Just a little change

Small, to say the least

As leves brisas de veraneio sopravam um ar quente para dentro da velha cozinha do castelo enquanto Katherine terminava de lavar a louça, a jovem continha um brilho radiante no rosto e um sorriso indispensável nos delicados e rosados lábios, enquanto cantarolava uma pequena canção.

Miranda observava sua sobrinha-neta de longe, pudera sentir a mudança com a chegada da jovem, pois nos dias anteriores tudo naquele lugar era triste e cinzento.

– Vejo que ultimamente anda de conversa com o Duque. - comentou não contendo um leve sorriso, Kathe virou se para encará-la. - E pelo visto anda lhe fazendo um imenso bem a ambos.

A loura levou a mão sobre a boca, evitando soltar uma leve risada, seu rosto corou.

– Ora minha tia. - murmurou, sem rodeios - O Duque é uma boa alma, pena que mau compreendida. - Miranda lançou lhe um olhar analítico, sabia muito bem sobre aquele sentido que parecia emanar dos belos olhos azuis de Kathe, já passara por essa mesma sensação no passado.

– Devo alertá-la que o Duque é um homem de âmbito diferente do nosso. - disse desviando os olhos para outro canto, tentando achar as palavras certas. - E tem que se prevenir, pois esta escancarado em seu rostinho o quanto esta encantada com ele. Talvez sua mãe não tenha conversado sobre essas coisas. - disse, enquanto Kathe permaneceu inerte encarando a toda sem jeito. - Paixonites bobas podem ser ilusórias a ponto de te ferir.

Antes que pudesse continuar aquele pequeno sermão, Miranda sentiu uma forte mão segurar seu ombro direito.

– Espero que venham jantar comigo esta noite. - ordenou o Duque, desviando seus olhos escondidos atras de uma mascara. Miranda por um segundo temeu que ele tivesse ouvido aquela conversa.

– S-Sim meu senhor. - respondeu a velha criada.

Kathe por outro lado permaneceu calada apenas observando, assim como nos contos de fadas, deveria ter esperança. Miranda encarou a de forma perplexa, não esperava aquele convite do Duque, pois a tempos que ele vivia solitário no andar superior do castelo e sempre fazia suas refeições sozinho.

– Esta vendo minha tia, as pessoas mudam. Apenas temos que ter esperança. - disse.

Miranda balançou a cabeça de forma cautelosa, girou sobre os calcanhares e em questão de segundos desapareceu porta a fora. Kathe, não demorou a correr para seu aposento para se arrumar, havia se lembrado do belo vestido que ganhara de sua antiga senhorita de aniversario de 15 anos, pois mesmo com o passar dos anos seu corpo franzino não se modificara, igual das demais moças, era um belo vestido, em um leve tom de rosado com creme, nada tão chamativo, mas conversador e sutil. A jovem prendeu seus sedosos cabelos com uma fita de cetim vermelho em um perfeito rabo de cavalo.

Não tardou para ouvir as três batidas na porta, logo deduziu que fosse sua tia. Correu toda animada na direção da porta e la estava ela, com uma feição cansada e suas vestes cinzentas.

– Está na hora. - anunciou Miranda.

A loura mostrou lhe um largo sorriso, assim que fechou a porta atrás de si, ambas caminharam na direção da imensa escadaria em forma de espiral. Os serviçais haviam levado as bandejas para o salão superior, como ordenara Miranda.

Como de costume, a velha serviçal bateu três vezes na porta, Kathe estava começando a pegar aquela mania, mesmo tentando se controlar em abrir a porta sem essas coisas ultrapassadas. A voz rouca do Duque solicitou a entrada de ambas, Kathe fora a primeira adentar ao salão seguida por Miranda que permanecia cabisbaixa.

– Que lugar lindo! - elogiou Kathe, encantada com aquele salão. A mesa estava posta conforme as ordens de Miranda, deixando o ambiente mais sofisticado.

Duque mostrou lhe um leve sorriso de contentamento, o que de certa forma espantara Miranda.

– Vamos sentar. - disse tentando não deixar que aquilo parecesse uma ordem.

– Obrigada por nos convidar. - agradeceu Katherine, animada.

– É, obrigada, o senhor jamais fez isto. - comentou Miranda, Katherine lhe lançou um olhar de preocupação e a cutucou com o pé por de baixo da mesa.

– Desculpe, eu não enxergava o quanto a senhora sempre foi generosa comigo. Eu quero me tornar um novo homem, ser honesto e generoso como você, Miranda. Katherine me abriu os olhos. - sussurrou o Duque. - Bem, vamos comer?

– Bom apetite. - desejou Katherine. Minutos depois todos tinham acabado, Katherine e o Duque haviam conversado o tempo todo, rindo e elogiando a comida. A tia permaneceu silenciosa o tempo inteiro, comendo lentamente e cansada.

Sabia que aquilo faria mal a sua jovem sobrinha, pois sabia que o Duque estava de olho em outra pessoa, uma rainha de outro lugar, ele queria falar de generosidade, mas não passava de um interesseiro. Amava seu menino, o criara, mas odiava quando ele mentia! Será que não havia aprendido a lição?

– Me sinto indisposta, preciso subir. Com licença. - saiu a velha sem querer ouvir o adeus de seus acompanhantes de jantar.

– Bem, acho que ela se sentiu sem graça... - murmurou o Duque, envergonhado.

– Sim... - gemeu Kathe, com a bochecha vermelha.

– Bem, quero te mostrar algo. - disse o Duque depois de um tempo em silêncio. -Me acompanhe. - Se levantou e pegou a mão de Katherine. Eles foram caminhando até o jardim e Katherine perguntou o que ele a mostraria. Seria outra rosa que poderia salvá-lo?

Respirou, o Duque havia soltado sua mão e todo aquele calor teria sumido, se ele não estivesse tão próximo dela. Caminharam em passos lentos, Katherine nunca havia achado que o jardim era tão grande e lindo. O Duque dirigiu-se para longe do portão e a loura ficou assustada, para onde ele estaria indo?

– Onde estamos indo? - perguntou. Não recebeu respostas.

O Duque parou em frente a um portão de ferro enorme e de cor verde como a grama. Retirou uma chave de seu bolso esquerdo e enfiou na fechadura.

Enquanto girava a chave a loura observou o belo homem que seu patrão era alto e esguio. Seu rosto era tão perfeito, pelo menos a parte que ela conseguia ver, a barba era o que mais a deixava louca.

O Duque abriu o portão e ele foram caminhando em um labirinto, continuavam em silêncio, mas depois que o Duque pegou na mão de Katherine aquilo não a incomodou mais.

Estavam de frente a um campo de jogo de Arco e Flecha. Era lindo, o Duque abaixou uma manivela e logo todas as luzes de acenderam.

O Duque observou seu segunda lugar favorito do Castelo. Estava cada vez mais bonito. Sentiu o cheiro da grama fresca e sorriu. O local era em forma de círculo, com troféus e flechas por toda a volta. Era grama, apenas grama, as paredes eram feitos de muros cheios de flores, era incontável!

– Venha eu irei lhe ensinar. - avisou o Duque.

Tradução:

Apenas uma pequena mudança

Pequena, pra dizer o mínimo

(Christina Aguilhera - Beauty and The Beast)