindo nós vimos pelas pinturas, eu estou com tanto medo... E o Bernardo é um homem adorável.

– Mãe, eu irei voltar! – Ela me afastou. – Agora me dê licença eu tenho que ajudar Emily com o cabelo.

Eu também chorava pelo amadurecimento do Duque e por seu coração ter mudado tão lindamente, era quase impossível que ficássemos juntos, mas agora... Eu tinha certeza que não poderíamos chamar nosso amor de “fruto de uma maldição.”

Sequei meu rosto com alguns lencinhos que estavam na mesinha ao meu lado e ajeitei a maquiagem. Meu cabelo estava penteado com um coque no alto na cabeça enquanto deixamos um pouco do cabelo solto e jogado em meus ombros.

Minha maquiagem estava leve, olhos pouco maquiados eu tinha apenas passado o delineador de forma marcada e colocado um pouco de sombra dourada. Minha boca pintei de carmim e deixei que minhas bochechas ficassem coradas naturalmente.

Meu vestido era amarelo e bordado no decote, a saia era rodada e cheia e ele tinha pequenas mangas caídas. Meus sapatos pretos quase não apareciam e serviram apenas para me deixar mais alta.

Rezei rapidamente e abri a porta indo em direção ao salão cheio e enorme. Dimitri estava conversando com Miranda e sua – secreta – namorada, eles estavam rindo de alguma coisa até que Lady, este era o nome dela, apontou para mim e seu sorriso se alargou.

Desci a escada devagar tentando fingir que não havia ninguém a me olhar ali, as cabeças viravam rapidamente para mim e acenavam ou sorriam.

Duque estava lindo também, usava calças pretas, uma camisa branca e um palito azul-marinho por cima. O corte foi feito sob medida e ficou perfeito ao seu corpo. Seu cabelo estava maior e ela o prendeu em um coque frouxe, porém sotisficado.

Ele esticou a mão quando eu cheguei ao pé da escada e a agarrei firmemente. Os músicos voltaram a tocar alegremente e as pessoas se amontoam ao nosso redor para ver nossa dança.

Trocamos uma reverência e ele me agarrou pela cintura. Rodopiamos pelo salão livremente e depois aconcheguei meu rosto em seu peito e as pessoas começaram a se juntar para dançarem também.

– Eu estava com tanto medo que você não me amasse! – sussurrou rindo em meu ouvido. – Quando eu chegava perto de você me sentia feio...

– Seus defeitos o fazem único, meu querido. – Toquei sua face, alisei o lugar onde ficava o machucado e ficamos girando e girando.

Quando percebi estávamos voando, sim, voando. Roza, Saul, Ben, Miranda, Joseph e até mesmo a alma de Zac batiam palmas para nós do alto também.

– Você é a coisa mais linda que já me aconteceu, Dimitri. – sussurrei emocionada.

– Fico feliz de ouvir isso, minha amada. Eu amo você mais que a minha própria vida.

“Sentimentos são fáceis de mudar …”

– A Bela e A Fera